Os textos a seguir são dirigidos principalmente ao público em geral e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes de cada assunto abordado. Eles não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores às informações aqui encontradas.
Mens sana in corpore sano ("uma mente sã num corpo são") é uma famosa citação latina, derivada da Sátira X do poeta romanoJuvenal.
No contexto, a frase é parte da resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida (tradução livre):
Deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são.
Peça uma alma corajosa que careça do temor da morte,
que ponha a longevidade em último lugar entre as bênçãos da natureza,
que suporte qualquer tipo de labores,
desconheça a ira, nada cobice e creia mais
nos labores selvagens de Hércules do que
nas satisfações, nos banquetes e camas de plumas de um rei oriental.
Revelarei aquilo que podes dar a ti próprio;
Certamente, o único caminho de uma vida tranquila passa pela virtude.
orandum est ut sit mens sana in corpore sano.
fortem posce animum mortis terrore carentem,
qui spatium uitae extremum inter munera ponat
naturae, qui ferre queat quoscumque labores,
nesciat irasci, cupiat nihil et potiores
Herculis aerumnas credat saeuosque labores
et uenere et cenis et pluma Sardanapalli.
monstro quod ipse tibi possis dare; semita certe
tranquillae per uirtutem patet unica uitae.
(10.356-64)
A conotação satírica da frase, no sentido de que seria bom ter também uma mente sã num corpo são, é uma interpretação mais recente daquilo que Juvenal pretendeu exprimir. A intenção original do autor foi lembrar àqueles dentre os cidadãos romanos que faziam orações tolas que tudo que se deveria pedir numa oração era saúde física e espiritual. Com o tempo, a frase passou a ter uma gama de sentidos. Pode ser entendida como uma afirmação de que somente um corpo são pode produzir ou sustentar uma mente sã. Seu uso mais generalizado expressa o conceito de um equilíbrio saudável no modo de vida de uma pessoa.
Dois respeitados centros médicos do Brasil apresentam sugestões de alimentação equilibrada
THAIS LAZZERI
Brasil caminha para virar um dos países mais obesos do mundo.
Mais da metade da população adulta no país está acima do peso. Entre as
crianças de 5 a 9 anos, o índice chega a 30%. Para evitar que o
problema se agrave, o Hospital das Clínicas de São Paulo e o Instituto
do Coração (InCor), dois dos principais centros médicos do país, se
uniram para desenvolver uma campanha inédita de orientação alimentar. Em
vez de traduzir as orientações nutricionais para o dia a dia da
população, os pesquisadores fizeram o caminho contrário. Foram pesquisar
o que a população come, como mistura os alimentos, de que forma monta
seus pratos. A partir daí, adaptaram o gosto popular para compor um
cardápio equilibrado. O projeto Meu Prato Saudável e a versão infantil
Meu Pratinho Saudável serão lançados no dia 12, em São Paulo, em
parceria com a editora médica LatinMed.
A base do programa é propor refeições saudáveis para todo o dia, das
principais aos lanches intermediários. O consumo de frutas, verduras e
legumes é incentivado. O mesmo não se pode dizer de comidas prontas
industrializadas. A variedade à mesa também será estimulada. Que tal
trocar feijão por lentilha ou grão-de-bico, um filé de frango por dois
ovos cozidos ou agrião com beterraba por pepino com ervilha? Outra
mudança importante é a quantidade no prato. Uma refeição deveria ser
assim: 4 colheres (sopa) de arroz integral (melhor que o branco), um
bife, 4 colheres (sopa) de verdura ou legumes e meia concha de feijão.
Mastigar muito (cerca de 20 vezes) é uma das recomendações, assim como
fracionar as refeições e tentar comer, sempre, no mesmo horário.
Todos os Hospitais das Clínicas do país participarão. Especialistas em
nutrição visitarão áreas públicas, como parques, praias e metrôs, onde
abordarão as pessoas para conversar sobre bons hábitos alimentares.
Distribuirão uma cartilha e jogos americanos com as imagens dos pratos
sugeridos em tamanho real. “Se você diz que prescreve um cardápio e
coloca 3 colheres de arroz no almoço, a pessoa acha que é pouco. Quando
mostra visualmente isso num prato montado com outros alimentos, o
impacto é outro”, afirma Andréa Frank, professora de nutrição da
Universidade Federal do Rio de Janeiro. A campanha terá ainda
aplicativos gratuitos para tablets e smartphones.
Os pesquisadores buscaram combinações fáceis para quem come fora ou em
casa. O cardápio contempla ingredientes regionais e combinações típicas
dos brasileiros, como arroz, feijão e macarronada no mesmo prato. Ter
uma alimentação saudável não é sinônimo de privação. “Reeducação
alimentar ganhou status de sacrifício”, afirma Elisabete Fernandes
Almeida, diretora do programa. “A mudança é mais simples do que se
imagina.”
Para escolher o que colocar no prato, os pesquisadores mostraram
algumas sugestões de cardápio para 800 frequentadores do InCor. Ali,
surgiram a complexidade e a diversidade de paladar do brasileiro. O
frango, antes feito na chapa, foi assado. Macarronada e arroz entraram
na mesma refeição. Ingredientes regionais, como arroz de carreteiro no
Sul e tapioca no café da manhã do Nordeste, também foram acrescentados.
“O prazer em comer está associado à identificação cultural e social de
cada um”, afirma Raul Lody, antropólogo, especialista em alimentação,
autor de Brasil bom de boca (Editora Senac). “Se você não dá
escolhas, o indivíduo não se sente sensibilizado a participar e abandona
a ideia.” Agora, os pesquisadores acompanharão um grupo de 400
voluntários que seguirão o programa. A ambição é que esses voluntários
adquiram hábitos alimentares saudáveis até a Copa do Mundo de 2014. Se
der certo, a torcida brasileira estará em ótima forma.
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