OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:
Mens sana in corpore sano ("uma mente sã num corpo são") é uma famosa citação latina, derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal.
No contexto, a frase é parte da resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida (tradução livre):
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A conotação satírica da frase, no sentido de que seria bom ter também uma mente sã num corpo são, é uma interpretação mais recente daquilo que Juvenal pretendeu exprimir. A intenção original do autor foi lembrar àqueles dentre os cidadãos romanos que faziam orações tolas que tudo que se deveria pedir numa oração era saúde física e espiritual. Com o tempo, a frase passou a ter uma gama de sentidos. Pode ser entendida como uma afirmação de que somente um corpo são pode produzir ou sustentar uma mente sã. Seu uso mais generalizado expressa o conceito de um equilíbrio saudável no modo de vida de uma pessoa.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mens_sana_in_corpore_sano
domingo, 28 de dezembro de 2014
Remédios para emagrecer: tudo sobre eles
Britânico perde 113 kg e cria projeto para ajudar obesos
Meet the Weightloss Warrior: Man who lost an incredible 18 STONE after being driven to the brink of suicide now wants to help others challenge their food demons
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A guerra dos remédios para emagrecer
Depois de três anos, drogas à base de anfetaminas indicadas para perder peso podem voltar ao mercado brasileiro. Médicos e pacientes se dividem quanto à sua eficácia e segurança. Enquanto isso, a ciência prepara uma nova safra de medicações
Cilene Pereira (cilene@istoe.com.br) e Mônica Tarantino (monica@istoe.com.br)Os endocrinologistas Maria Edna e Alfredo Halpern lutam para
que os derivados de anfetamina e a sibutramina sejam acessíveis.
Eles consideram as medicações importantes para parte dos pacientes
CRÍTICOS
Para o cardiologista Flávio Fuchs (acima), não há evidência científica da eficácia
e segurança do uso dos derivados de anfetamina. Já o pesquisador Paumgartten
afirma que a perda de peso proporcionada pelos remédios é pequena e temporária
Foto: Nicolas Bets/Getty Images, Kelsen Fernandes, Gustavo Scatena – AG.ISTOÉ; Stefano Martini, Marcos Nagelstein; Bruno Poppe, Pedro Dias/ag. istoé; Marcos Nagelstein
Remédios para emagrecer
O primeiro passo importante quando se fala sobre remédios para emagrecer é que na verdade eles não existem, nenhum dos remédios prescritos para emagrecer emagrece, eles são na verdade inibidores de apetite como a sibutramina (existem outros inibidores de apetite e outros remédios que não são inibidores de apetite, vou citar apenas esse por ser o mais usado e seu uso é liberado pela Anvisa*). Boa parte do tratamento e uso de remédios para emagrecer deve partir desse princípio básico: os remédios para emagrecer não emagrecem. Tendo isso em mente partimos para o segundo passo: para o remédio fazer o resultado esperado (perda de peso) você precisa ajudar o remédio a te ajudar. Pode soar estranho dito dessa forma, mas é exatamente isso. O remédio para emagrecer só poderá desenvolver todo seu potencial emagrecedor se você ajudar o remédio.
Explicando melhor: apenas entenda que para emagrecer você terá que fazer dieta, existe muitos tipos de dieta que você encontra na internet ou em revista (algumas dietas são bem estranhas), a melhor dieta para o seu caso é aquela preparada especialmente para você por um nutricionista. A maioria das pessoas que procuram remédio para emagrecer já fez algum tipo de dieta. Praticamente todas as dietas são boas para emagrecer, mas as pessoas não conseguem emagrecer porque não conseguem manter a dieta por muito tempo. Ai é que entram os remédios para emagrecer: você começa a tomar o remédio, sua fome diminui consideravelmente, o que permite que você siga sua dieta sem sentir fome. É muito mais fácil fazer dieta quando não se tem fome.
O terceiro passo no uso de remédios para emagrecer é o tempo de uso do medicamento. As pessoas querem perder peso rapidamente, usar o remédio por um curto período de tempo e emagrecer rápido demais é o caminho do fracasso. A perda de peso tem que ser lenta e gradual. Vou descrever uma situação ideal: Usar sibutramina todos os dias tomando 1 comprimido as 10:00 da manhã por 1 ano e perder 3 a 4kg no primeiro mês, 2 a 3 kg no segundo mês e perder 1 a 2kg por mês por mais 10 meses; isso totalizaria um mínimo de 15 kg e um máximo de 27kg. Não seria maravilhoso perder entre 15 e 27kg? É claro que sim, mas boa parte das pessoas não quer esperar todo esse tempo. Esse tempo de um ano é muito importante porque ele é a garantia de que dificilmente você retornará a ganhar peso, o tão indesejado efeito sanfona.
“Então doutor o senhor quer dizer que mesmo tomando remédios para emagrecer vou ter que fazer dieta, só falta dizer que vou ter que fazer exercícios também?” E a resposta é sim. Emagrecer fazendo exercícios é mais fácil, mais rápido, mais saudável e você define melhor o corpo. Emagrecer sem exercícios acaba deixando o corpo mole e mal definido. Emagrecer com exercícios acelera o processo e deixa você muito mais bonito(a).
Os efeitos colaterais da sibutramina são: aumento da pressão arterial e agitação psicomotora (entre o os inibidores de apetite parece ser o que apresenta o menor número de efeitos colaterais). De todos os pacientes que eu já prescrevi esta medicação tive apenas 2 casos de abandono do tratamento por aumento da ansiedade e nervosismo causados pelo remédio.
*receita médica especial controlada, apenas fornecida por médicos devidamente registrados na Anvisa. Evite a auto-medicação ela pode trazer risco para a sua saúde. Não adquira remédios para emagrecer sem consultar seu médico, somente um médico pode fazer a correta avaliação dos riscos e benefícios do uso desse tipo de medicação e decidir qual é o mais indicado para seu caso ou se é mesmo necessário o uso de remédios para emagrecer.
http://medicoresponde.com.br/remedios-para-emagrecer/
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'Não quero ser reconhecida', diz mulher que emagreceu com remédio
Dona de casa de GO perdeu 4 kg com medicação, mas não quer aparecer.
Até sexta, série do G1 dá dicas sobre como emagrecer de forma saudável.
'Ser gordo parece defeito de fábrica', diz mulher que largou emagrecedor
Ângela Campos chegou a tomar dois remédios, mas hoje busca exercícios.
Até sexta, série do G1 dá dicas de como perder peso de forma saudável.
Aos 43 anos, Ângela afirma que já não se preocupa tanto com o corpo como na juventude. “Hoje, olho para o espelho e penso: ‘Quer, quer; não quer, não quer!’ Já curti muito a vida”, diz.
(Série 'Emagrecedores: sim ou não? O G1 publica nesta semana reportagens com exemplos de pessoas que lutam contra a obesidade, com ou sem a ajuda de remédios moderadores de apetite)
Após sessões de terapia, Ângela diz que passou a acreditar que “remédio não resolve nada”. Nesta segunda (10), o governo federal publicou no Diário Oficial da União a proibição de três emagrecedores e a exigência de maior controle sobre a sibutramina.
“Respeito minha condição física. Eu sou gorda. Isso é uma agressão, querer ser o que não sou. Não sou o tipo de pessoa que nasceu magra e foi engordando por algum motivo. Meu biotipo é de gordinha. Quem nasce gordo e quer ser magro é contra a lei da natureza. Não adianta querer ser uma Barbie”, afirma.
Para manter a saúde em dia, a comerciante caminha cerca de uma hora, quatro vezes por semana. “Se emagrecer, é lucro”, destaca. Ângela, que é divorciada e tem dois filhos, diz que não sente necessidade de acompanhamento médico, nem de um nutricionista.
“Quando o gordo se assume, começa a fazer refeições regularmente e a saúde melhora. Você passa a se policiar, não o remédio”. Ângela diz que, no caso dela, não vale mais a pena pagar pelos serviços desses profissionais. “Não vou mais a médico porque sei de cor os regimes”, admite.
Para a comerciante, a inquietação com a aparência começou cedo. Ela conta que tem seis irmãos e que eles sempre foram divididos em grupos de gordos e magros. “Todo mundo pensava: ‘Coitados dos gordinhos’”, revela.
Aos 20 anos, quando conheceu o ex-marido, Ângela tinha acabado de perder 30 quilos em quatro meses. O “milagre” foi um tratamento de injeções intramusculares, que ficou famoso por volta de 1978 na capital mineira. “Com esse eu emagreci, fiquei linda, puro osso”, diz.
Na época, Ângela compareceu por um mês ao consultório e tomou uma injeção diária de uma substância que ela desconhecia. “Eu ia lá, ficava 15 minutos e ia embora. A sala lotava”, relembra. “A injeção que ele dava no músculo queimava gorduras. Era caro, mas emagreci. Era o boom da época. Se ele estivesse vivo [o médico], eu iria lá de novo”, confessa.
emagrecer com remédios
Já ao experimentar a dieta da proteína, Ângela conseguiu perder de cinco a seis quilos, mas também não aprovou o método. “Sentia uma fraqueza muito grande. Ficava nervosa. Não podia comer carboidrato, então comia carne, carne, carne”, conta.
Depois dessas tentativas, a comerciante recorreu a remédios e já chegou a tomar sete comprimidos com vários compostos manipulados em um dia. “É uma forma rápida de emagrecer, é o milagre”, disse. No início, ela ficou satisfeita com o efeito. “Você olha para a comida e ela não olha para você”, completa.
Após perder alguns quilos, Ângela conta que começou a “pensar com cabeça de magro” e que, além de voltar a engordar, passou a gastar muito dinheiro com acessórios que não podia usar antes. “O consumismo é muito grande. O magro pode comer tudo, comprar roupas. Qual gordo não quer fazer isto: entrar na loja e ver que a roupa serve?”, questiona.
A comerciante diz que já chegou a tomar os remédios femproporex e sibutramina ao mesmo tempo. “O médico fazia uma receita no meu nome e outra no nome do meu irmão”, relata. Segundo ela, a longo prazo, o resultado dos comprimidos foi negativo, pois trouxe sintomas de depressão. “Você seca, você fica linda, mas fica uma linda triste. Você cabe em qualquer roupa, mas sem vontade de viver”, observa.
Ela diz que, durante uma das crises depressivas, acabou se divorciando. “Um problema simples se torna terrível. Não parava de chorar um minuto. Na hora em que você percebe, começa a ver que tem força para vencer. Na terapia, entendi que o remédio não faz milagre”, diz.
Além disso, Ângela contou que a cada vez que ia ao médico, voltava com mais caixas de remédios. “Você vai ao médico e ele pergunta: 'Você está se sentindo bem?' Aí você fala que não está conseguindo dormir, que está nervosa, com o intestino preso. Então o médico 'joga' outros remédios”.
Para ela, a restrição a emagrecedores não vai ser eficiente. “O gordo vai achar em outro lugar. Esse mercado é muito lucrativo”, aponta.
Atualmente, Ângela se diz menos insatisfeita com a aparência. “Sou vaidosa, gosto de estar bonita, chamar a atenção. Não me escondo no ‘gordo’. Estou com 43 anos, mas até me acho gostosinha”, brinca.
Proibição não funciona
Para a nutricionista Cynthia Antonaccio, o caso de Ângela mostra como dietas baseadas na proibição não trazem efeitos duradouros. ”A pessoa pode até perder peso, mas não aprende a comer”, diz a especialista, diretora do Grupo Equilibrium, voltado para saúde e nutrição. “Não existe alimento bom ou ruim, o que importa é o conteúdo total da dieta.”
Ao pensar sobre as tentativas para emagrecer, Ângela mostra que não acredita em milagre. Um diagnóstico parecido com o da nutricionista. “A dica é: já que você testou todas as dietas, desista. É preciso ter disciplina para comer”, destaca Cynthia. “Estabelecer horários para a alimentação, não comer a toda hora e colocar porções adequadas.”
Os remédios também não podem servir de fórmula “mágica” para reduzir o peso. “Não sou contra os medicamentos, mas hoje o uso é muito abusivo. Tem gente que sai com receita após 10 minutinhos de consulta”, diz. “O remédio é algo para ser usado temporariamente e junto com as técnicas de nutrição. Nunca vai substituir a boa alimentação.”
Uma alimentação ideal deve contar com horários regulares. “É sempre bom tentar manter a rotina de café da manhã, almoço e jantar, com lanchinhos entre eles”, explica Cynthia. “As pessoas precisam saber fazer escolhas mais adequadas e consumir grupos de alimentos menos calóricos. Curtir uma boa salada, uma boa fruta", recomenda a nutricionista.
O médico Antonio Roberto Chacra, professor de endocrinologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), tem uma avaliação parecida sobre dietas como a da Lua. “Muitas vezes, aparecem dietas malucas com o mesmo princípio, que é comer menos uma vez por semana. Você emagrece, mas recupera o peso facilmente”, diz.
Chacra afirma que a depressão que Ângela sentiu com os remédios é um efeito conhecido. “Depressão é normal, não só como efeito colateral. Ela pode ser também a causa da obesidade”, explica.
Para o especialista, os emagrecedores ajudam, sim, a perder peso – desde que sejam prescritos por um médico de confiança, seguindo critérios rigorosos. Além disso, não é para tomar o remédio para sempre. A medicação deve ser apenas um primeiro impulso – depois, o próprio paciente precisa aprender a controlar sua alimentação.
“Há casos em que os remédios se justificam, sem dúvida. Mas têm que ser prescritos por um endocrinologista, com critério. Não pode ficar tomando direto,” afirma Chacra.
Para ele, a reeducação alimentar é fundamental. “O efeito passa depois que a pessoa para de tomar o remédio, então ela sempre quer voltar e acaba se viciando,” diz. “A prevenção passa pela mudança do estilo de vida.”
(* Colaboraram Mário Barra e Tadeu Meniconi, do G1 em São Paulo)
http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2011/10/ser-gordo-parece-defeito-de-fabrica-diz-mulher-deixou-emagrecedores.html
Esclareça 17 dúvidas sobre remédios para emagrecer
Eles podem ajudar no controle da obesidade, mas também favorecem o efeito sanfona
De um lado, especialistas defendem que os remédios ainda são uma arma eficiente contra a obesidade. Do outro, há o time que condena o uso indiscriminado e os malefícios que essa drogas podem causar. Segundo um recente relatório divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes, os remédios para emagrecer devem ser usados, mas apenas tratamentos médicos. O relatório elaborado pela Jife (Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes) incentiva o Brasil a continuar adotando "todas as medidas necessárias para que os anorexígenos sejam utilizados unicamente para fins médicos, bem como para impedir que sejam utilizados de forma indevida e receitados indiscriminadamente".
O primeiro passo para entender a polêmica dos emagrecedores é saber mais sobre eles. A seguir, o Minha Vida, junto com as endocrinologistas Glaucia Duarte e Vânia dos Santos, esclarecem as principais dúvidas sobre os tais remédios polêmicos.
Existem três principais grupos de remédios para emagrecer: os anorexígenos, os sacietógenos e os inibidores de absorção de gorduras. Os medicamentos do primeiro grupo inibem o apetite, e tem em sua composição de substâncias conhecidas como anfetaminas. São exemplos deles a anfepramona, o femproporex e o manzidol. "Atualmente, os especialistas utilizam essa classe apenas quando as outras duas não obtiveram sucesso, já que ela apresenta mais riscos de efeitos colaterais", diz a endocrinologista Gláucia Duarte, membro da membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
O segundo grupo (sacietógenos) reúne os medicamentos que agem no estímulo da sensação de saciedade, ou seja, o indivíduo sente fome, mas com uma porção menor de alimentos fica satisfeito, parando de comer mais cedo. A sibutramina é a mais conhecida do grupo, e que pode ter ação secundária para o emagrecimento: o aumento do gasto energético.
O terceiro grupo é o dos inibidores da absorção de gordura, representado apenas pelo Orlistat e o Cetilistate. Não restringe o apetite, pois não atuam no cérebro ou no sistema nervoso. "Eles atuam na inibição da absorção intestinal de cerca de 30% da gordura ingerida. Com um bom controle de ingestão de gorduras, podem representar uma ajuda significativa, mas, ao comer demais, a tendência é não perder peso, porque os 30% de gorduras que deixam de ser absorvidas podem não ser uma deficiência calórica suficiente para a perda de peso", diz a endocrinologista.
Descubra seu peso ideal
Sua meta de peso é saudável?Todos os tipos de medicamentos para emagrecer só devem ser usados quando a adoção de uma alimentação mais saudável e a prática de exercícios físicos não mostraram resultado na perda de peso. "Quando o índice de massa corpórea (IMC) continua superior a 29,9 após o tratamento com reeducação alimentar, é indicado o uso de remédios para ajudar no processo de emagrecimento", diz a endocrinologista Vânia dos Santos. Para descobrir o índice de massa corpórea, basta dividir o seu peso em quilogramas pelo quadrado de sua altura. Calcule seu peso ideal aqui.
Tabela de IMC segundo a Organização mundial da saúde
Abaixo do peso - abaixo de 18,5
Normal - de 18,6 a 24,9
Sobrepeso (pré-obesidade) - de 25 a 29,9
Obesidade leve- 30 a 34,9
Obesidade moderada - 35 a 39,9
Obesidade grave ou mórbida - acima de 40
Mesmo que esses remédios sejam seguros se usados da maneira correta, eles podem causar uma série de efeitos colaterais. "Cada tipo de medicação contra obesidade tem efeitos colaterais específicos, que também variam de acordo como metabolismo de cada individuo", explica a endocrinologista Glaucia Duarte.
Os anorexígenos (anfepramona, femproporex, mazindol), podem causar irritabilidade, insônia ou sono superficial, tremores, depressão ou se alternam períodos de estímulo com períodos de depressão, aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca. "Todos esses efeitos estão ligados ao sistema nervoso e cardiovascular, áreas onde os anorexígenos têm efeito", diz Glaucia Duarte.
Já os sacietógenos, que aumentam a sensação de saciedade, normalmente apresentam efeitos colaterais mais suaves que os anfetamínicos, causando insônia ou sono superficial, agitação, irritabilidade (que não é um sintoma frequente). Mesmo assim a sibutramina, que se enquadra nesse grupo, foi proibida de ser comercializada nos Estados Unidos e na Europa por que os órgãos responsáveis alegaram que o medicamento acelera a frequência cardíaca, provocando arritmias em quem já tem a propensão de doenças cardíacas. No Brasil, a sibutramina foi enquadrada na categoria de remédio controlado.
Os inibidores da absorção de gorduras apresentam efeitos colaterais principalmente se a ingestão de gorduras for exagerada. É como um sinal vermelho. "A pessoa apresentará diarreia com fezes pastosas ou líquidas, podendo até eliminar gotas de gorduras depois de refeições mais pesadas. Por isso, mesmo tomando remédios para emagrecer, é preciso ter uma alimentação balanceada e saudável", diz a endocrinologista Vânia dos Santos Nunes.
A indicação de remédios para emagrecer deve ser restrita, sendo prescrita nos casos em que a obesidade se tornou um fator de risco. De acordo com Vânia dos Santos, a reeducação alimentar e a prática de atividades físicas normalmente sozinhas conseguem trazer uma melhora considerável na saúde de crianças obesas e adolescente com menos de 16 anos. No entanto, às vezes o uso de remédios é necessário. "O uso de oslistat, um tipo de remédio que diminui a absorção de gordura pelo intestino, já foi testado e aprovado em crianças. Já os medicamentos que agem no sistema nervoso central ainda não têm total aprovação em crianças e adolescentes", diz Gláucia Duarte. E não é à toa. Se eles já provocam efeitos desagradáveis no corpo de um adulto, imagine para as crianças.
"Remédios anorexígenos e sacietógenos não devem ser usados por pessoas com hipertensão arterial descompensada, arritmias cardíacas, diabetes do tipo 2, doenças psiquiátricas"
Por causar alterações no funcionamento do sistema nervoso e do sistema cardiovascular, os remédios anorexígenos e os sacietógenos não devem ser usados por pessoas com hipertensão arterial descompensada, arritmias cardíacas, diabetes do tipo 2, doenças psiquiátricas (depressão e transtornos do humor, impulsos compulsivos) e glaucoma.
"Mesmo que as principais contra-indicações estejam relacionadas aos sacietógenos e aos anorexígenos, os remédios que diminuem a absorção de gorduras também apresentam um grupo de risco, que são os pacientes com doenças inflamatórias intestinais",diz a endocrinologista Vania dos Santos.
Mesmo que o grau de dependência seja baixo (possuem nível um em uma escala que vai até quatro), os medicamentos para emagrecer podem causar dependência física e psicológica se forem usados por um período muito longo, (mais de quatro meses sem novas avaliações). "Como esses medicamentos só devem ser usados em último caso e ainda sim como apoio a um programa de reeducação alimentar e prática de atividades físicas, depois que o paciente não se encontra mais em um quadro de obesidade, o uso dos remédios deve ser interrompido", diz Vânia dos Santos
"Na verdade, eles devem ser usados por um período curto, (o médico faz uma nova avaliação mensal se o remédio continua necessário), para não provocar nenhum grau de dependência", diz Vânia dos Santos. Os medicamentos para perder peso devem fazer parte do tratamento para perder peso, e não para mantê-lo baixo. De acordo com a endocrinologista, a manutenção da boa forma deve ser feita a partir de uma alimentação saudável e de prática de exercícios físicos. Caso contrário, as chances de recuperar o peso novamente são enormes. É o famoso efeito sanfona.
De acordo com as endocrinologistas, quem emagrece com ajuda de medicamentos que agem no sistema nervoso central realmente recuperam todo a gordura perdida se não se preocupam com a alimentação e com a prática de atividades físicas após o fim do tratamento.
9.É perigoso tomá-los e fazer exercícios intensos por causa da frequência cardíaca?
Assim como a alimentação, a prática de exercícios físicos deve ser controlada após a prescrição de remédios para emagrecer "Usualmente os educadores físicos sugerem o teste de esforço antes de iniciar a atividade física. O ideal é que se mantenha um acompanhamento das variações da frequência cardíaca para diagnosticar quaisquer alterações", diz Glaucia Duarte.
Os remédios termogênicos, um tipo de substâncias que agem principalmente aumentando o gasto calórico do organismo pode causar esse efeito colateral em algumas pessoas. Mas, por razões de segurança e efeitos colaterais (aumento de frequência cardíaca, aumento da pressão arterial, aumento da termogênese), esse tipo de remédio tem sido pouco utilizado.
11.Seus resultados são melhores do que a reeducação alimentar e a prática de exercícios físicos?
O uso da medicação apenas pode facilitar a perda de peso, mas, se não houver mudanças do estilo de vida há chances de retomada do peso perdido. "O remédio sozinho não irá trazer resultados positivos. É preciso controlar a alimentação e praticar atividades físicas juntamente com a medicação para conseguir perder peso", diz Vânia dos Santos.
12.Eles aceleram o metabolismo?
De acordo com Vânia, as pessoas com obesidade tendem a ter o metabolismo mais lento, e por isso, o corpo demora a consumir toda a energia que foi acumulada pelas refeições. O que alguns remédios causam, como efeito secundário, é aumentar o gasto calórico. A não ser remédios para tireoide, que não são indicados para casos de obesidade, os medicamentos para emagrecer não afetam o funcionamento de nosso metabolismo.
De acordo com as nutricionistas, a melhor maneira de se proteger de um erro de prescrição médica é procurar apenas profissionais qualificados e indicados por outros médicos de confiança. Outra dica é sempre procurar ouvir uma segunda opinião.
14.Qual o perigo de tomar aquelas fórmulas manipuladas que fazem um coquetel de drogas? Nesse caso, o mais indicado é o remédio comprado na farmácia?
Como esse tipo de medicamento pode trazer muitos efeitos colaterais, os médicos preferem medicações dos laboratórios, que são vendidas nas farmácias comuns. "O médico não tem como prever quais os efeitos colaterais que uma fórmula manipulada pode trazer ao paciente. Por isso, bons médicos sempre receitam medicações para emagrecer de laboratórios consagrados, que passam por teste de qualidade", explica Vânia dos Santos.
"O médico não tem como prever quais os efeitos colaterais que uma fórmula manipulada pode trazer ao paciente"
"A maioria dos remédios para emagrece também possuem diuréticos para aumentar a perda de líquidos no corpo, e assim, aumentar a sensação de emagrecimento", diz Gláucia.
16.A perda de peso é ilusória, ou seja perdemos mais massa magra do que gordura?
Um processo de emagrecimento rápido sem a preocupação com atividades física ou alimentação para manter a massa magra tendem a não se sustentarem. Nesse caso, há perda de músculos sim. "A perda de peso dimensionada num tratamento completo, com reeducação alimentar e exercícios físicos, garante a troca de massa gorda por massa magra", explica Glaucia Duarte.
Com o passar do tempo, especialmente com as anfetaminas, o organismo pode desenvolver tolerância, ou seja, necessitar do aumento da dose para que o efeito seja o mesmo. "Muito provavelmente quem se torna um dependente químico de anfetaminas, espera um jeito fácil de perder peso, sem o comprometimento com a reeducação alimentar e exercícios físicos, o que dificulta a sustentabilidade do peso perdido", alerta Glaucia Duarte.