Repercute no meio educacional as denúncias de que servidores da
Universidade Regional do Cariri (URCA) estariam sofrendo assédio moral e
perseguição.
A informação foi divulgada durante seminário realizado na própria
instituição na última semana, e contou com a presença da professora de
Direito Constitucional, Salete Maria, o assessor Jurídico da Urca,
Emicles Barreto e o advogado Raimundo Soares Filho.
“Me envergonhava de ir a uma psicóloga e voltar a um lugar onde cada
vez que mais me qualifico e menos me respeitam”, confessa Salete Maria.
Segundo ela, foram cinco anos de tratamentos médicos psicológicos para
que identificasse e assumisse que o problema se encontrava nas opressões
vividas dentro da URCA. No dia, ela apresentou pedido de exoneração.
São comuns os casos de perseguição dentro da Universidade Regional do
Cariri. Seis casos de mulheres doutoras ou doutorandas consultaram o
advogado Raimundo Soares Filho, sendo que três ações foram ajuizadas e
inclusive em uma delas a URCA foi condenada a indenizar uma servidora em
mais de R$ 300 mil reais.
Atualmente tramita na Justiça três casos movidos por mulheres, e afirma
que sao casos de assédio moral visando “desestruturar a pessoa humana e
desestruturar o profissional”. Soares ainda afirmou que o Direito não
pode ser usado para legitimar essas práticas hediondas. O assédio moral
deve ser criminalizado.
“Nesse sistema de dominação muitas vezes hierárquico e machista, são os
gestos, as palavras e os atos em microações cotidianas que sufocam de
pouco em pouco o assediado e precarizam o trabalho do profissional. O
assediador é teu colega, ele te conhece! E mesmo quando as ações são
explícitas, as outras pessoas culpam você pelo caso”, desabafa Salete.
Segundo o assessor Jurídico da Universidade Jorge Emicles, o problema
de assédio moral não é um problema só da URCA, mas do Estado como
governo. Diante de várias críticas com documentos e pedidos de
esclarecimento durante o debate.
Ele citou o caso da professora Cristina Dunaeva: que teve o pedido de
redução de carga horária para finalizar o doutorado negado, foi acusada
de falsidade ideológica e notificada, enquanto estava de licença, que
seria demitida sem saber por quê.
A instituição não apresentou os devidos esclarecimentos, documentos e
provas das acusações.
“Tomamos a providência inscrita na lei diante dos casos", afirma o
assessor da Urca. Mas confirma que se os pedidos de revisão forem
feitos, ele mesmo será o responsável pela releitura.
*Com sites Miséria e Blog Alteneira.
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