OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

Os textos a seguir são dirigidos principalmente ao público em geral e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes de cada assunto abordado. Eles não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores às informações aqui encontradas.

Mens sana in corpore sano ("uma mente sã num corpo são") é uma famosa citação latina, derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal.


No contexto, a frase é parte da resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida (tradução livre):

Deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são.
Peça uma alma corajosa que careça do temor da morte,
que ponha a longevidade em último lugar entre as bênçãos da natureza,
que suporte qualquer tipo de labores,
desconheça a ira, nada cobice e creia mais
nos labores selvagens de Hércules do que
nas satisfações, nos banquetes e camas de plumas de um rei oriental.
Revelarei aquilo que podes dar a ti próprio;
Certamente, o único caminho de uma vida tranquila passa pela virtude.
orandum est ut sit mens sana in corpore sano.
fortem posce animum mortis terrore carentem,
qui spatium uitae extremum inter munera ponat
naturae, qui ferre queat quoscumque labores,
nesciat irasci, cupiat nihil et potiores
Herculis aerumnas credat saeuosque labores
et uenere et cenis et pluma Sardanapalli.
monstro quod ipse tibi possis dare; semita certe
tranquillae per uirtutem patet unica uitae.
(10.356-64)

A conotação satírica da frase, no sentido de que seria bom ter também uma mente sã num corpo são, é uma interpretação mais recente daquilo que Juvenal pretendeu exprimir. A intenção original do autor foi lembrar àqueles dentre os cidadãos romanos que faziam orações tolas que tudo que se deveria pedir numa oração era saúde física e espiritual. Com o tempo, a frase passou a ter uma gama de sentidos. Pode ser entendida como uma afirmação de que somente um corpo são pode produzir ou sustentar uma mente sã. Seu uso mais generalizado expressa o conceito de um equilíbrio saudável no modo de vida de uma pessoa.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mens_sana_in_corpore_sano


terça-feira, 14 de abril de 2015

EUA deixou homens passando fome quase até à morte durante a Segunda Guerra Mundial para fazer experiências científicas

No final da Segunda Guerra Mundial, a notícia de que certas pessoas nos territórios ocupados estavam tendo uma “dieta de fome” se espalhou.
Pesquisadores norte-americanos queriam estudar os efeitos da fome e, por isso, recrutaram voluntários famintos.
O Experimento da Fome de Minnesota, que se iniciou em 1944, na Universidade de Minnesota, durou bastante tempo e queria descobrir os efeitos da fome e como reabilitar uma pessoa severamente faminta. Foi uma experiência motivada por notícias sobre as condições de vida na Europa durante a Segunda Guerra Mundial. O horror dos campos de concentração ainda estava por vir, mas as pessoas, em territórios devastados pela guerra, já estavam sofrendo com dietas severamente restritas.
De um grupo de 400 voluntários, 36 homens foram escolhidos. Todos tinham entre 22 e 33 anos, e estavam em boas condições de saúde. Eles foram informados de que o experimento iria passar por qua
tro fases. Durante três meses, eles iriam comer um número específico de calorias, de modo que os pesquisadores poderiam levá-los a um peso saudável e ter uma linha de base para sua dieta (eles foram mantidos ativos, e a dieta que foi dada foi de 3.200 calorias). Uma vez que tinha chegado até o seu "peso ideal", sua ingestão calórica foi reduzida quase para a metade. Eles ingeririam 1.560 calorias por dia, todos os dias, e nada mais. Eles tiveram uma dieta comparável ao que o povo na Europa teria disponível: vegetais de raiz e amidos com carne, ocasionalmente, ou gelatina. O objetivo da dieta era fazer os homens perderem um pouco mais de dois quilos por semana e 25% do seu peso corporal em seis meses.
Após seis meses, eles passaram por uma fase de reabilitação de três meses, a qual seria permitido mais alimentos. Eles seriam divididos em vários grupos, com diferentes quantidades de calorias e proteínas, gordura e vitaminas. Finalmente, eles seriam permitidos, durante oito semanas, comerem o que quisessem.
Durante este tempo, eles foram mantidos em dormitórios no campus, com testes regulares de sangue, de resistência, mentais e muitos outros tipos de testes. Eles receberam o trabalho administrativo no laboratório, que permitiu que eles frequentassem as aulas na universidade. Acima de tudo, eles eram vigiados. Para os testes serem bem sucedidos, os pesquisadores tiveram de ter certeza de que os participantes não estavam os enganando.
A dieta de reabilitação não permaneceu como interesse geral para as gerações seguintes, embora tenha ajudado os cientistas a entenderem que as pessoas que sofriam com a fome precisavam ser superalimentadas, em vez de apenas alimentada, para ajudá-los a reconstruir seus corpos. É o efeito que retêm fascínio duradouro para os cientistas e para o público. Primeiramente, os participantes apenas reclamaram de fome, de uma incapacidade de concentração e da falta de bom senso. Se os homens não perderam bastante peso, suas “rações” foram reduzidas, ou seja, alguns tinham mais comida do que outros. Todos comeram juntos, observando quem tinha o que. Sem surpresa, o ressentimento surgiu e havia um monte de lutas nos dormitórios.
Depois, veio a depressão extrema. Vários membros foram hospitalizados por problemas psiquiátricos. Alguns chegaram a se mutilar. Um homem amputou três dedos com um machado, embora tenha dito posteriormente que ele não sabia se tinha feito isso de propósito ou se simplesmente não conseguia pensar claramente. Considerando que ele havia machucado os dedos uma vez antes, deixando um carro passar sobre eles, os pesquisadores pensavam que a nova lesão foi provocada por problemas psiquiátricos e ele foi encaminhado para tratamento.
Depois veio fraqueza. Quando um homem traiu a dieta, os pesquisadores exigiram que o resto dos homens fosse a qualquer lugar com um amigo. Anos mais tarde, um dos participantes disse que estava grato pelo sistema de amigos, já que é impossível enfrentar algo assim sozinho. Os homens perderam o cabelo, ficaram tontos, sentiam frio o tempo todo, e seus músculos doíam. Muitos desistiram das aulas. Os cientistas observaram que a frequência cardíaca de repouso e a taxa de respiração também caíram. O corpo faminto estava tentando usar o mínimo de calorias possível. Por um tempo, eles mascavam chicilete. Eles mastigaram até quarenta pacotes todos os dias, até que os cientistas decidiram retirar completamente a goma.
Tornaram-se obcecados pela comida que tinham, segurando-a na boca e tentando prolongar as refeições. Um dos homens disse que o que o incomodava mais do que tudo foi o fato de que o alimento tornou-se o ponto central em sua vida. Ele não se importava mais com nada, somente com a comida. Ele assistia a filmes com cenas de comida e lia revistas só pelos anúncios de alimentos. Outro homem disse que tinha começado a odiar as pessoas que foram capazes de ir para casa e ter um bom jantar. A comida tornou-se sua maldição e obsessão. Isso foi surpreendente e também como uma boa parte dos homens ultrapassou a meta projetada de uma perda de 25% do peso corporal. Muitos homens caíram para 44 ou 45 kg.
Durante o período de reabilitação de três meses, os diferentes grupos de homens deveriam receber quantidades diferentes de alimentos. Os pesquisadores rapidamente abandonaram a ideia depois de perceberem que os homens com pequenas calorias na dieta não mostravam sinais de recuperação. Alguns até perderam peso mesmo depois do aumento da ingestão de calorias.
Apesar dos esforços sinceros dos pesquisadores, praticamente não havia homens que se sentiram recuperados depois de apenas três meses. No dia em que eles foram autorizados a comer novamente, alguns comeram tanto que ficaram doentes. Ele ficaram bem além do peso. Alguns disseram que não conseguiram parar de comer obsessivamente por um ano. Nenhuma quantidade de comida era suficiente para eles.
Hoje, os resultados do Estudo da Fome em Minnesota servem, em sua maioria, de nota para as pessoas que estudam transtornos alimentares. Muitos dos comportamentos dos homens famintos exibidos, tais como a diluição de alimentos com água para torná-la ‘recheados’, ou comer devagar para prolongar as refeições, também são exibidos por pessoas que sofrem de anorexia.
Subsequente, a alimentação implacável dos homens é semelhante à compulsão alimentar. Embora eles se tornassem doentes fisicamente, eles não conseguiam obter comida suficiente para fazê-los se sentirem satisfeitos.
Quando contatados anos depois, muitos dos homens disseram que o experimento foi a coisa mais difícil que já tinha feito, mas estavam felizes por terem participado e disseram que fariam novamente.

Fonte: Io9 Foto: Divulgação / Domínio Público
 
 http://www.jornalciencia.com/sociedade/comportamento/3768-eua-deixou-homens-passando-fome-quase-ate-a-morte-durante-a-segunda-guerra-mundial-para-fazer-experiencias-cientificas

Nenhum comentário:

Postar um comentário