OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

Os textos a seguir são dirigidos principalmente ao público em geral e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes de cada assunto abordado. Eles não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores às informações aqui encontradas.

Mens sana in corpore sano ("uma mente sã num corpo são") é uma famosa citação latina, derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal.


No contexto, a frase é parte da resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida (tradução livre):

Deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são.
Peça uma alma corajosa que careça do temor da morte,
que ponha a longevidade em último lugar entre as bênçãos da natureza,
que suporte qualquer tipo de labores,
desconheça a ira, nada cobice e creia mais
nos labores selvagens de Hércules do que
nas satisfações, nos banquetes e camas de plumas de um rei oriental.
Revelarei aquilo que podes dar a ti próprio;
Certamente, o único caminho de uma vida tranquila passa pela virtude.
orandum est ut sit mens sana in corpore sano.
fortem posce animum mortis terrore carentem,
qui spatium uitae extremum inter munera ponat
naturae, qui ferre queat quoscumque labores,
nesciat irasci, cupiat nihil et potiores
Herculis aerumnas credat saeuosque labores
et uenere et cenis et pluma Sardanapalli.
monstro quod ipse tibi possis dare; semita certe
tranquillae per uirtutem patet unica uitae.
(10.356-64)

A conotação satírica da frase, no sentido de que seria bom ter também uma mente sã num corpo são, é uma interpretação mais recente daquilo que Juvenal pretendeu exprimir. A intenção original do autor foi lembrar àqueles dentre os cidadãos romanos que faziam orações tolas que tudo que se deveria pedir numa oração era saúde física e espiritual. Com o tempo, a frase passou a ter uma gama de sentidos. Pode ser entendida como uma afirmação de que somente um corpo são pode produzir ou sustentar uma mente sã. Seu uso mais generalizado expressa o conceito de um equilíbrio saudável no modo de vida de uma pessoa.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mens_sana_in_corpore_sano


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quinta-feira, 4 de junho de 2015

Estresse Engorda Muito! Saiba o porquê…




Massas, pães, bolos, tortas, milk-shakes, chocolates, etc, etc, etc…
A preocupação constante com o que comer é grande para aqueles que estão descontentes com a forma física, não é mesmo?
É, sim, e deve ser mesmo, não só pela questão do emagrecimento, mas sim pela própria saúde que está em jogo.
Porém, o que muitos deixam passar é que o estresse existente na nossa rotina de hoje em dia é algo que pode colaborar tanto quanto os maus hábitos alimentares para que fiquemos cada vez mais gordos e descontentes.
Pílulas rápidas de conhecimento essencial:
  • O estresse crônico do dia-a-dia inibe a queima de gordura ao elevar a produção do famoso hormônio cortisol.
  • O excesso de cortisol diminui a quantidade de tecido metabolicamente ativo do corpo, ou seja, os músculos.
  • Cortisol é oposto à testosterona. Enquanto o primeiro é um hormônio catabólico (de “destruição”, o segundo é anabólico (de “construção”). Quando cortisol aumenta, testosterona diminui.
Agora, muito se fala sobre os pontos negativos da secreção de cortisol no sangue, porém, antes de focarmos neles, podemos ver que este hormônio é positivo e essencial à vida quando sua secreção funciona como deveria.
  • Aumenta o açúcar no sangue em tempos de estresse (útil quando estas situações são esporádicas).
  • Regula a pressão sanguínea.
  • Colabora com o sistema imunológico.
  • Acelera a recuperação pós-treino.
  • Reduz inflamação sistêmica.
Cortisol, o conhecido “hormônio do estresse”, é positivo e necessário  para o funcionamento correto do corpo, porém, pode ter efeito bastante negativo quando nosso estresse está fora de controle, como em grande parte da população moderna.
Levantar cedo, correr com o café da manhã, não perder a hora para não chegar atrasado no trabalho ou na aula, enfrentar ônibus superlotados ou engarrafamentos de entristecer até mesmo o melhor monge tibetano, não são coisas que nos deixam felizes, mas, muito pelo contrário, são fatores estressantes que estão presentes durante o dia inteiro nas nossas, tão aclamadas, vidas modernas.
O berro do jegue
Vamos ver como o cortisol funciona, de forma simples e rápida.
Antigamente, quando o ser humano se defrontava com uma situação real de estresse, por exemplo, quando andando tranquilamente pela savana africana, brincando de achar desenho em nuvens, de repente, estava olho-a-olho, fuço-a-fuço com o Rei Leão, o corpo (Hipotálamo), imediatamente, manda sinais de PERIGO para suas glândulas adrenais que,  por sua vez, secretam cortisol no sangue!Estresse
O cortisol joga açúcar no sangue, ou seja, energia, para que você possa escolher entre duas opções possíveis: Correr como um condenado para não ser a refeição ou enfrentar uma luta mão-a-pata com o bicho!
Pra ambas, você precisa de ENERGIA! Glicose no sangue é energia!
Para gerar esta energia, o cortisol faz com que você converta glicogênio em glicose ou que queime tecido muscular e transforme-o em glicose através do processo conhecido como gliconeogênese que já mencionei algumas vezes aqui no site.
Estas são as 2 formas, com as quais, o cortisol faz com que energia esteja disponível no sangue para você lidar com o estresse eminente.
O problema agora é que estes estresses reais não existem mais no nosso dia-a-dia. Não precisamos mais enfrentar animais selvagens no dia-a-dia, porém, a rotina moderna que vivemos, com seus estresses (citados acima), acaba por gerar no corpo esta mesma resposta!
Ao vivermos estressados por motivos diversos, estamos fazendo com que nosso corpo secrete cortisol mais frequentemente, colaborando para que nossos níveis de açúcar no sangue fiquem mais altos e também queimando massa muscular.
Você, leitor(a) feliz aqui do Emagrecer de Vez, sabe que estas são as duas coisas que mais você quer EVITAR, caso esteja atrás da sua boa forma e emagrecimento!
Seus músculos são preciosas usinas de queima de gordura e seu açúcar no sangue desperta a ação da insulina. A insulina, como já sabe, armazena gordura e quando ela está presente no sangue, a queima de gordura é inexistente. (Veja mais sobre Insulina neste artigo aqui).
De acordo com Shawn Talbott, Ph.D, autor do livro The Cortisol Connection, uma vida estressante nestes moldes, a qual deixa o corpo sempre exposto à secreção frequente de cortisol, está associada às seguintes condições e mais:
  • Aumento de apetite e gula
  • Aumento de gordura corporal
  • Diminuição de massa muscular
  • Diminuição de densidade óssea
  • Variações de humor (raiva e irritabilidade)
  • Redução no libido
  • Redução na sua capacidade de memorizar e aprender
  • Diminuição na resposta do sistema imunológico
Não é brincadeira não.
Simples posto, estresse dá fome tambémhttp://emagrecerdevez.com/estresse-engorda-muito-saiba-o-porque!
Quando você está estressado(a) e ansioso(a) frequentemente, seu apetite fica nas alturas e as comidas que você tem vontade de comer são, justamente, aquelas que você deveria evitar, como comidas densas em carboidratos, como massas e doces e comidas gordurosas.
Taí talvez uma possível explicação do porquê que muitas pessoas parecem querer comer algo a toda hora!
Se você está em busca de uma vida saudável e da boa forma, certifique-se que prestar atenção nisso tudo é de singular importância nesta jornada. (Caramba, como dizer “singular importância” soa como propaganda política, argh!!)
A dica, obviamente, é tentar diminuir um pouco o ritmo mental do dia-a-dia e tentar, conscientemente, identificar o que mais nos estressa e, aos poucos, gerenciar estas situações de uma maneira melhor, tirando um tempo para fazer o que mais se gosta e também para relaxar e dessintonizar nosso cérebro dos problemas e desafios do dia-a-dia.
Espero que esta informação tenha contribuído positivamente com sua vida.
Emagrecimento e vida saudável vai, sim, além de meros hábitos alimentares e de exercícios físicos.
Infelizmente, a mídia por aí está mais preocupada em vender comprimidos e aparelhos de abdominal do que realmente tentar trazer mais saúde e qualidade de vida à população.
Ah sim, faça parte da gigante comunidade do Emagrecer de Vez no Facebook, clicando AQUI.
Em nome da verdade, sempre,

 http://emagrecerdevez.com/estresse-engorda-muito-saiba-o-porque


sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Especialistas alertam: Hipotiroidismo não causa obesidade nem remédio para a doença dá doping

publicado em 14 de fevereiro de 2011 às 21:13
por Conceição Lemes
Hoje, ao anunciar a sua aposentadoria, Ronaldo, do Corinthians, responsabilizou o hipotiroidismo para o ganho acentuado de peso nos últimos anos:
– Há quatro anos, no Milan, eu descobri que sofria de um distúrbio que se chama hipotiroidismo. É um distúrbio que desacelera o seu metabolismo, e que para controlar esse distúrbio eu teria que tomar alguns hormônios que não são permitidos no futebol porque seria doping. Muitos aqui agora talvez estejam arrependidos de terem feito chacota do meu peso, mas eu não guardo mágoa de ninguém.
Coloque a mão sob a ponta do queixo. Deslize os dedos até a parte inferior do pescoço. Aí fica a tiroide, glândula produtora dos vitais hormônios tiroidianos. O hipotiroidismo significa que eles estão sendo fabricados abaixo do nível considerado normal.
“Estranho o Ronaldo dizer que não tratou o hipotiroidismo, porque seria doping”, afirma o endocrinologista Gilberto Vieira, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “O tratamento é com levotiroxina, o hormônio tiroidiano sintético. O paciente toma o suficiente para atingir níveis normais no sangue. Nunca ouvi falar em doping por esse remédio.”
Checamos a lista de substâncias proibidas pela Agência Nacional Anti-Doping. A levotiroxina não consta.
“O remédio não dá doping de jeito nenhum”, avisa o endocrinologista João Hamilton Romaldini, professor da Faculdade de Ciências Médicas da PUC de Campinas. “A levotiroxina não é detectada na urina nem produz qualquer efeito colateral se for bem quantificada.”
“O Ronaldo usou uma má justificativa para o excesso de peso”, alerta Romaldini. “O hipotiroidismo é sonho dourado de diagnóstico de dez em cada dez gordinhos. No entanto, não causa obesidade.”
Devido à hipofunção tiroidiana, substâncias chamadas glicosaminoglicanos se acumulam nos tecidos, retendo líquido. A pessoa incha. Ao mesmo tempo, diminui a filtração dos rins. O resultado é 3 a 6 quilos a mais na doença avançada, embora nem 40% dos hipotiroideos tenham aumento de peso importante. Não há ganho de gordura. Em três meses de tratamento, o peso volta ao normal.
“Além disso, boa parte dos casos de hipotiroidismo é subclínico, ou seja, os sintomas são muito discretos”, acrescenta Vieira. “Logo, não precisaria tomar remédio prontamente, mas ser bem acompanhada. O tratamento em geral é para toda a vida, mas com a dosagem certa o metabolismo volta ao normal.”
“Ronaldo prestou um desserviço aos obesos e aos hipotiroideos”, lamenta Romaldini. “Aos obesos, ao levá-los a acreditar equivocadamente que hipotiroidismo causa obesidade. Aos hipotiroideos, que o remédio daria doping. Por causa dele, talvez alguns parem o tratamento. Pelo amor de Deus, não façam isso, sem conversar com o seu médico. O Ronaldo não sabe o que disse.”
DONA TIROIDE, PEQUENA PODEROSA

E já que o Ronaldo levantou a bola,vamos aproveitar para falar da tiroide e do hipotiroidismo. Afinal, quem não faz, toma, concordam?
Com formato de borboleta e pesando cerca de 20 gramas, a tiroide é uma das nossas principais glândulas. Ela fabrica os poderosos hormônios tiroidianos — substâncias que, via sangue, agem no corpo inteiro, no desenvolvimento e manutenção de todos os órgãos e funções. Por exemplo, ajudam o corpo a usar energia e reter calor; fazem cérebro, coração, músculos e outros órgãos trabalhar devidamente.
“A tiroide trabalha em conjunto com a hipófise (glândula situada no cérebro), num processo de feedback”, ensina Vieira.
Simplificadamente, funciona do seguinte modo: a hipófise fabrica o hormônio TSH (hormônio estimulante da tiroide), que é lançado na corrente sanguínea, de onde vai diretamente para a tiroide, levando-a a produzir hormônios tiroidianos; esses, por sua vez, agem em seguida na hipófise, controlando a quantidade de secreção de TSH, que, de novo, estimula a tiróide a fabricar seus hormônios.
E, assim, continuadamente. Se, por qualquer razão, os hormônios tiroidianos caem ou sobem um pouquinho na circulação, o organismo se defende. No ato, a hipófise  aumenta ou diminui a produção de TSH. Por isso, sempre que se quer saber como está funcionando a tiroide, tem que se “consultar” primeiro a hipófise, local mais sensível à ação dos hormônios tiroidianos. A dosagem do TSH no sangue fornece a informação.
“É como se a hipófise fosse o motorista; a tiroide, o motor do carro; os hormônios tiroidianos, a velocidade; e o TSH, o acelerador”, compara Vieira.
No hipotiroidismo, especificamente, a velocidade se reduz. O motorista pisa, então, no acelerador na tentativa de fazer com que o carro ande mais e atinja a velocidade de cruzeiro. A princípio, ele consegue, ainda que à custa de esforço maior do motor.
“Nessa fase, apenas o TSH sobe; a tiroide mantém a produção praticamente normal e a pessoa não sente nada”, explica Vieira. Mas, com a evolução da doença, não há acelerador que dê jeito. A atividade da tiroide cai, o nível dos hormônios tiroidianos baixa muito no sangue e o metabolismo do organismo todo diminui. É o hipotiroidismo.

TIROIDITE, CAUSA FREQUENTE

Má-formação da glândula, radioterapia ou cirurgia no pescoço e uso de certos medicamentos, como amiodarona (para angina e arritmia cardíaca), lítio (antipsicótico), fenilbutazona (antiinflamatório) e sertalina (antidepressivo), podem ser a causa.
Mas, em 90% dos casos, é a tiroidite de Hashimoto, doença auto-imune que acomete mais o sexo feminino — principalmente após os 40 anos:  o sistema imunológico não reconhece a tiroide como parte do corpo e a ataca, inflamando-a ou destruindo-a progressivamente.
“A tiroidite resulta da interação entre predisposição genética e fatores ambientais”, informa Romaldini.
Ou seja, é preciso nascer com o gene responsável pela tiroidite e se expor aos fatores desencadeantes, que a ciência tenta desvendar. Provavelmente fatores hormonais influenciam, já que, com freqüência, ela começa na gravidez, após o parto ou na menopausa. Iodo demais também torna a tiroide suscetível a doença auto-imune nas pessoas predispostas.
Existente principalmente em peixes e frutos de mar, o iodo é a matéria-prima básica para a tiróide fabricar hormônios. Na carência do nutriente, ela não trabalha direito. Em situação extrema, o adulto tem bócio e a criança, deficiência mental. Não é à toa que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda universalmente adicioná-lo ao sal de cozinha, pois o iodo é raro na natureza. A dose indicada é 20 a 60 miligramas de iodo por quilo de sal.
No Brasil, de 1998 a 2003, se colocaram de 40 a 100 mg/kg. Trabalho realizado na época com 2.160 crianças de várias regiões constatou, por meio de exame na urina, que 69% estavam ingerindo acima de 300 microgramas de iodo/dia, quando o recomendado pela OMS é de 100 a 300 microgramas/dia. Foi um sinal vermelho, mas hoje já está no verde. Nenhuma criança tinha alteração da função da tiróide.

TUDO EM MARCHA LENTA
Independentemente da causa, a redução dos hormônios tiroidianos no sangue leva aos poucos o organismo inteiro a “andar” em marcha lenta.
Eis o que pode provocar na pessoa afetada:
* Cansaço, desânimo, com fraqueza.
* Lerdeza para reagir às situações do cotidiano.
* Raciocínio moroso, concentração difícil e memória ruim.
* Sonolência durante o dia.
* Dores nas juntas.
* Sensação de frio quando as outras pessoas sentem calor.
* Pálpebras e rosto inchados ao amanhecer.
* Cabelos ressecados, quebradiços, que caem mais do que o habitual.
* Unhas quebradiças.
* Pele muito ressecada e grossa.
* Prisão de ventre.
* Irritação.
* Pele amarelada ou alaranjada.
* Alteração na menstruação, principalmente com aumento do
sangramento.
* Surgimento ou agravamento da depressão.
* Aumento da taxa de colesterol.
* Diminuição do apetite.
* Ganho de peso (por retenção hídrica e não por aumento de gordura) ou dificuldade de perdê-lo.
* Voz rouca.
* Aumento do tamanho da língua.

CLÁSSICO OU SUBCLÍNICO?

“Hoje, raramente atendemos hipotiroideo com tudo isso junto”, salienta Romaldini. É o hipotiroidismo clássico, ou manifesto. Usualmente, o diagnóstico é feito numa fase mais precoce, e o paciente apresenta apenas alguns dos sintomas acima, que, aliás, são comuns a diversas condições, como anemia, depressão, stress e menopausa.
Já o hipotiroidismo subclínico é, em geral, um achado laboratorial. As sociedades de ginecologia e endocrinologia preconizam o TSH para mulheres após os 40 anos, os médicos solicitam-no e o resultado dá entre 4,5 a 10 miliunidades/litro. Ou a pessoa refere cansaço que não consegue explicar direito, o médico pede o teste e o resultado vem também nesse intervalo.
O TSH, vale relembrar, é o exame para saber como a tiroide está funcionando. O normal é ter de 0,3 a 4,5 miliunidades de TSH por litro de sangue. Acima de 10, considera-se hipotiroidismo. De 4,5 a 10 miliunidades é a faixa do hipotiroidismo subclínico.
Justamente a que, neste momento, intriga médicos aqui e no exterior, que se  perguntam: será essa ligeira elevação já a doença? Será que ela piora a qualidade de vida? Será que esse cansaço vago decorre de stress ou já é um sintoma da disfunção mínima da tiroide? Pesquisas em andamento vão dar resposta a essas questões nos  próximos anos.

TSH, EXAME-CHAVE


O diagnóstico de hipotiroidismo é feito através de dosagens hormonais. Na maioria das vezes basta o TSH. Para facilitar a vida, pode-se dosar no mesmo dia o T4 livre.
Mas o TSH é o exame-chave. Seu nível aumenta ou diminui 100 vezes a cada mínima mudança do hormônio T4, portanto é o primeiro a detectar qualquer alteração de função da tiróide.
“Nos resultados normais, pode-se parar por aí”, assegura Vieira. Nos alterados, devem ser feitos mais dois testes:
1) T4 livre, particularmente útil no diagnóstico do hipotiroidismo subclínico. O T4 livre normal combinado a TSH pouco elevado indica disfunção mínima da tiroide.
2) Anticorpos antitiroide, para identificar a causa.
Resultado positivo é forte indício de tiroidite de Hashimoto, o que significa sete vezes mais risco de o hipotiroidismo progredir. Logo, esse exame pesa bastante na decisão de tratar.
ACIMA DE 10, MEDICAR
É consenso entre os especialistas: pessoas com TSH acima de 10 devem ser tratadas. Objetivo: aliviar e/ou evitar sintomas do hipotiroidismo, e principalmente prevenir suas consequências cardiovasculares e psiquiátricas.
“O hipotiroidismo está associado a aumento de colesterol, favorecendo aterosclerose e infarto do miocárdio”, justifica Romaldini. “Também pode alterar o humor, contribuindo para a depressão.”
A terapia consiste em tomar diariamente, e para o restante da vida, comprimidos de levotiroxina (há várias marcas comercializadas no Brasil). É hormônio T4 sintético. Não cura o hipotiroidismo, apenas substitui o que a tiróide doente não está produzindo em quantidade suficiente. A melhora dos sintomas é lenta, podendo levar meses se eles forem intensos.

OBSERVAR VERSUS TRATAR
Já o tratamento do hipotiroidismo subclínico é controverso. Alguns médicos tratam toda pessoa com 4,5 de TSH. Já a conduta do Ambulatório de Tiroide da Unifesp é não tratar paciente com TSH entre 4,5 e10, salvo se tiver queixa importante ou fator de risco associado. E, a cada seis meses, o paciente passa por nova avaliação. Se alterar o TSH ou o quadro clínico, inicia-se o tratamento.
Ou seja, deve-se acompanhar e agir na hora certa em cada caso. “O motivo não é econômico”, frisa Gilberto Vieira. “É para evitar a medicalização desnecessária.”
Na verdade, são várias as razões contra o tratamento indiscriminado de pessoas com TSH pouco elevado:
1) O tratamento precoce não previne a destruição da tiróide, pois não age na causa. A doença propriamente dita continua evoluindo. É uma terapia substitutiva, tal como a insulina para diabéticos.
2) Parte dos pacientes tem elevação circunstancial do nível de TSH, normalizando naturalmente depois.
3) A doença tem evolução lenta. Dos pacientes com hipotiroidismo subclínico, 2% a 5% por ano progredirão para o hipotiroidismo manifesto. A alguns isso acontecerá no ano seguinte. A outros, 10, 15 ou 20 anos depois. Logo, tem gente que tomará remédio por tempo prolongado sem precisar.
4) Avaliação das principais pesquisas feitas no mundo sobre hipotiroidismo subclínico concluiu recentemente que não há evidências científicas suficientes para recomendar o seu tratamento de rotina.
5) O tratamento pode causar hipertiroidismo. E hipertiroidismo provoca fibrilação atrial (batimentos anormais do ritmo cardíaco), o que ocasiona infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, além de levar à osteoporose.
“É quase impossível manter os hormônios tiroidianos em níveis adequados no sangue quando o TSH está em 4, 5 ou 6”, alerta Romaldini. “Por isso, em pacientes com 4 a 8 de TSH, é preferível acompanhar em vez de tratar, a menos que ele tenha fator de risco associado, como aumento do colesterol total e da fração LDL (o ‘mau’ colesterol), angina, doença do pânico ou depressão que não melhora com antidepressivos, diminuição de memória e de concentração.”
A propósito, muitíssima atenção: “A grávida hipotiroidea, mesmo subclínica, precisa ser sempre tratada”, avisa Vieira. A tiroide do feto só começa a funcionar entre a 12ª a 15ª semana de gestação, fase em que depende exclusivamente dos hormônios tiroidianos passados pela mãe. Aí, o hipotiroidismo materno pode afetar o cérebro do bebê, comprometendo o seu desenvolvimento neuropsicomotor.

PARTICIPE DA DECISÃO

Provavelmente a esta altura, você deve estar se perguntando: afinal, quem está sujeito a ter hipotiroidismo?
Certamente têm mais risco as pessoas com história familiar de doença tiroidiana, quem tem mais de 60 anos e as mulheres. “Se sentir cansaço, desânimo ou depressão que não consegue explicar direito, consulte o seu médico”, orienta Romaldini. “Pode ser que não seja stress ou excesso de trabalho, mas hipotiroidismo.”
Se porventura o TSH der pouco alterado, lembre-se de que cada caso é rigorosamente um caso. Participe da decisão de iniciar ou não a medicação de imediato. O tratamento é para a vida toda.
“Tem muita gente sendo rotulada de hipotiroidea desnecessária e equivocadamente”, adverte Vieira. “Está havendo excesso de diagnóstico e de tratamento. Por trás, está a pressão dos laboratórios farmacêuticos para vender mais hormônio tiroidiano sintético.”
Cuidado, portanto. Qualquer opção exige acompanhamento periódico, pois a tiróide muda. O hipotirodismo, além de doença do momento, é um dos negócios da hora.
********
PS1 do Viomundo:  A informação  de que hipotiroidismo não causa obesidade consta do livro Saúde — A Hora é agora, do qual, eu Conceição Lemes, sou coautora. O professor Milton de Arruda Martins, titular de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP, e o doutor Mario Ferreira Júnior, responsável pelo Centro de Promoção da Saúde do Hospital das Clínicas de São Paulo,  são os outros coautores. Entrevistei  70 profissionais de saúde entrevistados, principalmente do HC-FMUSP, para fazer este livro.
PS2 do Viomundo: O doutor Gilberto Vieira, da Unifesp, é corinthiano. Roxo.
PS3 do Viomundo: Infelizmente,  médicos  desatualizados contribuem para a disseminação da ideia errada  de que o hipotiroidismo causa obesidade. Os dois médicos entrevistados — os doutores Gilberto Vieira e João Hamilton Romaldini são  referência nacional na área. E tudo o que eles disseram sobre hipotirodismo é conhecimento baseado nas mais recentes evidências científicas.
PS4 do Viomundo: Os médicos entrevistados não disseram que Ronaldo mentiu sobre o diagnóstico nem que ele não tem hipotiroidismo. Apenas que, do ponto científico/médico, as declarações dele sobre hipotiroidismo-obesidade e remédio para hipotiroidismo-doping estão equivocadas.
PS5 do Viomundo: A título de hipótese, o caso de Ronaldo seria hipotiroidismo subclínico, leve. Se ele tivesse TSH acima de 10, estaria obrigatoriamente se tratando, para baixar esses níveis a títulos normais. Do contrário, não aguentaria jogar.  E se jogasse, correria o risco de infarto. Nenhum médico permitiria isso.
Meu twitter: @conceicao_lemes, siga à vontade.
 
 

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Hipotireoidismo e obesidade: qual o tamanho da culpa da tireoide no excesso de peso?

Este é um dos conceitos mais equivocados não só na Endocrinologia como na Medicina: hipotireoidismo causa obesidade. Não é bem assim!
O hipotireoidismo é uma condição caracterizada pela diminuição da produção de hormônios pela tireoide. Os hormônios tireoidianos (T4 e T3) regulam diversas funções metabólicas do organismo, entre elas o manejo de substâncias chamadas glicosaminoglicanos. Quando ocorre deficiência dos hormônios tireoidianos, os glicosaminoglicanos se acumulam nos diferentes tecidos do corpo. Junto com esse acúmulo, ocorre retenção de água. Este é o ponto! Na realidade, a grande responsável pelo ganho de peso no hipotireoidismo é a água.

Hipotireoidismo e obesidade: qual a real associação?
Diversos estudos mostram que o ganho de peso associado ao hipotireoidismo é discreto. A maioria das pessoas com hipotireoidismo aumenta seu peso em no máximo 10%, ou seja, cerca de 5 quilos.
Outra informação importante é que mesmo indivíduos com hipotireoidismo grave, ou seja, com valores muito baixos de hormônios tireoidianos, quando são devidamente tratados e acompanhados por período de 1 ano, perdem cerca de 4 quilos. A avaliação da composição corporal destes pacientes mostra que a diminuição do peso realmente ocorre por perda de água e não de gordura.
Além disso, pessoas com obesidade, geralmente estão mais de 15 quilos acima do peso. Ou seja, mesmo que se identifique hipotireoidismo nestes pacientes, o tratamento da disfunção tireoidiana unicamente não vai resolver o problema do excesso do peso.
Em resumo, quando se refere a excesso de peso, a tireoide é na maioria das vezes inocente. E os verdadeiros culpados não podem passar despercebidos. A alimentação inapropriada e o sedentarismo devem ser identificados e combatidos. O sucesso do tratamento depende disso.

Dr. Mateus Dornelles Severo
Médico Endocrinologista
CREMERS 30.576
mateusdsevero@gmail.com


http://www.drmateusendocrino.com/tireoide/37-hipotireoidismo-e-obesidade-qual-o-tamanho-da-culpa-da-tireoide-no-excesso-de-peso.html

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Especialistas alertam: Hipotiroidismo não causa obesidade nem remédio para a doença dá doping

publicado em 14 de fevereiro de 2011 às 21:13
por Conceição Lemes
Hoje, ao anunciar a sua aposentadoria, Ronaldo, do Corinthians, responsabilizou o hipotiroidismo para o ganho acentuado de peso nos últimos anos:
– Há quatro anos, no Milan, eu descobri que sofria de um distúrbio que se chama hipotiroidismo. É um distúrbio que desacelera o seu metabolismo, e que para controlar esse distúrbio eu teria que tomar alguns hormônios que não são permitidos no futebol porque seria doping. Muitos aqui agora talvez estejam arrependidos de terem feito chacota do meu peso, mas eu não guardo mágoa de ninguém.
Coloque a mão sob a ponta do queixo. Deslize os dedos até a parte inferior do pescoço. Aí fica a tiroide, glândula produtora dos vitais hormônios tiroidianos. O hipotiroidismo significa que eles estão sendo fabricados abaixo do nível considerado normal.
“Estranho o Ronaldo dizer que não tratou o hipotiroidismo, porque seria doping”, afirma o endocrinologista Gilberto Vieira, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “O tratamento é com levotiroxina, o hormônio tiroidiano sintético. O paciente toma o suficiente para atingir níveis normais no sangue. Nunca ouvi falar em doping por esse remédio.”
“O remédio não dá doping de jeito nenhum”, avisa o endocrinologista João Hamilton Romaldini, professor da Faculdade de Ciências Médicas da PUC de Campinas. “A levotiroxina não é detectada na urina nem produz qualquer efeito colateral se for bem quantificada.”
“O Ronaldo usou uma má justificativa para o excesso de peso”, alerta Romaldini. “O hipotiroidismo é sonho dourado de diagnóstico de dez em cada dez gordinhos. No entanto, não causa obesidade.”
Devido à hipofunção tiroidiana, substâncias chamadas glicosaminoglicanos se acumulam nos tecidos, retendo líquido. A pessoa incha. Ao mesmo tempo, diminui a filtração dos rins. O resultado é 3 a 6 quilos a mais na doença avançada, embora nem 40% dos hipotiroideos tenham aumento de peso importante. Não há ganho de gordura. Em três meses de tratamento, o peso volta ao normal.
“Além disso, boa parte dos casos de hipotiroidismo é subclínico, ou seja, os sintomas são muito discretos”, acrescenta Vieira. “Logo, não precisaria tomar remédio prontamente, mas ser bem acompanhada. O tratamento em geral é para toda a vida, mas com a dosagem certa o metabolismo volta ao normal.”
“Ronaldo prestou um desserviço aos obesos e aos hipotiroideos”, lamenta Romaldini. “Aos obesos, ao levá-los a acreditar equivocadamente que hipotiroidismo causa obesidade. Aos hipotiroideos, que o remédio daria doping. Por causa dele, talvez alguns parem o tratamento. Pelo amor de Deus, não façam isso, sem conversar com o seu médico. O Ronaldo não sabe o que disse.”
DONA TIROIDE, PEQUENA PODEROSA
E já que o Ronaldo levantou a bola,vamos aproveitar para falar da tiroide e do hipotiroidismo. Afinal, quem não faz, toma, concordam?
Com formato de borboleta e pesando cerca de 20 gramas, a tiroide é uma das nossas principais glândulas. Ela fabrica os poderosos hormônios tiroidianos — substâncias que, via sangue, agem no corpo inteiro, no desenvolvimento e manutenção de todos os órgãos e funções. Por exemplo, ajudam o corpo a usar energia e reter calor; fazem cérebro, coração, músculos e outros órgãos trabalhar devidamente.
“A tiroide trabalha em conjunto com a hipófise (glândula situada no cérebro), num processo de feedback”, ensina Vieira.
Simplificadamente, funciona do seguinte modo: a hipófise fabrica o hormônio TSH (hormônio estimulante da tiroide), que é lançado na corrente sanguínea, de onde vai diretamente para a tiroide, levando-a a produzir hormônios tiroidianos; esses, por sua vez, agem em seguida na hipófise, controlando a quantidade de secreção de TSH, que, de novo, estimula a tiróide a fabricar seus hormônios.
E, assim, continuadamente. Se, por qualquer razão, os hormônios tiroidianos caem ou sobem um pouquinho na circulação, o organismo se defende. No ato, a hipófise  aumenta ou diminui a produção de TSH. Por isso, sempre que se quer saber como está funcionando a tiroide, tem que se “consultar” primeiro a hipófise, local mais sensível à ação dos hormônios tiroidianos. A dosagem do TSH no sangue fornece a informação.
“É como se a hipófise fosse o motorista; a tiroide, o motor do carro; os hormônios tiroidianos, a velocidade; e o TSH, o acelerador”, compara Vieira.
No hipotiroidismo, especificamente, a velocidade se reduz. O motorista pisa, então, no acelerador na tentativa de fazer com que o carro ande mais e atinja a velocidade de cruzeiro. A princípio, ele consegue, ainda que à custa de esforço maior do motor.
“Nessa fase, apenas o TSH sobe; a tiroide mantém a produção praticamente normal e a pessoa não sente nada”, explica Vieira. Mas, com a evolução da doença, não há acelerador que dê jeito. A atividade da tiroide cai, o nível dos hormônios tiroidianos baixa muito no sangue e o metabolismo do organismo todo diminui. É o hipotiroidismo.
TIROIDITE, CAUSA FREQUENTE
Má-formação da glândula, radioterapia ou cirurgia no pescoço e uso de certos medicamentos, como amiodarona (para angina e arritmia cardíaca), lítio (antipsicótico), fenilbutazona (antiinflamatório) e sertalina (antidepressivo), podem ser a causa.
Mas, em 90% dos casos, é a tiroidite de Hashimoto, doença auto-imune que acomete mais o sexo feminino — principalmente após os 40 anos:  o sistema imunológico não reconhece a tiroide como parte do corpo e a ataca, inflamando-a ou destruindo-a progressivamente.
“A tiroidite resulta da interação entre predisposição genética e fatores ambientais”, informa Romaldini.
Ou seja, é preciso nascer com o gene responsável pela tiroidite e se expor aos fatores desencadeantes, que a ciência tenta desvendar. Provavelmente fatores hormonais influenciam, já que, com freqüência, ela começa na gravidez, após o parto ou na menopausa. Iodo demais também torna a tiroide suscetível a doença auto-imune nas pessoas predispostas.
Existente principalmente em peixes e frutos de mar, o iodo é a matéria-prima básica para a tiróide fabricar hormônios. Na carência do nutriente, ela não trabalha direito. Em situação extrema, o adulto tem bócio e a criança, deficiência mental. Não é à toa que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda universalmente adicioná-lo ao sal de cozinha, pois o iodo é raro na natureza. A dose indicada é 20 a 60 miligramas de iodo por quilo de sal.
No Brasil, de 1998 a 2003, se colocaram de 40 a 100 mg/kg. Trabalho realizado na época com 2.160 crianças de várias regiões constatou, por meio de exame na urina, que 69% estavam ingerindo acima de 300 microgramas de iodo/dia, quando o recomendado pela OMS é de 100 a 300 microgramas/dia. Foi um sinal vermelho, mas hoje já está no verde. Nenhuma criança tinha alteração da função da tiróide.
TUDO EM MARCHA LENTA
Independentemente da causa, a redução dos hormônios tiroidianos no sangue leva aos poucos o organismo inteiro a “andar” em marcha lenta.
Eis o que pode provocar na pessoa afetada:
* Cansaço, desânimo, com fraqueza.
* Lerdeza para reagir às situações do cotidiano.
* Raciocínio moroso, concentração difícil e memória ruim.
* Sonolência durante o dia.
* Dores nas juntas.
* Sensação de frio quando as outras pessoas sentem calor.
* Pálpebras e rosto inchados ao amanhecer.
* Cabelos ressecados, quebradiços, que caem mais do que o habitual.
* Unhas quebradiças.
* Pele muito ressecada e grossa.
* Prisão de ventre.
* Irritação.
* Pele amarelada ou alaranjada.
* Alteração na menstruação, principalmente com aumento do
sangramento.
* Surgimento ou agravamento da depressão.
* Aumento da taxa de colesterol.
* Diminuição do apetite.
* Ganho de peso (por retenção hídrica e não por aumento de gordura) ou dificuldade de perdê-lo.
* Voz rouca.
* Aumento do tamanho da língua.
CLÁSSICO OU SUBCLÍNICO?
“Hoje, raramente atendemos hipotiroideo com tudo isso junto”, salienta Romaldini. É o hipotiroidismo clássico, ou manifesto. Usualmente, o diagnóstico é feito numa fase mais precoce, e o paciente apresenta apenas alguns dos sintomas acima, que, aliás, são comuns a diversas condições, como anemia, depressão, stress e menopausa.
Já o hipotiroidismo subclínico é, em geral, um achado laboratorial. As sociedades de ginecologia e endocrinologia preconizam o TSH para mulheres após os 40 anos, os médicos solicitam-no e o resultado dá entre 4,5 a 10 miliunidades/litro. Ou a pessoa refere cansaço que não consegue explicar direito, o médico pede o teste e o resultado vem também nesse intervalo.
O TSH, vale relembrar, é o exame para saber como a tiroide está funcionando. O normal é ter de 0,3 a 4,5 miliunidades de TSH por litro de sangue. Acima de 10, considera-se hipotiroidismo. De 4,5 a 10 miliunidades é a faixa do hipotiroidismo subclínico.
Justamente a que, neste momento, intriga médicos aqui e no exterior, que se  perguntam: será essa ligeira elevação já a doença? Será que ela piora a qualidade de vida? Será que esse cansaço vago decorre de stress ou já é um sintoma da disfunção mínima da tiroide? Pesquisas em andamento vão dar resposta a essas questões nos  próximos anos.
TSH, EXAME-CHAVE
O diagnóstico de hipotiroidismo é feito através de dosagens hormonais. Na maioria das vezes basta o TSH. Para facilitar a vida, pode-se dosar no mesmo dia o T4 livre.
Mas o TSH é o exame-chave. Seu nível aumenta ou diminui 100 vezes a cada mínima mudança do hormônio T4, portanto é o primeiro a detectar qualquer alteração de função da tiróide.
“Nos resultados normais, pode-se parar por aí”, assegura Vieira. Nos alterados, devem ser feitos mais dois testes:
1) T4 livre, particularmente útil no diagnóstico do hipotiroidismo subclínico. O T4 livre normal combinado a TSH pouco elevado indica disfunção mínima da tiroide.
2) Anticorpos antitiroide, para identificar a causa.
Resultado positivo é forte indício de tiroidite de Hashimoto, o que significa sete vezes mais risco de o hipotiroidismo progredir. Logo, esse exame pesa bastante na decisão de tratar.
ACIMA DE 10, MEDICAR
É consenso entre os especialistas: pessoas com TSH acima de 10 devem ser tratadas. Objetivo: aliviar e/ou evitar sintomas do hipotiroidismo, e principalmente prevenir suas consequências cardiovasculares e psiquiátricas.
“O hipotiroidismo está associado a aumento de colesterol, favorecendo aterosclerose e infarto do miocárdio”, justifica Romaldini. “Também pode alterar o humor, contribuindo para a depressão.”
A terapia consiste em tomar diariamente, e para o restante da vida, comprimidos de levotiroxina (há várias marcas comercializadas no Brasil). É hormônio T4 sintético. Não cura o hipotiroidismo, apenas substitui o que a tiróide doente não está produzindo em quantidade suficiente. A melhora dos sintomas é lenta, podendo levar meses se eles forem intensos.
OBSERVAR VERSUS TRATAR
Já o tratamento do hipotiroidismo subclínico é controverso. Alguns médicos tratam toda pessoa com 4,5 de TSH. Já a conduta do Ambulatório de Tiroide da Unifesp é não tratar paciente com TSH entre 4,5 e10, salvo se tiver queixa importante ou fator de risco associado. E, a cada seis meses, o paciente passa por nova avaliação. Se alterar o TSH ou o quadro clínico, inicia-se o tratamento.
Ou seja, deve-se acompanhar e agir na hora certa em cada caso. “O motivo não é econômico”, frisa Gilberto Vieira. “É para evitar a medicalização desnecessária.”
Na verdade, são várias as razões contra o tratamento indiscriminado de pessoas com TSH pouco elevado:
1) O tratamento precoce não previne a destruição da tiróide, pois não age na causa. A doença propriamente dita continua evoluindo. É uma terapia substitutiva, tal como a insulina para diabéticos.
2) Parte dos pacientes tem elevação circunstancial do nível de TSH, normalizando naturalmente depois.
3) A doença tem evolução lenta. Dos pacientes com hipotiroidismo subclínico, 2% a 5% por ano progredirão para o hipotiroidismo manifesto. A alguns isso acontecerá no ano seguinte. A outros, 10, 15 ou 20 anos depois. Logo, tem gente que tomará remédio por tempo prolongado sem precisar.
4) Avaliação das principais pesquisas feitas no mundo sobre hipotiroidismo subclínico concluiu recentemente que não há evidências científicas suficientes para recomendar o seu tratamento de rotina.
5) O tratamento pode causar hipertiroidismo. E hipertiroidismo provoca fibrilação atrial (batimentos anormais do ritmo cardíaco), o que ocasiona infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, além de levar à osteoporose.
“É quase impossível manter os hormônios tiroidianos em níveis adequados no sangue quando o TSH está em 4, 5 ou 6”, alerta Romaldini. “Por isso, em pacientes com 4 a 8 de TSH, é preferível acompanhar em vez de tratar, a menos que ele tenha fator de risco associado, como aumento do colesterol total e da fração LDL (o ‘mau’ colesterol), angina, doença do pânico ou depressão que não melhora com antidepressivos, diminuição de memória e de concentração.”
A propósito, muitíssima atenção: “A grávida hipotiroidea, mesmo subclínica, precisa ser sempre tratada”, avisa Vieira. A tiroide do feto só começa a funcionar entre a 12ª a 15ª semana de gestação, fase em que depende exclusivamente dos hormônios tiroidianos passados pela mãe. Aí, o hipotiroidismo materno pode afetar o cérebro do bebê, comprometendo o seu desenvolvimento neuropsicomotor.
PARTICIPE DA DECISÃO
Provavelmente a esta altura, você deve estar se perguntando: afinal, quem está sujeito a ter hipotiroidismo?
Certamente têm mais risco as pessoas com história familiar de doença tiroidiana, quem tem mais de 60 anos e as mulheres. “Se sentir cansaço, desânimo ou depressão que não consegue explicar direito, consulte o seu médico”, orienta Romaldini. “Pode ser que não seja stress ou excesso de trabalho, mas hipotiroidismo.”
Se porventura o TSH der pouco alterado, lembre-se de que cada caso é rigorosamente um caso. Participe da decisão de iniciar ou não a medicação de imediato. O tratamento é para a vida toda.
“Tem muita gente sendo rotulada de hipotiroidea desnecessária e equivocadamente”, adverte Vieira. “Está havendo excesso de diagnóstico e de tratamento. Por trás, está a pressão dos laboratórios farmacêuticos para vender mais hormônio tiroidiano sintético.”
Cuidado, portanto. Qualquer opção exige acompanhamento periódico, pois a tiróide muda. O hipotirodismo, além de doença do momento, é um dos negócios da hora.
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PS1 do Viomundo:  A informação  de que hipotiroidismo não causa obesidade consta do livro Saúde — A Hora é agora, do qual, eu Conceição Lemes, sou coautora. O professor Milton de Arruda Martins, titular de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP, e o doutor Mario Ferreira Júnior, responsável pelo Centro de Promoção da Saúde do Hospital das Clínicas de São Paulo,  são os outros coautores. Entrevistei  70 profissionais de saúde entrevistados, principalmente do HC-FMUSP, para fazer este livro.
PS2 do Viomundo: O doutor Gilberto Vieira, da Unifesp, é corinthiano. Roxo.
PS3 do Viomundo: Infelizmente,  médicos  desatualizados contribuem para a disseminação da ideia errada  de que o hipotiroidismo causa obesidade. Os dois médicos entrevistados — os doutores Gilberto Vieira e João Hamilton Romaldini são  referência nacional na área. E tudo o que eles disseram sobre hipotirodismo é conhecimento baseado nas mais recentes evidências científicas.
PS4 do Viomundo: Os médicos entrevistados não disseram que Ronaldo mentiu sobre o diagnóstico nem que ele não tem hipotiroidismo. Apenas que, do ponto científico/médico, as declarações dele sobre hipotiroidismo-obesidade e remédio para hipotiroidismo-doping estão equivocadas.
PS5 do Viomundo: A título de hipótese, o caso de Ronaldo seria hipotiroidismo subclínico, leve. Se ele tivesse TSH acima de 10, estaria obrigatoriamente se tratando, para baixar esses níveis a títulos normais. Do contrário, não aguentaria jogar.  E se jogasse, correria o risco de infarto. Nenhum médico permitiria isso.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

HIPOTIREOIDISMO


Olá meus amigos e amigas! Faz tempo que deixo nada por aqui... Muitas coisas aconteceram na minha vida particular... Mas na minha saúde , principalmente a tireiodiana está sob controle. Não engordei mais e nem fiquei mais inchada... Continuo tomando meu hormônio levotiroxina sódica genérico que é muito bom... As vezes compro o Syntroid 88mcg. Estou bem...logo logo voltarei a



‎2012 ♥
Desejo para o novo ano: fartas colheitas chegando em seus campos e belas flores surgindo em seus jardins, perfumando suas vidas no exalar das fragrâncias que não se compra em mercados: Paz, Amor e Prosperidade muita luz . "Existe uma luz que brilha além de todas as coisas na terra,
além dos mais altos, dos mais altíssimos céus.
É a luz que brilha em teu coração

Eu amo borboletas porque humildemente elas carregam o polém Para nos oferecer lindos buquês de flores.
Que você seja como uma borboleta nos oferecendo sempre a beleza, a alegria, o perfume e a humildade.

A alma é uma borboleta...
há um instante em que uma voz nos diz
que chegou o momento de uma grande metamorfose..."
Rubem Alves

CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE O HIPOTIREOIDISMO

Maio é o mês mundial de conscientização sobre o hipotireoidismo. Dados epidemiológicos estimam que nos Estados Unidos cerca de 13 milhões de pessoas, de todas as idades, tenham problemas relacionados à tireoide. A situação não é muito diferente no Brasil, segundo o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) dados brasileiros mostram que cerca de 10% das mulheres acima de 40 anos e 20% das que têm mais de 60 manifestam algum problema dessa natureza.

E, quando o hipotireoidismo não é diagnosticado, ou quando não é tratado adequadamente, pode levar a sérias complicações. Vários órgãos são afetados e muitas doenças podem aparecer ou piorar, como:

• Insuficiência cardíaca.

• Dislipidemia.

• Coronariopatia.

• Hipertensão arterial.

• Anemias.

• Disfunções respiratórias.

• Retardo mental.

• Surdez e deficiência no crescimento em recém-nascidos com hipotireoidismo congênito.

• Desordens gastrintestinais, neurológicas, endócrinas, metabólicas e renais.

Há um ano, a sanofi-aventis realiza ações de conscientização sobre o hipotireoidismo por meio da campanha Mulher sem Falta. Entre as iniciativas estão o site Mulher Sem Falta (www.mulhersemfalta.com.br) e o twitter (@mulhersemfalta) e esteve presente na mídia impressa e on-line. Agora, com a chancela do Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a campanha vai realizar palestras em diversas cidades do País que visam chamar atenção do maior número de pessoas possível para as formas de prevenção, diagnóstico, sintomas e tratamentos do hipotireoidismo.

"Acredito que a semana vai servir para alertar a população sobre as disfunções da tireoide, que afetam muito a qualidade de vida dos pacientes, mas podem ser controladas, permitindo uma vida normal", informa a endocrinologista Laura Ward, professora da UNICAMP e presidente do Departamento de Tireoide da SBEM.

Seguem alguns mitos e verdades sobre a doença:

Hipotireoidismo engorda.

MITO: Embora o ganho de peso seja uma das manifestações clínicas do hipotireoidismo, existem muitos pacientes portadores da disfunção da tireoide que não apresentam esta queixa.

Hipotireoidismo causa depressão.

VERDADE: Metade dos pacientes com hipotireoidismo apresentam sintomas depressivos e até mesmo depressão e um terço dos pacientes com depressão têm hipotireoidismo. Os hormônios tireoidianos agem nos sistemas noradrenérgico e serotoninérgico que são importantes para o humor, assim como em várias áreas do cérebro, sendo importante para memória, raciocínio, libido, sono-vigília entre outros. Portanto pacientes com hipotireoidismo devem ser avaliados quanto à alteração de humor e pacientes com depressão devem ter a função tireoidiana avaliada.

Hipotireoidismo faz perder cabelos.

VERDADE: Tanto o hipotireoidismo quanto o hipertireoidismo podem ser causas de queda de cabelo. Estas alterações da tireoide podem ser diagnosticadas através de exames laboratoriais. O tratamento correto das doenças da tireoide pode corrigir a perda capilar.

Hipotireoidismo atrasa o metabolismo.

VERDADE: Pessoas com hipotireoidismo sofrem a redução da sua atividade metabólica. Sendo assim, o organismo gasta menos energia, além de reter mais sal e água, provocando o inchaço.

O hipotireoidismo não afeta a qualidade de vida.

MITO: Se não tratado ou tratado de forma inadequada o hipotireoidismo vai alterar de forma importante a qualidade de vida, pois causa infertilidade, cansaço, sonolência, alterações humor e memória e ganho de peso o que com certeza prejudica o desempenho no trabalho, no lazer e atividade intelectual.

Todo nódulo de tireoide é câncer.

MITO: O principal sinal do câncer de tireoide é um caroço (nódulo) na tireoide, porém em boa parte dos casos, esse tumor não apresenta qualquer sintoma. É comum o médico descobrir o nódulo durante um exame físico de rotina. O diagnóstico do câncer de tireoide é feito com uma biópsia do nódulo de tireoide ou após sua remoção por cirurgia.

Estima-se que 60% da população brasileira tenham nódulos na tireoide em algum momento da vida, sendo que a maioria dos nódulos é benigna.

Hipotireoidismo só dá em mulher.

MITO: O hipotireoidismo atinge pessoas de ambos os sexos e de todas as idades. Porém, certos grupos são mais vulneráveis:

* Mulheres, especialmente acima dos 40 anos.

* Pacientes em radioterapia de cabeça e pescoço.

* Pessoas que já tiveram problemas de tireoide.

* Usuários de lítio ou amiodarona.

* Homens acima dos 65 anos.

* Pessoas com histórico familiar de doença autoimune.

Hipotireoidismo causa impotência sexual.

VERDADE: A doença pode causar diminuição da libido, impotência e diminuição na quantidade de espermatozoides.

Só idosos desenvolvem hipotireoidismo.

MITO: Apesar de ser mais comum em pessoas acima de 40 anos, o hipotireoidismo pode ocorrer em todas as fases da vida. Crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos de todas as raças e gêneros podem ter a doença.

Eu posso controlar o hipotireoidismo com alimentação.

MITO: Pacientes com hipotireoidismo podem se beneficiar de uma dieta mais específica para a redução de sintomas comuns à doença como inchaço, fadiga, enfraquecimento de unhas e cabelos, ao mesmo tempo em que ajuda na redução ou manutenção do peso. Porém nenhum alimento é capaz de substituir o tratamento clínico da doença.

Alimentação ajuda na redução dos sintomas do hipotireoidismo.

VERDADE: Existem alimentos e nutrientes que podem contribuir para uma melhor qualidade de vida para os pacientes de hipotireoidismo e também alguns que devem ser evitados. O consumo excessivo de sal, por exemplo, pode ser nocivo porque o sal de cozinha é iodado por força de lei com o intuito de prevenir o déficit de iodo. Uma dieta saudável para pacientes com hipotireoidismo inclui grãos integrais, alimentos naturais, castanhas, abundância de frutas e vegetais e uma boa oferta de proteínas magras. Importante lembrar que, no hipotireoidismo, a boa alimentação deve ser sempre associada ao tratamento clínico.

Todo mundo que tem hipotireoidismo, tem um "papo" no pescoço.

MITO: Existem algumas formas (causas) de hipotireoidismo e nem todas apresentam o bócio ("papo"). Além disso, em geral, os outros sintomas da doença normalmente levam o paciente a procurar ajuda médica antes que a doença progrida até este ponto.

Mulheres com hipotireoidismo não podem engravidar.

MITO: Doenças da tireoide não tratadas podem levar a problemas de fertilidade em ambos os sexos. As pacientes que apresentam deficiência grave da tireoide, de duração prolongada, têm menor chance de engravidar ou, quando concebem, de manter a gravidez. Estudos mostram que 2,3% das mulheres com mais de um ano de infertilidade têm hipotireoidismo. Já 69% das pacientes têm disfunção ovulatória. Mas observa-se que 64% engravidam após receberem o controle adequado¹. Caso a mulher já tenha sido diagnosticada com hipotireoidismo e venha controlando a doença, as chances de engravidar e ter uma gestação saudável são iguais as de uma mulher que não tenha a doença.

Hipotireoidismo causa retardo mental

VERDADE: O hormônio da tireoide é fundamental para o desenvolvimento do cérebro do bebê. As crianças que nascem com hipotireoidismo congênito (sem função tireoidiana ao nascer) podem ter sérias sequelas cognitivas, neurológicas e de desenvolvimento, caso o problema não seja identificado e controlado precocemente.

O hipotireoidismo pode ser detectado pelo Teste do Pezinho

VERDADE: Retira-se uma gota de sangue do pé do bebê no terceiro dia de vida. O exame ajuda a verificar se a tireoide do bebê está funcionando bem, além de atestar a ocorrência de outras doenças. Se o hipotireoidismo congênito for controlado de forma adequada e precocemente, a criança leva uma vida normal (com Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - SBEM).


Gostei dessa reportagem e estou postando!
Para visualizar melhor clic em cima da reportagem para conseguir ler!
bjs

 

 

 

 

 

 http://tireoide1.blogspot.com.br/


terça-feira, 11 de junho de 2013

Tireoide na gestação: 6 coisas que você deve saber

Saiba por que é fundamental controlar a tireoide durante a gravidez e após o parto

Ana Paula Pontes e arquivo Crescer

 Shutterstock
De todos os exames do pré-natal que você já sabe que deve fazer, os que avaliam a função da tireoide também é um dos mais importantes, e deveriam ser feitos com mais frequência que o costume. Isso porque, durante a gestação, até mulheres que nunca tiveram qualquer problema podem sofrer alterações nos níveis dos hormônios da tireoide, fundamental para regular o organismo e o crescimento e desenvolvimento do bebê no útero.

Um estudo recente, realizado pela George Washington University School of Medicine and Health Sciences, nos Estados Unidos, revelou que até mínimas oscilações dessa glândula podem levar ao aborto e parto prematuro. “Apesar de não ser um consenso na obstetrícia, o exame para controle da tireoide deveria ser feito, a princípio, a cada quatro ou seis semanas”, diz Alex Carvalho Leite, endocrinologista do Hospital e Maternidade São Luiz (SP).

Abaixo, especialistas falam mais sobre a importância de manter os níveis desses hormônios sempre regulados:


Por que a gravidez afeta o funcionamento da tireoide?
A imunidade do corpo da mulher fica alterada pela presença do bebê, um hóspede estranho. Toda grávida tem a tireoide afetada, mas a maioria das vezes essa alteração fica dentro da normalidade. Quando o funcionamento fica mais lento, felizmente ocorre o hipotireoidismo, que atinge cerca de 5% das gestantes.

Por que felizmente?
Porque é mais fácil de tratar do que o hipertireoidismo, que acontece quando o metabolismo fica mais rápido, acelerando os batimentos cardíacos da mãe e do feto. Essa condição afeta mais ou menos 2% das grávidas. E, em 80% dos casos não tratados, ocorre parto prematuro ou aborto. Grávidas com histórico familiar têm mais chances de ter o problema.

Quais os sintomas do hipertireoidismo?
Emagrecimento, taquicardia, suor e uma inquietação exagerada que leva a tremores durante o dia e à insônia à noite.

Existem exames para detectar o problema na gestação?
Sim, são dois exames de sangue. Mas os obstetras não costumam pedir por desconhecer a importância da tiróide na gestação. O hipertireoidismo deve ser detectado ainda no primeiro trimestre para que não ocorra danos no desenvolvimento cerebral do feto. 

Há riscos em tomar medicação para tratar o hipertireoidismo e o hipotireoidismo?
Tanto para mulheres que já tinham o problema mesmo antes da gravidez quanto para aquelas que desenvolveram na gestação é preciso tratamento para evitar complicações. No caso do hipotireoidismo, como a medicação é a reposição do hormônio que o organismo deixa de produzir não traz riscos para o bebê. Já, no caso do hipertireoidismo, é o seu obstetra quem deve avaliar o risco-benefício do remédio. No entanto, o maior risco é não tratar o problema.

Se a alteração do hormônio da tireoide surgiu na gestação, ela volta ao normal após o parto?
Não. Para todas as mulheres, tanto as que já sofrem do problema quanto as que apenas desenvolveram na gestação, e até quem não tem nenhuma alteração, é preciso fazer um controle nos próximos 12 meses após o parto. Isso porque o problema pode piorar depois do parto ou mesmo surgir em quem passou a gravidez com os níveis normais. 
Fonte: Lino Sieiro Netto, doutor em endocrinologia
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