03/06/2013
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03h05
MARIANA VERSOLATO
ENVIADA ESPECIAL A CHICAGO (EUA)
Um novo estudo oferece mais um motivo para investir no condicionamento físico: diminuir o risco de câncer.
Resultados de uma pesquisa com mais de 17 mil homens nos EUA apontam que
quem tem um alto nível de condicionamento cardiovascular tem um risco
menor de ter câncer e morrer da doença.
O benefício independe do IMC (Índice de Massa Corporal), isto é, uma
pessoa magra que não se exercite tem um risco maior de ter câncer do que
uma pessoa acima do peso que faça atividades físicas, de acordo com o
trabalho apresentado no encontro anual da Asco (Sociedade Americana de
Oncologia Clínica), em Chicago.
Os resultados também levaram em conta tabagismo e idade.
Outros estudos já haviam mostrado que o condicionamento físico é mais
importante do que o peso para prevenir doenças. Um deles, publicado no
ano passado no "European Heart Journal", concluiu que obesos
considerados saudáveis após exames tiveram um risco 38% menor do que os
não saudáveis de morrer por qualquer causa.
Na nova pesquisa, os participantes fizeram um teste de esforço na
esteira, usado para prever o risco cardiovascular, por volta dos 50
anos.
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Editoria de arte/Folhapress |
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Os pesquisadores seguiram os voluntários por cerca de 20 anos para ver
quem desenvolveria câncer colorretal, de pulmão e próstata.
Nesse período, 2.885 homens receberam o diagnostico desses tumores --347
morreram da doença e outros 159 morreram de problemas cardiovasculares.
Ao ligar os dados do teste de esforço com o diagnóstico de câncer, os
pesquisadores concluíram que os participantes com maior nível de
condicionamento tinham um risco 68% menor de ter câncer de pulmão e 38%
menor de ter câncer colorretal do que os mais sedentários.
Não houve diferença no risco de desenvolver a doença na próstata.
Entre os que tiveram câncer, o bom condicionamento físico foi ligado a um risco menor de morte.
Para o oncologista Fábio Kater, responsável pelo centro de oncologia
clínica do Hospital 9 de Julho e que participa da conferência, já se
tinha uma ideia de que o exercício poderia ter esse efeito protetor --um
estudo já havia mostrado que, entre as mulheres, o exercício ajuda a
prevenir contra o câncer de mama.
"A pesquisa tem um peso grande pelo tamanho da amostra e tempo de
seguimento. Mudanças no estilo de vida podem ter um grande impacto a
longo prazo."
Ainda é preciso investigar as razões por trás dessa ligação. A
oncologista clínica Veridiana Pires de Camargo, do Hospital
Sírio-Libanês, afirma que algumas hipóteses são a redução da inflamação e
da gordura, a melhora da imunidade e até a liberação de endorfinas por
causa dos e exercícios.
A jornalista MARIANA VERSOLATO viajou a convite da Novartis
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