Os textos a seguir são dirigidos principalmente ao público em geral e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes de cada assunto abordado. Eles não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores às informações aqui encontradas.
Mens sana in corpore sano ("uma mente sã num corpo são") é uma famosa citação latina, derivada da Sátira X do poeta romanoJuvenal.
No contexto, a frase é parte da resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida (tradução livre):
Deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são.
Peça uma alma corajosa que careça do temor da morte,
que ponha a longevidade em último lugar entre as bênçãos da natureza,
que suporte qualquer tipo de labores,
desconheça a ira, nada cobice e creia mais
nos labores selvagens de Hércules do que
nas satisfações, nos banquetes e camas de plumas de um rei oriental.
Revelarei aquilo que podes dar a ti próprio;
Certamente, o único caminho de uma vida tranquila passa pela virtude.
orandum est ut sit mens sana in corpore sano.
fortem posce animum mortis terrore carentem,
qui spatium uitae extremum inter munera ponat
naturae, qui ferre queat quoscumque labores,
nesciat irasci, cupiat nihil et potiores
Herculis aerumnas credat saeuosque labores
et uenere et cenis et pluma Sardanapalli.
monstro quod ipse tibi possis dare; semita certe
tranquillae per uirtutem patet unica uitae.
(10.356-64)
A conotação satírica da frase, no sentido de que seria bom ter também uma mente sã num corpo são, é uma interpretação mais recente daquilo que Juvenal pretendeu exprimir. A intenção original do autor foi lembrar àqueles dentre os cidadãos romanos que faziam orações tolas que tudo que se deveria pedir numa oração era saúde física e espiritual. Com o tempo, a frase passou a ter uma gama de sentidos. Pode ser entendida como uma afirmação de que somente um corpo são pode produzir ou sustentar uma mente sã. Seu uso mais generalizado expressa o conceito de um equilíbrio saudável no modo de vida de uma pessoa.
Busca pelo emagrecimento engorda caixa de empresas
Com avanço da obesidade,
que afeta metade das pessoas com 20 anos ou mais, faturamento de
academias, fábricas e lojas de produtos light e diet e de suplementos
chega a R$ 25 bi
postado em 04/05/2013 06:00
/ atualizado em 04/05/2013 07:34
O
brasileiro ganhou renda e peso nos últimos anos. Quase metade da
população com 20 anos ou mais, 49%, está acima do peso, segundo dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nas ruas, no
clube, em festas de aniversário infantil, shoppings ou nas academias, os
números do instituto são verificados na prática. E surfando na busca
pela boa forma física, que preserva a saúde e evita os astronômicos
gastos com a farmácia, surge uma indústria bilionária. Impressionante
fábrica de produtos e serviços para emagrecer não para de crescer no
Brasil e movimenta por ano cerca de R$ 25 bilhões com gastos com
academia de ginástica, produtos light e diet e suplementos alimentares. O
número é das entidades que representam os setores.
De olho
nesse público, que busca também melhorar a qualidade de vida, as
empresas e academias lançam cada vez mais produtos e serviços. Alguém
já ouviu falar em treinamento suspenso com TRX? É uma nova modalidade
de ginástica feita com tira de náilon sem elasticidade. A modalidade,
que está nas salas de aula das academias, foi inventada em treinamento
do exército americano. A técnica foi desenvolvida para a falta de
equipamentos para o condicionamento em campo e ajuda a engordar os
negócios das academias no país, que em 2012 faturaram R$ 4,6 bilhões,
segundo dados da Associação Brasileira de Academias (Acad). O valor é
quase o dobro do arrecadado em 2010, quando o setor movimentou R$ 2,2
bilhões. “A população começa a se conscientizar de que a atividade
física melhora a qualidade de vida”, afirma Kleber Pereira, presidente
da Acad.
Assim como cresce a preocupação com exercícios, os
alimentos para manter a boa saúde e forma física vêm demonstrando vigor
surpreendente. O mercado de alimentos light e diet movimentou R$ 20
bilhões no país no ano passado, alta de 12,35% em relação a 2011, quando
as vendas somaram R$ 17,8 bilhões. Os dados são da Associação
Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres
(Abiad). “A alimentação mais saudável cresce da mesma forma que a
atividade física”, diz Carlos Eduardo Gouvêa, presidente da Abiad.
Pela boca
No
mercado light e diet há 18 anos, a sócia-proprietária do restaurante,
lanchonete e empório, Light Life, Maria Ernestina Cotta diz que, apesar
de grande parte da população estar de mal com a balança, o país está
preocupado com o excesso de peso. “O comportamento é percebido
inclusive pela demanda de grandes empresas por almoço e lanches mais
saudáveis para seus funcionários”, diz a empresária. Ernestina iniciou o
negócio vendendo sobremesas diet. Hoje a loja dobrou de tamanho e
trabalha com almoço, lanches, sobremesas, além de uma mercearia de
alimentos leves e sem açúcar. “Desenvolvemos também uma linha com opções
de pratos e sopas light congelados, que podem ser levados para casa.” O
preço varia entre R$ 9,50 e R$ 23 com diversidade de peixes, carnes e
vegetarianos. “O crescimento anual varia entre 15% e 20%”, observa .
O
presidente da Abiad explica que antes os produtos diet e light eram
produzidos em escala mais baixa e o preço não era tão acessível à
população. “Aí não dava para melhorar certas características, como o
sabor”, afirma. Hoje, diz, mais de 35% da população têm algum produto
light ou diet em casa. “Esses produtos, que originalmente eram voltados
para pessoas com necessidades especiais, passaram a ganhar mais
mercado”, diz Gouvêa.
Ganho no alimento e com as ginásticas
O
mercado de suplementos nutricionais (que inclui suplementos para
performance, aquisição de massa muscular, força, emagrecedores ou,
simplesmente, para auxiliar a busca de alimentação mais equilibrada e
balanceada) é outra coqueluche no mundo dos atletas e de pessoas que
buscam perder peso. O consumo de suplementos no Brasil chegou a R$ 450
milhões no ano passado, alta de 23% em relação a 2011, segundo dados da
Associação Brasileira das Empresas de Produtos Nutricionais (Abnutri).
Segundo a entidade, 80% dos consumidores são jovens com idade entre 15 e
30 anos.
Na TNT Suplementos, as vendas aumentaram em torno de
50% nos últimos anos. “É uma forma de potencializar os ganhos de massa
muscular e perder gordura. O resultado é mais rápido e melhora a
autoestima das pessoas, que passam a se sentir bem com o próprio corpo”,
afirma Roger Trindade, dono da loja. Dados da Abnutri revelam que 60%
dos suplementos consumidos hoje no país são à base de Whey Protein
(proteína do soro do leite).
A busca pela boa forma no país
levou o número de academias no país a somar 22.478 unidades no ano
passado, aumento de 23,5% em relação a 2011. “E ainda há muito para
crescer. Apenas 3% da população faz academia hoje”, observa Kleber
Pereira, presidente da Acad. Ele destaca o aumento do número de obesos
na classe C. “Essa parcela da população melhorou o poder de compra e
agora tem acesso a carro, controle remoto, congelados e fast food. Antes
só comiam em casa”, observa.
Coordenadora da Academia Body
Tech em Belo Horizonte, Bia Bicalho aponta que o negócio cresce em
números de alunos de 6% a 10% ao ano. “A prevenção com atividade física
não é cara. Caro é gastar com remédios”, defende. Na academia que
coordena o tíquete médio mensal é de aproximadamente R$ 300 e o espaço é
uma fábrica de inovações para atrair crianças , jovens e a terceira
idade.
Uma das últimas novidades segundo Bia Bicalho é o
treinamento suspenso, feito com o TRX, tira de nylon sem elasticidade.
Mas não é só isso. Há um arsenal montado para atrair também os pequenos
que estão gordinhos. E as academias contra-atacam e disputam com os
joguinhos eletrônicos espaço na agenda da meninada. “Além de todas as
aulas tradicionais, temos Fit Kids, desenvolvido especialmente para
crianças e a aula de inglês na academia, montada com brincadeiras para
exercitar em inglês”, explica.
Investimento
A
bancária Raquel Kirst, 35 anos, investe cerca de R$ 3 mil por ano em
atividades para manter a saúde, sem contabilizar seus gastos com
alimentação saudável. Recentemente ela adoeceu por conta de estresse no
trabalho e precisou se afastar da corrida e da malhação. De volta à
academia, Raquel pretende perder seis quilos até o fim do ano. Para
isso, além da ginástica, ela frequenta um grupo de reeducação alimentar
e diz que comer bem custa mais. “É mais fácil e mais barato nos
alimentarmos mal. Manter a saúde é mais caro, mas compensa.”
Há
40 anos no Brasil, o programa do Vigilantes do Peso, organização
mundial de controle de peso, conta hoje com 1,07 milhão de associados
no Brasil, 30% a mais do que em 2012. “Com o estresse da vida moderna,
as pessoas estão cada vez mais gordas. Ao mesmo tempo, procuram
controlar o peso mais cedo. Antes, chegavam com 20 ou 30 quilos a mais.
Agora, já procuram o programa com cinco ou seis quilos a mais”, diz. O
programa cobra R$ 50 de taxa de adesão mais R$ 27 por semana, além de
vender livros de receitas, xícaras medidoras e calculadora eletrônica
para medir pontos dos produtos ingeridos.
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