Hélio, que não praticava exercícios com regularidade,
chegou a pesar 109kg. Após incentivo da família, entrou em forma e hoje
pratica triatlo
Por
GLOBOESPORTE.COM
Rio de Janeiro
Em menos de um ano, Helio conseguiu entrar em
forma e ainda passou num concurso público.
(Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)
"Meu nome é Hélio da Silva Amaro Júnior, tenho 35 anos, sou advogado e
moro no Rio de Janeiro. Antes dessa mudança radical, eu praticava
corrida de rua desde 2009, mas sem muito compromisso com treinos,
alimentação ou regularidade.
Participei de algumas provas, frequentei
academia, mas nunca me dedicando a treinar e melhorar. Comia o que me
dava na telha e sempre saía para rodízios e chope com minha esposa e
amigos.
Quando saí do meu último emprego, em janeiro de 2011, concluí uma prova
com um tempo muito aquém do que estava fazendo, sem ter conseguido
correr todo o percurso. Depois disso, decidi que não podia mais
continuar assim.
Minha família criticava muito o meu peso e achou ótima a mudança"
Hélio da Silva A, Jr
Como eu e minha esposa já havíamos fechado um cruzeiro marítimo para
fevereiro do mesmo ano, decidi que após a viagem mudaria meus hábitos,
entrando numa academia com personal trainer para perder peso, além de
começar a estudar para provas de concurso público. Minha esposa também
se sentiu motivada e concordou que era hora de mudança.
Quando decidi por essa mudança, entrei em contato com um amigo que é
professor de Educação Física e combinei que assim que chegasse da viagem
entraria na academia. Dito e feito. Cheguei numa sexta-feira do
cruzeiro e na segunda-feira estava na academia para iniciar. Quando fiz
minha avaliação, meu peso era de 108,40kg. Ele me indicou uma
nutricionista e no final de fevereiro já estava na academia e seguindo
uma dieta.
Minha família criticava muito o meu peso e achou ótima a mudança. Meus
amigos sabiam que passariam a contar menos com minha presença, pois
deveria evitar a alimentação que estava acostumado a consumir nas saídas
com eles. Mas sem sombra de dúvidas, minha maior incentivadora e meu
maior apoio foi minha esposa, que dois meses depois já estava na
nutricionista também, assim como na academia, além do pilates que já
frequentava.
No início do processo achei que não duraria muito nessa rotina, mesmo
tendo perdido nove quilos em três meses. Continuava frequentando a
academia com personal e participando das corridas de rua, vendo meus
resultados melhorarem a cada dia. Resolvemos fazer outro cruzeiro no
final de 2011, mas eu e minha esposa nos comprometemos a não exagerar
nas comidas e bebidas. Conseguimos controlar nossa alimentação, mesmo
quando viajávamos, e cada mês que passava tínhamos melhores resultados,
além da necessidade urgente de trocar o guarda roupa por tamanhos
menores.
No final de 2011 já estava pesando 92,40 kg e já tinha conseguido
baixar meu tempo em corridas de 5 km de 45min49s (Circuito do Sol em
09/01/2011) para 27min31s (Corrida Eu Atleta 10K Rio, 13/11/2011). Para
melhorar, tinha sido aprovado em um concurso público.
Eu e minha esposa fizemos o cruzeiro no ano novo e, para surpresa de
todos, conseguimos manter nossa alimentação, além de frequentar várias
atividades físicas no navio. Nesse processo todo sempre tive medo de não
aguentar a rotina de treinos e reeducação alimentar mas, com o
incentivo da minha esposa e muita dedicação, consegui continuar até
hoje. Curioso que apesar desse medo de não continuar com a rotina, nunca
pensei em desistir.
Depois que consegui baixar meu tempo nos 5km para 25min05s (Circuito
Light Rio Antigo em 13/05/2012), decidi que deveria começar a ter novos
desafios que me incentivassem a continuar. Então, comecei a ler o livro
"Devoção", sobre o pai que, por vontade do filho que teve problemas no
nascimento e não podia se locomover, começou a fazer corridas de rua e
hoje em dia participa de provas de maratona, triatlo e até ironman. O
livro foi de uma motivação enorme para mim e comecei a pensar como seria
fazer um triatlo.
Continuei frequentando a academia e já reeducado com minha alimentação.
Lembrei que tinha uma bicicleta que ficava na casa de praia dos meus
pais. Em junho de 2012, fui buscá-la, e comecei a pedalar junto com um
amigo de infância – que foi também bastante importante nesse processo,
pois acordava bem cedo para pedalar junto comigo. Depois de dois meses
pedalando e por incentivo desse vizinho, entrei na natação e comecei
também a nadar, mas sem seguir nenhum treinamento específico. Então,
lembrei de um professor de Educação Física que conheci no último
cruzeiro e que tinha me adicionado em uma rede social e que postava
sempre fotos sobre provas de triatlo e duatlo que fazia. Entrei em
contato com ele, que me sugeriu comprar uma bicicleta mais apropriada
para começar a treinar. Comprada a bicicleta, em setembro de 2012
comecei o treinamento tendo como prova alvo o triatlo curto do Rio
Triathlon em 15/11/2012. Desde então tenho me dedicado muito ao
treinamento para essa prova, pedalando, nadando, correndo e malhando
alternadamente todos os dias da semana. Participei de uma prova de
aquathlon (natação e corrida) e me apaixonei mais ainda por essa
combinação de esportes.
Acho que no fim das contas, sempre que alcanço um objetivo arranjo
outro. Nesse período de transformação, baixei meu tempo nos 5 km, nos 10
km, fiz minha primeira meia maratona, baixei meu tempo na meia
maratona, descobri o triatlo e cada dia percebo que um objetivo
alcançado me faz criar um novo. Me dá um grande prazer estar sempre
buscando melhorar. Depois de competir o short triatlo em novembro,
pretendo tentar o triatlo na distância olímpica e, quem sabe mais para
frente, me arriscar numa maratona e em um ironman.
Hélio pretende participar de uma maratona e um
ironman (Foto: Arquivo Pessoal)
Aprendi principalmente depois da leitura do livro "Devoção" que nada é
impossível para ninguém. Cada vez que penso em desistir de um treino,
penso naquele senhor nadando com um bote amarrado na cintura com seu
filho dentro, pedalando com o filho numa cadeira à frente da bicicleta e
depois ainda empurrando uma cadeira e correndo, para felicidade do
filho. Nessa hora, todo pensamento negativo sai na hora da minha cabeça.
Mas em toda essa transformação a melhor coisa que aconteceu foi quando
em uma conversa com meu pai e meu irmão, eles comentavam sobre meu peso e
sobre tudo que venho fazendo ultimamente. Ouvir meu pai falando, “você
está mais do que certo. Eu quando tinha sua idade tinha que ter feito
isso também”, foi simplesmente maravilhoso. Ouvir isso de alguém que
tenho como exemplo de vida e de pessoa que ele poderia ter feito como
estou fazendo. Além de fantástico, me motiva cada vez mais a continuar
treinando e buscar novos objetivos.
Acho que o conselho que posso compartilhar com todos é: NADA É IMPOSSÍVEL. O impossível é apenas temporário".
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