Jogos dos anos 80 trabalham concentração, raciocínio rápido e noção de espaço
Por Camilla Rolim - publicado em 23/08/2012
Lego, Banco Imobiliário, Pogobol e muitos outros
brinquedos dos anos 1980 animam conversas de quem passou horas se divertindo com eles e daria tudo para saber como funcionavam esses e outros passatempos comuns na infância passada. Quem sonhava em tirar a dúvida, agora tem chance: o Genius, jogo de
memória e agilidade que desafiou muitas crianças, está com relançamento marcado e você já pode convidar os amigos para uma sessão nostalgia. "Existem habilidades, como o raciocínio lógico e a noção de espaço, que os brinquedos mais antigos desenvolvem com mais eficiência do que os jogos tecnológicos de hoje", afirma a professora Cristina Laclett Porto, do curso de Pedagogia da PUC-Rio. Outras opções de brinquedos nunca saíram de linha, então que tal experimentar a rapidez do seu raciocínio ou o refinamento das habilidades motoras?
Genius
Para alegria dos mais nostálgicos, o grande sucesso dos anos 1980 vai ressurgir nas prateleiras das lojas de brinquedo a partir do mês de setembro. Se você acha que aquele joguinho cheio de cores e sons só servia para confundir seu raciocínio, está muito enganado. "O Genius estimula não só a memória, mas também a coordenação viso motora (de espaço e movimentos) e o raciocínio rápido", afirma a psicopedagoga infantil Fernanda Spengler.
Lego
Um mundo de criações se abria para quem se aventurava com uma caixa de Lego. As pecinhas se encaixavam de várias maneiras e era possível criar desde castelos até bichos ou o que mais a sua imaginação permitisse. "Além dessa riqueza de possibilidades, as peças ensinavam à criança a ideia de tridimensionalidade, e isso é muito rico para o
aprendizado", afirma a professora Cristina Laclett Porto, da PUC-Rio. A área motora também é estimulada a partir do contato com os blocos, e uma noção de projetos futuros já começa a se formar na cabeça dos pequenos.
Pogobol
"Atualmente, computador e TV tomam conta da rotina de muitas crianças, por isso que jogos e brincadeiras que estimulam a
coordenação motora ampla devem ser explorados", diz a psicóloga Fernanda Spengler. Brinquedos que trabalham os músculos e transmitem noção de espaço também são essenciais para qualquer aprendizado. É nesse contexto que entra o pogobol, a engraçadíssima bola com suporte para os pés, com o qual as crianças podiam pular para onde quisessem. "Essa é uma forma divertida de gastar muita energia sem deixar de aprender o tempo todo". Outros clássicos da diversão também são muito úteis nesse sentido: elástico de pular, corda, bambolê... Vai dizer que você não se lembra de todos?
'Radinho' da Gradiente
Este é certamente o brinquedo mais 'moderno' da lista. Entenda por modernidade a presença de um microfone e de um player que gravava e reproduzia em fitas K7, coisa que os nascidos nos anos 2000 nem têm ideia do que seja. Quem amava ficar falando por horas no aparelho, entrevistando todos os parentes ou cantando pelos cômodos da casa não devia imaginar, mas estava estimulando a espontaneidade e a imaginação que seriam muito úteis alguns anos depois. "Esta vivência podia até mesmo despertar um envolvimento com a área de
comunicação, mas o maior ganho é aquele momento de diversão para a criança", afirma a especialista Fernanda Spengler.
Lousa mágica
Criar, errar, refazer e se divertir com esses erros. Na hora de explicar esses conceitos, há alguns brinquedos que podem ajudar. A lousa mágica é um deles: tendo a chance de escrever, desenhar e apagar tudo o que é registrado nela, fica mais fácil aprender que não há problemas em tentar de novo. "É importante que a criança aprenda que a necessidade de fazer e refazer é natural e não precisa ser considerada uma falha", afirma a especialista em
educação infantil Cristina Porto. Em questão de instantes, os desenhos se transformam, também estimulando a linguagem escrita, a produção artística e habilidades manuais.
Cubo mágico
Há brinquedos que continuam sendo divertidos para muita gente mesmo depois da infância. É o caso do cubo mágico, que tem até torneios e campeonatos espalhados pelo mundo para gente de todas as idades. Além de colocar a cabeça para funcionar, ele ajuda a difundir conceitos como o desafio e a persistência em atividades. "Concentração, atenção e paciência são estimuladas por este brinquedo, que também exercita as habilidades motoras manuais e o
raciocínio lógico concreto", diz a psicopedagoga Fernanda Spengler.
Jogos de tabuleiro
Com raciocínio lógico e função motora estimulados, só falta para a criança aprender a se relacionar com as outras pessoas. "Os jogos de tabuleiro são os grandes aliados na socialização e na interação, incentivando os participantes a colaborarem uns com os outros", afirma a psicóloga Fernanda Spengler. Nesse formato, há experiências de todo o tipo: Banco Imobiliário reforça a capacidade de negociação, Detetive explora o poder de observação e Jogo da Vida ensina planejamentos de longo prazo. Outras habilidades, como a avaliação das situações, a elaboração de estratégias e pensamento de hipóteses, também são estimuladas de maneira muito divertida.
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