Médicos
e cientistas são unânimes quando se trata do segredo para emagrecer:
basta ingerir menos calorias do que seu corpo gasta. Isso é um conceito
simples de se entender, mas muito difícil de ser colocado em prática,
como se pode ver pelo aumento da obesidade na população do mundo todo.
Nesses últimos anos, a ciência tem oferecido algumas técnicas inovadoras
que aumentam a eficácia dos programas de emagrecimento e ajudam as
pessoas a se manterem magras.
Programas de emagrecimento, em geral, fazem uso de exercícios físicos
para aumentar o gasto calórico, bem como a redução da ingestão de
calorias através da reeducação alimentar. Cientistas da Suécia
desenvolveram programas de emagrecimento baseados em terapia cognitiva
que se demonstraram eficazes para a redução de peso no curto prazo e que
mantiveram seu efeito mesmo um ano e meio após o tratamento. No Canadá,
pesquisadores utilizaram técnicas emprestadas da psicologia esportiva
para elevar o sucesso de programas de perda de peso.
Segundo os pesquisadores do
Departamento de Psicologia da Universidade McGill,
no Canadá, apenas dizer para as pessoas mudarem sua alimentação não
funciona. Estudos mostram que elaborar um plano concreto com objetivos e
ações necessárias aumenta as chances desses objetivos serem atingidos,
mesmo que o objetivo seja se alimentar corretamente.
O que esses
pesquisadores descobriram é que eles podiam adicionar técnicas de
visualização ao plano de ação para aumentar a chance de sucesso. Essas
técnicas, emprestadas da psicologia esportiva, consistiam em visualizar
onde, quando e como a comida seria comprada, preparada e consumida.
Um
programa desenvolvido na Suécia,
no Karolinska Institutet, mostrou que uma terapia cognitiva de redução
de peso de apenas 10 semanas é suficiente para garantir que os
resultados sejam duradouros. Das 105 pessoas obesas que fizeram parte do
estudo, os que passaram pelo programa tiveram uma perda média de peso
de 8,5kg após as 10 semanas de tratamento.
Após 18 meses do fim do
tratamento, a perda média de peso já estava em 10,4kg. Os que não
passaram pelo tratamento tiveram, durante todo o período, um ganho médio
de 2,3kg.
Esse mesmo grupo de pesquisadores
realizou um novo estudo
comparando uma versão levemente modificada dessa terapia cognitiva com
um outro programa que incluía atividade física moderada e técnicas
comportamentais. Os programas consistiam em sessões de 2 horas semanais e
duraram 10 semanas. A perda média de peso entre os que fizeram a
terapia cognitiva foi de 8,6kg, enquanto os que utilizaram atividade
física e técnicas comportamentais perderam 0,7kg. Essa diferença entre
os dois grupos se manteve significativa mesmo 18 meses após o
tratamento.
Mas como funciona uma terapia cognitiva? De acordo com a Dra. Judith
Beck, da Universidade da Pennsylvania, a terapia cognitiva busca ajudar o
paciente a superar suas dificuldades identificando e mudando suas
respostas emocionais, comportamentais e psicológicas disfuncionais. Para
as pessoas que querem perder peso, ela sugere o aprendizado de algumas
habilidades críticas:
- Motivação. A primeira tarefa que elas devem fazer é escrever uma
lista das 15 a 20 razões por que elas querem perder peso e ler essa
lista diariamente.
- Planejamento e auto-monitoramento. Uma razão típica para a
fracasso de uma dieta é a preferência pela espontaneidade. As pessoas
devem preparar um plano e aprender a cumpri-lo.
- Superação de pensamentos sabotadores. As pessoas têm centenas de
pensamentos que resultam em comportamentos de alimentação não
saudáveis. Uma sugestão para superar esses pensamentos é sempre se
lembrar de alguns pontos-chave, como por exemplo: que não compensa o
curto momento de prazer de ter comido algo que não estava planejado,
frente ao arrependimento posterior; que a balança não precisa diminuir
todo dia; que se merece crédito por cada comportamento saudável adotado.
- Tolerância a fome e gula. Pessoas obesas geralmente confundem as
duas. Você sente forme quando seu estômago se sente vazio. Gula é
aquela vontade de comer, geralmente sentido na boca ou garganta, mesmo
quando o estômago está cheio. É importante aprender a distinguir e
controlar a fome e a gula.
Dessa forma, a terapia cognitiva é um complemento às dietas
receitadas pelos nutricionistas e às atividades físicas, pois ela ajuda
os pacientes a determinarem seus objetivos e a alcançá-los. A principal
mensagem da terapia cognitiva para quem faz dieta é que os problemas
para se perder peso não são culpa de ninguém. Os problemas simplesmente
refletem a falta de habilidades, as quais podem ser aprendidas e
dominadas através da prática, sendo incorporadas ao seu cotidiano pelo
resto da vida.
Ótimo texto, petê! Você é um anjo.
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