Acordar cedo já não é muito agradável
e quando é preciso estudar é pior ainda. A privação de sono tem efeitos
nocivos ao organismo e dentre outros problemas, pode resultar em baixa
performance escolar, aumento de peso, sintomas depressivos, declínio da
atividade física. Nos últimos anos, cientistas vem estudando o cérebro
de pessoas que acordam muito cedo para estudar e tem mostrado que um
sono de qualidade é fundamental para a aprendizagem, pois consolida
memórias e estimula a cognição. Mas o que podemos ver, é que as
escolas continuam ignorando estas descobertas ao praticar horários que
estão muito aquém da necessidade de sono dos alunos.
Fernando Louzada, neurocientista pós-graduado
pela Harvard, defende veemente a mudança do horário de estudo para
alunos do período da manhã. Segundo ele, o sono é importante não só para
a concretização do aprendizado. O sono e mais individualmente os sonhos
permitem a geração de novas ideias, a criatividade
e, consequentemente, a capacidade de resolução de problemas. Além
disso, estudos prévios mostram que dormir ajuda a formar memórias
declarativas, que é toda aquela que conseguimos declarar como nome,
datas, fatos, locais e também a memória procedural, ou seja, motora. Se
aprendemos a realizar uma tarefa motora de digitação, por exemplo,
quando dormimos, o sono melhora o seu desempenho.
Os
neurocientista fizeram um teste propondo um desafio de videogame para
voluntários e quando eles não conseguiam passar de certa fase, tiravam
um cochilo. Comparado com outro grupo que não dormia, as pessoas que
tiravam o cochilo dobravam a chance de sucesso em resolver a tarefa.
As instituições de ensino ignoram a lógica
A
lógica que define os horários das instituições é uma lógica que
desconsidera todo este conhecimento. A Academia Americana de Pediatria
sugere iniciar as aulas depois das 8h30.
Já é um grande avanço, mas o
que eu tenho proposto é um horário flexível. Ter um núcleo comum que
começa às 9h e vai até o 12h e um outro núcleo com horário flexível com
atividades como aula de língua, educação física, etc. Então se você
entrou às 7h você sai 12h e se você entra as 9h você sai as 14h. O adolescente precisa dormir nove horas em média e durante os dias letivos está dormindo sete e meia.
O
argumento daqueles que são contrários é que não adianta começar a aula
depois porque o adolescente vai começar a dormir mais tarde. Claro que
adianta, porque uma coisa é você precisar dormir às 22h, outra é meia
noite. Mostramos em uma pesquisa que independentemente do horário que o
jovem tem que acordar para ir para a escola, ele dorme no mesmo horário.
“A melhor escola é aquela perto de casa porque é aquela que oferece mais tempo de sono”, diz o neurocientista.
http://diariodebiologia.com/2015/10/neurocientista-diz-que-ninguem-deveria-estar-na-escola-as-7h-da-manha/
Nenhum comentário:
Postar um comentário