Quem não quer viver mais? Todos querem. Um pouquinho mais de tempo aqui, um pouquinho mais de tempo ali, não é por isso que vivemos correndo? Porque queremos mais tempo?
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E a procura pela capacidade de viver mais não é só nossa (sociedade contemporânea ocidental do século XXI). Os gregos também acreditavam num lugar sagrado capaz de rejuvenescer pessoas, assim como o povo hindu séculos antes de Cristo. Acredita-se que até Alexandre, O Grande queria achar a tão famosa Fonte da Juventude.
Se pararmos para pensar, a fonte da juventude de hoje é tudo aquilo que fazemos para viver mais e parecer que temos menos idade. Comer saudavelmente, praticar exercícios físicos, dormir bem, por um botoxzinho no rosto, usar creme todas as noites, uma bolsa de água quente para tirar as marcas de insônia, e etc, etc, etc.
Aí, como estamos desesperados por mais tempo, e por aparentar ter mais tempo fica fácil acreditar que existe alguém que encontrou a fórmula perfeita para viver mais. Neste caso, vários alguéns. Um povoado inteiro que vive por mais de 100 anos porque tem uma vida balanceada, adotam uma dieta vegetariana, tomam banho super gelado.
Confira na íntegra a postagem sobre o povo que demora muito mais que nós para morrer e que viralizou na internet:
‘Conheça o segredo dos Hunza, um povoado vegetariano que vive uma média de 120 anos
Você sabia que lá entre a fronteira entre a Índia e o Paquistão, vive uma população que é conhecida como o “oásis da juventude”, que possui uma alimentação vegetariana e que seus habitantes vivem em média 120 anos?
Pois é, os moradores desse povoado, os hunza, habitam sobre o vale do rio Hunza, quase nunca ficam doentes e têm uma aparência de juventude.
…
Os segredos desse aspecto sempre saudável, pode ser o fato de que eles tomam banhos super gelados a 15 graus abaixo de zero, praticam esportes, e é comum à uma mulher dar à luz aos 65 anos. A alimentação é baseada em frutas, verduras cruas, damascos secos, grãos germinados e queijo de ovelha.
…
A dieta inclui em média 1900 calorias. E é precisamente essa dieta, que permite a notável longevidade [...]’.
Vamos por as coisas na ordem então. Fatos primeiro, mitos depois. O povo Hunza existe mesmo. Vive realmente entre a Índia e o Paquistão, tem uma dieta balanceada e realizam atividades físicas de acordo com as necessidades do povoado (plantação, colheita, estoque e armazenagem de comida, criação de animais, entre outras coisas).
No entanto, eles não são vegetarianos, não chegam todos aos 120 anos, não aparentam ser todos jovens e não são imunes a tudo. Como sabemos? Bom, graças ao livro Lost Kingdom os the Himalayas do pesquisador John Clark que esteve na região do povo hunza e viveu com eles por 20 meses, comprovando que eles adoecem sim, que eles envelhecem sim, que eles comem carne sim e que idade para eles não tem nada a ver com calendário.
O povo hunza não é vegetariano. Comem carne e praticamente todas as partes do animal que consomem. Além disso, a dieta hunza utiliza muito da gordura desses animais na feitura de queijo e manteiga. Por causa da dificuldade de pastoreio com o leite do Yak, da ovelha e da cabra eles produzem seus derivados cheios de carboidratos e consomem a carne de fêmeas velhas e alguns machos. Mas, também comem vegetais e grãos que estocam durante a estação quente para consumo durante o inverno.
Os hunza também envelhecem (desolem-se). A aparência das pessoas do povoado não é sempre jovem e há vários anciões entre eles (vide fotos no Google imagens). Aliás, a noção de idade para eles é diferente da nossa, porque não tem a ver com a data de nascimento e sim com a experiência e sabedoria que se tem na vida. Assim, uma pessoa de 50 anos pode ter 130 em sabedoria, e que se dane o calendário.
Sobre o banho gelado, não há comprovação científica de que isso interfira favoravelmente na longevidade dos hunza, nem na mencionada super resistência a doenças. Eles também adoecem e tem uma alta taxa de mortalidade como comprovou Clark.
Ahhhhh é tudo mentira? Praticamente. O povo hunza tem sim um modo próprio de viver, mas não vivem muito mais que o resto do mundo. Trata-se de um povoado singular e que por isso sempre servem de origem para boatos, até a história de que eles são imunes ao câncer já rodou por aí. Tudo boato (choro, soluço e lenços de papel). Voltemos para a nossa correria e os renews da vida então.
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