OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

Os textos a seguir são dirigidos principalmente ao público em geral e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes de cada assunto abordado. Eles não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores às informações aqui encontradas.

Mens sana in corpore sano ("uma mente sã num corpo são") é uma famosa citação latina, derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal.


No contexto, a frase é parte da resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida (tradução livre):

Deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são.
Peça uma alma corajosa que careça do temor da morte,
que ponha a longevidade em último lugar entre as bênçãos da natureza,
que suporte qualquer tipo de labores,
desconheça a ira, nada cobice e creia mais
nos labores selvagens de Hércules do que
nas satisfações, nos banquetes e camas de plumas de um rei oriental.
Revelarei aquilo que podes dar a ti próprio;
Certamente, o único caminho de uma vida tranquila passa pela virtude.
orandum est ut sit mens sana in corpore sano.
fortem posce animum mortis terrore carentem,
qui spatium uitae extremum inter munera ponat
naturae, qui ferre queat quoscumque labores,
nesciat irasci, cupiat nihil et potiores
Herculis aerumnas credat saeuosque labores
et uenere et cenis et pluma Sardanapalli.
monstro quod ipse tibi possis dare; semita certe
tranquillae per uirtutem patet unica uitae.
(10.356-64)

A conotação satírica da frase, no sentido de que seria bom ter também uma mente sã num corpo são, é uma interpretação mais recente daquilo que Juvenal pretendeu exprimir. A intenção original do autor foi lembrar àqueles dentre os cidadãos romanos que faziam orações tolas que tudo que se deveria pedir numa oração era saúde física e espiritual. Com o tempo, a frase passou a ter uma gama de sentidos. Pode ser entendida como uma afirmação de que somente um corpo são pode produzir ou sustentar uma mente sã. Seu uso mais generalizado expressa o conceito de um equilíbrio saudável no modo de vida de uma pessoa.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mens_sana_in_corpore_sano


domingo, 28 de dezembro de 2014

Remédios para emagrecer: tudo sobre eles

A obesidade é considerada uma doença crônica e precisa ser tratada. Descubra se as substâncias emagrecedoras podem resolver o seu problema.

Escrito por
Redação M de MulherAtualizado em 30/07/2014 em

um conteúdo de

Remédios para emagrecer: tudo sobre eles
Sibelle Pedral - Edição: MdeMulher
<span> Foto: Alfredo Franco
Por enquanto, apenas duas substâncias especificamente emagrecedoras estão liberadas no Brasil: a sibutramina e o orlistate. Mas outras vêm ajudando quem vive em guerra contra a balança, e tem novidade por aí. Será que elas podem resolver o seu problema? Três especialistas respondem:
 
Quem deve recorrer a remédios para perder peso? 
O endocrinologista e nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), recomenda o uso de substâncias emagrecedoras para pessoas com IMC (índice de massa corporal) acima de 27, desde que sejam portadoras de doenças associadas (como diabetes e hipertensão), ou acima de 30 quando não houver outras complicações. É o que preconiza a International Obesity Task Force (Força Tarefa Internacional Contra a Obesidade, em tradução livre), rede de especialistas que assessora a Organização Mundial da Saúde quando o assunto é obesidade. "Fora isso, o ideal é buscar uma dieta adequada para reeducar os hábitos alimentares, além de fazer exercício", aconselha. Já a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), em diretriz disponível no seu site, indica esses medicamentos para casos de IMC acima de 25 quando há doenças associadas (inclusive colesterol elevado) ou acima de 30. “A obesidade é uma doença crônica que precisa de tratamento”, afirma o endocrinologista Alexander Benchimol, diretor da entidade.
 
O que são medicamentos de uso off-label para emagrecer? 
São aqueles que funcionam para outra finalidade que não aquela que está na bula. É o caso da liraglutida (vendida sob o nome comercial de Victoza), remédio para diabéticos que produz perda de peso, e do topiramato, um anticonvulsivante indicado para a prevenção de enxaqueca, que também tem efeito contra a obesidade. "Essa prática é permitida por associações médicas, mas, como em qualquer tratamento, pode haver efeitos colaterais", alerta o endocrinologista Marcio Mancini, chefe do Grupo de Obesidade da Disciplina de Endocrinologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo. "Os remédios off-label só devem ser prescritos após exames clínicos e exigem acompanhamento rigoroso."
 
A sibutramina continua liberada pela Anvisa. Isso significa que é um medicamento seguro? 
Realizado em 2009, o estudo internacional Scout, sigla para Sibutramine Cardiovascular Outcome Trial (efeitos cardiovasculares da sibutramina, numa tradução livre) revelou um risco aumentado de infarto para portadores de doenças cardiovasculares que receberam essa substância por cinco anos seguidos. "Para quem não tem problema cardíaco, porém, esse medicamento sempre foi seguro. Não é um anorexígeno, ou seja, não tira a fome. É um sacietógeno, isto é, age no sistema nervoso central, aumentando a saciedade. Assim, a pessoa come menos. Também tem leve ação termogênica, acelerando o gasto calórico", explica Durval Ribas Filho. No entanto, é preciso existir supervisão médica constante e pode haver efeitos colaterais, como boca seca, aumento da pressão arterial, dores de cabeça e náusea. Os profissionais ouvidos para esta reportagem lembram que, qualquer que seja a substância escolhida para emagrecer, é importante associar seu uso a uma mudança de hábitos alimentares e à prática de atividades físicas regulares. 
 
O orlistate ainda é uma boa alternativa? 
Diferentemente da sibutramina, que atua no sistema nervoso central, o orlistate (princípio ativo do Xenical) tem ação local, no intestino, impedindo a absorção de cerca de 30% da gordura ingerida. Também diminui a produção de glicose pelo fígado, com efeitos benéficos no metabolismo dos glicídios. Em algumas pessoas, provoca diarreia e flatulência. "É bom lembrar que quem sofre mais com a diarreia são pacientes que continuam ingerindo muita gordura, daí a importância de aliar o remédio a uma mudança alimentar", diz Alexander Benchimol.
 
Quem já perdeu o que precisava com remédios deve continuar tomando para manter o novo peso? 
“Depende de cada caso”, diz Marcio Mancini. “Uma mulher que sempre foi magra, ganhou peso na gravidez e usou remédios para livrar-se desses quilos extras provavelmente não precisará mais de medicamentos após o tratamento. Já um paciente que é obeso há 20 anos possivelmente terá que tomar a vida inteira”, compara o endocrinologista. 
 
O que é melhor: o manipulado ou o industrializado? 
Há alguns anos, fórmulas que misturavam substâncias permitidas, como a sibutramina, a componentes nocivos à saúde, como hormônios tiroidianos, ou outros apenas mal indicados, como diuréticos, fizeram a má fama dos manipulados. "Mas pode ser o caso de manipular, dependendo do perfil do paciente", diz Durval Ribas Filho. O importante é que a prescrição seja feita por um médico de confiança. 
 
 
Remédios para emagrecer causam dependência? 
Durval Ribas Filho responde: "Esse é um mito que precisa ser desfeito. Há trabalhos científicos consistentes demonstrando a segurança dos medicamentos aprovados para uso no Brasil. O que acontece é que, se não tiver havido uma mudança de hábitos, a obesidade pode voltar". 
 
Dá para confiar em remédios emagrecedores vendidos pela internet? 
Não. A obesidade é considerada uma doença e o tratamento deve ser prescrito por profissionais da área de saúde. 
 
Os suplementos termogênicos funcionam? 
Para Durval Ribas Filho, eles têm uma "eficácia discreta" e, mal administrados, trazem prejuízos à saúde. "São perigosos", concorda Marcio Mancini. "Eles podem acelerar o coração e provocar arritmias, colocando a vida em risco."
 
 
 

Britânico perde 113 kg e cria projeto para ajudar obesos

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Deprimido com o excesso de peso e com a auto confiança em baixa, Mike Waudbl já pensou no suicídio como solução para sua tristeza.
Agora, com 32 anos e cerca de 113 kg mais magro, o britânico apelidado de Mr Muscles (Sr. Músculos, em português), já escreveu uma autobiografia e espera ajudar jovens e adultos com problemas de peso a partir de sua experiência.
Histórico
No livro “The Weight Loss Warrior” (O Guerreiro da Perda de Peso, em português), Mike escreveu um relato brutal e honesto sobre o que realmente o levou, emocionalmente e fisicamente, a transformar e salvar sua própria vida.
Durante toda a sua vida, o homem chegou a pesar cerca de 205 kg. Com apenas 21 anos, já pesava cerca de 140 kg. Com obesidade mórbida, o britânico viu na ingestão exagerada de remédios uma tentativa desesperada para acabar com o seu sofrimento.
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Sobreviver à tentativa de suicídio mostrou ser um ponto para mudar a vida de Mike. Desde então, perdeu mais da metade de seu peso corporal e iniciou um treinamento físico regular, além de uma dieta rigorosa.
Para começar, comprou pela internet e instalou um cross-trainer em seu quarto. Ele gradualmente construiu resistência a cada três sessões de uma hora por dia. Demorou 18 meses para Mike perder os cerca de 113 kg.
Mas ele ainda tinha um grande problema para enfrentar: o excesso de pele solta nos braços e nas pernas. Pagou uma operação que remove-las. Mas, ao final, ainda não estava satisfeito com o resultado.
Outra vida
Mike decidiu participar de uma academia para tonificar seu corpo. A autobiografia foi lançada este ano junto com um fórum de discussões on-line em que o britânico, responde, aconselha e incentiva aqueles que lutam para perder peso.
No site, ele fornece atualizações regulares de vídeo e dicas sobre os temas, incluindo treinamentos, nutrição e apoio emocional.

Meet the Weightloss Warrior: Man who lost an incredible 18 STONE after being driven to the brink of suicide now wants to help others challenge their food demons

A 33-stone man who was so depressed about being overweight that he tried to end his own life lost a staggering 18st and so dramatic was his transformation that he is now nicknamed Mr Muscles.
Mike Waudby, 32, from Hull, has now written a book about his extraordinary experiences that brought him to the brink of suicide but eventually led to him totally transforming his life, health and body.
The book 'The Weight Loss Warrior' is a heartfelt and brutally honest autobiographical story of what it really took emotionally and physically to transform and save Mike's life.
Scroll down for video 
Mike has just released his autobiographic book to help others struggling with their weight 
Mike has just released his autobiographic book to help others struggling with their weight 
At 33st Mike was an almost total recluse, depressed and abusing alcohol he even tried to take his own life 
At 33st Mike was an almost total recluse, depressed and abusing alcohol he even tried to take his own life 
Mike at the start of his weight loss journey
Mike turned his life around on his own, starting by simply using a cross trainer in his room
Mike turned his life around on his own, starting by simply using a cross trainer in his room
Mike weighed 22st by the age of 21 and by the time he was 29 he tipped the scales at 33st.
Morbidly obese, he became so down about his weight that he took an overdose in a desperate bid to end his suffering.
But surviving the suicide attempt proved to be a turning point for Mike, from Hull East Yorks, who has since lost over half his body weight, started a personal training business and now written Weightloss Warriors to try to help others.
Mike ordered a cross-trainer on the internet, set it up in his room and set to work.
Mike's total transformation from morbidly obese to ultra fit personal trainer is incredible 
Mike's total transformation from morbidly obese to ultra fit personal trainer is incredible 
He gradually built up his stamina to three one-hour sessions a day and stopped drinking altogether.
Mike said: 'Every session on the cross-trainer ended up with me taking my XXXXL dripping wet T-shirt off and just looking down at my belly crying. But, each time, I picked myself up and carried on.'
It took 18 months for Mike to lose 18st. But he was still left with a major problem – his loose skin.
'I felt just as disgusting as I did when I weighed 33 stone. I needed to do something, and I ended up paying for skin on my stomach and upper arms to be removed.'
The operation removed some of the excess skin but Mike was not satisfied with the end result.
MIke is keen to offer help to others who may be struggling 
Mike's drinking and depression over his size drove him to attempt to take his own life
Mike's drinking and depression over his size drove him to attempt to take his own life, but now having transformed himself, he is keen to offer help to others who may be struggling 
He decided to join a gym to tone up properly - and enjoyed working out so much he strove to make it his career, becoming a personal trainer and gradually learning to feel comfortable in his own skin as his body changed.
'The Weight Loss Warrior' is a heartfelt and brutally honest autobiographical story
'The Weight Loss Warrior' is a heartfelt and brutally honest autobiographical story
It was not only his own experiences, but the massive worldwide response to his story when it was told, that prompted Mike to write The Weight Loss Warrior.
Mike received literally thousands of messages of support, as well as thousands more from people who identified with his struggles.
'I was bombarded on Facebook with messages from people all over the world begging for help for some kind of secret formula many believed I possessed.'
The intensity of the response and demand for Mike's help triggered a new and very real ambition which was to help and inspire many people around the world who were in a similar position as himself when he started his incredible weight loss journey.
'I knew there wasn't one simple answer to help all and there were certainly no secret diets or fads but a combination of vital principles that I believed in, based around motivation and consistency.'
Mike's book 'The Weight Loss Warrior' has now been released as part of The Weight Loss Warriors, a new online community based around a revolutionary forum for those struggling to lose weight and seeking advice and motivation.
It provides regular video updates and tips on all topics including training, nutrition and emotional support highlighting all the social stigmas associated with being overweight and to do with weight loss. 
'I don't just want to be a weight loss story, I want to do more. 
I want to give back to others who are in the same position I was in. I'm not proud of what I have done, it is when people say that I have inspired them that's what makes me go "wow".
'I set up the Weight Loss Warriors forum by thinking what would I have wanted when I was losing the weight. I had no where to turn and I wanted to be that place for others.'  


A guerra dos remédios para emagrecer

Medicina & Bem-estar
|  N° Edição:  2332 |  01.Ago.14 - 20:00 |  Atualizado em 28.Dez.14 - 22:41

Depois de três anos, drogas à base de anfetaminas indicadas para perder peso podem voltar ao mercado brasileiro. Médicos e pacientes se dividem quanto à sua eficácia e segurança. Enquanto isso, a ciência prepara uma nova safra de medicações

Cilene Pereira (cilene@istoe.com.br) e Mônica Tarantino (monica@istoe.com.br)
Falta muito pouco para que os remédios de emagrecimento à base de anfetaminas voltem ao mercado brasileiro. Com sua fabricação e comercialização proibidas desde 2011 por determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), resta apenas uma votação, no Senado, para que eles possam novamente ser consumidos por pacientes brasileiros. Trata-se da última etapa de tramitação do projeto de decreto legislativo apresentado pelo deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) que susta a proibição da agência.  Ele já foi aprovado na Câmara e na Comissão de Constituição e Justiça. Dos 27 senadores,  apenas seis se posicionaram contrários à liberação dos medicamentos. E a presidenta Dilma Rousseff não poderá se interpor, já que um decreto legislativo não pode ser vetado pela Presidência da República. No mesmo projeto está também o fim das restrições impostas à venda da sibutramina, outro medicamento usado no tratamento da obesidade. Desde a resolução da Anvisa, a droga só pode ser comercializada se houver, entre outras exigências, a apresentação de um termo de responsabilidade assinado pelo médico e pelo paciente.
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O provável retorno desses remédios está dividindo os médicos em um debate acalorado. De um lado estão os que apoiam a proibição e que, por isso, se encontram preocupados. Eles têm uma lista de argumentos para sustentar suas posições. Em relação aos derivados de anfetamina, o primeiro deles é o de que, por se tratar de medicações antigas, não há estudos confiáveis, feitos no chamado padrão ouro da ciência, que ratifiquem sua eficácia e segurança. “Não são pesquisas capazes de formar evidência científica, especialmente no que diz respeito à eficiência a longo prazo e à segurança”, afirma o cardiologista Flávio Fuchs, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Entre os problemas elencados, estão o risco de dependência e de surgimento de doenças cardiovasculares e hipertensão pulmonar.
Outra crítica é a de que a perda de peso seria insignificante e temporária. “A efetividade a longo prazo dos inibidores de apetite é na melhor das hipóteses questionável”, afirma o pesquisador Francisco Paumgartten, da Fundação Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro. “E na maioria dos casos o emagrecimento é revertido quando a droga é interrompida.” Na opinião da nutricionista funcional Luciana Harfenist, do Rio de Janeiro, nesse aspecto há outro agravante. “Pacientes que consomem inibidores de apetite, na sua maioria, não aprendem a comer, não nutrem adequadamente seu organismo”, diz.
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LIBERAÇÃO
Os endocrinologistas Maria Edna e Alfredo Halpern lutam para
que os derivados de anfetamina e a sibutramina sejam acessíveis.
Eles consideram as medicações importantes para parte dos pacientes
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Em relação à sibutramina, os críticos ressaltam que a droga, bem mais moderna do que os anfetamínicos,  foi objeto de estudos, mas o problema é que uma das principais investigações concluiu que não vale a pena usá-la. Eles se referem ao levantamento Scout (Sibutramine Cardiovascular Outcome Trial). Foram acompanhados cerca de dez mil pacientes por cinco anos. As perdas de peso registradas foram modestas. Pior do que isso, a pesquisa apontou risco mais elevado de infarto e acidente vascular cerebral entre obesos que utilizavam o remédio do que entre os que não o tomavam.
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Em favor da liberação advogam os especialistas no tratamento da obesidade, especialmente os endocrinologistas. “Nós, especialistas em obesidade, discutimos a questão a fundo e fornecemos dezenas de argumentos sobre a necessidade desses remédios”, relata o endocrinologista Alfredo Halpern, da Universidade de São Paulo (USP). O resultado da compilação de estudos e razões dos médicos foi consolidado em um documento assinado pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) e pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem). “Porém a agência não nos deu ouvidos e tomou uma decisão autoritária. Agora, um projeto de decreto legislativo irá passar por cima da decisão da Anvisa”, pontua Halpern.
Exageros na dose
O médico é um dos pesquisadores mais experientes na avaliação do desempenho de drogas contra obesidade, muitas testadas no serviço que dirige na USP. “Há trabalhos suficientes mostrando seus benefícios quando bem indicadas e ministradas na dose certa”, afirma. Segundo ele, há obesos que só respondem aos derivados de anfetamina, conhecidos por proporcionar perda de peso rapidamente. Halpern diz ainda que reações indesejáveis como euforia, delírios ou surtos de esquizofrenia paranoide, como menciona a Anvisa, são vistas apenas em pessoas com histórico de doença psiquiátrica ou de abuso de substâncias. Nesse aspecto, outro problema são os exageros na dose cometidos em formulações aviadas em farmácias magistrais e o uso recreacional desses remédios, dois fatores que também teriam influenciado a sua retirada do mercado. “Neste item, o problema foi, e continua sendo, a falta de uma fiscalização efetiva”, diz Halpern. A proibição, aliás, não encerrou o assunto. Ainda existem o comércio ilegal de antigos estoques e farmácias magistrais que aviam fórmulas com anfetamínicos clandestinamente.
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Necessidade vital Uma das observações contrárias aos remédios que mais incomodam os especialistas é a de que eles seriam dispensáveis. “A obesidade é uma doença crônica. E para algumas pessoas o controle alimentar é muito difícil sem medicamentos”, diz a endocrinologista Maria Edna de Melo, da diretoria da Abeso. O endocrinologista Tércio Rocha, do Rio de Janeiro, partilha da mesma opinião. “A volta da comercialização no Brasil dessas medicações é imensamente necessária, pois vários pacientes precisam delas”, diz. Concorda com ele o endocrinologista João Lindolfo, especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. “Tem de haver controle, mas as restrições precisam diminuir”, defende.
Na opinião de Maria Edna, a compreensão desatualizada e limitada das características e consequências da doença está também na origem da ausência de drogas para tratar o problema na rede pública. “Não há nenhum remédio aprovado com essa finalidade para quem é atendido no SUS. A Anvisa acredita que somente a mudança na alimentação e atividade física já são suficientes”, diz.
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CRÍTICOS
Para o cardiologista Flávio Fuchs (acima), não há evidência científica da eficácia
e segurança do uso dos derivados de anfetamina. Já o pesquisador Paumgartten
afirma que a perda de peso proporcionada pelos remédios é pequena e temporária
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Certamente é urgente encontrar métodos mais eficientes de combate à obesidade. No Brasil, metade da população está acima do peso e os que já atingiram a classificação de obesos somam 30 milhões de pessoas. Trata-se de um contingente extremamente preocupante, considerando que o excesso de peso está por trás da alta incidência de doenças como a diabetes tipo 2, de infartos e de acidentes vasculares cerebrais.
O difícil neste debate é apontar com certeza quem de fato se beneficiaria da volta das medicações. Ao longo da reportagem, por exemplo, é possível ler histórias de quem se deu muito bem, de quem se deu muito mal e para quem os remédios não fizeram diferença na briga contra o peso. Parte dos médicos defende que os medicamentos, na verdade, quaisquer que sejam eles, são coadjuvantes, e não protagonistas nessa batalha. “O tratamento medicamentoso da obesidade deve ser precedido por modificação do estilo de vida. Isso deve ser sempre a pedra fundamental da terapia”, afirma o clínico geral André Salgado, do Rio de Janeiro. Os endocrinologistas, porém, afirmam que há pacientes que não emagrecem sem remédio.
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Paralelamente à discussão sobre a necessidade de utilização das medicações, há outro aspecto que chama a atenção nesse assunto. Em Brasília, onde trafega o projeto que propõe sua liberação, pairam suspeitas sobre a iniciativa. Estranha-se, por exemplo, a celeridade com que o projeto está sendo analisado, algo incomum mesmo em tempos normais, que dirá em época pré-eleitoral, quando o Congresso normalmente para. Enquanto milhares de proposições demoram quatro anos, em  média, para passar pelo crivo do plenário da Câmara, o projeto de decreto legislativo do parlamentar Beto Albuquerque precisou de apenas oito meses para ser estudado.
Existe a suposição de que por trás da urgência está o interesse da indústria farmacêutica e das farmácias magistrais em explorar o rentável mercado dos medicamentos antiobesidade. O segmento farmacêutico acompanha de perto os movimentos referentes ao projeto e aciona seus principais interlocutores no Congresso para derrubar a resolução da Anvisa o mais rápido possível. Nos bastidores, congressistas contam que foram procurados por emissários de empresas farmacêuticas condicionando doações para a campanha eleitoral deste ano à rapidez da votação do projeto. “Respeito a opinião dos profissionais que consideram essencial a comercialização desses remédios. Mas pergunto: até que ponto não existe também o interesse de grandes conglomerados farmacêuticos que querem expor a saúde dos brasileiros?”, diz o senador Humberto Costa (PT-PE), contrário ao retorno dos medicamentos.
Situação no mundo
Por enquanto, ainda sem a data da votação definida, a Anvisa adota a cautela. A agência comunica que não decidiu quais medidas tomará se o projeto for aprovado, como tudo indica. Porém, de antemão, afirma que a medida desconsidera a atribuição primária da agência, que é justamente a de arbitrar e decidir quais produtos de saúde podem ou não entrar e permanecer no mercado.
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Em outras partes do mundo, a oferta de anfetamínicos e da sibutramina parece mais bem resolvida do que no Brasil. Nos Estados Unidos, é permitida a venda de derivados de anfetaminas como a anfepramona e a fentermina. Eles são aprovados para serem usados para perda de peso rápida, em poucas semanas. Em 2011, inclusive, a fentermina foi o remédio mais prescrito para emagrecimento naquele país, segundo a Food and Drug Administration (FDA), a agência americana responsável pela liberação de remédios. Já a sibutramina foi retirada do mercado pelo fabricante, o laboratório Abott, após recomendação do FDA. Na Europa, a situação em relação aos anfetamínicos é um pouco diferente. “Alguns desses medicamentos antigos ainda são comercializados em escala reduzida em determinados países europeus”, explica Francisco Paumgartten, da Fiocruz. “A European Medicines Agency tentou retirá-los do mercado com a fundamentação de ‘falta de eficácia’ mas a tentativa foi frustrada”, diz ele. Em relação à sibutramina, a agência europeia que regula medicamentos informou à ISTOÉ que recomendou a suspensão das autorizações para venda de produtos contendo a substância nos Estados membros em 2010, após concluir que os riscos são maiores do que os benefícios. No fim, a Abott decidiu tirar o remédio de todo o mercado mundial. Hoje, em lugares como o Brasil, a substância é encontrada em drogas genéricas ou em medicações manipuladas.
A discussão ferrenha sobre a oportunidade de usar os anfetamínicos e a sibutramina evidencia quanto a medicina busca desesperadamente uma solução, uma pílula capaz de emagrecer e produzir pouco ou nenhum efeito colateral. Trata-se de uma das maiores ambições da ciência atualmente. Há várias opções em estudo (leia mais no quadro ao lado), mas mesmo os mais otimistas sabem que o caminho será longo até que uma delas seja finalmente disponibilizada.
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Indicação informal
Enquanto isso, médicos e pacientes recorrem principalmente a medicamentos desenvolvidos para outras finalidades, mas que, na prática, mostraram-se eficazes também no controle de peso. É o chamado uso off label (fora do rótulo). É assim, por exemplo, com o topiramato, aprovado contra enxaqueca e compulsão, mas que ajuda a conter o impulso de comer em uma parcela dos obesos. A mesma situação ocorre com alguns antidiabéticos de última geração que tornam mais lento o esvaziamento gástrico e agem na sinalização da saciedade enviada ao cérebro. São, sem dúvida, esforços válidos para tentar conter o avanço de um dos maiores perigos à saúde já conhecidos.
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Colaborou Josie Jerônimo
Foto: Nicolas Bets/Getty Images, Kelsen Fernandes, Gustavo Scatena – AG.ISTOÉ; Stefano Martini, Marcos Nagelstein; Bruno Poppe, Pedro Dias/ag. istoé; Marcos Nagelstein

Remédios para emagrecer

Existem indicações médicas precisas para a perda de peso como a obesidade mórbida, hipertensão arterial, diabetes entre outras doenças, não é desse tipo de tratamento que eu quero discutir e sim tratar aqui da questão que mais leva as pessoas a procurar remédios para emagrecer: o fator estético. Este é disparado o principal motivo e é também o que mais preocupa, muitas pessoas cometem abusos de medicação correndo sérios riscos de saúde. Independente dos motivos que te levaram a buscar informações sobre remédios para emagrecer vamos discutir o que realmente interessa.

O primeiro passo importante quando se fala sobre remédios para emagrecer é que na verdade eles não existem, nenhum dos remédios prescritos para emagrecer emagrece, eles são na verdade inibidores de apetite como a sibutramina (existem outros inibidores de apetite e outros remédios que não são inibidores de apetite, vou citar apenas esse por ser o mais usado e seu uso é liberado pela Anvisa*). Boa parte do tratamento e uso de remédios para emagrecer deve partir desse princípio básico: os remédios para emagrecer não emagrecem. Tendo isso em mente partimos para o segundo passo: para o remédio fazer o resultado esperado (perda de peso) você precisa ajudar o remédio a te ajudar. Pode soar estranho dito dessa forma, mas é exatamente isso. O remédio para emagrecer só poderá desenvolver todo seu potencial emagrecedor se você ajudar o remédio.

Explicando melhor: apenas entenda que para emagrecer você terá que fazer dieta, existe muitos tipos de dieta que você encontra na internet ou em revista (algumas dietas são bem estranhas), a melhor dieta para o seu caso é aquela preparada especialmente para você por um nutricionista. A maioria das pessoas que procuram remédio para emagrecer já fez algum tipo de dieta. Praticamente todas as dietas são boas para emagrecer, mas as pessoas não conseguem emagrecer porque não conseguem manter a dieta por muito tempo. Ai é que entram os remédios para emagrecer: você começa a tomar o remédio, sua fome diminui consideravelmente, o que permite que você siga sua dieta sem sentir fome. É muito mais fácil fazer dieta quando não se tem fome.

O terceiro passo no uso de remédios para emagrecer é o tempo de uso do medicamento. As pessoas querem perder peso rapidamente, usar o remédio por um curto período de tempo e emagrecer rápido demais é o caminho do fracasso. A perda de peso tem que ser lenta e gradual. Vou descrever uma situação ideal: Usar sibutramina todos os dias tomando 1 comprimido as 10:00 da manhã por 1 ano e perder 3 a 4kg no primeiro mês, 2 a 3 kg no segundo mês e perder 1 a 2kg por mês por mais 10 meses; isso totalizaria um mínimo de 15 kg e um máximo de 27kg. Não seria maravilhoso perder entre 15 e 27kg? É claro que sim, mas boa parte das pessoas não quer esperar todo esse tempo. Esse tempo de um ano é muito importante porque ele é a garantia de que dificilmente você retornará a ganhar peso, o tão indesejado efeito sanfona.
“Então doutor o senhor quer dizer que mesmo tomando remédios para emagrecer vou ter que fazer dieta, só falta dizer que vou ter que fazer exercícios também?” E a resposta é sim. Emagrecer fazendo exercícios é mais fácil, mais rápido, mais saudável e você define melhor o corpo. Emagrecer sem exercícios acaba deixando o corpo mole e mal definido. Emagrecer com exercícios acelera o processo e deixa você muito mais bonito(a).
Os efeitos colaterais da sibutramina são: aumento da pressão arterial e agitação psicomotora (entre o os inibidores de apetite parece ser o que apresenta o menor número de efeitos colaterais). De todos os pacientes que eu já prescrevi esta medicação tive apenas 2 casos de abandono do tratamento por aumento da ansiedade e nervosismo causados pelo remédio.
*receita médica especial controlada, apenas fornecida por médicos devidamente registrados na Anvisa. Evite a auto-medicação ela pode trazer risco para a sua saúde. Não adquira remédios para emagrecer sem consultar seu médico, somente um médico pode fazer a correta avaliação dos riscos e benefícios do uso desse tipo de medicação e decidir qual é o mais indicado para seu caso ou se é mesmo necessário o uso de remédios para emagrecer.

http://medicoresponde.com.br/remedios-para-emagrecer/
 

'Não quero ser reconhecida', diz mulher que emagreceu com remédio


Série emagrecedores (Foto: Editoria de Arte/G1)11/10/2011 07h14 - Atualizado em 13/10/2011 12h22

Dona de casa de GO perdeu 4 kg com medicação, mas não quer aparecer.
Até sexta, série do G1 dá dicas sobre como emagrecer de forma saudável.

Jamila Tavares, Mário Barra e Tadeu Meniconi Do G1 DF e em São Paulo
A dona de casa Marta*, de 68 anos, começou a tomar sibutramina há três meses para intensificar os resultados de uma dieta que está fazendo há um ano. Ao todo, ela perdeu 12 quilos, os últimos quatro com a ajuda do medicamento.
“Eu estava fazendo acompanhamento com endocrinologista, e ele recomendou que tomasse o remédio para acelerar a perda de peso”, afirmou ao G1.
(Série 'Emagrecedores: sim ou não?'. O G1 publica nesta semana reportagens com exemplos de pessoas que lutam contra a obesidade, com ou sem a ajuda de remédios moderadores de apetite)
Mesmo com o sucesso do tratamento e usando a medicação com acompanhamento profissional, a dona de casa prefere não se identificar por medo de ser repreendida por parentes e conhecidos, que não querem que ela use o remédio.
Moradora de Goiânia, Marta disse que, com a dieta, mudou sua alimentação e reduziu o consumo de açúcar. “Sou uma formiguinha, gosto de comer doce em prato de refeição, não de sobremesa.”
Caminhadas diárias e hidroginástica três vezes por semana passaram a ocupar espaço na agenda da dona de casa. Mas, sem o remédio, ela acredita que não teria conseguido alcançar o peso que tem hoje.
“Acho que não teria emagrecido os últimos quilos. Estava muito difícil. Quando a pessoa tem ansiedade, é mais difícil controlar o peso sem medicação”, declarou.
Marta afirma que não sentiu nenhum efeito colateral com o uso da sibutramina e avalia que as restrições impostas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ao uso de inibidores de apetite são exageradas. “É certo que eles são uma 'muleta', mas, com acompanhamento médico, não há problemas.”
Feliz com os resultados da combinação dieta-atividade física-sibutramina, Marta estima que já no próximo mês seu médico vai recomendar que ela interrompa ou diminua o consumo do medicamento. “As pessoas têm que usar, não abusar.”
Sem vergonhaPara o endocrinologista Antônio Roberto Chacra, da Unifesp, não há problemas em tomar o remédio, desde que ele seja acompanhado por um médico, como fez Marta. “Há casos em que os remédios se justificam e muitas pessoas precisam deles para perder peso. Não há vergonha nenhuma em tomar emagrecedor. Mas qualquer paciente que queria tomar precisa de prescrição e acompanhamento médico”, afirma.
O que a sibutramina faz no cérebro não é exatamente inibir o apetite, mas estimular a saciedade. “Na prática, o indivíduo fica satisfeito com menos comida”, resume o endocrinologista Walmir Coutinho, pesquisador que participou da maior pesquisa já feita sobre o remédio, que acompanhou quase 10 mil pacientes durante um período médio de 3 anos e 5 meses.
A nutricionista Karin Honorato, da Clínica Funcional, acredita que mesmo quem usa remédios deve ter junto uma alimentação saudável e a atividade física, como fez a dona de casa. “Não basta o médico prescrever o remédio, ele deveria exigir que o paciente também faça um acompanhamento para melhorar seus hábitos de vida, aprendendo a se alimentar, se exercitando mais e fazendo um trabalho psicológico”, diz a especialista. “O medicamento deve ser uma opção no curto prazo e sem retorno constante.”
A endocrinologista Leila Maria Batista Araújo concorda. “Se não houver mudança de estilo de vida, nenhum tratamento para obesidade vai ter sucesso,” diz. “De cem pessoas que vêm ao meu consultório, somente 15 mantêm o peso baixo no longo prazo.”
Sobre a vontade Marta de não aparecer para não ser reconhecida por seus parentes, o psicólogo Carlos Henrique Bohn afirma ser um comportamento comum. “Colegas e familiares às vezes reforçam essa ideia [de que emagrecer com remédios não deve ser valorizado]”, afirma. “Não é tanto uma questão de vergonha. Se ela falar que tomou a medicação, essa valorização [do esforço] é muito menor", completa
Para Bohn, no entanto, desde que a pessoa esteja usando uma medicação permitida pela Anvisa e com acompanhamento médico, não tem do que se envergonhar.
(* Nome fictício usado, porque a personagem não quer ser identificada)

'Ser gordo parece defeito de fábrica', diz mulher que largou emagrecedor

10/10/2011 06h40 - Atualizado em 13/10/2011 12h20

Série emagrecedores (Foto: Editoria de Arte/G1)Ângela Campos chegou a tomar dois remédios, mas hoje busca exercícios.
Até sexta, série do G1 dá dicas de como perder peso de forma saudável.

Fernanda Brescia * Do G1 MG
Ângela Maria do Couto Campos já fez todo tipo de dieta e gastou muito dinheiro com remédios para tentar emagrecer. “Ser gordo parece defeito de fabricação”, disse a comerciante, que mora em Belo Horizonte e preferiu não comentar o peso atual.
Aos 43 anos, Ângela afirma que já não se preocupa tanto com o corpo como na juventude. “Hoje, olho para o espelho e penso: ‘Quer, quer; não quer, não quer!’ Já curti muito a vida”, diz.
(Série 'Emagrecedores: sim ou não? O G1 publica nesta semana reportagens com exemplos de pessoas que lutam contra a obesidade, com ou sem a ajuda de remédios moderadores de apetite)
Após sessões de terapia, Ângela diz que passou a acreditar que “remédio não resolve nada”. Nesta segunda (10), o governo federal publicou no Diário Oficial da União a proibição de três emagrecedores e a exigência de maior controle sobre a sibutramina.
“Respeito minha condição física. Eu sou gorda. Isso é uma agressão, querer ser o que não sou. Não sou o tipo de pessoa que nasceu magra e foi engordando por algum motivo. Meu biotipo é de gordinha. Quem nasce gordo e quer ser magro é contra a lei da natureza. Não adianta querer ser uma Barbie”, afirma.
Para manter a saúde em dia, a comerciante caminha cerca de uma hora, quatro vezes por semana. “Se emagrecer, é lucro”, destaca. Ângela, que é divorciada e tem dois filhos, diz que não sente necessidade de acompanhamento médico, nem de um nutricionista.
“Quando o gordo se assume, começa a fazer refeições regularmente e a saúde melhora. Você passa a se policiar, não o remédio”. Ângela diz que, no caso dela, não vale mais a pena pagar pelos serviços desses profissionais. “Não vou mais a médico porque sei de cor os regimes”, admite.
Para a comerciante, a inquietação com a aparência começou cedo. Ela conta que tem seis irmãos e que eles sempre foram divididos em grupos de gordos e magros. “Todo mundo pensava: ‘Coitados dos gordinhos’”, revela.
Aos 20 anos, quando conheceu o ex-marido, Ângela tinha acabado de perder 30 quilos em quatro meses. O “milagre” foi um tratamento de injeções intramusculares, que ficou famoso por volta de 1978 na capital mineira. “Com esse eu emagreci, fiquei linda, puro osso”, diz.
Na época, Ângela compareceu por um mês ao consultório e tomou uma injeção diária de uma substância que ela desconhecia. “Eu ia lá, ficava 15 minutos e ia embora. A sala lotava”, relembra. “A injeção que ele dava no músculo queimava gorduras. Era caro, mas emagreci. Era o boom da época. Se ele estivesse vivo [o médico], eu iria lá de novo”, confessa.
Você fica linda, mas fica uma linda triste. Você cabe em qualquer roupa, mas sem vontade de viver”"
Ângela Maria, 43 anos, sobre
emagrecer com remédios
Antes dessa tentativa, Ângela já havia apostado nas dietas da Lua e da proteína, que não foram muito eficazes, segundo ela. Durante o primeiro tratamento, a comerciante conta que tomava apenas líquidos nos sete dias da fase da Lua minguante. “Emagreci mixaria”.
Já ao experimentar a dieta da proteína, Ângela conseguiu perder de cinco a seis quilos, mas também não aprovou o método. “Sentia uma fraqueza muito grande. Ficava nervosa. Não podia comer carboidrato, então comia carne, carne, carne”, conta.
Depois dessas tentativas, a comerciante recorreu a remédios e já chegou a tomar sete comprimidos com vários compostos manipulados em um dia. “É uma forma rápida de emagrecer, é o milagre”, disse. No início, ela ficou satisfeita com o efeito. “Você olha para a comida e ela não olha para você”, completa.
Após perder alguns quilos, Ângela conta que começou a “pensar com cabeça de magro” e que, além de voltar a engordar, passou a gastar muito dinheiro com acessórios que não podia usar antes. “O consumismo é muito grande. O magro pode comer tudo, comprar roupas. Qual gordo não quer fazer isto: entrar na loja e ver que a roupa serve?”, questiona.
A comerciante diz que já chegou a tomar os remédios femproporex e sibutramina ao mesmo tempo. “O médico fazia uma receita no meu nome e outra no nome do meu irmão”, relata. Segundo ela, a longo prazo, o resultado dos comprimidos foi negativo, pois trouxe sintomas de depressão. “Você seca, você fica linda, mas fica uma linda triste. Você cabe em qualquer roupa, mas sem vontade de viver”, observa.
Ela diz que, durante uma das crises depressivas, acabou se divorciando. “Um problema simples se torna terrível. Não parava de chorar um minuto. Na hora em que você percebe, começa a ver que tem força para vencer. Na terapia, entendi que o remédio não faz milagre”, diz.
Além disso, Ângela contou que a cada vez que ia ao médico, voltava com mais caixas de remédios. “Você vai ao médico e ele pergunta: 'Você está se sentindo bem?' Aí você fala que não está conseguindo dormir, que está nervosa, com o intestino preso. Então o médico 'joga' outros remédios”.
Para ela, a restrição a emagrecedores não vai ser eficiente. “O gordo vai achar em outro lugar. Esse mercado é muito lucrativo”, aponta.
Atualmente, Ângela se diz menos insatisfeita com a aparência. “Sou vaidosa, gosto de estar bonita, chamar a atenção. Não me escondo no ‘gordo’. Estou com 43 anos, mas até me acho gostosinha”, brinca.
Proibição não funciona
Para a nutricionista Cynthia Antonaccio, o caso de Ângela mostra como dietas baseadas na proibição não trazem efeitos duradouros. ”A pessoa pode até perder peso, mas não aprende a comer”, diz a especialista, diretora do Grupo Equilibrium, voltado para saúde e nutrição. “Não existe alimento bom ou ruim, o que importa é o conteúdo total da dieta.”
Ao pensar sobre as tentativas para emagrecer, Ângela mostra que não acredita em milagre. Um diagnóstico parecido com o da nutricionista. “A dica é: já que você testou todas as dietas, desista. É preciso ter disciplina para comer”, destaca Cynthia. “Estabelecer horários para a alimentação, não comer a toda hora e colocar porções adequadas.”
Os remédios também não podem servir de fórmula “mágica” para reduzir o peso. “Não sou contra os medicamentos, mas hoje o uso é muito abusivo. Tem gente que sai com receita após 10 minutinhos de consulta”, diz. “O remédio é algo para ser usado temporariamente e junto com as técnicas de nutrição. Nunca vai substituir a boa alimentação.”
Uma alimentação ideal deve contar com horários regulares. “É sempre bom tentar manter a rotina de café da manhã, almoço e jantar, com lanchinhos entre eles”, explica Cynthia. “As pessoas precisam saber fazer escolhas mais adequadas e consumir grupos de alimentos menos calóricos. Curtir uma boa salada, uma boa fruta", recomenda a nutricionista.
O médico Antonio Roberto Chacra, professor de endocrinologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), tem uma avaliação parecida sobre dietas como a da Lua. “Muitas vezes, aparecem dietas malucas com o mesmo princípio, que é comer menos uma vez por semana. Você emagrece, mas recupera o peso facilmente”, diz.
Chacra afirma que a depressão que Ângela sentiu com os remédios é um efeito conhecido. “Depressão é normal, não só como efeito colateral. Ela pode ser também a causa da obesidade”, explica.
Para o especialista, os emagrecedores ajudam, sim, a perder peso – desde que sejam prescritos por um médico de confiança, seguindo critérios rigorosos. Além disso, não é para tomar o remédio para sempre. A medicação deve ser apenas um primeiro impulso – depois, o próprio paciente precisa aprender a controlar sua alimentação.
“Há casos em que os remédios se justificam, sem dúvida. Mas têm que ser prescritos por um endocrinologista, com critério. Não pode ficar tomando direto,” afirma Chacra.
Para ele, a reeducação alimentar é fundamental. “O efeito passa depois que a pessoa para de tomar o remédio, então ela sempre quer voltar e acaba se viciando,” diz. “A prevenção passa pela mudança do estilo de vida.”

(* Colaboraram Mário Barra e Tadeu Meniconi, do G1 em São Paulo)

http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2011/10/ser-gordo-parece-defeito-de-fabrica-diz-mulher-deixou-emagrecedores.html 

Esclareça 17 dúvidas sobre remédios para emagrecer

Eles podem ajudar no controle da obesidade, mas também favorecem o efeito sanfona

POR FERNANDO MENEZES - ATUALIZADO EM 03/09/2014
O senado aprovou o projeto de lei que libera a venda de inibidores de apetite. A decisão permite a venda de remédios para emagrecer produzidos com base nas substâncias anfepramona, femproporex e mazindol. A proposta também libera a venda de medicamentos que contenham a substância sibutramina, seus sais e isômeros, bem como intermediários. A notícia fez as dúvidas sobre esses medicamentos triplicarem. "Todas as pessoas que vão começar a tomar (ou tomam) um remédio para emagrecer devem saber é que não existe fórmula mágica, e que nenhum remédio sozinho traz uma perda de peso satisfatória", explica a endocrinologista Vânia dos Santos Nunes, da Unesp.

De um lado, especialistas defendem que os remédios ainda são uma arma eficiente contra a obesidade. Do outro, há o time que condena o uso indiscriminado e os malefícios que essa drogas podem causar. Segundo um recente relatório divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes, os remédios para emagrecer devem ser usados, mas apenas tratamentos médicos. O relatório elaborado pela Jife (Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes) incentiva o Brasil a continuar adotando "todas as medidas necessárias para que os anorexígenos sejam utilizados unicamente para fins médicos, bem como para impedir que sejam utilizados de forma indevida e receitados indiscriminadamente".

O primeiro passo para entender a polêmica dos emagrecedores é saber mais sobre eles. A seguir, o Minha Vida, junto com as endocrinologistas Glaucia Duarte e Vânia dos Santos, esclarecem as principais dúvidas sobre os tais remédios polêmicos. 
Remédios para emagrecer- Foto Getty Image
Remédios para emagrecer
1.Quais são os tipos de remédios para emagrecer? Como eles agem no organismo?

Existem três principais grupos de remédios para emagrecer: os anorexígenos, os sacietógenos e os inibidores de absorção de gorduras. Os medicamentos do primeiro grupo inibem o apetite, e tem em sua composição de substâncias conhecidas como anfetaminas. São exemplos deles a anfepramona, o femproporex e o manzidol. "Atualmente, os especialistas utilizam essa classe apenas quando as outras duas não obtiveram sucesso, já que ela apresenta mais riscos de efeitos colaterais", diz a endocrinologista Gláucia Duarte, membro da membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

O segundo grupo (sacietógenos) reúne os medicamentos que agem no estímulo da sensação de saciedade, ou seja, o indivíduo sente fome, mas com uma porção menor de alimentos fica satisfeito, parando de comer mais cedo. A sibutramina é a mais conhecida do grupo, e que pode ter ação secundária para o emagrecimento: o aumento do gasto energético.

O terceiro grupo é o dos inibidores da absorção de gordura, representado apenas pelo Orlistat e o Cetilistate. Não restringe o apetite, pois não atuam no cérebro ou no sistema nervoso. "Eles atuam na inibição da absorção intestinal de cerca de 30% da gordura ingerida. Com um bom controle de ingestão de gorduras, podem representar uma ajuda significativa, mas, ao comer demais, a tendência é não perder peso, porque os 30% de gorduras que deixam de ser absorvidas podem não ser uma deficiência calórica suficiente para a perda de peso", diz a endocrinologista. 

Descubra seu peso ideal

Sua meta de peso é saudável?
2.Em que casos eles devem ser usados? Eles são válidos tanto para sobrepeso como para a obesidade?

Todos os tipos de medicamentos para emagrecer só devem ser usados quando a adoção de uma alimentação mais saudável e a prática de exercícios físicos não mostraram resultado na perda de peso. "Quando o índice de massa corpórea (IMC) continua superior a 29,9 após o tratamento com reeducação alimentar, é indicado o uso de remédios para ajudar no processo de emagrecimento", diz a endocrinologista Vânia dos Santos. Para descobrir o índice de massa corpórea, basta dividir o seu peso em quilogramas pelo quadrado de sua altura. Calcule seu peso ideal aqui.

Tabela de IMC segundo a Organização mundial da saúde

Abaixo do peso - abaixo de 18,5
Normal - de 18,6 a 24,9
Sobrepeso (pré-obesidade) - de 25 a 29,9
Obesidade leve- 30 a 34,9
Obesidade moderada - 35 a 39,9
Obesidade grave ou mórbida - acima de 40 
3.Quais são os possíveis efeitos colaterais?

Mesmo que esses remédios sejam seguros se usados da maneira correta, eles podem causar uma série de efeitos colaterais. "Cada tipo de medicação contra obesidade tem efeitos colaterais específicos, que também variam de acordo como metabolismo de cada individuo", explica a endocrinologista Glaucia Duarte.

Os anorexígenos (anfepramona, femproporex, mazindol), podem causar irritabilidade, insônia ou sono superficial, tremores, depressão ou se alternam períodos de estímulo com períodos de depressão, aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca. "Todos esses efeitos estão ligados ao sistema nervoso e cardiovascular, áreas onde os anorexígenos têm efeito", diz Glaucia Duarte.

Já os sacietógenos, que aumentam a sensação de saciedade, normalmente apresentam efeitos colaterais mais suaves que os anfetamínicos, causando insônia ou sono superficial, agitação, irritabilidade (que não é um sintoma frequente). Mesmo assim a sibutramina, que se enquadra nesse grupo, foi proibida de ser comercializada nos Estados Unidos e na Europa por que os órgãos responsáveis alegaram que o medicamento acelera a frequência cardíaca, provocando arritmias em quem já tem a propensão de doenças cardíacas. No Brasil, a sibutramina foi enquadrada na categoria de remédio controlado.

Os inibidores da absorção de gorduras apresentam efeitos colaterais principalmente se a ingestão de gorduras for exagerada. É como um sinal vermelho. "A pessoa apresentará diarreia com fezes pastosas ou líquidas, podendo até eliminar gotas de gorduras depois de refeições mais pesadas. Por isso, mesmo tomando remédios para emagrecer, é preciso ter uma alimentação balanceada e saudável", diz a endocrinologista Vânia dos Santos Nunes.  
Obesidade infantil - Foto Getty Images
Obesidade infantil
4.Crianças com quadro de obesidade podem tomar remédios para emagrecer?

A indicação de remédios para emagrecer deve ser restrita, sendo prescrita nos casos em que a obesidade se tornou um fator de risco. De acordo com Vânia dos Santos, a reeducação alimentar e a prática de atividades físicas normalmente sozinhas conseguem trazer uma melhora considerável na saúde de crianças obesas e adolescente com menos de 16 anos. No entanto, às vezes o uso de remédios é necessário. "O uso de oslistat, um tipo de remédio que diminui a absorção de gordura pelo intestino, já foi testado e aprovado em crianças. Já os medicamentos que agem no sistema nervoso central ainda não têm total aprovação em crianças e adolescentes", diz Gláucia Duarte. E não é à toa. Se eles já provocam efeitos desagradáveis no corpo de um adulto, imagine para as crianças.  
"Remédios anorexígenos e sacietógenos não devem ser usados por pessoas com hipertensão arterial descompensada, arritmias cardíacas, diabetes do tipo 2, doenças psiquiátricas"
5.Esse tipo de remédio tem alguma contra-indicação?

Por causar alterações no funcionamento do sistema nervoso e do sistema cardiovascular, os remédios anorexígenos e os sacietógenos não devem ser usados por pessoas com hipertensão arterial descompensada, arritmias cardíacas, diabetes do tipo 2, doenças psiquiátricas (depressão e transtornos do humor, impulsos compulsivos) e glaucoma.

"Mesmo que as principais contra-indicações estejam relacionadas aos sacietógenos e aos anorexígenos, os remédios que diminuem a absorção de gorduras também apresentam um grupo de risco, que são os pacientes com doenças inflamatórias intestinais",diz a endocrinologista Vania dos Santos. 
6.O uso prolongado pode causar dependência (física ou psicológica)?

Mesmo que o grau de dependência seja baixo (possuem nível um em uma escala que vai até quatro), os medicamentos para emagrecer podem causar dependência física e psicológica se forem usados por um período muito longo, (mais de quatro meses sem novas avaliações). "Como esses medicamentos só devem ser usados em último caso e ainda sim como apoio a um programa de reeducação alimentar e prática de atividades físicas, depois que o paciente não se encontra mais em um quadro de obesidade, o uso dos remédios deve ser interrompido", diz Vânia dos Santos 
Obesidade- Foto Getty Images
Obesidade
7.Eles precisam ser tomados constantemente para que o peso se mantenha sob controle?

"Na verdade, eles devem ser usados por um período curto, (o médico faz uma nova avaliação mensal se o remédio continua necessário), para não provocar nenhum grau de dependência", diz Vânia dos Santos. Os medicamentos para perder peso devem fazer parte do tratamento para perder peso, e não para mantê-lo baixo. De acordo com a endocrinologista, a manutenção da boa forma deve ser feita a partir de uma alimentação saudável e de prática de exercícios físicos. Caso contrário, as chances de recuperar o peso novamente são enormes. É o famoso efeito sanfona.  
8.Se parar de tomar engorda o dobro?

De acordo com as endocrinologistas, quem emagrece com ajuda de medicamentos que agem no sistema nervoso central realmente recuperam todo a gordura perdida se não se preocupam com a alimentação e com a prática de atividades físicas após o fim do tratamento.

9.É perigoso tomá-los e fazer exercícios intensos por causa da frequência cardíaca?

Assim como a alimentação, a prática de exercícios físicos deve ser controlada após a prescrição de remédios para emagrecer "Usualmente os educadores físicos sugerem o teste de esforço antes de iniciar a atividade física. O ideal é que se mantenha um acompanhamento das variações da frequência cardíaca para diagnosticar quaisquer alterações", diz Glaucia Duarte. 
Suor - Foto Getty Images
Suor
10.Eles causam sudorese excessiva?

Os remédios termogênicos, um tipo de substâncias que agem principalmente aumentando o gasto calórico do organismo pode causar esse efeito colateral em algumas pessoas. Mas, por razões de segurança e efeitos colaterais (aumento de frequência cardíaca, aumento da pressão arterial, aumento da termogênese), esse tipo de remédio tem sido pouco utilizado.

11.Seus resultados são melhores do que a reeducação alimentar e a prática de exercícios físicos?


O uso da medicação apenas pode facilitar a perda de peso, mas, se não houver mudanças do estilo de vida há chances de retomada do peso perdido. "O remédio sozinho não irá trazer resultados positivos. É preciso controlar a alimentação e praticar atividades físicas juntamente com a medicação para conseguir perder peso", diz Vânia dos Santos.

12.Eles aceleram o metabolismo?


De acordo com Vânia, as pessoas com obesidade tendem a ter o metabolismo mais lento, e por isso, o corpo demora a consumir toda a energia que foi acumulada pelas refeições. O que alguns remédios causam, como efeito secundário, é aumentar o gasto calórico. A não ser remédios para tireoide, que não são indicados para casos de obesidade, os medicamentos para emagrecer não afetam o funcionamento de nosso metabolismo.  
13.Como garantir que a prescrição médica dos remédios é a mais indicada para o "meu" caso?

De acordo com as nutricionistas, a melhor maneira de se proteger de um erro de prescrição médica é procurar apenas profissionais qualificados e indicados por outros médicos de confiança. Outra dica é sempre procurar ouvir uma segunda opinião.

14.Qual o perigo de tomar aquelas fórmulas manipuladas que fazem um coquetel de drogas? Nesse caso, o mais indicado é o remédio comprado na farmácia?

Como esse tipo de medicamento pode trazer muitos efeitos colaterais, os médicos preferem medicações dos laboratórios, que são vendidas nas farmácias comuns. "O médico não tem como prever quais os efeitos colaterais que uma fórmula manipulada pode trazer ao paciente. Por isso, bons médicos sempre receitam medicações para emagrecer de laboratórios consagrados, que passam por teste de qualidade", explica Vânia dos Santos.  
"O médico não tem como prever quais os efeitos colaterais que uma fórmula manipulada pode trazer ao paciente"
15.Eles são diuréticos?

"A maioria dos remédios para emagrece também possuem diuréticos para aumentar a perda de líquidos no corpo, e assim, aumentar a sensação de emagrecimento", diz Gláucia.

16.A perda de peso é ilusória, ou seja perdemos mais massa magra do que gordura?


Um processo de emagrecimento rápido sem a preocupação com atividades física ou alimentação para manter a massa magra tendem a não se sustentarem. Nesse caso, há perda de músculos sim. "A perda de peso dimensionada num tratamento completo, com reeducação alimentar e exercícios físicos, garante a troca de massa gorda por massa magra", explica Glaucia Duarte. 
17. Ao passar do tempo o corpo acostuma com o remédio e com as dosagens? Quem toma remédio por muito tempo tem mais dificuldade de emagrecer sem ele depois?

Com o passar do tempo, especialmente com as anfetaminas, o organismo pode desenvolver tolerância, ou seja, necessitar do aumento da dose para que o efeito seja o mesmo. "Muito provavelmente quem se torna um dependente químico de anfetaminas, espera um jeito fácil de perder peso, sem o comprometimento com a reeducação alimentar e exercícios físicos, o que dificulta a sustentabilidade do peso perdido", alerta Glaucia Duarte.