OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

Os textos a seguir são dirigidos principalmente ao público em geral e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes de cada assunto abordado. Eles não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores às informações aqui encontradas.

Mens sana in corpore sano ("uma mente sã num corpo são") é uma famosa citação latina, derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal.


No contexto, a frase é parte da resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida (tradução livre):

Deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são.
Peça uma alma corajosa que careça do temor da morte,
que ponha a longevidade em último lugar entre as bênçãos da natureza,
que suporte qualquer tipo de labores,
desconheça a ira, nada cobice e creia mais
nos labores selvagens de Hércules do que
nas satisfações, nos banquetes e camas de plumas de um rei oriental.
Revelarei aquilo que podes dar a ti próprio;
Certamente, o único caminho de uma vida tranquila passa pela virtude.
orandum est ut sit mens sana in corpore sano.
fortem posce animum mortis terrore carentem,
qui spatium uitae extremum inter munera ponat
naturae, qui ferre queat quoscumque labores,
nesciat irasci, cupiat nihil et potiores
Herculis aerumnas credat saeuosque labores
et uenere et cenis et pluma Sardanapalli.
monstro quod ipse tibi possis dare; semita certe
tranquillae per uirtutem patet unica uitae.
(10.356-64)

A conotação satírica da frase, no sentido de que seria bom ter também uma mente sã num corpo são, é uma interpretação mais recente daquilo que Juvenal pretendeu exprimir. A intenção original do autor foi lembrar àqueles dentre os cidadãos romanos que faziam orações tolas que tudo que se deveria pedir numa oração era saúde física e espiritual. Com o tempo, a frase passou a ter uma gama de sentidos. Pode ser entendida como uma afirmação de que somente um corpo são pode produzir ou sustentar uma mente sã. Seu uso mais generalizado expressa o conceito de um equilíbrio saudável no modo de vida de uma pessoa.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mens_sana_in_corpore_sano


sexta-feira, 17 de julho de 2015

Obesidade é principal justificativa por trás do bullying contra crianças

Roni Caryn Rabin
Do The New York Times

  • Anita Kunz/The New York Times
    Crianças sofrem discriminação na escola por causa do excesso de peso Crianças sofrem discriminação na escola por causa do excesso de peso

O "excesso de peso" é a principal justificativa por trás do bullying contra crianças e alguma coisa precisa ser feita a esse respeito.
Essa é a visão predominante entre milhares de adultos de quatro países que, quando questionados sobre porque as crianças sofrem bullying, responderam que a justificativa mais comum não era racial, nem religiosa, nem envolvia deficiências físicas ou a orientação sexual, mas o peso.
Quase três quartos dos entrevistados afirmaram que as escolas e as políticas antibullying precisam abordar essa questão, e muitos afirmaram considerar o problema "grave" ou "muito grave".

Ainda assim, a maior parte das leis antibullying não protegem crianças obesas, afirmou Rebecca Puhl, vice-diretora do Centro Rudd de Política Alimentar e Obesidade da Universidade de Connecticut, em Hartford, além de principal autora do artigo, o primeiro estudo internacional investigando o bullying relacionado ao peso, publicado na revista científica "Pediatric Obesity".

Não existem leis federais que garantam o tratamento igualitários para pessoas com sobrepeso ou obesas. "Na verdade, não é ilegal discriminar as pessoas com base em seu peso e isso dá a entender que o preconceito, o tratamento injusto ou o bullying com crianças acima do pesão são práticas toleráveis", afirmou Puhl, professora de desenvolvimento humano e estudos familiares na UConn.
À medida que os índices de obesidade aumentaram, afirmou, tornou-se comum atribuir aos indivíduos a responsabilidade pelo excesso de peso e pela mudança de comportamentos nocivos, "o que dá a entender que essas pessoas são de alguma maneira culpadas pelo próprio peso e, portanto, merecem o tratamento que recebem".



"Além disso, existe uma noção generalizada de que o estigma talvez não seja tão ruim assim e que as críticas servem de motivação para que as pessoas percam peso", afirmou Puhl. No entanto, a verdade é justamente o contrário: as pessoas que são criticadas em função do excesso de peso acabam se envolvendo em comportamentos pouco saudáveis, afirmou. Estudantes que são chamados de gordos durante a aula de educação física, por exemplo, acabam matando as aulas para evitar as críticas.
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Conheça alimentos que parecem saudáveis para crianças, mas não são8 fotos

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Mesmo os pais mais preocupados com a alimentação infantil podem cometer deslizes na hora de escolher alimentos para compor a dieta dos filhos. Veja a seguir itens que parecem inofensivos, mas não são as melhores escolhas | Por Catarina Arimatéia - Do UOL, em São Paulo | Consultoria: pediatra Rubens Feferbaum, professor livre docente de nutrição infantil da USP e vice-presidente do Departamento de Nutrição da SPSP (Sociedade de Pediatria de São Paulo); nutricionista Cláudia Lobo, autora do livro "Comida de Criança - Ajude seu Filho a se Alimentar Bem Sempre" (MG Editores); Paula Castilho, nutricionista da Sabor Integral Consultoria em Nutrição; Adriana Pessôa, endocrinologista, membro da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia); Monica Venturineli, nutricionista clínica do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo; e Vivian Ragasso, nutricionista esportiva do Instituto Cohen de Ortopedia, Reabilitação e Medicina do Esporte Getty Images
Segundo o novo estudo, os pesquisadores entrevistaram 2.866 adultos nos Estados Unidos, Canadá, Islândia e Austrália. Os quatro países contam com índices similares de obesidade na infância e na idade adulta, além de atitudes culturais similares que incentivam a magreza e a atividade física, afirmou Puhl.

Ao menos 70% dos participantes de todos os países viam o bullying com crianças obesas como um problema comum, e 69% dos entrevistados acreditavam que o problema era "grave" ou "muito grave". Embora cerca de metade dos entrevistados acreditassem que "ser gordo" era a razão mais comum por trás das provocações, ao passo que menos de 21% dos adultos desses países afirmaram que questões de raça, etnia ou nacionalidade fossem as causas mais comuns do bullying. Menos de 15% dos entrevistados listaram a orientação sexual, menos de 12% listaram deficiências físicas, e menos de 6% listaram a religião ou o desempenho acadêmico.

Cerca de três quartos dos entrevistados de todos os países afirmaram que as escolas deveriam fazer esforços para conscientizar sobre o bullying contra crianças obesas, além de implementar políticas que protejam essas crianças. Além disso, os entrevistados também apoiaram o desenvolvimento de leis antibullying para combater esse ato contra crianças obesas.

Entretanto, os americanos não são tão favoráveis ao envolvimento do governo no problema: metade dos entrevistados afirmou que o governo deveria ter uma postura mais ativa e apenas 47% eram favoráveis a uma lei federal que proibisse o bullying relacionado ao peso.

A nova pesquisa não é a primeira a relatar os mesmos dados: um estudo feito em 2011 pela Associação Nacional de Educação revelou que 23% dos professores relatavam que o bullying relacionado ao peso era uma preocupação nas escolas, com percentuais mais baixos indicando a discriminação por gênero, deficiência física, ou orientação sexual presumida.

"O movimento do politicamente correto parece não se importar com o peso", afirmou Deborah Carr, diretora do departamento de sociologia da Universidade Rutgers, em New Brunswick, em Nova Jersey. "O estigma do peso é o mais grave entre pessoas de classe média alta com formação superior, justamente a população que mais aprecia corpos magros".


De fato, à medida que os índices de obesidade aumentaram nos últimos anos, a percepção de discriminação por peso e altura também se tornou mais comum, conforme mostram pesquisas.
Com cerca de um terço das crianças e jovens americanos com sobrepeso ou obesidade, autoridades de saúde pública temem a discriminação que podem sofrer ao chegar ao mercado de trabalho, durante os estudos ou em ambientes médicos, além do preconceito de colegas e até mesmo de familiares.
Jovens obesas recebem menos apoio financeiro universitário dos pais do que jovens que não são obesas, além disso, trabalhadores obesos recebem menos que trabalhadores não obesos, de acordo com um relatório dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) sobre o preconceito de peso feito por Reginald L. Washington, diretor médico do Hospital Infantil Rocky Mountain, em Denver.

O relatório do CDC revisou políticas atuais e revelou o enviesamento de médicos, educadores, familiares e colegas de pessoas obesas. Um estudo envolvendo mais de 400 médicos, por exemplo, revelou que mais de 30% dos entrevistados elencaram a obesidade como uma condição à qual reagiam negativamente, pouco atrás do vício em drogas, de doenças mentais e do alcoolismo. O CDC também citou uma pesquisa que revelava que as famílias frequentemente criticavam parentes obesos; quase metade das jovens com sobrepeso relataram provocações feitas por familiares.
Embora alguns especialistas em saúde reconheçam que a genética individual e diferenças no metabolismo levam algumas pessoas a engordar mais do que outras, a ideia mais disseminada é a de que qualquer pessoa é capaz de chegar ao peso desejado por meio de dietas e atividades físicas regulares.

Carr afirmou que os especialistas em saúde pública caminham sobre uma linha tênue "entre querer que as pessoas tenham corpos saudáveis e se sintam bem com sua forma física –e desejar que elas simplesmente controlem o peso".

 http://mulher.uol.com.br/gravidez-e-filhos/noticias/redacao/2015/07/16/obesidade-e-principal-justificativa-por-tras-do-bullying-contra-criancas.htm?cmpid=fb-uol

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