Não há dúvida de que quando estamos mais ansiosos uma
das alternativas para alívio é a comida muito gostosa e em geral
calórica. Os nossos desejos primitivos de comer e beber são formas de
gratificação quando estamos vivendo momentos de “stress” crônico.
Os pesquisadores americanos realizaram um trabalho experimental para
definir a relação entre o comer e a emoção. As pesquisas anteriores
acreditavam que o local do cérebro que controlava a ansiedade era o hipotálamo, responsável pela manutenção dos impulsos básicos como comer, beber e dormir.
Neste novo estudo os cientistas observaram que as mensagens geradas no estômago chegavam ao cérebro numa região chamada hipocampo, sede do aprendizado e da memória, integrada ao sistema das emoções e desejos.
Desta forma acredita-se que o excesso alimentar pode ser a maneira como
o cérebro se livra das emoções negativas nesta região. Assim, as
memórias da saciedade podem ser estimuladas por ativação do hipocampo,
que também é ativado no caso de outros tipos de vícios. Estes achados
confirmam que o desequilíbrio emocional favorece a compulsão por drogas e
pelos alimentos. Desta forma a busca pelo tratamento da ansiedade e da
depressão favorecem o tratamento clínico da compulsão alimentar.
http://www.drpastore.com.br/m94/dicas/alimentacao_e_as_emocoes
Comer traz a
sensação de prazer e conforto. Porém, hábitos alimentares inadequados
podem estar por trás de doenças como a depressão.
Quem sofre
de ansiedade, depressão e outros distúrbios emocionais talvez nunca
tenha pensado nisso, mas a resposta para o problema pode estar no lugar
onde menos se imagina: o estômago. A constatação não é tão absurda
quanto pode parecer se lembrarmos que nossa relação com os alimentos
está associada, desde cedo, às emoções. O alimento conforta, traz
lembranças afetivas – aquele pudim da casa da avó, um jantar romântico
que você nunca esqueceu – e ainda reúne pessoas em torno da mesa, onde a
comida muitas vezes é só uma desculpa para compartilhar uma boa
companhia. Mas, se por um lado o ato de comer traz a sensação de
bem-estar, ele também pode acarretar uma série de doenças de ordem
emocional.
Segundo a
nutricionista bio-ortomolecular e funcional Vilma Maria Juraski, o
problema da má alimentação pode iniciar na infância. “As pessoas sabem que alimentos ricos em açúcares e gorduras fazem mal, então por que continuam a comê-los?”,
questiona. Para ela, a resposta é simples: desde a infância nós criamos
uma espécie de memória celular para os alimentos. “Crianças acostumadas
com bolachas recheadas, achocolatados e sucos industrializados
dificilmente gostarão de frutas e verduras na fase adulta porque eles
não fazem parte do seu referencial alimentar”, afirma a nutricionista,
que também é naturopata e iridóloga. A Iridologia, técnica de avaliação
que indica as condições dos órgãos do corpo por meio do exame da íris
dos olhos, é o método utilizado por Vilma. Após diagnosticar a causa dos
problemas de seus pacientes, ela sugere um cardápio rico em alimentos
funcionais, que melhoram o metabolismo e previnem doenças.
Para comer e ser feliz
Confira os alimentos que devem estar nas refeições:
Banana
Seu consumo diário aumenta a produção de serotonina no cérebro, contribuindo para o relaxamento muscular.
Chocolate meio amargo
O cacau contém teobromina, triptofano, feniletilamina e magnésio, que combatem a depressão.
Mel
Forte aliado da produção de serotonina.
Alface
Graças a lactucina, presente em seu talo, funciona como calmante. Contém
ácido fólico, cuja falta no organismo pode causar tristeza e fadiga.
Peixes e frutos do mar
Possuem zinco e selênio, importantes para as atividades cerebrais. Também ricos em ômega 3, que diminui os sintomas depressivos.
Laranja
Rica em cálcio, é um relaxante muscular essencial para combater o
estresse. Também é uma grande fonte de energia e previne o cansaço.
Ovos
Contribuem para o bom humor graças à presença de tiamina, ácido fólico e
acetilcolina, elementos cuja carência pode causar apatia e ansiedade.
Fonte: Angelita Corrêa Scardua.
Segundo Vilma, 80% das doenças humanas são de origem nutricional, entre elas a depressão. “A
depressão pode ser proveniente de uma desnutrição profunda, quando o
consumo de alimentos nutritivos é deficiente desde a infância, a ponto
de não nutrir o cérebro”, explica. Também pode estar associada a
distúrbios gastrointestinais, como prisão de ventre, gastrite, excesso
de gases e, principalmente, disbiose (flacidez da mucosa e microbiota
intestinal). Neste caso, Vilma explica que o tratamento é mais simples
porque quem já tem o hábito de comer bem, apenas precisa melhorar a
absorção intestinal dos nutrientes. Já no primeiro tipo de depressão, o
resultado é um pouco mais demorado pois exige mais disciplina do
paciente na terapia de nutrição celular, o que poderá levar de quatro
meses a um ano.
Pilha de nervos
Hábitos alimentares também funcionam como um espelho dos nossos sentimentos. Para Angelita Corrêa Scardua,
psicóloga especialista em felicidade e desenvolvimento adulto e mestre
em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo (USP), emoções
associadas ao estresse, como medo e irritabilidade, ativam em nosso
cérebro mecanismos primitivos de defesa, desencadeando reações de
ataque, como morder e rasgar. Assim, é comum pessoas sob estresse
desejarem comer alimentos que possam ser rasgados e mastigados repetidas
vezes. “Não é a toa que as churrascarias são a parada obrigatória
dos grupos de trabalho em finais de período, quando o estresse já
atingiu o seu pico”, exemplifica. Ela também lembra que, quando
estamos ansiosos, encontramos alívio no ato mecânico de comer
“besteirinhas”, como pipoca e salgadinhos, porque a repetição do gesto
de levá-las à boca atenua nossa inquietação. Já aqueles que vivem uma
rotina monótona procuram balas, bolachas e alimentos “lúdicos” e
coloridos como forma de espantar o tédio, levando algum estímulo novo ao
cérebro.
Entre as
pessoas mais carentes e sem motivação, entram em cena as comidas
calóricas, ricas em açúcar, gordura e carboidrato, como massas e
chocolates. “O problema é que a energia requerida nos estados de
carência não é alimentar, mas relacional. Dessa forma, uma necessidade
afetiva acaba sendo encoberta por uma solução alimentar”, diz Angelita.
A Amiga da Felicidade
Alguns
alimentos são essenciais para a produção e liberação de
neurotransmissores associados à alegria e ao prazer, como a serotonina,
substância que exerce grande influência em nosso humor. “A
manutenção de níveis adequados de serotonina no cérebro depende da
ingestão de alimentos contendo triptofano, ácido fólico, magnésio,
vitamina B6 e carboidratos. É por isso que dietas com sérias restrições
quanto ao consumo de carboidratos podem desencadear mau humor”, explica a psicóloga Angelita Scardua. A nutricionista Vilma Juraski afirma que 90% da produção de serotonina se dá no intestino. “Se
a absorção de nutrientes está comprometida por algum motivo, o
intestino libera toxinas e provoca a fermentação dos alimentos,
especialmente aqueles ricos em triptofano, um aminoácido precursor da
serotonina e responsável pela sensação de bem-estar em nosso organismo”, revela. Entre as principais fontes de triptofano estão a banana, o abacate, leite, batata, aveia e sementes oleaginosas.
Angelita Scardua diz que o corpo humano responde a muitos estímulos, inclusive às condições do ambiente em que fazemos as refeições. “De
que adianta preparar uma refeição com alimentos funcionais se comemos
em um lugar desagradável e barulhento, que nos deixa estressados?”, alerta.
Imagem: “E uma pintada de alma” por Mihnea Turcu, em 1x.com
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