OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

Os textos a seguir são dirigidos principalmente ao público em geral e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes de cada assunto abordado. Eles não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores às informações aqui encontradas.

Mens sana in corpore sano ("uma mente sã num corpo são") é uma famosa citação latina, derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal.


No contexto, a frase é parte da resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida (tradução livre):

Deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são.
Peça uma alma corajosa que careça do temor da morte,
que ponha a longevidade em último lugar entre as bênçãos da natureza,
que suporte qualquer tipo de labores,
desconheça a ira, nada cobice e creia mais
nos labores selvagens de Hércules do que
nas satisfações, nos banquetes e camas de plumas de um rei oriental.
Revelarei aquilo que podes dar a ti próprio;
Certamente, o único caminho de uma vida tranquila passa pela virtude.
orandum est ut sit mens sana in corpore sano.
fortem posce animum mortis terrore carentem,
qui spatium uitae extremum inter munera ponat
naturae, qui ferre queat quoscumque labores,
nesciat irasci, cupiat nihil et potiores
Herculis aerumnas credat saeuosque labores
et uenere et cenis et pluma Sardanapalli.
monstro quod ipse tibi possis dare; semita certe
tranquillae per uirtutem patet unica uitae.
(10.356-64)

A conotação satírica da frase, no sentido de que seria bom ter também uma mente sã num corpo são, é uma interpretação mais recente daquilo que Juvenal pretendeu exprimir. A intenção original do autor foi lembrar àqueles dentre os cidadãos romanos que faziam orações tolas que tudo que se deveria pedir numa oração era saúde física e espiritual. Com o tempo, a frase passou a ter uma gama de sentidos. Pode ser entendida como uma afirmação de que somente um corpo são pode produzir ou sustentar uma mente sã. Seu uso mais generalizado expressa o conceito de um equilíbrio saudável no modo de vida de uma pessoa.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mens_sana_in_corpore_sano


sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Raio-X da cesta básica revela pobreza alimentar

131212-CestaBásica
Base da nutrição de milhões de brasileiros, ela tem carboidratos e sódio demais. Faltam-lhe, grãos integrais e frutas. Além de sustentar, poderia informar e estimular variações alimentares 
Por Thais Herrero, no Pagina22
A caixa de papelão cheia de produtos que muitos trabalhadores do país recebem para complementar o salário é crucial para a alimentação de famílias que fazem dela a base das refeições ao longo do mês. Será que essas cestas, chamadas “básicas”, contêm o que é essencial para uma alimentação saudável? Página 22 ouviu especialistas em nutrição para avaliá-las. A conclusão é que estão longe de ser a referência para uma alimentação balanceada.
Faltam alimentos frescos, como frutas e legumes, e mais fontes de vitaminas e fibras. Enquanto isso, sobram açúcar, sódio e carboidratos. “Uma pessoa pode até sofrer de carência de vitaminas se sua alimentação for muito baseada na cesta”, alerta a nutricionista Valdirene Francisca Neves dos Santos, doutora de Ciências da Saúde pela Unifesp e professora titular de Nutrição e Enfermagem na Unip.
O fato de ser composta por alimentos não perecíveis é um gargalo à inclusão de vegetais, que estragariam rapidamente sem conservação adequada. Cenouras, ervilhas e milho enlatados seriam até uma opção, mas contêm muito sódio e aditivos químicos. As frutas secas também podem ser adicionadas, mas em desvantagem, visto que muitas são enriquecidas em açúcar e possuem mais calorias por porção do que as versões frescas.
Para suprir a carência de alimentos frescos, o vale-alimentação para ser usado no supermercado é uma boa saída que as empresas podem adotar. A nutricionista Lara Natacci, sócia-diretora da Dietnet Assessoria Nutricional, ressalta que a medida deve vir junto a ações de educação alimentar para induzir a bons hábitos. “Quem recebe a cesta básica tende a aproveitar todos os ingredientes, principalmente no caso de pessoas de pouca renda”, diz Lara.
Como tudo o que vem na caixa vai parar na mesa, é ainda mais relevante que as opções sejam balanceadas. Lara sugere que, junto aos produtos, as cestas tragam panfletos com informações simples e dicas de uma boa alimentação. Receitas para preparar os alimentos seriam bem-vindas. “Não basta dar o alimento. É preciso ensinar a comer também.”
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Arroz, macarrão, farinhas e biscoitos são fontes de carboidratos, uma energia de rápida absorção e uso pelo organismo. São essenciais para o funcionamento do corpo e vão bem para quem faz trabalhos que exigem força física mas, ainda assim, não contêm todos os nutrientes de que o corpo precisa para exercer suas funções vitais. Junto com os carboidratos, é preciso consumir os alimentos “reguladores”, fontes de vitaminas e sais minerais.
Todos os alimentos da cesta são processados. Como os fabricantes, em geral, usam o sódio como um conservante de baixo custo, nossa comida já vem carregada com esse elemento. Somando isso ao saquinho de sal refinado, chegamos a um excesso de sódio.
O quilo oferecido é mais que suficiente para o consumo de uma família ao longo do mês e pode estimular o uso exagerado do tempero. “Em um país que busca diminuir a quantidade de sódio que a população consome, por conta dos riscos que traz à saúde, oferecer 1 quilo de sal por cesta básica é algo que deveria ser revisto”, alerta Valdirene.
A dupla mais querida da cozinha brasileira chega em abundância nas cestas básicas. Os especialistas comemoram: são alimentos que, juntos, fornecem fibras, vitaminas do complexo B, ferro, potássio e zinco. E resolvem parte da falta de proteínas do conjunto de alimentos. O arroz é rico em amido, que favorece a absorção das proteínas vegetais contidas no feijão. Três colheres de arroz para uma de feijão possui a quantidade essencial de aminoácidos que precisamos diariamente. O feijão é o campeão em fibras da cesta. Mas, para variar a dieta da população e a oferta de grãos, às vezes sua substituição por lentilha ou soja cairia bem.
Os peixes enlatados são a alternativa de proteína animal que a cesta oferece. A sardinha e o atum constituem boas fontes de ômega-3, que ajuda na prevenção de diversas doenças, sobretudo nas cardiovasculares. Porém, geralmente há apenas uma latinha nas cestas. “É insuficiente para a alimentação de uma família durante um mês”, ressalta Valdirene. Outro problema é que, como todo enlatado, vem carregada de sódio e aditivos químicos.
Apesar da presença significativa de gordura e açúcar, os biscoitos não são um grande problema da cesta porque cumprem a tarefa de fonte de carboidratos. A questão é como esses biscoitos são consumidos. “Se o pacote de 200 gramas é ingerido aos poucos e de forma dividida entre os membros da família toda ao longo do mês, não há impacto tão grande na saúde”, diz Valdirene. Isso também acontece com a maionese e o creme de leite. É só uma questão de moderação.
Ao passar pelo processo de refino, tanto o arroz quanto as farinhas perdem nutrientes que estavam na casquinha que envolvia o grão. Por isso, as versões integrais são mais ricas e dão maior sensação de saciedade ao serem ingeridas. Como a maioria dos brasileiros não está habituada a esse tipo diferenciado de alimento, as cestas poderiam conter um saquinho de integrais e outro de refinados. Inseri-los aos poucos é uma forma de a população aderir a novos hábitos sem ser “forçada”, diz Valdirene. “Não é porque as pessoas não gostam de um tipo de alimento que não se deve oferecê-lo. A cesta pode ter uma função educativa.”
Alimentos integrais, frutas secas e oleaginosas são saudáveis e saborosos, porém caros para os padrões das cestas básicas. A nutricionista Lara sugere que, para que entrem na cesta, saiam dela o que há de menos primordial, como biscoitos, misturas para bolos e achocolatados.

Há alguma variedade entre as cestas de diferentes estados do País que têm itens regionais e que permite a entrada de alimentos saudáveis e mais baratos por serem locais. No Norte, por exemplo, é possível encontrar a castanha-do-pará, rica em selênio, mineral que combate o envelhecimento celular.

http://outraspalavras.net/outrasmidias/destaque-outras-midias/raio-x-da-cesta-basica-revela-pobreza-alimentar/

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