ESCAPE DA AUTOSSABOTAGEM
O termo autossabotagem foi criado pelos psicólogos americanos Steven
Berglas e Edward Jones em 1978. Eles descobriram que um dos mecanismos
mais comuns que levam a cometer um atentado contra si mesma é não se
achar merecedora de algo. É como se, no fundo, sentisse que está
conquistando algo ilicitamente. E isso pode acontecer no caso de uma
promoção, de um bem novo, de um namorado.
Mas onde nasce tamanha desconfiança de si mesma? A chave está na
autoestima baixa, diz o psicólogo Marco Antonio De Tommaso, da
Universidade de São Paulo. Ser feliz parece gerar ansiedade e evocar
ecos do passado que dizem ”Não mereço ser feliz”. Parece absurdo pensar
que pode fazer tanto mal a uma pessoa tão querida: você mesma. O
processo sempre passa pelo autoconhecimento. Muitas vezes é preciso
terapia. Mas refletir também dá resultado.
Às vezes é difícil imaginar como aquele cara se interessou por você. Resultado da baixa autoestima. Crianças que eram valorizadas pelo que conseguiam boas notas, medalhas nos esportes etc. Tendem a achar que só serão amadas ao se mostrar poderosas ou extremamente autossuficientes. Só que essas características são as que, em geral, afastam muitos homens ou atraem os errados.
Não há caso mais óbvio de autossabotagem do que passar
fome durante a semana para caber na calça jeans e comer feijoada no
sábado. E depois ainda ficar se lamentando: Por que eu fiz isso? Ora,
porque você não quer emagrecer de verdade. É claro que cair em tentação
uma vez é mais do que normal. Mas a pessoa que sistematicamente detona a
dieta, das duas uma: ou tem força de vontade zero ou não quer mesmo
emagrecer. Descubra como a gordura é útil às suas estratégias de se
autossabotar.
Uma pessoa tímida, por exemplo, usa a gordura como
proteção. E diz que não arruma namorado porque é gorda, define Marco
Antonio De Tommaso. A obesidade também é usada para mascarar a
sexualidade, fugir da vida social etc. Você pode atacar por todas as
frentes: emagrecer, melhorar a autoestima e tratar seus problemas de se
relacionar com as pessoas. Ou mesmo se assumir uma gordinha feliz. Uma
coisa é certa: a vida não é dividida em pessoas que vestem 38 e são
felizes e as que vestem 46 e estão condenadas à infelicidade. A primeira
providência é abolir o papel de vítima, encarar a vida e decidir se
você quer ser feliz ou não, independentemente do tamanho da sua calça
jeans.
O escritor irlandês Oscar Wilde costumava dizer que no
mundo há somente duas tragédias: uma é não ter o que se quer; a outra é
ter. Muitas vezes a pessoa até formula desejos saudáveis, mas
inconscientemente não resolveu sua relação consigo mesma e, por isso,
não consegue ser feliz e desfrutar dos resultados positivos.
Comprar um
carro zero pode parecer uma grande conquista, mas há o medo inconsciente
de que não vai acabar bem. A certeza de que algo ruim irá acontecer e
pode ser com o carro novo, com a viagem tão esperada ou a festa-surpresa
para a amiga é tão grande que é melhor precipitá-lo para acabar logo
com a angústia. Ou seja, em vez de aguardar que a coisa ruim aconteça, a
pessoa toma as rédeas da situação. Isso pode significar bater o carro
antes de fazer o seguro, desmarcar a viagem ou deixar o lindo bolo se
espatifar no chão ao levá-lo à mesa
O
inconsciente é como uma criança dentro de nós que segue o que chamamos
de princípio do prazer, ou seja, quer somente satisfazer seus desejos.
Mas o lado adulto, consciente e racional, não aceita os próprios desejos
infantis, gerando um descompasso, explica o psicanalista Roberto
Dantas, de São Paulo. Deixe a criança solta, aceite a felicidade que
bate à sua porta sem questioná-la, sem deixar que a culpa dê um chega
pra lá na satisfação. Repita para você mesma Eu mereço todas as vezes
que acontecer algo bom e não tenha pudores em estampar um sorriso enorme
de satisfação no rosto, daqueles de dar cãibra nas bochechas.
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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:
Mens sana in corpore sano ("uma mente sã num corpo são") é uma famosa citação latina, derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal.
No contexto, a frase é parte da resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida (tradução livre):
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A conotação satírica da frase, no sentido de que seria bom ter também uma mente sã num corpo são, é uma interpretação mais recente daquilo que Juvenal pretendeu exprimir. A intenção original do autor foi lembrar àqueles dentre os cidadãos romanos que faziam orações tolas que tudo que se deveria pedir numa oração era saúde física e espiritual. Com o tempo, a frase passou a ter uma gama de sentidos. Pode ser entendida como uma afirmação de que somente um corpo são pode produzir ou sustentar uma mente sã. Seu uso mais generalizado expressa o conceito de um equilíbrio saudável no modo de vida de uma pessoa.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mens_sana_in_corpore_sano
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