OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

Os textos a seguir são dirigidos principalmente ao público em geral e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes de cada assunto abordado. Eles não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores às informações aqui encontradas.

Mens sana in corpore sano ("uma mente sã num corpo são") é uma famosa citação latina, derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal.


No contexto, a frase é parte da resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida (tradução livre):

Deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são.
Peça uma alma corajosa que careça do temor da morte,
que ponha a longevidade em último lugar entre as bênçãos da natureza,
que suporte qualquer tipo de labores,
desconheça a ira, nada cobice e creia mais
nos labores selvagens de Hércules do que
nas satisfações, nos banquetes e camas de plumas de um rei oriental.
Revelarei aquilo que podes dar a ti próprio;
Certamente, o único caminho de uma vida tranquila passa pela virtude.
orandum est ut sit mens sana in corpore sano.
fortem posce animum mortis terrore carentem,
qui spatium uitae extremum inter munera ponat
naturae, qui ferre queat quoscumque labores,
nesciat irasci, cupiat nihil et potiores
Herculis aerumnas credat saeuosque labores
et uenere et cenis et pluma Sardanapalli.
monstro quod ipse tibi possis dare; semita certe
tranquillae per uirtutem patet unica uitae.
(10.356-64)

A conotação satírica da frase, no sentido de que seria bom ter também uma mente sã num corpo são, é uma interpretação mais recente daquilo que Juvenal pretendeu exprimir. A intenção original do autor foi lembrar àqueles dentre os cidadãos romanos que faziam orações tolas que tudo que se deveria pedir numa oração era saúde física e espiritual. Com o tempo, a frase passou a ter uma gama de sentidos. Pode ser entendida como uma afirmação de que somente um corpo são pode produzir ou sustentar uma mente sã. Seu uso mais generalizado expressa o conceito de um equilíbrio saudável no modo de vida de uma pessoa.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mens_sana_in_corpore_sano


quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Obesos ativos são tão saudáveis quanto pessoas magras

Algumas pessoas obesas que se exercitam regularmente conseguem ter um metabolismo saudável, sem risco maior de desenvolverem doenças vasculares, diabetes ou câncer do que pessoas magras, segundo um grande estudo divulgado hoje na revista científica European Heart Journal. A conclusão, polêmica, afirma que é possível, sim, estar acima do mesmo e ao mesmo tempo permanecer saudável – mas, para isso, é preciso ser fisicamente ativo.
Ou seja, a pesquisa não defende a obesidade, menos ainda o sedentarismo ou a má alimentação. Ela apenas relativiza um dogma atual da medicina, que afirma que para ser saudável é preciso ter determinados índices de gordura no corpo – calculados geralmente pelo IMC (índice de massa corporal).
No estudo, o que os autores defendem é que os médicos avaliem as condições clínicas de seus pacientes para, então, recomendarem alguma intervenção – quem está acima do peso, mas tem seus índices de pressão arterial, colesterol, glicemia e triglicérides normais, por exemplo, talvez não precise sair do consultório com a indicação de perder peso.
“Sabemos bem que a obesidade está associada a um número grande de doenças crônicas, como problemas cardiovasculares e câncer. No entanto, há pessoas obesas e ativas que aparentemente estão protegidas dessa associação”, afirma um dos autores do estudo, o médico do esporte Francisco Ortega.
Ele explica que a grande diferença entre esses obesos ‘saudáveis’ e os obesos não saudáveis era a capacidade física gerada pela prática regular de exercícios. “Nosso estudo mostra que os médicos precisam levar em conta que nem todos os obesos têm o mesmo prognóstico.”
A pesquisa foi realizada pela Universidade da Carolina do Sul (Columbia) e avaliou dados de 43.265 participantes entre 1979 e 2003 – ou seja, um grande número de pessoas avaliadas e por um bom período de tempo, o que dá credibilidade às conclusões. Do total de pessoas analisadas, 46% eram obesos e metabolicamente saudáveis – e com mesmo risco de pessoas magras de desenvolverem doenças crônicas.

Pacientes com câncer que se exercitam vivem mais – mas médicos ainda não informam sobre o tema


Vários estudos sérios e de longo prazo já mostraram que pacientes com câncer que praticam atividades físicas regulares vivem mais. O exercício ajuda no tratamento, na recuperação e reduz a chance de reincidências – em mulheres com tumores de mama, por exemplo, estudos mostraram que a atividade física ajudou a reduzir a chance de uma nova ocorrência em 50%.
No entanto, mesmo com tantas evidências benéficas, oncologistas ainda falam pouco sobre o assunto em seus consultórios e muitos ainda são relutantes na hora de mandar seus pacientes para a academia ou o parque, segundo estudo da Mayo Clinic divulgado nesta semana.
Em um dos maiores levantamentos já feitos sobre os benefícios da atividade física para pacientes com câncer, pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos analisaram dados disponíveis desde 1950, encontraram essa relação positiva entre longevidade após a doença e uma rotina de exercícios.
O que falta é entender ainda exatamente porquê isso ocorre. E também avaliar quais são as atividades mais indicadas para cada tipo de paciente, com cada tipo de tumor, de tratamento  e de estado clínico geral – cada condição exige um tipo de exercício, bem mais leve ou um pouco mais intenso, e não há uma receita única para cada um.
Justamente por isso é tão importante a orientação médica, que nem sempre, segundo o estudo da Mayo Clinic, é feita com atenção.  Os pesquisadores, até agora, descobriram que, em geral, os pacientes são aconselhados sobre remédios, alguns efeitos colaterais e quase nada sobre estilo de vida, incluindo o exercício.
Uma abordagem que, para eles, poderia ser mais ampla e mais didática, num aconselhamento que ouvisse os pacientes e entendesse a sua rotina, para sugerir melhorias.
“Como médicos, costumamos dizer aos pacientes que praticar atividade física é importante. Mas não vamos além e não sabemos o quanto os pacientes são informados a respeito”, afirma Andrea Chevill, do departamento de Medicina e Reabilitação da clínica. Andrew afirma que quando os oncologistas fazem a recomendação, os pacientes em geral levam a indicação mais seriamente, e realmente se engajam em alguma atividade física.

Como não custa relembrar, exercícios melhoram a mobilidade do paciente, fortalecem sua musculatura (importante para quem faz quimioterapia, por exemplo), ajuda na sensação de bem-estar (pela liberação de neurotransmissores), ajuda a combater a sensação de fadiga comum a pacientes oncológicos e melhora a qualidade do sono.
Por isso, reproduzo aqui algumas orientações do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos:
- Questionar o médico sobre a prática de exercícios
- Começar num ritmo lento e intensidades leves
- Reconheça as limitações do momento, e faça adaptações de acordo com orientação profissional
- Quem enfrenta problemas de equilíbrio ou tonturas, deve preferir atividades na piscina
- Quem está com sistema imunológico enfraquecido, mais suscetível a infecções, deve tomar cuidado com academias e aparelhos de uso comum

Ioga reduz sintomas de depressão na gravidez – e melhora o humor

Professora de ioga americana, Lisa Down Angerame

Mulheres grávidas que praticam séries de ioga por pelo menos dez semanas apresentam melhora do humor, afirmam se sentir mais conectadas com seus bebês no útero e reduzem os sintomas e o risco de depressão antes e após o parto, segundo pesquisa da Universidade de Michigan divulgada nesta semana (artigo completo aqui).
Quando se pensa que 1 em casa 5 mulheres grávidas apresentam algum sintoma de depressão, um resultado como esse pode ajudar médicos e gestantes a adotarem as aulas de ioga como medida preventiva, que não envolve medicações (de uso mais restrito durante uma gestação) e praticamente não tem efeitos colaterais.
É claro que qualquer atividade física precisa ser antes discutida com o médico que acompanha a mulher e até mesmo as posturas feitas precisam ser avaliadas previamente. Cada gestação é uma gestação e muitas mulheres têm diversos tipos de restrições e precisam de um acompanhamento especial – por isso, novamente, é importante conversar com médico e também procurar instrutores de ioga que sejam especializados em aulas para gestantes antes de começar qualquer prática.
A imagem aí de cima, belíssima, é da americana Lisa Down Angerame, uma ex-funcionária do JP Morgan que largou tudo para se tornar uma instrutora de ioga, hoje especializada em aulas para mulheres.
Voltando para a pesquisa, publicada no periódico científico Complementary Therapies in Clinical Practice, foram avaliadas mulheres que afirmaram se sentir muito irritadas, ansiosas e estressadas durante a gestação, resultado de mudanças hormonais e demandas familiares e profissionais.
“Sempre vimos mulheres grávidas procurando aulas de ioga para tentarem reduzir o estresse, mas não havia nenhuma informação sobre a eficácia do método”, afirma a principal autora do estudo, a psiquiatra Maria Muzik, do Centro para Crescimento e Desenvolvimento Humano da universidade.  ”Com nossos resultados, percebemos que a ioga pode ser uma alternativa para tratamentos farmacêuticos para mulheres grávidas que começam a apresentar sinais de depressão”, completa ela.
A série abaixo, para ilustrar do que estamos falando, foi feita pela Richardson Bikram Yoga.


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