Reeducação alimentar
Nutricionista mostra que é possível comer bem, sem deixar o prazer de lado
Por Morgana Waked*
Muito se fala em reeducação alimentar, mas a maioria das pessoas associa esse termo a dietas insípidas e restritivas. Não é nada disso. As dietas se baseiam em regras que vão ditar o que uma pessoa pode e o que não pode comer, qual a quantidade permitida de cada alimento, quais os horários a serem seguidos etc. Normalmente uma pessoa consegue seguir uma dieta por um tempo limitado e, quando a mesma acaba ou é interrompida, tudo o que foi proibido passa a ser objeto de desejo e consumido em quantidades às vezes maiores do que anteriormente à própria dieta. Isso leva ao tão conhecido efeito sanfona.
A reeducação, por sua vez, consiste em se comer bem, de acordo com as necessidades orgânicas de cada pessoa, de uma maneira balanceada, onde todos os tipos de alimentos são ingeridos, proteínas, fibras, carboidratos, frutas etc. Na reeducação o importante é a combinação do que se está ingerindo e a quantidade de alimentos ingeridos a cada vez, sendo que essa quantidade é identificada pela própria pessoa.
A quantidade necessária por refeição irá variar de pessoa para pessoa, os nossos metabolismos são diferentes e, consequentemente, nossas necessidades também. Cada um tem que ter a noção de qual a quantidade necessária para saciar a sua fome. E como fazer isso?
O primeiro passo é esperar a fome chegar. Quando você sentir fome, tome um copo de água e verifique se a fome passou, em alguns casos não é fome e sim sede, e a água irá fazer com a sensação passe. Se mesmo com a água a sensação persistir então você realmente está com fome. Então coma para saciar a sua fome e não a vontade de comer, ou seja, vá comendo aos poucos até que a sensação passe, procure colocar em seu prato uma quantidade pequena de alimentos e repita quantas vezes for necessária, desde que você refaça a pergunta toda vez que for colocar comida no prato: ainda estou com fome? E seja sincera na sua resposta.
Outro ponto importante é a combinação de alimentos. Nós tendemos a misturar todos os tipos de alimentos em uma só refeição e isso não funciona bem. Na hora do almoço coma um carboidrato com uma proteína e fibras, se você faz questão da sobremesa espere a digestão do almoço para comê-la, não coma logo depois. Sua digestão se dará de uma maneira muito mais rápida e tranquila.
O efeito de um alimento em nosso organismo pode variar bastante, dependendo do horário em que ele for ingerido. Alimentos mais complexos, como os carboidratos, por exemplo, devem ser ingeridos até a hora do almoço, já que o nosso metabolismo é mais acelerado nesse período, ou seja, é quando estamos gastando mais. Devemos procurar fazer refeições mais leves à noite, quando o nosso metabolismo está mais lento. Quando fazemos uma refeição mais "pesada" à noite corremos o risco de acordar no dia seguinte ainda sem ter completado a digestão, nesse caso é necessário esperar essa digestão ser concluída para nos alimentarmos novamente, ou seja, esperar a fome chegar.
Embora seja muito importante a ingestão de pelo menos dois litros de água durante o dia, durante uma refeição essa ingestão deve ser limitada a um copo de água. Isso é porque a ingestão de líquido pode atrapalhar a digestão dos alimentos, dificultando o processo.
Coma com prazer respeitando os seus limites! Respeite a sua fome! Não faça da refeição uma arma, a vítima pode ser você!
*Morgana Waked é médica, especializada em medicina estética, e dirige a Hagla - Centro de Qualidade de Vida, na Barra da Tijuca, no RJ.
http://www.maisde50.com.br/editoria_conteudo2.asp?conteudo_id=8228
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