A bebida previne câncer, aumenta o desejo sexual e até controla o peso
Por Ana Maria Madeira - publicado em 28/09/2010
Jantar à luz de velas, reunião com a família, diversão com os amigos, acompanhando aquele prato especial ou numa noite fria: o
vinho dá um toque nobre a qualquer momento. E não é só o paladar que sai ganhando com o consumo da bebida. A sua saúde também sente os efeitos graças às substâncias que a bebida carrega. Rico em antioxidantes, os polifenóis e os flavonoides, o vinho traz benefícios ao coração, a libido, à dieta e ainda combate o envelhecimento precoce.
"Isso se deve mais especificamente ao polifenol chamado de transresveratrol, presente nas cascas das uvas tintas, o que mais influência tem sobre nosso corpo, especialmente no que diz respeito à formação do colesterol bom", explica a nutricionista Greice Carolina. Mas nada de se embriagar. Para colher as vantagens da bebida dos deuses, o consumo deve ser moderado, uma taça por dia. Confira a seguir seis motivos já comprovados pela ciência para beber vinho.
Vinho 1.Afasta o risco de câncer
Estudos realizados pela Universidade de Harvard (EUA) diz que o alto consumo de azeite e vinho, produtos que contém propriedades antioxidantes, é capaz de diminuir em 24% o risco de uma pessoa vir a sofrer de
câncer. Por oito anos, os pesquisadores acompanharam de perto os hábitos alimentares de quase 26 mil gregos, que seguem a conhecida dieta mediterrânea. "Essa dieta é composta por azeitonas e azeites, grãos inteiros, pouca carne vermelha e muitos vegetais, peixes e frutos secos é bem diferente dos padrões brasileiros, mas deveria ser seguida em todo o mundo devido a sua ótima composição nutricional", enfatiza a chefe da equipe nutricional do Minha Vida, Roberta Stella.
2. Identifique sua personalidade
Na hora de escolher o vinho você vai direto naqueles que são mais secos e "amarram" a boca? Ou prefere os mais suaves e até doces? Sua decisão pode revelar muito sobre sua personalidade, de acordo com um estudo realizado na Austrália e na Grã-Bretanha. A pesquisa sugere que pessoas que preferem vinhos de sabor doce apresentam uma maior tendência a serem impulsivas. Já aquelas que optam por vinhos secos, são mais simpáticas e abertas. A pesquisa aconteceu com 45 pessoas da cidade de Sheffield, na Inglaterra, que cultivam o costume de consumir a bebida diariamente.
Os voluntários foram divididos em dois grupos, segundo a preferência por doce ou seco. Os participantes também foram submetidos a testes de personalidade, para avaliar sua impulsividade, abertura na convivência social, empatia e extroversão. De acordo com os cientistas, as pessoas possuem uma tendência maior em optar pelo vinho doce, o que seria uma escolha mais simples e clara, por isso o grupo pode ser considerado mais impulsivo. "Mas vale lembrar que o vinho tinto é o que possui maiores concentrações de antioxidantes", diz Greice Carolina.
Vinho 3.Desejo sexual
Muitas mulheres afirmam que já sentiram sua libido à flor da pele depois de beber vinho. Não é à toa. O poder afrodisíaco do vinho tinto pode ser comprovado cientificamente por uma pesquisa realizada pela Universidade de Florença (Itália), que indica que a bebida serve como ativador do desejo sexual feminino. O estudo aconteceu com cerca de 800 mulheres que responderam questões ligadas ao consumo do vinho e à rotina sexual. O resultado mostrou que aquelas participantes que consumiram uma ou duas taças da bebida por dia apresentam um desejo sexual muito maior do que aquelas que não consumiram nenhuma dose de vinho tinto, de acordo com as respostas do questionário. No entanto, em grandes quantidades, o álcool pode diminuir o desejo sexual e até causar impotência.
"Para colher as vantagens da bebida dos deuses, o consumo deve ser moderado, uma taça por dia"
4.Balança controlada
Mais um benefício para a ala feminina. Um estudo do Brigham and Women's Hospital Boston, nos Estados Unidos, que avaliou mais de 19 mil mulheres por um período de 13 anos, concluiu que abolir o consumo de álcool da dieta não representa, necessariamente um menor ganho de peso das mulheres. A partir do relato das participantes sobre sua ingestão de álcool, foi revelado que as abstêmias correm maior risco de engordar do que as que bebem moderadamente. O mais eficiente para evitar o ganho de peso foi o vinho tinto, seguido de outras bebidas como a cerveja, o vinho branco e o licor. Uma pesquisa de 1997, desenvolvida na Universidade do Colorado (EUA), concluiu que homens saudáveis podem beber até duas taças de vinho diárias sem ganho de peso. "O vinho é uma bebida relativamente calórica, com 65 kcal por taça. No entanto, o que vale mesmo é beber pouco, tanto para o bem de sua saúde, quanto para não fazer a dieta ir para o espaço", explica Roberta.
5.Combate às dores articulares
Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, revelou que os polifenóis, grupo do qual o resveratrol faz parte, também tem capacidade analgésica, principalmente em pacientes vítimas de artrite. Os efeitos analgésicos, ainda que em baixa quantidade como mostram os estudos, devem-se às características anti-inflamatórias da substância.
6.Cérebro afiado
Uma recente pesquisa descobriu que vinho, chocolate e chá possuem algo em comum. A pesquisa publicada no Journal of Nutrition investigou o efeito desses três alimentos sobre o desempenho cerebral. Mais de dois mil noruegueses com idade entre 70 e 74 anos foram submetidos a testes cognitivos e a um questionário sobre hábitos alimentares incluindo o consumo dos três alimentos pesquisados. E o resultado foi que indivíduos que consumiam vinho, chocolate ou chá apresentavam melhores pontuações em testes cognitivos. Essa associação foi independente para cada um dos alimentos, mais expressiva no caso do vinho, ou ainda mais significativa em indivíduos que consumiam regularmente os três alimentos. "Uma boa receita para o cérebro pode ser um cálice de vinho tinto à refeição, um pedacinho de chocolate amargo na sobremesa e um chá verde antes de sair da mesa. Pra melhorar, só se tiver um peixe rico em Omega 3 como prato principal", ressalta o neurologista da Unicamp, Ricardo Teixeira.
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