OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

Os textos a seguir são dirigidos principalmente ao público em geral e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes de cada assunto abordado. Eles não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores às informações aqui encontradas.

Mens sana in corpore sano ("uma mente sã num corpo são") é uma famosa citação latina, derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal.


No contexto, a frase é parte da resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida (tradução livre):

Deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são.
Peça uma alma corajosa que careça do temor da morte,
que ponha a longevidade em último lugar entre as bênçãos da natureza,
que suporte qualquer tipo de labores,
desconheça a ira, nada cobice e creia mais
nos labores selvagens de Hércules do que
nas satisfações, nos banquetes e camas de plumas de um rei oriental.
Revelarei aquilo que podes dar a ti próprio;
Certamente, o único caminho de uma vida tranquila passa pela virtude.
orandum est ut sit mens sana in corpore sano.
fortem posce animum mortis terrore carentem,
qui spatium uitae extremum inter munera ponat
naturae, qui ferre queat quoscumque labores,
nesciat irasci, cupiat nihil et potiores
Herculis aerumnas credat saeuosque labores
et uenere et cenis et pluma Sardanapalli.
monstro quod ipse tibi possis dare; semita certe
tranquillae per uirtutem patet unica uitae.
(10.356-64)

A conotação satírica da frase, no sentido de que seria bom ter também uma mente sã num corpo são, é uma interpretação mais recente daquilo que Juvenal pretendeu exprimir. A intenção original do autor foi lembrar àqueles dentre os cidadãos romanos que faziam orações tolas que tudo que se deveria pedir numa oração era saúde física e espiritual. Com o tempo, a frase passou a ter uma gama de sentidos. Pode ser entendida como uma afirmação de que somente um corpo são pode produzir ou sustentar uma mente sã. Seu uso mais generalizado expressa o conceito de um equilíbrio saudável no modo de vida de uma pessoa.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mens_sana_in_corpore_sano


sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O café de merda de Jacu

Jacu Bird Coffee - Café feito com fezes de pássaro é vendido a R$ 272 o quilo Produto desenvolvido a partir dos excrementos do jacu ganhou o selo de segundo mais exótico do mundo e será representante do Brasil nas Olimpíadas de 2014


Sandra Kiefer - Estado de Minas
21/02/2010
vendo CAFÉ JACU PURISSIMO - Águas da Prata - SP - BrasilVocê já ouviu falar no Kopi Luwak, o café mais exótico e caro do mundo, produzido a partir dos grãos comidos pelo civeta, um mamífero indonésio parecido com o gambá brasileiro? Maior produtor e exportador mundial de café, o Brasil escolheu o segundo café mais exótico do mundo para ser o seu representante nas Olimpíadas de 2014. O Jacu Bird Coffee é feito a partir dos grãos comidos e expelidos pelo pássaro de mesmo nome na Fazenda Camocim, no Espírito Santo. “Demos a nossa contribuição para ajudar a mostrar o país de boas qualidades, integrado com a natureza e que tem coisas bacanas e diferenciadas. Pelo menos café bom eles tomaram”, brinca o carioca Henrique Sloper, dono da fazenda.
“Nós levamos um ano e meio para dominar a técnica de fazer bebida boa a partir de cocô de passarinho”, comenta Sloper, detentor da patente do café. Segundo ele, foram interceptadas em Minas tentativas de produtores de copiar a técnica desenvolvida na Camocim, mas de forma errada, com os jacus presos em cativeiro. “Ficamos sabendo que alguns produtores estavam tentando prender o jacu e ensiná-lo a comer café. Mas não foi assim que aconteceu na nossa fazenda, onde o processo nasceu naturalmente”, diz.
Frutas
Com formação em marketing, Sloper garante que, apesar do jacu ser um pássaro natural da Mata Atlântica, encontrado principalmente no Espírito Santo e em Minas, é na Fazenda Camocim onde estão concentradas as condições geográficas ideais para a fabricação do café excêntrico. Segundo essa tese, a fazenda atrai os jacus por estar localizada no município capixaba de Domingos Martins, entre o Parque Pedra Azul, o Parque do Caparaó e o Pico da Bandeira. “Para não espantar o pássaro, desenvolvemos o sistema de agrofloresta, que garante um lugar silencioso, sem mecanização e com pouca gente trabalhando (cerca de 10 funcionários)”, afirma ele.
Ao todo, são cerca de 300 hectares de café e eucalipto, além de árvores frutíferas como amora e jabuticaba, que agradam os pássaros. Nesse espaço, são criados soltos cerca de 150 jacus que, por estar em extinção, não podem ser reproduzidos em cativeiro. Sloper conta que, há cerca de três anos, ao voltar de um passeio às ilhas da Indonésia, teve a ideia de transformar em solução o problema do excesso de jacus na fazenda, que exterminavam os pés de café. “Você já viu um bicho desse. Não se pode dizer que é um passarinho, é mais parecido com uma galinha gigante. É um cenário assustador ver mais de 100 jacus se apoderando dos pés de café. A gente fica espiando de longe e depois vai lá colher o café que eles ‘fizeram’. Você já ouviu o ditado de que fruta boa é a que passarinho bicou? O segredo é que eles escolhem os melhores grãos, que saem inteiros nas fezes, mas com menos acidez”, explica ele, que fabrica 12 sacas de 60 quilos ao ano.
Pelo jeito, quem quiser experimentar do café do jacu deve procurar diretamente os distribuidores da Camocim, em Belo Horizonte. Na Casa do Porto e no Supermercado Super Nosso Gourmet, ambos localizados na Avenida Nossa Senhora do Carmo, na Região Sul da capital, o quilo do Jacu Bird Coffee custa R$ 272, quase 30 vezes mais que o valor dos tradicionais. Para quem não estiver disposto a dar R$ 68 no pacotinho de 250 gramas do café, poderá provar da bebida na xícara, ao custo de R$ 8. “É difícil não gostar de um café que já traz toda uma história. Para mim, pareceu muito delicado na boca e com cheiro muito bom”, afirma Cristóbal Pérez, 20 anos, atendente da Casa do Porto. Ele acredita já ter mais de 100 clientes do Jacu Coffe, inclusive alguns que compram o produto de 15 em 15 dias. “Não posso revelar os nomes, porque é gente de alto poder aquisitivo”, completa.
Terroso
No Café Kahlua, o Jacu Bird Coffee consta no cardápio da casa, assim como o Kopi Luwak, mas nem sempre os dois podem ser encontrados pelos clientes. Só mesmo quando o dono da cafeteria, Ruimar de Oliveira, volta nos campeonatos internacionais de baristas que, este ano, serão realizados em abril na Califórnia (Estados Unidos), em julho na Inglaterra e em outubro no Japão. “O Kopi Luwak é a sensação do evento. No último dia, eles aparecem com pacotinhos de 250 gramas, distribuídos para cada delegação”, afirma o especialista que, entretanto, prefere o café do jacu. “O sabor do Kopi Luwak, que é um marsupial e se alimenta também de carne, é mais terroso, tem um cheiro muito forte. Já o do jacu é um normal, mais frutado”, conclui. A xicrinha do primeiro, porém, custa R$ 25 e o do segundo, três vezes menos, R$ 8.
http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=31146 

Os mais Caros e Inusitados Cafés do Mundo


Parece estranho para alguns e muito nojento para outros, mas os cafés mais valorizados são obtidos através de fezes e cuspes de animais selvagens.


O Kopi Luwak, conhecido há mais de 2 séculos, é o café mais caro do mundo. Chega  custar U$ 1.500,00 o quilo e U$ 150,00 a dose. O Kopi Luwak é retirado das fezes de um gato herbívoro selvagem, chamado Civeta (Luwak), que vive na Indonésia, Vietnã e Índia. Esses gatos só comem os grãos mais doces e maduros dos pés selvagens do café arábica da região. O sistema digestivo do civeta não consegue digerir por completo as semente do café, mas retira a polpa do fruto. Com isso, as enzimas digestivas e bactérias do animal acabam por processar os grãos de uma forma "toda especial".



Nós também temos um café especial, o tupiniquim Café do Jacu ou Jacu Bird Coffee para os estrangeiros. O Café do Jacu é produzido no Espírito Santo e custa em torno de R$ 300,00/kg. O processo de produção é basicamente o mesmo do Kopi Luwak, mas o animal envolvido no processo é uma ave, o Jacu. Antes vilão, pois consumia até 10% dos grãos de café da região, o Jacu passou a ser um herói, transformando os melhores e mais maduros grãos numa iguaria com alto valor agregado, que gera grandes lucros aos seus produtores.

Um terceiro, mas não menos especial, é um café produzido em Taiwan, na vila de Zangu, que é cuspido por macacos. Os grãos são indigestos para o animal, que depois de consumir a polpa madura do fruto, acaba por cuspir as sementes. O café de Zangu, chega  custar R$ 100,00/kg e tem um sabor mais doce do que o café comum, com notas de baunilha. Tem atraído amantes de café do mundo inteiro para essa pequena região.

Por serem produtos muito diferenciados e com uma produção pequena, praticamente todos esses cafés especiais são vendidos ao mercado externo para os grandes consumidores de café do mundo, como Nova York, Tóquio, Los Angeles e Londres.

http://gastronomiadescomplicada.blogspot.com/2010/11/os-mais-caros-e-inusitados-cafes-do.html 

Jacú Coffee x Kopi Luwak - O Café mais raro e caro do Mundo.

O filme “Antes de Partir” mostra um milionário sistemático que aprecia um café muito especial e se admira quando sabe por um colega de quarto de hospital a sua origem: “Kopi Luwak que é o café mais caro do mundo. No povoado de Sumatra onde os grãos são cultivados existem os gatos de algalha. Esses gatos comem os grãos, ingerem e depois defecam. Os aldeões coletam e processam as fezes. É a combinação de grãos e sucos gástricos destes gatos que dá ao Kopi Luwak o sabor e aroma que são únicos”.
O café é o Kopi Luwak e o animal envolvido é um tipo de gato. O café que ele come acaba saindo no estrume. E este café agora tem a ver com uma realidade do Espírito Santo.
A Pedra Azul é um marco da região de montanhas do Espírito Santo onde vem se aprimorando ano a ano a produção de cafés especiais. E uma fazendo perto do pé da pedra tem uma novidade.
Venda Nova do Imigrantes tem marcado a presença italiana que cultua bastante astradições culturais com origem na Europa.
Fazenda Camocim fica a pouco mais de 10 quilômetros de Venda Nova, ainda que esteja no município de Domingos Martins. São cerca de 300 hectares de café e eucalipto, com boa parte da área ainda mato.
Toda a produção no local é de café arábica orgânica. O jeito de colher café da fazenda é diferente do convencional por duas coisas.
Primeiro o café não vai no chão em cima de um pano vai direto para a peneira e só se colhe o grão cereja ou o seco, o verde fica no pé. E uma outra diferença é que chega uma hora que o colhedor deposita a peneira debaixo do pé de café, e sai pela rua caçando, olhando, procurando um outro tipo de grão.
“O que voc6e está pegando no chão”, pergunta o repórter.
“Eu estou pegando o café do jacu. O jacu vem de manhã cedo, de madrugada e como o nosso café é todo cheio de mata ele vem e come o café. E ele passa por processo no intestino e fica desse jeito. Como você pode ver, pegar na mão, ele não tem cheiro. A gente vai recolhe com uma tipóia, com um bonar de pegar bagre e a gente vem, vai catando seoparado e colocando dentro saco”, Márcio Bassani, trabalhador rural.
Ao fim de cada período os colhedores repassam de seus bornais para um saco o jacu coffee que conseguiram.
No terrero suspenso os bloquinhos com o jacu coffee são esparramados para esfarelar e soltar os grãos e ali ficam por até duas semanas. No ponto certo da seca são embalados e ficam a espera do comprador.
”E depois de beneficiado o jacu coffee fica diferente?”, pergunta o repórter.
“Ele fica com o mesmo aspecto, como se fosse um café convencional comum”, diz Rogério Lenke, supervisor da fazenda.
Hoje, no mesmo pé de café você colhe o cereja e também jacu coffee. No mesmo pé de café tem os dois.
Como é que começou esta história do jacu coffe?
A fazenda é cercada por várias matas, mata virgem e o jacu começou a migrar para comer o café e ia começar a dar prejuízo. Aí a gente chegou a pedir autorização para com eses jacus. Daí veio a notícia do café da Sumatra. Dái a a gente pegou o café de jacu fez um teste deu certo.
A tarefa agora é do câmera Jorge de Souza. Vai ter que filmar o jacu, e precisa mostrar que eles comem café e fazem o resto do serviço.
Não foi difícil ver jacus alí em volta nas árvores, fazendo até aquela zoada lá dentro. Um deles se coça, outro jacu na palmeira está espiando. Será que ele veio pelo café, que nada, o que ele quer é comer aquela semente mesmo.
Muitos dias a gente conseguiu refilmar a seqüência toda, com a pressa da reportagem aceitamos a oferta de filmar o jacu comendo o café que a gente mesmo colocou no viveiro. E comeu mesmo, com gosto.
Em coisa de 15 minutos foi ao ramo umas 10 vezes, quase nunca perdendo o bote sem espanto ou aflição.
Se engole o grão para aproveitar a polpa e o mel, o coco tem mesmo que sair e só pode ser mesmo na forma de pé de moleque que a gente viu na lavoura, o ciclo se fechou.
Henrique Sloper de Araújo, formado nos Estados Unidos em comércio exterior é o dono da fazenda Camocim.
“Qual a diferença do jacu coffee para o café da Sumatra?”, pergunta o repórter.
“A diferença básica é o processo do animal. O Sumatra ele faz uma digestão mais lenta, é um mamífero. O jacu ele faz a digestão muito mais rápido”, explica o dono.
E quanto que custa o jacu coffee? “Ele não tem preço. A gente faz o que a gente pode em uma no, é uma coisa que a natureza nos dá, a gente não tem certeza da quantidade que vamos produzir e a gente oferece aos nosso clientes e daí faz um preço de acorodo com a procura deles”, conta.
Já em São Paulo, levamos o café jacu ao centro de preparação de café do Sindicato da Cafeicultura de São Paulo. Quem vai prová-lo é a doutora Eliana Almeida, engenheira de alimentos e juradas de concursos de café.
Levamos o café jacu junto com o café da região do Espírito Santo, ambos apenas numerados, sem que a doutora Eliana soubesse qual era um qual era o outro.
Ela começou cheirando o café torrado, sentiou as outras fases até armar a mesa. Testou cada um mais de uma vez.
“Eu gostei deste café, achei que ele está com baixa adstringência, bom corpo, achei que ele é um café bem equilibrado, não tem nada nele que ressalte. Número 1. Eu daria uma nota maior para o número 2. É raro você comprar um café com esta complexidade, com esta leveza e este café número dois, parece um licor. O gosto que fica depois é mais leve. Eu daria uns 90 para o número 3 e 80 para o número 1”, afirma Eliana.
O número dois é justo o café jacu.
O café jacu, que é raro e caro, vai quase todo para a Europa e os Estados Unidos.

Considerado o café mais caro do mundo (US$ 600.00 por meio kilo), o Kopi Luwak
(ou Civet Coffee) é com certeza também o mais exótico.
Você tomaria uma bebida feita com fezes de animal? Antes de responder, saiba que é esse o ingrediente especial do café mais raro, saboroso e caro do mundo, o Kopi Luwak, originário da Indonésia. Essa, digamos, excentricidade do café sempre foi considerada uma lenda urbana, até que um estudo realizado pelo pesquisador italiano Massimo Marcone, em 2004, confirmou o que deve ter feito o estômago de muitos apreciadores da iguaria revirar.
Os preciosos grãos são mesmo processados pelo sistema gastrointestinal e depois retirados dos excrementos da civeta, um mamífero parecido com um gato, que não existe no Brasil (na Indonésia, as palavras Kopi e Luwak significam, respectivamente, café e civeta). O animal come somente os frutos mais doces, maduros e avermelhados do café, que são digeridos pelo seu organismo, com exceção dos grãos, que são excretados junto com suas fezes. E é justamente essa produção limitada dos grãos (menos de 230 quilos por ano) o motivo de sua raridade, preço alto (cerca de mil dólares o quilo) e sabor inigualável, garantem os apreciadores. "Uma mistura de chocolate e suco de uva. Menos ácido e amargo do que os cafés comuns", descreve Marcone.

Pesquisa valiosa
O pesquisador explica que à medida que o grão passa pelo sistema digestório do animal, ele sofre um processo de modificação parecido com o utilizado pela indústria cafeeira para remover a polpa do grão de café, mas que envolve bactérias diferentes das usadas pela indústria, além das enzimas digestivas do animal. É isso que dá ao Kopi Luwak seu sabor característico inigualável. Mas esse processo um tanto quanto esquisito de produzir café não representa riscos à saúde? "Os resultados dos testes que fiz em meus trabalhos mostraram que a bebida é perfeitamente segura", garante Marcone.
Não existem registros precisos sobre a história do Kopi Luwak, mas acredita-se que sua origem data de cerca de 200 anos atrás, quando os colonizadores holandeses iniciaram plantações de café nas ilhas de Java, Sumatra e Sulawesi, onde hoje é a Indonésia.
É nessas ilhas que vivem as civetas, que começaram a se alimentar da planta. Para evitar o desperdício, os plantadores de café começaram a coletar os grãos que saíam intactos das fezes dos animais. Em algum momento alguém resolveu experimentar essa variedade aparentemente pouco apetitosa e descobriu o que hoje é considerado o café mais saboroso do mundo. E você, ficou com vontade de encarar?

Receitas para perder a fome
O Kopi Luwak não é o único alimento excretado por animais que consumimos. Veja outros exemplos :
Vômito de abelha: O mel nada mais é do que isso. O néctar é transportado para o sistema digestório das abelhas, onde é misturado a enzimas que convertem seu açúcar em glicose e frutose. Ele se transforma em mel e é regurgitado pelas abelhas. É esse o produto final que consumimos.
Saliva de pássaro: É o ingrediente de uma sopa considerada uma iguaria na China (também conhecida como "caviar do oriente"). O pequeno pássaro constrói ninhos com sua própria saliva. Esse ninho (que literalmente vale ouro) é usado para o preparo da sopa. O prato é consumido em várias partes do mundo, inclusive nos EUA, que são o maior importador.
Fezes de cabra: É essa a origem de um tipo de óleo usado no Marrocos. O animal se alimenta de um tipo de fruta similar à oliva, que origina o óleo, depois seu caroço é coletado de suas fezes e se transforma em um óleo usado para cozinhar, como cosmético e na medicina local.
Cerveja de cuspe: A chicha é um tipo de cerveja produzido no Equador. Os grãos de milho são mastigados e cuspidos em um recipiente, onde as enzimas da saliva quebram o amido que depois será fermentado e misturado ao álcool.


BRASIL - JACÚ COFFEE

O café-jacu, ou jacu bird coffee, chegou a Londrina. O produto, que vem do Espírito Santo e está ganhando o mundo, tem como principal característica o fato de passar pelo intestino do jacu antes de chegar ao terreiro. A ave come o fruto maduro e defeca os grãos inteiros, que depois são processados para chegar ao consumidor. Na cidade, o café só é servido na forma de espresso: R$ 10 a xícara. Se fosse para levar para acasa, a embalagem de 250 gramas (em grãos torrados) sairia muito caro, já que o custo para o comerciante está em torno de R$ 40.
O produto é inspirado no café mais caro do mundo (R$ 25 a xícara, em São Paulo), o kopi luwak, da Indonésia, cujos grãos são comidos por um felino.

No caso do jacu, praticamente toda a produção vai para o mercado externo (Tóquio, Londres e Costa Oeste dos Estados Unidos) e uma pequena parte é vendida no Brasil, principalmente nas capitais.
O café é produzido desde 2006, mas tornou-se conhecido em território nacional depois da divulgação na mídia em setembro do ano passado. Desde então, a comerciante Cristina Maulaz está tentando trazê-lo para Londrina, mas só conseguiu fechar o negócio agora porque faltava produto para atender a demanda. A novidade começou a ser servida nesta semana.
''Estou ligando para as pessoas virem conhecer. Comprei em pequena quantidade para sentir o mercado. Quem aprecia café está gostando. Na verdade, é uma iguaria, uma bebida fina'', diz Cristina, da loja O Armazém. Dois especialistas no assunto estiveram no local para uma degustação. Eles tomaram a bebida sem açúcar, do jeito que se prova os chamados cafés especiais.
Afinal, o tal café que vem nas fezes do jacu é bom? ''Muito bom. Harmonioso, equilibrado e tem uma acidez desejada. Deixa um sabor residual muito agradável na boca. Lembra fruto maduro, adocicado. Está vendo esse creme que fica na xícara depois que acaba? É sinal de qualidade. Enfim, é um café maravilhoso, para degustar como se estivesse tomando uma raridade'', descreve Marcos Aurélio Bacceti, produtor, corretor e degustador de café para fins comerciais e de pesquisa. Ele já havia experimentado a bebida em São Paulo.
A bioquímica Maria Brígida Scholz, pesquisadora de café do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), tomou o café-jacu pela primeira vez e também aprovou. ''Esperava que fosse um bom café. E realmente é. É muito doce, com acidez aceitável, bem agradável. O ponto de torra é suave, muito aromático'', afirma ela, que também é degustadora oficial de café. Segundo Brígida, trata-se de um café super selecionado, já que o jacu escolheu no cafeeiro os frutos bons e bem maduros. ''O pássaro é atraído pelo doce do café''.
Tanto Bacceti quanto Brígida observaram que, independentemente do processo no sistema digestivo do pássaro, a qualidade do café já é muito boa. É cultivado em uma região de montanhas e certificado como orgânico e biodinâmico. ''Vale lembrar que o Brasil sempre produziu um excelente café, mas não falávamos dessa qualidade. O Paraná, por exemplo, tem café excepcional'', observa Bacceti.
O empresário Daniel Malamud, que também participou da degustação, achou que a bebida tem ''sabor único, diferente''. ''É bem equilibrado, com uma acidez boa. Você sente aquele amarguinho só no final, mas depois some da boca'', diz.
Depois de algum tempo na mesa ao lado, na cafeteria, ouvindo as conversas sobre o ''jacu'', o médico Roberto Tino e a esposa Denise Tino, professora, tomaram coragem e pediram a bebida. ''Tirando a excentricidade, é um bom café. Não é só uma boa jogada de marketing'', disse ele. ''Fiquei meio receosa de tomar, mas gostei'', afirmou ela, a única pessoa entrevistada que assumiu o estranhamento de experimentar a bebida.

Globo Rural Cafes Especiais Jacu Coffee e Kopi Luwak 

 http://www.youtube.com/watch?v=L3eBRtvwds4&feature=player_embedded

http://1001atividades.blogspot.com/2011/08/jacu-coffee-x-kopi-luwak-o-cafe-mais.html 

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