21/02/2010
Você já ouviu falar no Kopi Luwak, o café mais exótico e caro do mundo, produzido a partir dos grãos comidos pelo civeta, um mamífero indonésio parecido com o gambá brasileiro? Maior produtor e exportador mundial de café, o Brasil escolheu o segundo café mais exótico do mundo para ser o seu representante nas Olimpíadas de 2014. O Jacu Bird Coffee é feito a partir dos grãos comidos e expelidos pelo pássaro de mesmo nome na Fazenda Camocim, no Espírito Santo. “Demos a nossa contribuição para ajudar a mostrar o país de boas qualidades, integrado com a natureza e que tem coisas bacanas e diferenciadas. Pelo menos café bom eles tomaram”, brinca o carioca Henrique Sloper, dono da fazenda.“Nós levamos um ano e meio para dominar a técnica de fazer bebida boa a partir de cocô de passarinho”, comenta Sloper, detentor da patente do café. Segundo ele, foram interceptadas em Minas tentativas de produtores de copiar a técnica desenvolvida na Camocim, mas de forma errada, com os jacus presos em cativeiro. “Ficamos sabendo que alguns produtores estavam tentando prender o jacu e ensiná-lo a comer café. Mas não foi assim que aconteceu na nossa fazenda, onde o processo nasceu naturalmente”, diz.
Frutas
Com formação em marketing, Sloper garante que, apesar do jacu ser um pássaro natural da Mata Atlântica, encontrado principalmente no Espírito Santo e em Minas, é na Fazenda Camocim onde estão concentradas as condições geográficas ideais para a fabricação do café excêntrico. Segundo essa tese, a fazenda atrai os jacus por estar localizada no município capixaba de Domingos Martins, entre o Parque Pedra Azul, o Parque do Caparaó e o Pico da Bandeira. “Para não espantar o pássaro, desenvolvemos o sistema de agrofloresta, que garante um lugar silencioso, sem mecanização e com pouca gente trabalhando (cerca de 10 funcionários)”, afirma ele.
Ao todo, são cerca de 300 hectares de café e eucalipto, além de árvores frutíferas como amora e jabuticaba, que agradam os pássaros. Nesse espaço, são criados soltos cerca de 150 jacus que, por estar em extinção, não podem ser reproduzidos em cativeiro. Sloper conta que, há cerca de três anos, ao voltar de um passeio às ilhas da Indonésia, teve a ideia de transformar em solução o problema do excesso de jacus na fazenda, que exterminavam os pés de café. “Você já viu um bicho desse. Não se pode dizer que é um passarinho, é mais parecido com uma galinha gigante. É um cenário assustador ver mais de 100 jacus se apoderando dos pés de café. A gente fica espiando de longe e depois vai lá colher o café que eles ‘fizeram’. Você já ouviu o ditado de que fruta boa é a que passarinho bicou? O segredo é que eles escolhem os melhores grãos, que saem inteiros nas fezes, mas com menos acidez”, explica ele, que fabrica 12 sacas de 60 quilos ao ano.
Pelo jeito, quem quiser experimentar do café do jacu deve procurar diretamente os distribuidores da Camocim, em Belo Horizonte. Na Casa do Porto e no Supermercado Super Nosso Gourmet, ambos localizados na Avenida Nossa Senhora do Carmo, na Região Sul da capital, o quilo do Jacu Bird Coffee custa R$ 272, quase 30 vezes mais que o valor dos tradicionais. Para quem não estiver disposto a dar R$ 68 no pacotinho de 250 gramas do café, poderá provar da bebida na xícara, ao custo de R$ 8. “É difícil não gostar de um café que já traz toda uma história. Para mim, pareceu muito delicado na boca e com cheiro muito bom”, afirma Cristóbal Pérez, 20 anos, atendente da Casa do Porto. Ele acredita já ter mais de 100 clientes do Jacu Coffe, inclusive alguns que compram o produto de 15 em 15 dias. “Não posso revelar os nomes, porque é gente de alto poder aquisitivo”, completa.
Terroso
No Café Kahlua, o Jacu Bird Coffee consta no cardápio da casa, assim como o Kopi Luwak, mas nem sempre os dois podem ser encontrados pelos clientes. Só mesmo quando o dono da cafeteria, Ruimar de Oliveira, volta nos campeonatos internacionais de baristas que, este ano, serão realizados em abril na Califórnia (Estados Unidos), em julho na Inglaterra e em outubro no Japão. “O Kopi Luwak é a sensação do evento. No último dia, eles aparecem com pacotinhos de 250 gramas, distribuídos para cada delegação”, afirma o especialista que, entretanto, prefere o café do jacu. “O sabor do Kopi Luwak, que é um marsupial e se alimenta também de carne, é mais terroso, tem um cheiro muito forte. Já o do jacu é um normal, mais frutado”, conclui. A xicrinha do primeiro, porém, custa R$ 25 e o do segundo, três vezes menos, R$ 8.
http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=31146
Os mais Caros e Inusitados Cafés do Mundo
Parece estranho para alguns e muito nojento para outros, mas os cafés mais valorizados são obtidos através de fezes e cuspes de animais selvagens.

O Kopi Luwak, conhecido há mais de 2 séculos, é o café mais caro do mundo. Chega custar U$ 1.500,00 o quilo e U$ 150,00 a dose. O Kopi Luwak é retirado das fezes de um gato herbívoro selvagem, chamado Civeta (Luwak), que vive na Indonésia, Vietnã e Índia. Esses gatos só comem os grãos mais doces e maduros dos pés selvagens do café arábica da região. O sistema digestivo do civeta não consegue digerir por completo as semente do café, mas retira a polpa do fruto. Com isso, as enzimas digestivas e bactérias do animal acabam por processar os grãos de uma forma "toda especial".
Nós também temos um café especial, o tupiniquim Café do Jacu ou Jacu Bird Coffee para os estrangeiros. O Café do Jacu é produzido no Espírito Santo e custa em torno de R$ 300,00/kg. O processo de produção é basicamente o mesmo do Kopi Luwak, mas o animal envolvido no processo é uma ave, o Jacu. Antes vilão, pois consumia até 10% dos grãos de café da região, o Jacu passou a ser um herói, transformando os melhores e mais maduros grãos numa iguaria com alto valor agregado, que gera grandes lucros aos seus produtores.Jacú Coffee x Kopi Luwak - O Café mais raro e caro do Mundo.

Pesquisa valiosa
O café é produzido desde 2006, mas tornou-se conhecido em território nacional depois da divulgação na mídia em setembro do ano passado. Desde então, a comerciante Cristina Maulaz está tentando trazê-lo para Londrina, mas só conseguiu fechar o negócio agora porque faltava produto para atender a demanda. A novidade começou a ser servida nesta semana.
''Estou ligando para as pessoas virem conhecer. Comprei em pequena quantidade para sentir o mercado. Quem aprecia café está gostando. Na verdade, é uma iguaria, uma bebida fina'', diz Cristina, da loja O Armazém. Dois especialistas no assunto estiveram no local para uma degustação. Eles tomaram a bebida sem açúcar, do jeito que se prova os chamados cafés especiais.

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