Especialistas são unânimes: o primeiro passo a ser dado na lista das mudanças para 2014 deve começar pelo que você põe no prato. Afinal, a comida é o combustível para o corpo
Faça o teste: olhe para o espelho e pense quem você quer ser neste novo ano. Que tipo de vida quer levar? É geralmente no fim do ano que as pessoas fazem um balanço e pensam nas novas possibilidades que têm pela frente. Como estamos no último dia de 2013, é exatamente agora que a palavra mudança começa a fazer sentido, quando “tudo começa outra vez com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para adiante vai ser diferente”, como poetizou Carlos Drummond de Andrade. Estão nas suas mãos as escolhas de continuar sedentário ou adotar atividades físicas; continuar ansioso ou relaxar diante de situações que não estão ao seu alcance resolver; comer bem ou chutar o balde de vez. Para dar um empurrão na proposta que você tem de mudança, o Estado de Minas começa hoje a série "Hora de mudar" com dicas e sugestões àqueles que, em 2014, querem uma vida mais saudável e em harmonia, em todos os sentidos.
A primeira da lista é, segundo especialistas, a mais importante: a alimentação. Está nela o segredo para ter bom humor, concentração, energia e saúde para conseguir cumprir todas as outras metas. E, apesar de “se alimentar bem” ter se tornado sinônimo de emagrecimento, a definição para uma vida saudável vai muito além disso. De acordo com o médico nutrólogo da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) Guilherme Giorelli, esse estilo de vida é aquele praticado em equilíbrio. "Equilíbrio físico, mental e social. Estar com saúde significa contribuir para o bem do seu organismo e para a sociedade", define.
Nesse conceito, ele aponta alguns alimentos que podem contribuir para essa situação positiva, como os vegetais orgânicos, considerados pelo médico como a principal fonte de saúde. "Entram aí brócolis, couve e espinafre. São também importantes os alimentos funcionais como o goji berry e a chia", comenta, acrescentando que o primordial de uma vida saudável são as vitaminas e minerais, que agregam grande valor nutricional para o indivíduo e sua alimentação. “É ideal haver um alimentação equilibrada. Não se trata de colocar alimentos no meio de um prato cheio de frituras”, alerta.
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Para chegar a esse patamar, falando em nutrição, Carmen Zita indica quantidades e variedades de vegetais ,“pois são ricos em fibras, vitaminas, sais minerais e fitoquímicos”. Segundo ela, peixe ou aves sem pele são ótima fonte de proteína. Na sua lista de bons alimentos, entram leites e iogurtes desnatados, considerando que a pessoa não tenha intolerância à lactose; grãos e pães integrais, arroz e feijão, “pois suas fibras não só ajudam o funcionamento intestinal como são processadas pela microbiota, gerando substâncias anticancerígenas”. As “gorduras boas” devem vir do azeite de oliva, óleo de canola e oleaginosas, sempre com moderação.
Na opinião do nutricionista Guilherme Marques é preciso ter cuidado com a expectativa criada com a reeducação alimentar ou a dieta. “O aumento da preocupação estética nos últimos anos trouxe uma pressão da sociedade, que passou a determinar padrões de beleza estabelecidos. A pessoa que deseja obter sucesso numa mudança de hábitos alimentares deve valorizar cada esforço e conquista, tentando ao máximo não se ver por meio da expectativa do outro, e sim de suas próprias possibilidades e expectativas.”
COMECE
Na teoria está tudo perfeito, mas na prática uma mudança nos hábitos alimentares pode ser bastante difícil para muita gente. Para quem não gosta de verduras no prato, o ideal é começar como se fosse uma criança. “Coloque no prato e insista consigo mesmo. Melhor dar as garfadas junto com os alimentos quentes, pois eles esconderão um pouco o sabor”, ensina Carmen Zita.
Giorelli lembra que as saladas envolvem diversos alimentos, portanto é importante descobrir, experimentar. “É importante estar disposto a provar o novo. Nesse período de namoro, é importante deixar um pouco de lado os doces e carboidratos. Alguns estudos sugerem que principalmente os alimentos doces podem diminuir o número de papilas gustativas”, avisa.
Passar a consumir o que os especialistas indicam é o que se chama de reeducação alimentar, que "consiste no estabelecimento de novos hábitos alimentares", define o nutricionista Guilherme Marques. E a formulação desse novo padrão deve obedecer a alguns princípios, como rotina e históricos alimentar e clínico. "Um bom plano alimentar é aquele que associa a quantidade e, principalmente, a qualidade dos alimentos. Para isso, a procura de um nutricionista com bons fundamentos teóricos e práticos torna-se essencial, principalmente na manutenção da saúde e da qualidade de vida."
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