OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

Os textos a seguir são dirigidos principalmente ao público em geral e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes de cada assunto abordado. Eles não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores às informações aqui encontradas.

Mens sana in corpore sano ("uma mente sã num corpo são") é uma famosa citação latina, derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal.


No contexto, a frase é parte da resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida (tradução livre):

Deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são.
Peça uma alma corajosa que careça do temor da morte,
que ponha a longevidade em último lugar entre as bênçãos da natureza,
que suporte qualquer tipo de labores,
desconheça a ira, nada cobice e creia mais
nos labores selvagens de Hércules do que
nas satisfações, nos banquetes e camas de plumas de um rei oriental.
Revelarei aquilo que podes dar a ti próprio;
Certamente, o único caminho de uma vida tranquila passa pela virtude.
orandum est ut sit mens sana in corpore sano.
fortem posce animum mortis terrore carentem,
qui spatium uitae extremum inter munera ponat
naturae, qui ferre queat quoscumque labores,
nesciat irasci, cupiat nihil et potiores
Herculis aerumnas credat saeuosque labores
et uenere et cenis et pluma Sardanapalli.
monstro quod ipse tibi possis dare; semita certe
tranquillae per uirtutem patet unica uitae.
(10.356-64)

A conotação satírica da frase, no sentido de que seria bom ter também uma mente sã num corpo são, é uma interpretação mais recente daquilo que Juvenal pretendeu exprimir. A intenção original do autor foi lembrar àqueles dentre os cidadãos romanos que faziam orações tolas que tudo que se deveria pedir numa oração era saúde física e espiritual. Com o tempo, a frase passou a ter uma gama de sentidos. Pode ser entendida como uma afirmação de que somente um corpo são pode produzir ou sustentar uma mente sã. Seu uso mais generalizado expressa o conceito de um equilíbrio saudável no modo de vida de uma pessoa.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mens_sana_in_corpore_sano


sexta-feira, 24 de junho de 2016

Terapia cognitiva para perder peso

Treinar o cérebro para pensar como uma pessoa magra


 
A Terapia Cognitiva baseia-se no conceito de que a forma como pensamos afeta o que sentimos e o que fazemos. Se pensar "estou com fome" e em seguida tiver um pensamento irracional do gênero "Isto é horrível, não posso tolerar, tenho de comer!", vai sentir uma forte ansiedade e procurar comida rapidamente.
Por outro lado, se treinar pensamentos construtivos como "Ok, é desagradável mas posso esperar e aguardar duas horas. Afinal comi há pouco tempo e portanto não é uma necessidade, é um desejo. O prazer que vou ter em comer agora é muito curto em comparação com que vou pensar se comer demasiado...", irá sentir maior controlo da situação e poderá fazer outras coisas.
A Terapia Cognitiva ajuda-o a identificar pensamentos irracionais, desmoralizantes e sabotadores e a lidar com eles de forma funcional, (entre outros aspectos) para se comportar de forma mais produtiva.

Objectivos
A Terapia Cognitiva para perder peso tem os seguintes objectivos:
 - Mudar o pensamento e o comportamento sobre a dieta,
- Aprender a tolerar o emagrecer devagar,
- Treinar o pensamento para  ter bons hábitos alimentares,
- Saber lidar com as pessoas que estimulam a comer,
- Aprender a ser tolerante à fome (quando esta é apenas um desejo e não uma necessidade)
- Gerir adequadamente a emoção e o desejo incontrolável de comer,
- Lidar de forma diferente com a emoção negativa que leva ao comer compulsivo,
- Aprender a manter a motivação e a lidar com os inevitáveis avanços e recuos, quando estamos a lidar com mudanças psicológicas.

Tal como a Terapia Cognitiva tem sido aplicada com sucesso a problemas como a ansiedade e a depressão, também se desenvolveu, desde há vários anos, a partir do Instituto Beck, uma forma de terapia cognitiva aplicada à perda de peso. Da mesma forma que na depressão existem várias maneiras de distorcer a maneira de pensar (como catastrofizar, pensar apenas no pior, esquecer os eventos positivos, adivinhar o futuro, etc), também na perda de peso existem pensamentos sabotadores, que que impedem que a dieta tenha sucesso, mesmo que exista uma boa orientação nutricional ou médica.
Alguns destes pensamentos "irracionais" que aparecem durante a dieta (que em si já é uma experiência com um certo grau de stress)  podem ser:
- Pensamento tudo ou nada: "Ou faço a dieta sem qualquer falha ou então desisto. Como qualquer mudança implica erros e tolerância ao imperfecionismo, este pensamento não funciona.
- Filtro Mental: "Comer este doce agora não faz diferença... ". O acumular de "exceções" deste género pode sabotar a dieta.
- Pensamento Ilusório: "Já que comi um doce hoje, então posso comer tudo o que quiser no resto do dia".
- Regras disfuncionais: "Não devo desperdiçar comida".
- Leitura Mental "Aquela pessoa vai pensar mal de mim se não comer o que ela me ofereceu"
Estes e outros pensamentos dificultam o seguimento da dieta, muitas vezes ao ponto de desistir ou a não manter o peso saudável.  Para emagrecer e manter o peso desejado, é preciso saber lidar com vários problemas práticos como por exemplo:
- Lidar com a sensação de estar sobrecarregado pela pressão da dieta.
- Lidar com a sensação de estar em privação
- Lidar com desmotivação quando o emagrecimento não corresponder ao que desejava.
- Lidar com ansiedade em relação a outros problemas da vida.

Para emagrecer e manter o peso saudável existem alguns factores cruciais:
- Escolher e conhecer uma dieta equilibrada (por um nutricionista, idealmente)
- Ter tempo e energia para fazer a dieta
- Planear o que comer e quando comer
- Procurar apoio (por familiares e amigos) e/ou Iniciar as consultas desta terapia cognitiva
- Lidar com a frustração ou decepção quando as coisas não correm tão bem quanto gostaria.
- Não catastrofizar o ato de comer exageradamente, e ver isto como um problema temporário que está a resolver.
- Saber lidar com a fome e como desejo "incontrolável" de comer
- Aprender a não comer devido a factores emocionais
- Fazer elogios a si mesmo (a)
Ao longo da terapia irá chegar a um ponto em que vai reagir de forma diferente quando olhar para comida que não deveria comer.
Esta forma de programa psicológico não é um tipo de dieta alimentar, mas sim uma forma de aprender a pensar a comida e a lidar com pensamentos irracionais. Ao ter um programa alimentar razoável, esta terapia é o complemento ideal pois aprende a fazer modificações passo a passo na maneira de pensar ao mesmo tempo que têm uma dieta equilibrada que deve seguir. A duração recomendada é de cerca de 10 a 20 consultas.

Entrevista à Revista Farmácia Distribuição (Novembro de 2013)
FD: Por que razão, apesar de saberem as consequências, as pessoas continuam a cometer excessos alimentares?
Por razões emocionais: se alguém sente um humor deprimido, a comida calórica pode proporcionar um alívio temporário, criando um ciclo vicioso em que automaticamente se come para obter conforto; por pressão cultural (é desejável socialmente aceitar comida numa festa, por exemplo); devido a desconhecimento: não sabem como perder peso e não sabem que estão a cometer um excesso; porque os maus hábitos alimentares tornaram-se um ciclo automático e não se apercebem disso; têm pensamentos sabotadores do género “é muito difícil perder peso…” ou “sou um caso perdido”; perderam a esperança de emagrecer, a motivação não é suficiente; sub- avaliam as calorias dos alimentos, etc

FD:
Que conselhos deixa de modo a que se possa estabelecer uma “boa relação” com a comida?
- Aprendendo a gerir as emoções: pensar e agir de forma a evitar a depressão e a ansiedade excessivos, bem com manter hábitos saudáveis na alimentação e praticar exercício físico. Ao praticar uma psicologia positiva e a ter bons hábitos de saúde mental é possível evitar um comer emocional.
- Distinguir entre fome, vontade e desejo incontrolável de comer
- Permitir-se comer sem sentir culpa nem pressão, equilibrando com uma alimentação equilibrada e exercício. (outras ideias estão na resposta seguinte)
De que modo se pode “usar” a psicologia para travar os excessos alimentares?
- Se existirem problemas psicológicos subjacentes à obesidade, estes devem ser tratados com terapia cognitiva, pois é muito difícil perder peso quando existem  problemas psicológicos importantes.
- A psicologia cognitiva- comportamental tem um arsenal de técnicas para a gerir os pensamentos “sabotadores” , que fazem agir de maneira disfuncional, ensinando respostas lógicas para os pensamentos irracionais. Por exemplo, em vez de pensar “Foi terrível hoje ter comido muitos doces”, poderá pensar “ Não é importante, amanhã continuo a dieta, eu tolero as imperfeições”.
- Escrever as vantagens de emagrecer e trazer consigo esse cartão na carteira, pois os pensamentos irracionais podem faze-lo desviar do percurso que lhe interessa.
- Comprometer-se com a mudança. Perceber o que realmente valoriza e deseja e que escolhe fazer as coisas difíceis para se tornar feliz. Agir e resolver problemas em vez de se preocupar com eles, aceitando que else existem.
- Suspender os julgamentos! Ao preocupar-se com o peso carrega julgamentos inúteis sobre o que é bom ou mau, que só aumentam a pressão para perder peso. Em vez de julgar a realidade, descreva-a em termos de cores ou impressões. “Apenas vi o meu peso na balança”, em vez de “estou horrível”. Agir é diferente de estar a preocupar-se!
- Aprender a progredir por passos graduais e imperfeitos. Se quer mudar, isso não é numa semana. O sucesso significa adotar comportamentos que não terão um resultado perfeito. Significa progredir por meio de passos imperfeitos. Cada passo (ou exerício) imperfeito que fizer irá conduzi-lo na direção desejada. O perfecionismo desmotiva, mas se tolerar a imperfeição pode começar hoje a seguir a dieta.
-Praticar um  desconforto construtivo: aceitar que vai sentir ansiedade ao evitar o excesso alimentar. Começamos fazendo do desconforto uma meta – com a entrada na zona de desconforto –, para fazer coisas que não queremos. O desconforto torna-se um meio para um fim pois ajuda a atingir as outras metas.. É muito mais produtivo fazer coisas desconfortáveis do que se preocupar anos em perder peso.
- Escolher duas dietas razoáveis, saudáveis e flexíveis : uma com planeamento de refeições e outra que permita gerir um certo número de calorias por dia.
- Posteriormente, é útil aprender uma forma de pensar mais racional que permita manter uma maneira de pensar em direção aos aos objectivos, como por exemplo seguir uma terapia cognitiva.  Algumas das tarefas a seguir são:  elogiar-se,  comer devagar , conviver com pessoas positivas que a motivem;  organizar o tempo para fazer dieta; comprometer-se por escrito; definir metas realistas; aprender a tolerar a fome; aprender a gerir emoções negativas com actividades construtivas, em vez de usar a comida, etc…
Ler também Terapia Cognitiva

 
 

Marcações de Consultas com Dr. Fernando Magalhães


http://fernandomagalhaes.pt/perderpeso.html 

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