Terapia com psicólogo para emagrecimento
Obesidade
é um tema bastante trabalhado em psicoterapia, pois é envolve tanto
sentimentos, como por exemplo as pessoas que comem porque estão com
raiva, ansiosas,deprimidas, como envolve comportamentos como por exemplo
a alimentação feita à frente TV onde a pessoa ingere mais do que
percebe, etc.
Este
texto é voltado exclusivamente para aquelas pessoas que querem perder
peso, e para as pessoas que conhecem alguém que quer perder peso.
Pronto, estou falando para 99% da população.
Se
você sair na rua perguntando paras pessoas, principalmente pras
mulheres, quantos quilos elas querem perder, 99% delas terão uma
resposta, só 1% vai dizer que está contente com seu peso. O que é isso? É
o mal do século?
Comemos
além do necessário. Como eu sei disso? É fácil, se você tem acumulo de
gordura no seu corpo significa que este corpo não consumiu toda energia,
em forma de calorias, e estocou o que sobrou, e o estoque é feito em
forma de gordura. Se você está gordo é porque, ou ingeriu mais do que
queimou, ou queimou menos energia do que consumiu.
Entender
porque comemos além do necessário, saber como a evolução nos preparou
para comermos muito, como as frustrações colaboram pra usarmos a comida
como válvulas de escape nos ajuda a “fazer às pazes” com a balança,
assim teremos recursos para aprender como não morrer de fome e
emagrecer.
Alimentação é um assunto se refere ao corpo ou à mente?
Comer
está basicamente relacionado à manutenção da vida, da saúde. Mas muitas
vezes a gente come além do necessário para a manutenção de uma vida
saudável, a gente come compulsivamente, muitas vezes a gente até se
prejudica, e isso é comportamento desajustado, é conseqüência de uma
mente, de uma cabeça que precisa de ajustes.
Quando
o fator psicológico não está em ordem a gente tem conseqüências sérias.
Se você está ansioso, sentindo-se culpado , ou precisando de ajuda
emocional , você pode sair por aí comendo feito um louco, comportamento
este que não tem nada a ver com nutrição e manutenção da vida.
Mas
o inverso também é verdadeiro. Quando o corpo não está bem o lado
psicológico também sofre, se você se alimenta mal, de forma errada, você
vai debilitar seu organismo, vai ganhar colesterol, diabetes,
obesidade. E com o corpo debilitado a cabeça também não vai funcionar
muito bem. Sem falar da auto-imagem negativa, pois se você não gosta do
que vê no espelho, vai se culpar, se considerar inferior, inadequado,
feio , esquisito, enfim, se sentir muito mal com você mesmo.
Obesidade, excesso de peso, sobrepeso são conseqüências de quê?
Pode
ser muita coisa. Como você vai ouvir adiante, procurei cobrir a maior
parte das possibilidades. Por um lado você vai descobrir que pode estar
comendo mais do que o necessário porque a evolução lhe dotou de sistemas
pra que a comida fosse algo tão interessante a ponto de te motivar para
comer muito. Isso porque na era primitiva a comida não estava tão
disponível como hoje, não era só esticar o braço na geladeira ou
atravessar a rua para alcançar o mercado ou a lanchonete. Na era
primitiva o esforço era grande, mas valia a pena pois sem comida a
pessoa morria. O grande problema é que hoje ninguém precisa de tanto
esforço assim para conseguir comida, e o perigo de não ter comida
suficiente também não existe mais como era na vida homem primitivo, mas o
apetite, a voracidade por alimentos continua a mesma porque nosso corpo
ainda não se adaptou a essa nova realidade, então você acaba comendo
muito mais do que precisa e, engorda. Engordando se sente mal com você
mesmo. Se sentindo mal com você mesmo você vai procurar algo que te
console, algo agradável, e que tal um prato bem saboroso? E aí que
acontece? Engorda mais ainda, e vira uma espiral ascendente, um circulo
vicioso.
O
presidente Lula se preocupou muito com o problema da fome no país.
Nobre, muito nobre. Tanto é que ninguém deu muita bola para os que
contaram, e contaram acertadamente, que morre muito mais pessoas no país
por excesso de peso que por falta de peso. Uma coisa é certa, falta de
comida provoca comoção. Excesso de peso é considerado falta de vontade,
falta de auto-controle e até desleixo. A maioria não olha com bons olhos
aquele que está acima do peso, não consegue ver que ninguém está acima
do peso porque quer. Na realidade comer a principio serve para a
manutenção da vida, mas pode se transformar em algo tão disfuncional
que, em casos mais graves causa tanto prejuízo à saúde física e mental
que pode levar à morte, morte psicológica ou morte física mesmo.
A boa noticia é que não é impossível perder peso, ficar mais saudável e se gostar mais. A questão é encontrar o caminho certo.
Dicas da psicologia para emagrecer:
Primeira
. Identifique o porquê de você querer perder peso. Porque você quer
emagrecer? Você quer ser aceito pelos outros? Não ser reprovado no exame
médico da empresa? Conseguir uma namorada?
Sem
não tiver o motivo certo, sinto muito, mas você não vai emagrecer. Ao
contrário do que se pensa, arrumar namorado, fazer bonito na balada, ser
aceito no trabalho, agradar o pai, nada disso não são bons motivos para
emagrecer.
O
que fazer: Escreva o seu motivo numa folha de papel, identifique cada
aspecto envolvido nesse motivo. Mas seja honesto, não vá colocar só o
que você acha que é bonito de dizer sem realmente acreditar na coisa.
Identifique tudo o que você pensa que pode ganhar emagrecendo. Avalie se
são motivos justos.
Segundo . Avalie seu comprometimento à meta de emagrecer.
Você
é do tipo que só se entrega a alguma tarefa se ela for fácil, se não
der muito trabalho? Ou você tem capacidade de se esforçar por alguma
coisa que sabe que vai valer a pena? Você sabe avaliar quando alguma
coisa vale o seu esforço? Sabe reconhecer agora o quanto você vai
ganhar, e sabe usar isso pra te motivar a suar um pouco a camisa?
O
que fazer: Anotar todas as situações nas quais você se dedicou, se
esforçou. Valeu a pena? Quando não topou o esforço, o trabalho, que
coisas você perdeu, que coisas deixou de conquistar? Valeu a pena ter
perdido estas coisas porque não quis se esforçar?
Terceiro . Você quer emagrecer ou espera que o outro o emagreça?
Muitas
pessoas consideram muito mais confortável ingerir um remédio para
emagrecer ou fazer uma cirurgia. Essa é a postura dos que esperam ser
“emagrecidos” por fatores externos. Pode até dar resultado, mas não vai
se manter por muito tempo, e a conquista não é sua, então não está nas
suas mãos manter o ganho, ou seja você pode voltar a engordar sem mesmo
entender o porque. Na realidade com este modo de funcionar você está
entregando o seu controle para longe de você, para os outros. Todo mundo
que emagreceu assim já sabe no que deu. Dali a pouco está de novo na
mesma, ou até pior.
O
que fazer: Conscientizar-se que se você for o agente de sua mudança vai
ser muito mais gratificante, pois assim você percebe que você pode
contar com você mesmo. Se emagrecer dependeu de você, manter-se magro
também vai depender, e como você sempre pode contar com você mesmo está
garantido o sucesso.
Quarto.
Avalie o ganho secundário. Será que tem alguma vantagem em permanecer
acima do peso? Parece uma pergunta estapafúrdia, não? Mas não é não.
Muitas vezes inconscientemente tem algo de bom em ser gordo, como por
exemplo, o papel de vítima, as outras pessoas ficam dó de você, e no
fundo você gosta disso. Será que a sensação de que tem alguém “cuidando
de você” dando dicas, fazendo comidas especiais pra você, e assim
demonstram o quanto você é importante, e isso vale tão a pena que te
impede de emagrecer.
Ou
será que ser gordo não está justificando outras dificuldades, como por
exemplo, a dificuldade em paquerar, assim você usa a desculpa da gordura
para não “precisar” de paquerar, enfim, é um ótimo pretexto para que
ninguém se interesse por você.
Ou
a comida pode estar servindo como o único agrado que você está
conseguindo proporcionar a você mesmo. Sendo assim, ta triste, come,
está nervoso, come, levou bronca do chefe, come, e aí você não vai
querer abrir mão deste agrado.
O
que fazer: Escreva tudo o que lhe vem à mente quanto aos possíveis
ganhos por estar acima do peso. Não censurar estes pensamentos. Após
isso faça uma avaliação sincera e encontre outras formas de ter estes
ganhos, a atenção e reconhecimento das pessoas por exemplo. Encontre
outras formas de ter satisfação na vida. Não dependa da comida para ter
um pretexto para não se colocar no mundo, corra riscos e veja como pode
valer a pena.
Quinto. A comida alivia a sua ansiedade?
Ingerir
alimentos pode significar, inconscientemente, controle. Todo ser humano
necessita sentir que está no controle. Quando está inseguro, fica
ansioso e cai na comilança como válvula de escape. A sensação de
controle te dá tranqüilidade. Quando ansioso a gente procura alguma
coisa pra confortar, e nada melhor do que a sensação de estar se
abastecendo, de estar colocando algo saboroso na boca, está se agradando
e... controlando a situação.
O
que fazer: Não permita que haja falta de controle sobre sua própria
vida. Vamos trabalhar e ver em quais áreas você está sendo refém dos
outros. Este é um ponto onde meus pacientes gostam muito de ver os
resultados. Não ser refém, não se deixar ser levado pelo mau humor do
outro, pela maldade do outro. Mas, veja bem, muito importante tb que não
seja você este controlador.
Sexto.
Avalie auto aceitação. Antes de começar a emagrecer é importante que
você se aceite como está hoje, acima do peso. Por quê? Porque é
impossível mudar uma coisa que você nem aceita que existe. Enquanto
houver negação do problema não vamos conseguir olhar o suficiente pra
ele e nem vamos conseguir fazer alguma coisa para eliminar esse
problema. Mas vejam bem, aceitar é diferente de gostar ou concordar,
aceitar é parar de brigar com a gordura. É reconhecer que ela existe e
você não vai brigar mais com ela, você vai fazer coisas boas para sua
saúde, a conseqüência vai ser se despedir da gordura.
O
que fazer: Aceitar o próprio do corpo como ele está agora, não negar
(evitar olhar no espelho) nem exagerar (se chamar de balofa por
exemplo). Parar de brigar com este corpo é necessário para se ter paz de
espírito suficiente para ser eficiente ao fazer algo por ele. Se você
está “de mal” com seu corpo você não concordará em fazer algo de bom por
ele. Então fique de bem com esse corpo.
Sétima . Entender porque deixar de comer não emagrece.
O
corpo tem um sistema de alerta contra os perigos. Quando a pessoa deixa
de ingerir comida o seu cérebro entende como “dificuldades em obter
alimentos” e para sua auto preservação passa a reduzir o metabolismo
como uma forma de economizar as energias, e por isso não queima de forma
eficiente as gorduras excedentes. Ou seja você não emagrece ficando sem
comer. E tem também outro fator, quando você fica sem comer por várias
horas, a compensação desse período vai além do proporcional à
necessidade do alimento. É como se o seu cérebro recebesse a seguinte
mensagem “A coisa está feia lá fora, quando aparecer comida, coma o
máximo que puder, porque não se sabe quando vai ter comida de novo”, e
aí você come muito além do necessário. Mas a ingestão de comida em
grande quantidade não é tão eficiente em termos nutricionais, pois seu
organismo, quando sobrecarregado de comida, não consegue sintetizar os
nutrientes de forma eficiente. Ou seja, você desperdiça o valor
nutritivo da refeição, e só acumula gordura.
O
que fazer: Não ficar mais de duas horas sem se alimentar.
Nutricionistas, médicos dizem isso a toda hora. Você só não sabia porque
devia fazer assim.
Oitava . Porque o paladar é algo tão agradável.
O
homem primitivo precisou do paladar mais sensível para identificar os
alimentos que não são bons como os venenosos, os estragados, etc, como
também para ingerir fontes mais ricas de caloria. Num período onde
conseguir comida era algo muito trabalhoso e corria-se o risco de ficar
vários dias sem comida, ter alimentos ricos em energia era fundamental.
Por isso não é coincidência que os alimentos que mais atraem ao paladar
são os doces e os gordurosos, ou seja os extremamente calóricos. Talvez
daí venha a frase “tudo o que é bom engorda”. Ou seja nosso corpo ainda
está adaptado a outra era, ainda não nos adaptamos a esta fartura e
facilidade de acesso a comida, o resultado disso é gordura.
O
que fazer: Habituar-se a ingerir comidas com sabor mais delicados, mais
suave, sem muito tempero. Porque assim você vai descondicionar
alimentação da busca de prazer.
Virão
como é importante você saber como a coisa funciona pra você conseguir
mudar o que não está funcionando bem, aposto como você está super
animado pra emagrecer agora.
Nona . Porque o mais gostoso nem sempre é o mais saudável.
A
industria moderna se aproveita desse nosso paladar ávido por sabores e
incrementa suas vendas intensificando o sabor dos alimentos com temperos
extras e químicas específicas. Sem falar do excesso de gordura nas
frituras e açúcar nos doces, que claro atraem ao paladar mas estão além
das nossas necessidades energéticas. Colocando muito sabor em alimentos
pobres em nutrientes, e conseqüentemente mais baratos, a industria
consegue vender, e lucrar, colocando dentro da sua casa alimentos que
são totalmente inúteis. Já ouviram a frase “é impossível come um só”, é
claro que é impossível, colocaram aquela química que desperta seu
cérebro a comer muito mais além do necessário, e lá vai você dando lucro
pra industria do fast food.
O
que fazer: Habituar-se a ingerir alimentos com maior valor nutritivo,
como as frutas, verduras, legumes, carnes magras, peixes, etc. E treinar
o paladar a encontrar satisfação no sabor natural dos alimentos, para
que assim você considere suficiente o açúcar e gordura nas quantidades
originais das carnes, frutas, etc, sem tanto tempero extra.
Décima . Porque comemos além do necessário.
Nossos
corpos são regulados por um “ponto de ajuste” que te ajuda comer menos
quando a comida escasseia, pois você sente menos fome. Mas vai ficar
mais esfomeado quando tem abundância de comida. Isto é uma forma do
corpo estocar calorias para o futuro, e este estoque é feito em forma de
gordura. Durante a era primitiva havia muitos períodos de escassez, a
refeição seguinte dependia de uma caçada e não de uma corrida a
geladeira. Esse sistema de regulagem permitia que o indivíduo fizesse
depósitos nos momentos de abundância para que pudessem ser usados quando
faltasse comida. Hoje como o acesso a comida é muito fácil, sempre
temos um estoque em casa, se estamos na rua há uma lanchonete ou um
mercado em cada esquina. Os sinais de ajuste não se adaptaram a essa
nova realidade e geram um grande problema, o consumo desenfreado, o
excesso de peso, os problemas de saúde relacionados à obesidade.
O
que fazer: Fazer “regime” na geladeira. Não manter estoque
desnecessário de alimentos. Não ter em casa coisas que são
desnecessárias e não nutritivas.
Décima Primeira . Porque temos comida predileta e desejo por alimentos específicos.
Seu
corpo está provido de um sistema de alarme ao alimento que era
familiar, o que já é conhecido e sabe-se que é bom. Isto também é uma
herança de nosso processo evolutivo. O homem primitivo tinha muita
dificuldade em identificar qual alimento era saboroso ou saudável, assim
seria muito importante repetir aquele que já foi provado e aprovado. A
procura por esse alimento, já testado e considerado bom, surge na forma
de desejo por alimentos específicos.
O
que fazer: Resistir à esses impulsos. Ingerir outro alimento no lugar
daquele desejado. Treinar flexibilização dos hábitos alimentares. Se não
der pra resistir comer uma porção pequena, mas não sofrer demais se
abstendo de determinada coisa, pois você pode supercompensar e cair de
boca, exageradamente, e jogar o regime pro alto.
Décima Segunda . Conscientize-se do quanto e como você está comendo hoje em dia.
Só é possível mudar quando se está consciente do comportamento atual.
O que fazer: Anotar cada alimento ingerido, a caloria correspondente e a hora da ingestão desse alimento.
Décima terceira. Fator Cognitivo 1 : Pensamentos automáticos que te empurra ou autorizam a comer além do necessário.
Todo
comportamento é motivado por um pensamento. Você só tem atitudes que
sua cabeça o levou a ter. Mesmo que estes pensamentos não sejam
conscientes, eles podem ser automáticos, ou seja você não se deu conta
deles, mas eles existem. Por exemplo, porque você lava a maça toda vez
que vai come-la? Porque passa pela sua mente um pensamento automático,
baseado em um aprendizado anterior, que diz que toda fruta tem que ser
lavada. Mesmo que você não perceba que está pensando isso, essa idéia
está na sua mente. Isso é pensamento automático. Pensamentos automáticos
coordenam todas nossas ações, inclusive a alimentação. Portanto toda
vez que você comeu algo, foi sua cabeça que te fez comer aquilo.
Todo
alimento que ingerimos além do necessário, ou seja aquele que vai ser
armazenado em forma de gordura, foi ingerido porque autorizamos, ou seja
passou coisas em nossa cabeça que te permitiram, ou até te impeliram a
comer.
O
que fazer: Em primeiro lugar treinar-se para que os pensamentos saiam
do automático e você passe a ter consciência do que te levam a comer.
Para isso existe o formulário RPD, Registro de Pensamentos
Disfuncionais. Nele vamos anotar tudo o que te passa na cabeça
imediatamente antes de ingerir qualquer alimento, como por exemplo: “Já
que emagreci um quilo posso comer um doce a mais hoje”, “Como caminhei
ontem estou com crédito para comer um pouco mais hoje”, “Fulano me
deixou nervoso, preciso de comer senão estouro”, etc
Num segundo momento vamos elaborar novas formas mais funcionais de pensar, para combater a comilança desnecessária.
Décima quarta. Fator Cognitivo 2: Pensamentos automáticos que impedem o emagrecimento.
Pensamentos
disfuncionais como: “Emagrecer me trará prejuízos pq vou ter que
comprar outras roupas”, “Tenho roupas tão bonitas que dá dó não poder
usa-las mais”, “Ir a um rodízio e comer pouco é desperdício”, “Pra que
começar regime hoje, começo amanhã”, “Ontem eu achei que queria
emagrecer, mas pensando bem não estou tão gordo assim”, “Pra que
emagrecer se não vou a lugar nenhum?”, “Porções pequenas são coisas de
gente pão dura”, “Quem me recebe com pouca comida é porque não gosta de
mim”. Tudo isso são pensamentos que boicotam seu regime.
Muitas
vezes o hábito de comer demais vem da cultura familiar, como por
exemplo a crença de que gordura significa saúde, ou a crença de se não
come é porque não está feliz, a crença de que gordo é bonito, gordura
significa fartura, sucesso na vida, etc. Mudar estas crenças é algo que
parece fácil num primeiro momento, mas tem que arrancar todas as raízes,
senão nada muda.
O
que fazer: RPD – Registro de pensamentos disfuncionais. Elaborar novas
formas mais funcionais de pensar. Na psicoterapia o psicólogo faz isso
junto com o paciente, conforme os pensamentos que passam na sua cabeça.
Décima quinta. O que os hábitos, a rotina do dia a dia, tem a ver com emagrecer?
Comer
é um habito, e hábitos podem ser mudados. Mudar hábitos de forma geral,
todos, mesmo os não relacionados à comida desenvolvem flexibilidade
mental e desconecta comida de prazer, de passatempo, de atividade
social, etc. Quando você se torna uma pessoa mais flexível você se
permite mudar até seu hábito alimentar.
O que fazer: A cada dia fazer algo diferente, algo que não faz parte da sua rotina.
Décima sexta. Comer é vicio?
Como
todos os vícios comer trás satisfação em curto prazo e dor e
arrependimento a longo prazo. O que define um vicio é: A satisfação
provocada pelo agente viciante; A necessidade de doses cada vez mais
fortes para se obter o mesmo efeito e: A síndrome de abstinência quando
se retira este agente. Sendo assim podemos considerar vicio tanto o
cigarro, a bebida, a droga, como o comer compulsivo.
O que fazer: Controle dos impulsos. Auto-instrução. Mudança de rotina para descondicionar o cérebro. Reestruturação Cognitiva.
Você
percebe que pra emagrecer você tem que mudar seu relacionamento com a
comida. Você tem que mudar a sua cabeça com relação à comida. Todo magro
tem uma relação saudável com a comida, nunca é de dependência ou de
compulsão. O que te faz comer não é teu estomago, é sua cabeça. O que te
faz comer além do necessário e te deixa gorda é uma cabeça
disfuncional. Consertando essa cabeça, se condicionando a novas atitudes
diante da comida, você vai emagrecer.
Etc.
Obesidade
é um tema bastante trabalhado em psicoterapia, pois é envolve tanto
sentimentos, como por exemplo as pessoas que comem porque estão com
raiva, ansiosas,deprimidas, como envolve comportamentos como por exemplo
a alimentação feita à frente TV onde a pessoa ingere mais do que
percebe, etc.
Este texto é voltado exclusivamente para aquelas pessoas que querem
perder peso, e para as pessoas que conhecem alguém que quer perder
peso. Estou falando para 99% da população.
Se você sair na rua perguntando paras pessoas, principalmente pras
mulheres, quantos quilos elas querem perder, uma quantidade muito grande
terá uma resposta, só poucas vão dizer que estão contentes com seu
peso. O que é isso? É o mal do século?
Comemos além do necessário. Como eu sei disso? É fácil, se você tem
acumulo de gordura no seu corpo significa que este corpo não consumiu
toda energia, em forma de calorias, e estocou o que sobrou, e o estoque é
feito em forma de gordura. Se você está gordo é porque, ou ingeriu mais
do que queimou, ou queimou menos energia do que consumiu.
Entender porque comemos além do necessário, saber como a evolução
nos preparou para comermos muito, como as frustrações colaboram pra
usarmos a comida como válvulas de escape nos ajuda a “fazer às pazes”
com a balança, assim teremos recursos para aprender como não morrer de
fome e emagrecer.
Alimentação é um assunto se refere ao corpo ou à mente?
Comer está basicamente relacionado à manutenção da vida, da saúde.
Mas muitas vezes a gente come além do necessário para a manutenção de
uma vida saudável, a gente come compulsivamente, muitas vezes a gente
até se prejudica, e isso é comportamento desajustado, é conseqüência de
uma mente, de uma cabeça que precisa de ajustes.
Quando o fator psicológico não está em ordem a gente tem
conseqüências sérias. Se você está ansioso, sentindo-se culpado , ou
precisando de ajuda emocional , você pode sair por aí comendo feito um
louco, comportamento este que não tem nada a ver com nutrição e
manutenção da vida.
Mas o inverso também é verdadeiro. Quando o corpo não está bem o
lado psicológico também sofre, se você se alimenta mal, de forma errada,
você vai debilitar seu organismo, vai ganhar colesterol, diabetes,
obesidade. E com o corpo debilitado a cabeça também não vai funcionar
muito bem. Sem falar da auto-imagem negativa, pois se você não gosta do
que vê no espelho, vai se culpar, se considerar inferior, inadequado,
feio , esquisito, enfim, se sentir muito mal com você mesmo.
Obesidade, excesso de peso, sobrepeso são conseqüências de quê?
Pode ser muita coisa. Como você vai ouvir adiante, procurei cobrir a
maior parte das possibilidades. Por um lado você vai descobrir que pode
estar comendo mais do que o necessário porque a evolução lhe dotou de
sistemas pra que a comida fosse algo tão interessante a ponto de te
motivar para comer muito. Isso porque na era primitiva a comida não
estava tão disponível como hoje, não era só esticar o braço na geladeira
ou atravessar a rua para alcançar o mercado ou a lanchonete. Na era
primitiva o esforço era grande, mas valia a pena pois sem comida a
pessoa morria. O grande problema é que hoje ninguém precisa de tanto
esforço assim para conseguir comida, e o perigo de não ter comida
suficiente também não existe mais como era na vida homem primitivo, mas o
apetite, a voracidade por alimentos continua a mesma porque nosso corpo
ainda não se adaptou a essa nova realidade, então você acaba comendo
muito mais do que precisa e, engorda. Engordando se sente mal com você
mesmo. Se sentindo mal com você mesmo você vai procurar algo que te
console, algo agradável, e que tal um prato bem saboroso? E aí que
acontece? Engorda mais ainda, e vira uma espiral ascendente, um circulo
vicioso.
O presidente Lula se preocupou muito com o problema da fome no
país. Nobre, muito nobre. Tanto é que ninguém deu muita bola para os que
contaram, e contaram acertadamente, que morre muito mais pessoas no
país por excesso de peso que por falta de peso. Uma coisa é certa, falta
de comida provoca comoção. Excesso de peso é considerado falta de
vontade, falta de auto-controle e até desleixo. A maioria não olha com
bons olhos aquele que está acima do peso, não consegue ver que ninguém
está acima do peso porque quer. Na realidade comer a principio serve
para a manutenção da vida, mas pode se transformar em algo tão
disfuncional que, em casos mais graves causa tanto prejuízo à saúde
física e mental que pode levar à morte, morte psicológica ou morte
física mesmo.
A boa noticia é que não é impossível perder peso, ficar mais saudável e se gostar mais. A questão é encontrar o caminho certo.
16 Dicas da psicologia para emagrecer:
- Primeira . Identifique o porquê de você querer
perder peso. Porque você quer emagrecer? Você quer ser aceito pelos
outros? Não ser reprovado no exame médico da empresa? Conseguir uma
namorada?
Sem não tiver o motivo certo, sinto muito, mas você não vai
emagrecer. Ao contrário do que se pensa, arrumar namorado, fazer bonito
na balada, ser aceito no trabalho, agradar o pai, nada disso não são
bons motivos para emagrecer.
O que fazer:
Escreva o seu motivo numa folha de papel, identifique cada aspecto
envolvido nesse motivo. Mas seja honesto, não vá colocar só o que você
acha que é bonito de dizer sem realmente acreditar na coisa. Identifique
tudo o que você pensa que pode ganhar emagrecendo. Avalie se são
motivos justos.
- Segundo . Avalie seu comprometimento à meta de emagrecer.
Você é do tipo que só se entrega a alguma tarefa se ela for fácil,
se não der muito trabalho? Ou você tem capacidade de se esforçar por
alguma coisa que sabe que vai valer a pena? Você sabe avaliar quando
alguma coisa vale o seu esforço? Sabe reconhecer agora o quanto você vai
ganhar, e sabe usar isso pra te motivar a suar um pouco a camisa?
O que fazer:
Anotar todas as situações nas quais você se dedicou, se esforçou. Valeu a
pena? Quando não topou o esforço, o trabalho, que coisas você perdeu,
que coisas deixou de conquistar? Valeu a pena ter perdido estas coisas
porque não quis se esforçar?
- Terceiro . Você quer emagrecer ou espera que o outro o emagreça?
Muitas pessoas consideram muito mais confortável ingerir um remédio
para emagrecer ou fazer uma cirurgia. Essa é a postura dos que esperam
ser “emagrecidos” por fatores externos. Pode até dar resultado, mas não
vai se manter por muito tempo, e a conquista não é sua, então não está
nas suas mãos manter o ganho, ou seja você pode voltar a engordar sem
mesmo entender o porque. Na realidade com este modo de funcionar você
está entregando o seu controle para longe de você, para os outros. Todo
mundo que emagreceu assim já sabe no que deu. Dali a pouco está de novo
na mesma, ou até pior.
O que fazer:
Conscientizar-se que se você for o agente de sua mudança vai ser muito
mais gratificante, pois assim você percebe que você pode contar com você
mesmo. Se emagrecer dependeu de você, manter-se magro também vai
depender, e como você sempre pode contar com você mesmo está garantido o
sucesso.
- Quarto. Avalie o ganho secundário. Será que tem
alguma vantagem em permanecer acima do peso? Parece uma pergunta
estapafúrdia, não? Mas não é não. Muitas vezes inconscientemente tem
algo de bom em ser gordo, como por exemplo, o papel de vítima, as outras
pessoas ficam dó de você, e no fundo você gosta disso. Será que a
sensação de que tem alguém “cuidando de você” dando dicas, fazendo
comidas especiais pra você, e assim demonstram o quanto você é
importante, e isso vale tão a pena que te impede de emagrecer.
Ou será que ser gordo não está justificando outras dificuldades,
como por exemplo, a dificuldade em paquerar, assim você usa a desculpa
da gordura para não “precisar” de paquerar, enfim, é um ótimo pretexto
para que ninguém se interesse por você.
Ou a comida pode estar servindo como o único agrado que você está
conseguindo proporcionar a você mesmo. Sendo assim, ta triste, come,
está nervoso, come, levou bronca do chefe, come, e aí você não vai
querer abrir mão deste agrado.
O que fazer:
Escreva tudo o que lhe vem à mente quanto aos possíveis ganhos por estar
acima do peso. Não censurar estes pensamentos. Após isso faça uma
avaliação sincera e encontre outras formas de ter estes ganhos, a
atenção e reconhecimento das pessoas por exemplo. Encontre outras formas
de ter satisfação na vida. Não dependa da comida para ter um pretexto
para não se colocar no mundo, corra riscos e veja como pode valer a
pena.
- Quinto. A comida alivia a sua ansiedade?
Ingerir alimentos pode significar, inconscientemente, controle.
Todo ser humano necessita sentir que está no controle. Quando está
inseguro, fica ansioso e cai na comilança como válvula de escape. A
sensação de controle te dá tranqüilidade. Quando ansioso a gente procura
alguma coisa pra confortar, e nada melhor do que a sensação de estar se
abastecendo, de estar colocando algo saboroso na boca, está se
agradando e... controlando a situação.
O que fazer: Não
permita que haja falta de controle sobre sua própria vida. Vamos
trabalhar e ver em quais áreas você está sendo refém dos outros. Este é
um ponto onde meus pacientes gostam muito de ver os resultados. Não ser
refém, não se deixar ser levado pelo mau humor do outro, pela maldade do
outro. Mas, veja bem, muito importante tb que não seja você este
controlador.
- Sexto. Avalie auto aceitação. Antes de começar a
emagrecer é importante que você se aceite como está hoje, acima do
peso. Por quê? Porque é impossível mudar uma coisa que você nem aceita
que existe. Enquanto houver negação do problema não vamos conseguir
olhar o suficiente pra ele e nem vamos conseguir fazer alguma coisa para
eliminar esse problema. Mas vejam bem, aceitar é diferente de gostar
ou concordar, aceitar é parar de brigar com a gordura. É reconhecer que
ela existe e você não vai brigar mais com ela, você vai fazer coisas
boas para sua saúde, a conseqüência vai ser se despedir da gordura.
O que fazer: Aceitar
o próprio do corpo como ele está agora, não negar (evitar olhar no
espelho) nem exagerar (se chamar de balofa por exemplo). Parar de brigar
com este corpo é necessário para se ter paz de espírito suficiente para
ser eficiente ao fazer algo por ele. Se você está “de mal” com seu
corpo você não concordará em fazer algo de bom por ele. Então fique de
bem com esse corpo.
- Sétima . Entender porque deixar de comer não emagrece.
O corpo tem um sistema de alerta contra os perigos. Quando a pessoa
deixa de ingerir comida o seu cérebro entende como “dificuldades em
obter alimentos” e para sua auto preservação passa a reduzir o
metabolismo como uma forma de economizar as energias, e por isso não
queima de forma eficiente as gorduras excedentes. Ou seja você não
emagrece ficando sem comer. E tem também outro fator, quando você fica
sem comer por várias horas, a compensação desse período vai além do
proporcional à necessidade do alimento. É como se o seu cérebro
recebesse a seguinte mensagem “A coisa está feia lá fora, quando
aparecer comida, coma o máximo que puder, porque não se sabe quando vai
ter comida de novo”, e aí você come muito além do necessário. Mas a
ingestão de comida em grande quantidade não é tão eficiente em termos
nutricionais, pois seu organismo, quando sobrecarregado de comida, não
consegue sintetizar os nutrientes de forma eficiente. Ou seja, você
desperdiça o valor nutritivo da refeição, e só acumula gordura.
O que fazer: Não
ficar mais de duas horas sem se alimentar. Nutricionistas, médicos dizem
isso a toda hora. Você só não sabia porque devia fazer assim.
- Oitava . Porque o paladar é algo tão agradável.
O homem primitivo precisou do paladar mais sensível para
identificar os alimentos que não são bons como os venenosos, os
estragados, etc, como também para ingerir fontes mais ricas de caloria.
Num período onde conseguir comida era algo muito trabalhoso e corria-se o
risco de ficar vários dias sem comida, ter alimentos ricos em energia
era fundamental. Por isso não é coincidência que os alimentos que mais
atraem ao paladar são os doces e os gordurosos, ou seja os extremamente
calóricos. Talvez daí venha a frase “tudo o que é bom engorda”. Ou seja
nosso corpo ainda está adaptado a outra era, ainda não nos adaptamos a
esta fartura e facilidade de acesso a comida, o resultado disso é
gordura.
O que fazer:
Habituar-se a ingerir comidas com sabor mais delicados, mais suave, sem
muito tempero. Porque assim você vai descondicionar alimentação da busca
de prazer.
Virão como é importante você saber como a coisa funciona pra você
conseguir mudar o que não está funcionando bem, aposto como você está
super animado pra emagrecer agora.
- Nona . Porque o mais gostoso nem sempre é o mais saudável.
A industria moderna se aproveita desse nosso paladar ávido por
sabores e incrementa suas vendas intensificando o sabor dos alimentos
com temperos extras e químicas específicas. Sem falar do excesso de
gordura nas frituras e açúcar nos doces, que claro atraem ao paladar mas
estão além das nossas necessidades energéticas. Colocando muito sabor
em alimentos pobres em nutrientes, e conseqüentemente mais baratos, a
industria consegue vender, e lucrar, colocando dentro da sua casa
alimentos que são totalmente inúteis. Já ouviram a frase “é impossível
come um só”, é claro que é impossível, colocaram aquela química que
desperta seu cérebro a comer muito mais além do necessário, e lá vai
você dando lucro pra industria do fast food.
O que fazer:
Habituar-se a ingerir alimentos com maior valor nutritivo, como as
frutas, verduras, legumes, carnes magras, peixes, etc. E treinar o
paladar a encontrar satisfação no sabor natural dos alimentos, para que
assim você considere suficiente o açúcar e gordura nas quantidades
originais das carnes, frutas, etc, sem tanto tempero extra.
- Décima . Porque comemos além do necessário.
Nossos corpos são regulados por um “ponto de ajuste” que te ajuda
comer menos quando a comida escasseia, pois você sente menos fome. Mas
vai ficar mais esfomeado quando tem abundância de comida. Isto é uma
forma do corpo estocar calorias para o futuro, e este estoque é feito em
forma de gordura. Durante a era primitiva havia muitos períodos de
escassez, a refeição seguinte dependia de uma caçada e não de uma
corrida a geladeira. Esse sistema de regulagem permitia que o indivíduo
fizesse depósitos nos momentos de abundância para que pudessem ser
usados quando faltasse comida. Hoje como o acesso a comida é muito
fácil, sempre temos um estoque em casa, se estamos na rua há uma
lanchonete ou um mercado em cada esquina. Os sinais de ajuste não se
adaptaram a essa nova realidade e geram um grande problema, o consumo
desenfreado, o excesso de peso, os problemas de saúde relacionados à
obesidade.
O que fazer: Fazer
“regime” na geladeira. Não manter estoque desnecessário de alimentos.
Não ter em casa coisas que são desnecessárias e não nutritivas.
- Décima Primeira . Porque temos comida predileta e desejo por alimentos específicos.
Seu corpo está provido de um sistema de alarme ao alimento que era
familiar, o que já é conhecido e sabe-se que é bom. Isto também é uma
herança de nosso processo evolutivo. O homem primitivo tinha muita
dificuldade em identificar qual alimento era saboroso ou saudável, assim
seria muito importante repetir aquele que já foi provado e aprovado. A
procura por esse alimento, já testado e considerado bom, surge na forma
de desejo por alimentos específicos.
O que fazer:
Resistir à esses impulsos. Ingerir outro alimento no lugar daquele
desejado. Treinar flexibilização dos hábitos alimentares. Se não der pra
resistir comer uma porção pequena, mas não sofrer demais se abstendo de
determinada coisa, pois você pode supercompensar e cair de boca,
exageradamente, e jogar o regime pro alto.
- Décima Segunda . Conscientize-se do quanto e como você está comendo hoje em dia.
Só é possível mudar quando se está consciente do comportamento atual.
O que fazer: Anotar cada alimento ingerido, a caloria correspondente e a hora da ingestão desse alimento.
- Décima terceira. Fator Cognitivo 1 : Pensamentos automáticos que te empurra ou autorizam a comer além do necessário.
Todo comportamento é motivado por um pensamento. Você só tem
atitudes que sua cabeça o levou a ter. Mesmo que estes pensamentos não
sejam conscientes, eles podem ser automáticos, ou seja você não se deu
conta deles, mas eles existem. Por exemplo, porque você lava a maça toda
vez que vai come-la? Porque passa pela sua mente um pensamento
automático, baseado em um aprendizado anterior, que diz que toda fruta
tem que ser lavada. Mesmo que você não perceba que está pensando isso,
essa idéia está na sua mente. Isso é pensamento automático. Pensamentos
automáticos coordenam todas nossas ações, inclusive a alimentação.
Portanto toda vez que você comeu algo, foi sua cabeça que te fez comer
aquilo.
Todo alimento que ingerimos além do necessário, ou seja aquele que
vai ser armazenado em forma de gordura, foi ingerido porque autorizamos,
ou seja passou coisas em nossa cabeça que te permitiram, ou até te
impeliram a comer.
O que fazer: Em
primeiro lugar treinar-se para que os pensamentos saiam do automático e
você passe a ter consciência do que te levam a comer. Para isso existe o
formulário RPD, Registro de Pensamentos Disfuncionais. Nele vamos
anotar tudo o que te passa na cabeça imediatamente antes de ingerir
qualquer alimento, como por exemplo: “Já que emagreci um quilo posso
comer um doce a mais hoje”, “Como caminhei ontem estou com crédito para
comer um pouco mais hoje”, “Fulano me deixou nervoso, preciso de comer
senão estouro”, etc
Num segundo momento vamos elaborar novas formas mais funcionais de pensar, para combater a comilança desnecessária.
- Décima quarta. Fator Cognitivo 2: Pensamentos automáticos que impedem o emagrecimento.
Pensamentos disfuncionais como: “Emagrecer me trará prejuízos pq
vou ter que comprar outras roupas”, “Tenho roupas tão bonitas que dá dó
não poder usa-las mais”, “Ir a um rodízio e comer pouco é desperdício”,
“Pra que começar regime hoje, começo amanhã”, “Ontem eu achei que
queria emagrecer, mas pensando bem não estou tão gordo assim”, “Pra que
emagrecer se não vou a lugar nenhum?”, “Porções pequenas são coisas de
gente pão dura”, “Quem me recebe com pouca comida é porque não gosta de
mim”. Tudo isso são pensamentos que boicotam seu regime.
Muitas vezes o hábito de comer demais vem da cultura familiar, como
por exemplo a crença de que gordura significa saúde, ou a crença de se
não come é porque não está feliz, a crença de que gordo é bonito,
gordura significa fartura, sucesso na vida, etc. Mudar estas crenças é
algo que parece fácil num primeiro momento, mas tem que arrancar todas
as raízes, senão nada muda.
O que fazer: RPD –
Registro de pensamentos disfuncionais. Elaborar novas formas mais
funcionais de pensar. Na psicoterapia o psicólogo faz isso junto com o
paciente, conforme os pensamentos que passam na sua cabeça.
- Décima quinta. O que os hábitos, a rotina do dia a dia, tem a ver com emagrecer?
Comer é um habito, e hábitos podem ser mudados. Mudar hábitos de
forma geral, todos, mesmo os não relacionados à comida desenvolvem
flexibilidade mental e desconecta comida de prazer, de passatempo, de
atividade social, etc. Quando você se torna uma pessoa mais flexível
você se permite mudar até seu hábito alimentar.
O que fazer: A cada dia fazer algo diferente, algo que não faz parte da sua rotina.
- Décima sexta. Comer é vicio?
Como todos os vícios comer trás satisfação em curto prazo e dor e
arrependimento a longo prazo. O que define um vicio é: A satisfação
provocada pelo agente viciante; A necessidade de doses cada vez mais
fortes para se obter o mesmo efeito e: A síndrome de abstinência quando
se retira este agente. Sendo assim podemos considerar vicio tanto o
cigarro, a bebida, a droga, como o comer compulsivo.
O que fazer: Controle dos impulsos. Auto-instrução. Mudança de rotina para descondicionar o cérebro. Reestruturação Cognitiva.
Você percebe que pra emagrecer você tem que mudar seu
relacionamento com a comida. Você tem que mudar a sua cabeça com relação
à comida. Todo magro tem uma relação saudável com a comida, nunca é de
dependência ou de compulsão. O que te faz comer não é teu estomago, é
sua cabeça. O que te faz comer além do necessário e te deixa gorda é uma
cabeça disfuncional. Consertando essa cabeça, se condicionando a novas
atitudes diante da comida, você vai emagrecer.
Nesta clinica há psicólogos especialistas em transtornos alimentares. Conte conosco. F 11 3262-0621