Nem remédios, nem cirurgia
bariátrica: tudo que a carioca Nayane Vaillan precisou para perder quase
50 kg em menos de um ano foi um “esculacho” de um médico. Passado o
trauma, hoje ela diz que vive uma vida de “rainha”, e está muito mais
saudável.
O problema começou ainda na
infância e se tornou um tabu para a jovem, que está com 23 anos. “Desde
pequena, sempre fui gordinha”, contou. “Eu detestava que falassem do meu
corpo. Até perdia a amizade”, admitiu.
Nayane não gostava de se
pesar, e nem sabe com quantos quilos estava quando começou a dieta.
Quando conseguiu encarar a balança, já tinha emagrecido um pouquinho – a
medir pelas roupas, segundo ela – e, mesmo assim, estava com 119 kg.
Hoje, ela está com 72 kg, bem mais compatíveis com seu 1,70 m.
‘Meu braço parecia uma coxa’
“Eu achava que não tinha
como perder tudo. Meu braço parecia uma coxa”, reconheceu Nayane. “Todo
mundo achava que eu estava grávida, até fiz os exames, porque minha
barriga estava pontuda”, lembrou.
A gota d’água veio depois que
ela resolveu operar de varizes que tinha na perna. Para fazer a
cirurgia, Nayane precisou passar por uma bateria de exames, que
indicaram que as taxas de colesterol e açúcar no sangue estavam acima do
ideal, assim como a pressão arterial. A cirurgia foi feita, mas ela
precisou ir se consultar com um cardiologista.
Foi esta consulta que mudou a
vida de Nayane. “Ele disse: ‘você está assim porque está uma baleia.
Assim você vai morrer’. Saí arrasada”, admitiu.
Na época, ela não sabia que
as palavras grosseiras eram tudo que seus pais queriam que acontecesse,
pelo bem da saúde de Nayane. “Eles torciam para eu encontrar um médico
que me esculachasse”, contou.
Cheirando paçoca
A primeira reação de Nayane
foi pesquisar na internet sobre a cirurgia bariátrica, mas os custos
ficariam acima do que ela tinha disponível para gastar. O jeito foi
encarar o modo tradicional, com dieta e exercícios. “Eu já sabia o
caminho de tudo o que tinha que fazer, só não fazia porque era muito
difícil”, disse.
A dieta começou em junho, mês
de festas que trazem tentações doces à mesa. Nayane se lembra de um
episódio em que pegou um pote de paçoca nas mãos, cheirou o doce, mas
resistiu e jogou fora. “O cheiro valeu tanto a pena que eu ficava me
perguntando ‘será que eu comi?’”, contou.
A dieta foi dando resultados.
No primeiro mês, perdeu 10 kg. No quarto mês, já estava 30 kg mais
magra. E o registro da melhora não veio só na balança, mas também no
guarda-roupa. As calças passaram do 52 para o 40, a aliança teve que ser
apertada e até os sapatos diminuíram – do 40 para o 38.
Mais importante ainda, ela
resolveu os problemas de saúde ligados à obesidade. Tanto o colesterol
quanto o açúcar no sangue e a pressão arterial voltaram para dentro dos
limites recomendados pelos médicos.
‘Virei rainha’
O emagrecimento também
melhorou a autoestima da carioca. Agora, ela está mais vaidosa, anda
mais bem vestida e maquiada, e diz que algumas pessoas a param na rua
para perguntar se é ela mesmo. “Parece até que eu virei rainha”,
brincou.
O caso mais emblemático
aconteceu com uma vizinha que não a reconheceu. Depois de vê-la com o
marido – com quem Nayane já era casada antes da dieta –, a vizinha
comentou que “ele era casado com uma gordinha e trocou ela por você”.
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