Se alguém te disser que as pessoas comem as coisas que você verá a
seguir, talvez você não acredite. Mas a verdade é que a população ao
redor do mundo vai muito além do nosso arroz e feijão. Esta lista pode
ser uma espécie de guia de viagens para você: se visitar algum destes
lugares, não deixe de experimentar as iguarias apresentadas aqui.
10 – Hakarl: tubarão fermentado
Eis aqui duas coisas das quais pouco ouvimos falar: tubarão-elefante e
Islândia. A população da gelada ilha no atlântico norte tem um gosto
todo especial pelo seguinte lanche: captura-se um tubarão-elefante (o
segundo maior peixe do mundo, atrás apenas do tubarão-baleia), corta-se
em pedacinhos bem pequenos, deixa-se fermentar em um processo todo
especial e é posto para secar por 5 meses! Ao final dessa cirurgia,
surgem duas “espécies” de lanche. Uma é o Glerhákarl (“tubarão-vidro”),
que são cubinhos vermelhos tirados do ventre do tubarão, e são de
mascar! A outra é o Skyrhákarl (“tubarão de leite”), com carne branca
emacia, tirada do resto do corpo do pobre tubarão.
9 – Balut: ovo fertilizado de pato
Se você era aluno aplicado em Biologia, talvez se lembre de como
funciona o sistema reprodutivo das aves: na fase da fertilização, o
embrião fica em seu “semi-ovo”, alimentando-se do vitelo. Pois é essa
fase embrionária do pato que alguns habitantes das Filipinas elegeram
para comer. Isso mesmo, o prato é o ovo ainda não formado, mole,
transparente e pegajoso, retirado dos patos. É possível ver o embrião lá
dentro, que é coberto de sal, pimenta, e comido cru mesmo. Uma delícia
do sudeste asiático.
8 – Kanniko: caranguejo “caramelizado”
O Japão é um verdadeiro campeão na arte de dar asas às mais
esquisitas fantasias culinárias. O kanniko é um bom exemplo disso:
trata-se de um pacotão cheio de filhotes de caranguejos embebidos em uma
resina especial, que endurece e “enverniza” o bicho. De alguma maneira
misteriosa, eles conseguem deixar o lanche doce, adicionando apenas sal e
outros condimentos na preparação. O gosto desse crime contra a natureza
é algo como um peixe doce, e picante. Um repórter que experimentou a
iguaria recomenda que não se compre um desses pacotes sem ter um bom
estoque de cerveja gelada, porque é picante mesmo.
7 – Casu Marzu: queijo de larva de mosca
Imagine a cena na sua mente: um queijo, em processo de fermentação, é “visitado” por dezenas de moscas da espécie Piophila casei.
Elas deixam seus ovos à vontade na superfície convidativa e vão embora.
Os ovos eclodem, as larvas da mosca crescem e começam a se espalhar
pelo queijo. Nessa “ocupação” da área, vão deixando o queijo com uma
textura mole e cremosa, um cheiro nauseabundo e um encantador gosto de
podridão. Mesmo assim, é muito apreciado na Itália, a terra das
deliciosas pizzas e macarronadas. Geralmente, é servido em casamentos e
outras festas familiares. Você encara uma dessas?
6 – Escamoles: ovos de formiga
Se você achou extravagante o modo como os italianos conseguem usar
moscas para fazer uma receita, veja esse prato do México. Eles criam
colônias de formigas-marrons com a seguinte finalidade: durante a
desova, acompanham atentamente o desenvolvimento embrionário. Logo antes
da larva se transformar em formiga (para que se consiga o maior tamanho
possível), um sujeito põe a mão no local onde os ovos são deixados, e
começa a coletá-los, devidamente protegido de picadas. Dizem que o gosto
se parece com o do milho, e cada larva tem o tamanho aproximado de um
grão. Os escamoles são servidos crus mesmo, geralmente com tacos.
5 – Yu Wan: Bolinho de lula
Se você já participou de algum festival japonês, promovido aqui no
Brasil, talvez tenha experimentado o Takoyaki, um bolinho frito de
polvo, servido em pequenas porções com um molho especial. Pois bem, os
“parentes” do polvo (a lula) são apreciados pelos “parentes” dos
japoneses (os chineses). O bolinho de lula na China é servido frito,
espetado em um palito. Crocante por fora e macio por dentro, é muito
apreciado na China e no sudeste asiático.
4 – Kop Yush: peixe seco e salgado
Como se não bastassem as extravagâncias que inventam para eles mesmos
comerem, os chineses também produzem alimentos exóticos apenas para
exportação. Nesse caso, são as crianças da Rússia, e não da China, que
apreciam um pacotinho de peixe ressecado e salgado. É vendido mesmo como
um salgadinho, algo equivalente, em termos de consumo, à nossa batata
chips.
3 – Espetinho de insetos
Na China, existe um ditado que sabiamente enuncia: “se tem quatro
pernas e não é mesa, só pode ser comida”! Eles não deixam nem os grilos
escaparem à regra, e quem anda pelas ruas de Pequim ou de Bangkok
(Tailândia) pode facilmente encontrar barraquinhas vendendo grilos
fritos espetados no palito. E estamos falando apenas de um lanchinho
rápido, porque nas refeições os chineses são capazes de ir muito além:
eles comem ratos, escorpiões, pardais… nem as cobras, que sequer têm
quatro pernas, estão livres do rol da culinária chinesa.
2 – Chocolate de alho
Se você pensou que os japoneses não iriam mais dar o ar da graça
nesta lista, enganou-se. Takko Shouji é um fabricante que exalta as
qualidades de seu produto: eleva os níveis de energia durante o dia e,
em pouco tempo, regula metabolismos digestivos com problema. De que se
trata? É o chocolate de alho. Exatamente: colhem um tipo de alho escuro,
fermentam e moem o produto em acondicionam em formato de flor (olha aí
uma boa pedida para o dia dos namorados). Depois, cobre-se o alho com
chocolate e pó de cacau, para dar um gostinho doce.
1 – Torresmo
Depois de apresentar nove comidas exóticas, mostramos algo com que
você pode se identificar. Enfim, é uma extravagância nossa (embora não
apenas nossa): pele de porco frita. O nosso torresmo é considerado
exótico pelas pessoas de fora. Mas há muitos outros lugares do mundo
onde se consome pele de porco, com diferentes meios de preparação. Tão
alta quanto a popularidade do prato ao redor do mundo, contudo, são os
níveis de colesterol que o torresmo eleva. Nada que desencoraje os
apreciadores da iguaria.
[Oddee]
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