Há duas tendências sociais angustiantes para pessoas acima do peso ideal. Uma é a desumana discriminação estética e a outra é encarar o obeso como uma pessoa que não tem força de vontade e que ele é assim por que quer.
Algumas vezes, isto gera preconceito em relação à pessoa obesa, dificuldades para relacionamentos sociais e afetivos, problemas para encontrar emprego e até mesmo quadros psiquiátricos.
A obesidade tem sido vista pelos especialistas como doença, tipo crônica, de caráter mundial, que provoca ou acelera o desenvolvimento de muitas doenças e que causa a morte precoce. Segundo a médica endocrinologista, Soraya Hissa de Carvalho, hábitos alimentares, distúrbios hormonais e sedentarismo contam-se entre os fatores propostos para a obesidade.
Os dados atuais são preocupantes: o número de obesos no Brasil e no mundo tem aumentado com muita rapidez. Um estudo comparativo do Setor de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP mostrou que, em apenas duas décadas (entre 1974 e 1997), o número de pessoas obesas no Brasil quase triplicou. Outra pesquisa, feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS), indicou que o aumento da obesidade é um problema que atinge dezenas de países.
O Brasil e o mundo vivem uma verdadeira epidemia de obesidade. Para se ter uma idéia da gravidade do problema, cerca de 70 milhões de brasileiros – ou 40% da população – está com excesso de peso. Além disso, 13% das mulheres e 8% dos homens sofrem de obesidade em nosso país.
A obesidade mata por ano, cerca de 300 mil pessoas nos Estados Unidos, e quase 100 mil no Brasil, de acordo com a OMS. (Fonte: Segundo a médica Soraya Hissa, nas diversas etapas do seu desenvolvimento, o organismo humano é o resultado de diferentes interações entre o seu patrimônio genético (herdado de seus pais e familiares), o ambiente sócioeconômico, cultural e educativo e o seu ambiente individual e familiar.
“Assim, uma determinada pessoa apresenta diversas características peculiares que a distinguem, especialmente em sua saúde e nutrição”, completa a médica. Soraya explica que a obesidade é uma doença que depende de vários fatores para se desenvolver: a genética da pessoa, fatores culturais e étnicos, sua predisposição biológica, estilo de vida e hábitos alimentares. “Influências no Centro da Fome, que fica localizado no hipotálamo, uma parte do cérebro, também interferem na obesidade”.
A médica afirma que a obesidade é fator de risco para uma série de doenças que podem ser: hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, doenças cérebro-vasculares, diabetes mellitus tipo II, câncer, osteoartrite, cole, diminuição de HDL ("colesterol bom"), aumento da insulina, intolerância à glucose, distúrbios menstruais/Infertilidade, e apnéia do sono.
“Cabe salientar ainda que a avaliação médica do paciente obeso deve incluir uma história e um exame clínico detalhados e, de acordo com essa avaliação, o médico irá investigar ou não as diversas causas do distúrbio. Assim, serão necessários exames específicos para cada uma das situações”, ressalta a médica.
Conforme a endocrinologista, o tratamento da obesidade envolve necessariamente a reeducação alimentar, o aumento da atividade física e, eventualmente, o uso de algumas medicações auxiliares. “Por isso, uma dieta saudável deve ser sempre incentivada já na infância, evitando-se que crianças apresentem peso acima do normal.
A dieta deve estar incluída em princípios gerais de vida saudável, na qual se incluem a atividade física, o lazer, os relacionamentos afetivos adequados e uma estrutura familiar organizada”, lembra a médica.
Fonte: jornal O Debate
http://www.obesidadeemdestaque.com/portal/18-obesidade/61-obesidade-e-neurociencia-causas-e-consequeencias.html
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