Comer escondido e sentir culpa depois de comer são dois indícios do problema
Segundo o psiquiatra Adriano Segal, responsável pelo departamento de Psiquiatria e Transtornos Alimentares da Abeso, há duas principais definições de compulsão alimentar. A princípio, ela pode ser entendida como um episódio de descontrole, em que são consumidas grandes quantidades de comida com sensação de perda de controle sobre o quanto se come. Em casos mais graves, ela recebe o nome de Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica, quadro que apresenta as características descritas anteriormente, mas com mais frequência e, além disso, gera desconforto. Para entender se você sobre do problema, veja se você se identifica com as situações abaixo descritas:
Comer escondido
"Comer escondido é uma tentativa de fugir do julgamento alheio e até próprio", explica a psicóloga clínica Marisa de Abreu, de São Paulo. Desta maneira, o indivíduo busca fugir de críticas quanto à qualidade do que ingere e a velocidade com que o faz. Não confunda o hábito com um estado de sonambulismo, em que a pessoa come de madrugada, mas não se recorda de o ter feito. Neste caso, o isolamento é premeditado por vergonha da dificuldade de autocontrole.
Comer rápido
Consumir os alimentos com rapidez é um quesito que faz parte dos critérios para diagnóstico da compulsão alimentar. "Embora a origem do hábito possa ser interpretada de várias maneiras, uma coisa é certa: quem come rápido tende a comer mais", aponta o psiquiatra Adriano. Isso acontece porque a sinalização da saciedade decorrente da liberação de determinados hormônios demora algum tempo para acontecer. Quanto mais rápido uma pessoa comer, portanto, mais comida ela irá ingerir até que se sinta saciada.
Comer sem estar com fome
"O ato de comer nem sempre tem relação com a fome para quem sofre de compulsão alimentar", explica a psicóloga Marisa. Nesses casos, inclusive, é mais comum que a pessoa prefira consumir alimentos ricos em gorduras e carboidratos simples. Frituras, bolos, doces, fast food, ganham espaço. A comida deixa de funcionar como um combustível necessário para as funções vitais do organismo e passa a ser apenas fonte de prazer.
Comer até se sentir mal
"O desconforto pelo consumo excessivo de alimentos acontece por conta da distensão gástrica sofrida pelo estômago", alerta o psiquiatra Adriano. O exagero, por sua vez, costuma ser decorrente da rápida ingestão de comida. Além disso, o indivíduo não come muito mais por satisfação emocional do que por necessidade física.
Estar sempre comendo
Quem sofre de compulsão alimentar pode sentir necessidade de comer com mais frequência, já que a falta de comida cria um vazio emocional. "A sensação pode até ser a de fome, mas seu corpo não precisa de comida", aponta a psicóloga Marisa. Desta maneira, ele repete refeições e costuma estar sempre beliscando alguma guloseima.
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