Outro dia tive a infelicidade de andar de transporte público e me
deparo com uma novidade: a plaquinha do assento preferencial tinha um
personagem a mais. Além da gestante, do idoso, do deficiente e da pessoa
com criança de colo, mais um Intocável foi inserido: obesos. Um
bonequinho redondo com a palavra “obeso” escrita abaixo fez meu sangue
ferver. Fiz questão de sentar no preferencial, para arrumar briga mesmo e
falar tudo que penso, mas (in)felizmente não entrou ninguém.
Como eu já provei meu ponto por A + B em diversos textos sobre
obesos, não vou me estender na explanação, apenas fazer uma sinopse: SÓ É
GORDO QUEM QUER. Sim, existem doenças que eventualmente te fazem
engordar (e muito!), mas todas elas são tratáveis e, depois de
controladas, a pessoa emagrece se tiver uma alimentação balanceada e uma
rotina de atividade física. A doença te engorda, mas não te mantém
gordo. Além disso, pergunte a qualquer endocrinologista, os casos onde a
pessoa engorda por problemas hormonais são a exceção da exceção da
exceção, apesar de todo gordo filho da puta justificar o sobrepeso com
isso, NÃO É VERDADE. Na maior parte das vezes é falta de vergonha na
cara pura. E ainda que seja um eventual problema hormonal: é tratável, a
pessoa volta a emagrecer se quiser. Repito: SÓ É GORDO QUEM QUER, quem
não tem força de vontade ou senso de sacrifício.
Eu entendo que um deficiente físico precise de um acento
preferencial, afinal, ele tem alguma forte limitação para a qual não
concorreu (exceto o Lula, que cortou o dedo para não precisar trabalhar e
ganhar dez mil por mês). Ninguém quer ficar sem uma perna, ninguém quer
ficar cego. Eu entendo um idoso ter direito a um assento preferencial,
seu organismo não é mais tão forte, eles perdem massa muscular,
densidade óssea, equilíbrio e tantas outras coisas, não por culpa dele e
sim pelo transcurso do tempo. Eles realmente não tem escolha. Eu
entendo uma pessoa com uma criança de colo precisar de um assento
preferencial, ela está com uma ou às vezes até mesmo as duas mãos
ocupadas carregando um peso vivo que não consegue se locomover sozinho
(apesar de que, francamente, se não tem poder aquisitivo para ter um
carro, eu acho que não deveria ter filhos, não pelo carro, mas pelo
poder aquisitivo mesmo). Eu entendo até mesmo uma gestante precisar de
assento preferencial (apesar de achar vagas preferenciais em
estacionamentos um absurdo), afinal, ela está anormalmente pesada e não
havia forma de evitar isso, pois uma gestação pressupõe qualquer dez
quilos a mais.
Mas obeso eu não entendo. Ele tem o poder de reverter sua situação se
quiser. Garanto que um cego passaria fome se com isso pudesse voltar a
enxergar, garanto que um perneta só comeria alface para o resto da sua
vida se isso fizesse nascer uma nova perna no seu cotoco. Deficientes
são pessoas que realmente não tiveram escolha e efetivamente tem
dificuldades de locomoção, por um motivo ou por outro. Mas o obeso… O
obeso tem escolha. É um fato científico: O CORPO HUMANO NÃO PRODUZ
GORDURA, se alguma gordura está sendo estocada, ela entrou pela sua
boca! Então, basta fazer uma simples equação mental: seu corpo queima
gordura todos os dias para se manter vivo, (por mais filho da puta que
seja seu metabolismo, ele queima gordura diariamente), basta você não
botar para dentro, vai emagrecer. Por mais “doença hormonal” que se
tenh, caso feche a boca e se exercite, vai emagrecer.
Atentem que eu não estou falando de gordinho, de gente acima do peso.
Se fosse este o caso, toda mulher poderia sentar nesse preferencial,
pois toda mulher se acha acima do peso. O preferencial é para OBESOS, ou
seja, a pessoa que engordou morbidamente a ponto de sua gordura ser
considerada um tipo de deficiência física. Sejamos sinceros? Um obeso já
não passa pela catraca de um ônibus, não sei para que merda dar assento
preferencial a alguém que não passa pela porta de entrada! Adianta dar
assento preferencial se a morsa vai encalhar na catraca? Qual vai ser o
próximo passo? Dar um par de sapatos para pernetas? Dar um CD de música
para um surdo? Mas ok, vamos imaginar que de alguma forma o rinoceronte
encontre uma forma de passar pela catraca do ônibus e vamos observar com
atenção a contradição escrota que esse novo assento preferencial criou.
Uma pessoa que cuida da sua saúde, que faz os sacrifícios necessários
(porque alimentação saudável e atividade física nesses tempos modernos
implicam sim em um certo grau de sacrifício) não vai sentar, vai amargar
o desconforto de viajar de pé. Uma pessoa acomodada, que se detona, que
se deixa chegar a um ponto no qual ficar de pé é um sacrifício, que é
desleixada com sua saúde, que notoriamente onera a saúde pública porque
está muito mais propensa a doenças do que pessoas normais, ESSA PESSOA
SENTA. Olha o Poder Público te punindo por ser saudável! Olha o poder
público te punindo por não usar tanto seus médicos e seus hospitais! E
como sempre tem um gordo filho da puta lendo, não venha me dizer que é
gordo mas é saudável, porque qualquer obeso é uma bomba relógio e tem
maiores chances de adoecer do que uma pessoa dentro do seu peso. Mais:
obeso sem qualquer problema de saúde é EXCEÇÃO, qualquer médico vai te
confirmar isso. O corpo humano não nasceu para trabalhar obeso, um corpo
obeso trabalha em sobrecarga.
Eu estou dizendo que todo obeso tem que morrer? Não, eu não estou
dizendo isso. Eu estou dizendo que passar a mão na cabeça de obeso é
desfavor para com o obeso e para com a sociedade. Disponibilizem muitos
endocrinologistas, nutricionistas, nutrólogos e o que mais for
necessário na rede de saúde pública para que estas pessoas possam
emagrecer em vez de dar assento preferencial. Mas não, o que o Poder
Público diz é “está tudo bem que você seja um gordo filho da puta sem
força de vontade que não quer se exercitar nem se privar de comer o que
gosta, toma, em recompensa eu te deixo ficar sentado enquanto os outros
otários que abrem mão de uma hora de sono ou uma hora com a família para
ir a uma academia e gastar duzentos contos por mês com isso ficam de
pé”. É sério isso, gente? Só eu que me revolto com isso?
Obesidade NÃO É um mal inevitável e muito menos irreversível como os
gordos filhos da puta gostam de fazer parecer. Estar gordo É ESCOLHA,
porque de um jeito ou de outro, por mais gordo filho da puta e sem força
de vontade que se seja, existem recursos para emagrecer. Grampeia essa
porra desse estômago de hipopótamo se não tem um pingo de vergonha na
cara e força de vontade, que seja. O SUS faz a maldita cirurgia. Ou
então, que tal, só para variar, se responsabiliza por suas escolhas, que
tal, hein? Está obeso e ficar de pé é um transtorno? Pois bem, é um
transtorno decorrente da sua escolha de vida. Fique de pé e amargue o
desconforto. Ou então, emagreça. O que não pode é querer ter a falta de
vergonha na cara e de força de vontade recompensados. Até porque obeso
ocupa DOIS assentos, vai tirar assento de quem realmente precisa.
Qual vai ser o próximo passo? Assentos preferenciais para bêbados
logo na entrada do transporte público, pois eles tem dificuldade de
locomoção pela falta de equilíbrio? Ou preferenciais para bêbados na
janela, para que possam vomitar? Quais outras escolhas erradas o Poder
Público vai recompensar? Já sei! Preferenciais para quem usa salto alto,
que tal? Eu tenho que trabalhar de salto alto o dia todo, por mais que
vá ao trabalho de sapatilha, meus pés estão sempre exaustos. Quero um
preferencial para mim, com um scarpin desenhado! Já que é para suprimir o
fato inevitabilidade, vamos dar preferencial para todo mundo que está
desconfortável de pé!
“Mas Sally, é difícil emagrecer”. Concordo. Difícil não, é difícil
pra caralho. Porém é possível. Pessoas largam vício em drogas, pessoas
superam a morte de seu filhos, pessoas fazem coisas inimagináveis todos
os dias e vai me dizer que alguém não consegue controlar a qualidade dos
alimentos que ingere nem se exercitar? Faça-me o favor, nem precisa
pagar para isso: vai caminhar (e depois, quando não tiver mais o corpo
do boneco da Michelin, começa a correr). Come frutas, legumes, verduras…
nada disso é tão caro assim. O que não pode é tomar o lugar de alguém
em um transporte público só porque se descuidou de si mesmo a ponto de
não conseguir ficar de pé. Tem mais: esses gordos filhos da puta são
safados. Vão no rodízio no almoço com os colegas de trabalho e só servem
saladinha no prato, porque sabem que está todo mundo de olho. Mas
quando chegam em casa comem feito porcos e depois ficam repetindo que
não comem nada e engordam. NÃO EXISTE isso. NÃO EXISTE. O corpo não
fabrica gordura. Um problema hormonal, na pior das hipóteses, desacelera
seu metabolismo, mas só engorda se você não fechar a boca.
Os obesos já estão irremediavelmente inseridos no grupo dos
Intocáveis, não tem jeito. Semana passada uma moça foi banida do
Facebook por criticar gordos. É a ditadura da gordura, tomando o lugar
da ditadura da magreza: não se pode mais responsabilizar um gordo safado
pela sua gordura. Você pode criticar um fumante por se comportar de
forma a detonar sua saúde mas não pode criticar um gordo, que no fim das
contas, faz basicamente o mesmo: mantêm um habito, um estilo de vida,
que não necessariamente vai matá-lo mas que majora em muito as chances
de várias doenças graves e lhe gera transtornos. Bater em fumante é
socialmente aceitável, ainda que a nicotina vicie tanto quanto a cocaína
e seja um martírio para abandonar, mas bater em um safado que toma lata
de leite condensado com canudo é cruel. Vai todo mundo para a puta que
os pariu, eu não presto para viver em um mundo desses!
O curioso é que essa babaquice é só nos transportes públicos, na
iniciativa privada obeso não é recompensando, como também é
responsabilizado por sua escolha. Não raro cias aéreas cobram DOIS
assentos de obesos, seja por causa da sua bunda gigante que daria para
pousar um helicóptero, seja pelo excesso de peso mesmo. Ou seja, não há a
real necessidade de um assento preferencial, há uma política nojenta
assistencialista, vitimizadora, que recompensa esse vasto grupo
apelidado aqui de “Intocáveis”, que cada dia cresce mais em função das
regalias que recebe. Se deixou ficar obeso? Continua se mantendo obeso?
Arque com o peso das suas escolhas e sofra os desconfortos inerentes à
sua obesidade, que, vamos combinar, vão muito além de ficar de pé em um
transporte público.
Curiosa que sou, fui pesquisar em que pé está o grau de recompensa
pela obesidade. Descobri que idosos também estão ganhando preferência em
fila de bancos ao ver uma entrevista de um gordo sem vergonha dizendo
que era muito desconfortável MESMO A FILA PREFERENCIAL, que o ideal era
que obesos pudessem “passar direto, sem filas”. Ou seja, o gordo filho
da puta se acha no direito de passar na frente até de idosos. Quer ser
atendido de forma mais rápida em banco? ENGORDE, caso contrário, se foda
e perca todo seu horário de almoço em uma fila para pagar uma conta.
Não contentes, eles querem obrigar a TODOS os lugares que tenham
assentos (desde transporte público até cinemas e teatros) a
disponibilizarem poltronas gigantes para suas bundas do tamanho de um
latifúndio improdutivo. Não são eles que tem que se adaptar ao formato
HUMANO, a um corpo saudável. Não, a sociedade é que tem que se
reestruturar para se adaptar à escolha deles. Não é nada inevitável nem
incurável, ainda assim eles querem que o mundo mude para que eles possam
continuar enchendo o cu de doce e viver em sedentarismo total. É ou não
é o poste mijando no cachorro? Obesidade é sim uma realidade mundial,
mas é tratável, é reversível. Quem engorda pode emagrecer, basta querer,
ter força de vontade, se esforçar. Mas não, os gordos filhos da puta já
partem do pressuposto de que NÃO VÃO emagrecer, mesmo isso sendo
perfeitamente possível, e querem que a sociedade toma inúmeras
providências para se adequar à sua preguiça e falta de determinação. Não
soa contraditória uma lei que reforça a condição pouco saudável de
alguém, quando esta pode muito bem ser revertida?
Daí tive a infelicidade de encontrar inúmeros artigos acadêmicos de
psicólogos, sociólogos e outros “ologos” maconheiros que afirmam haver
necessidade de tratar o PRECONCEITO contra gordos. PREconceito? Não,
não. Desculpa. É cientificamente comprovado que um gordo pode emagrecer.
Gordura não é doença inevitável, é escolha. Quando se instaura vira uma
doença sim, mas a pessoa só permanece doente se quer. Não é PREconceito
recriminar uma escolha que faz mal à saúde da pessoa, se for, não
podemos mais criticar fumantes nem usuários de drogas, pois, em última
instância, obesos usam a comida como droga: comem por compulsão, não por
fome. É isso, os gordos entraram de cabeça na categoria de Intocáveis.
Um filho da puta sem força de vontade, que come o que quer e não levanta
um dedo para se exercitar vai ganhar uma série de regalias, enquanto
que você, que se mata para deixar o corpo em ordem, vai perder para que
ele ganhe. Isso é Brasil.
Conversando com um conhecido meu que é médico sobre o assunto, ele me
contou um caso curioso. Um obeso precisava de um exame de imagem, salvo
engano, uma tomografia. Ele não cabia no aparelho e o exame não foi
realizado. Foi recomendado que ele procure algum lugar que realize este
exame em um aparelho maior. Acontece que o obeso era muito gigante, e
não cabia em lugar nenhum. Desesperado e com dores, voltou ao hospital
implorando por ajuda. Esse meu conhecido teve a infelicidade de
atendê-lo e, no impulso de solucionar o problema, sugeriu que procure um
aparelho veterinário em um zoológico ou outro local para tratamento de
animais.
O obeso foi embora. De fato, ele fez o exame em um aparelho para
animais. Foi detectado um problema de saúde sério, mas graças ao exame
ele foi operado a tempo e sobreviveu. Assim que ficou bom, o que o gordo
filho da puta fez? Processou o médico conhecido meu e o hospital, por
não disponibilizarem uma aparelhagem do tamanho dele e por terem
sugerido a humilhante solução de procurar o zoológico, que por sinal,
salvou sua vida. E GANHOU. O juiz disse com todas as letras que o médico
não deveria ter sugerido isso, que gerou angústia, dano moral,
constrangimento (apesar de ter falado com o paciente sozinho em uma
sala). Ou seja, melhor seira ter deixado morrer.
É para isso que caminhamos: em poucos anos, todo estabelecimento vai
ter que disponibilizar cadeiras, privadas, mictórios, mesas e o que mais
for específicas para obesos. Quem não o fizer será um mau-caráter,
preconceituoso, escroto. O assento preferencial para obesos é um embrião
gordo e perigoso do que está por vir. O coitadismo mais uma vez abrindo
portas, recompensando quem não deve e infernizando a vida de quem faz a
coisa certa.
Quer coisa mais odiosa do que quando uma pessoa obesa te diz que você
“tem muita sorte em ser magrinha”. Desculpa, mas depois dos 30, ser
magra deixa de ser questão de sorte e passa a ser mérito. Seu corpo é
sua casa, o local onde você vai morar o resto da sua vida. Cabe a você
decidir se quer morar em uma casa em ordem, em perfeito funcionamento,
ou em uma casa bagunçada, apertada e disfuncional. Não é sorte, é fruto
de escolhas de vida. Mas a maior parte dos gordos tira a
responsabilidade das suas costas e procura algum fator externo
inevitável para explicar seu shape. Infelizmente, vem o Poder Público
brasileiro e compra essa falácia, jogando obesos no mesmo saco que
idosos, deficientes físicos e gestantes. Muito obrigada pelo desserviço,
viu?
Fica aqui meu apelo: NÃO CEDAM o preferencial para pessoas obesas.
Não quer se exercitar? Não quer abrir mão de alguns prazeres
gastronômicos? Não quer se cuidar? FICA DE PÉ, FILHO DA PUTA! Fica de pé
até os dedos gangrenarem, porque eu é que não vou amargar um
desconforto para recompensar quem não se cuida. Quem precisa sentar sou
eu, que submeto minhas pernas a pesos de mais de 100kg na academia! Se
obesidade fosse uma fatalidade incontrolável e irreversível, eu cederia o
lugar com o maior prazer, mas sabemos que não é.
Não vou passar a mão na cabeça de obeso e vou continuar sentando no
preferencial. Anseio pelo dia em que uma mamuta qualquer venha reclamar
comigo e me pedir para ceder o lugar. Eu vou olhar para os cornos
lipídicos dela e mandá-la emagrecer. Lutem contra a intocabilidade dos
obesos, antes que ela se instaure e cheguemos ao ponto de não poder
fazer piada com gordos e de gordos ganharem cotas para concursos
públicos!
Para perder seu tempo tentando me/se convencer que ser obeso não é
uma escolha, para comemorar pois finalmente você tem como tirar proveito
de uma vitimização (basta engordar) ou ainda para tentar me rogar uma
praga para que eu engorde, coisa que não vai acontecer porque eu tenho
força de vontade e vergonha na cara: sally@desfavor.com
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