Informação que assusta: estudo brasileiro aponta que bebês de quatro meses comem lasanha congelada, salgadinhos e bolacha recheda - dá para acreditar?
Estudo inédito da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), tal documento será publicado no "Jornal de Pediatria" - ele mostra que a família brasileira está oferecendo alimentos cheios de gordura, açúcar, sal, corante e outros aditivos alimentares para bebês com quatro meses de idade.
Participaram do estudo 179 crianças, entre quatro e 12 meses, de famílias das classes A, B e C de São Paulo, Curitiba e Recife.
O objetivo era saber o que elas comiam durante sete dias. As mães foram orientadas a anotar tudo numa planilha.
No meio da papelada, apareceram lasanha pré-pronta congelada, macarrão instantâneo, refrigerante, salgadinho tipo batata chips, chocolate, suco artificial e muita bolacha recheada. Os bebês também bebem muito leite de vaca.
Como esperar que as crianças não estejam sempre doentes ou, provavelmente, obesas?
Nenhum dos alimentos citados acima deve entrar na alimentação dos bebês de até um ano de idade, por terem baixo valor nutricional (engordam, mas não nutrem), serem ricos em gordura (inclusive trans), açúcar e sal. No caso do leite de vaca, por ser inadequado.
Penso que tais alimentos não deveriam fazer parte da dieta de crianças ou de adultos.
Outra constatção do estudo: os maus hábitos alimentares são generalizados.
"Bebês dos três extratos socioeconômicos das cidades pesquisadas comem muito mal", diz Roseli Sarni, presidente do Departamento Científico de Nutrologia da SBP e uma das autoras.
"A alimentação da criança é reflexo da alimentação da família. Se a família tem hábitos não saudáveis, como o alto consumo de sódio (do macarrão instantâneo), de carboidratos simples (balas e doces) e de gorduras, a criança também terá".
"A falta de educação alimentar e nutricional aliada às práticas de marketing faz com que os pais se percam na hora da escolha alimentar". A pediatra defende a adoção de políticas de educação nutricional e uma rigorosa legislação sobre a produção de alimentos para a mudança do panorama.
Além da falta de educação alimentar, de ler e não entender os rótulos, Sarni suspeita que outro fator contribui para a má qualidade da comida infantil: os pais não sabem cozinhar.
Incluiria que, além de não saber, também muitos não têm interesse em aprender; é muito mais fácil comprar comida pronta, atirar no microondas ou já trazer tudo pronto dentro de saquinhos, caixinhas e latas - parece que tempo dispendido na cozinha, é tempo perdido!
O estudo em números
Consumo dos bebês de 4 a 6 meses
38,5% comem bolacha, principalmente as com recheio
20% comem alimentos semiprontos, como as lasanhas congeladas
12,3% comem macarrão instantâneo
1,5% comem doces, como balas e chocolate
1,5% bebe suco artificial
Consumo alimentar dos bebês com mais de 6 meses
29,7% comem alimentos semiprontos, como as lasanhas congeladas
26% comem doces, balas e chocolate
16,2% comem macarrão instatâneo pelo menos duas vezes na semana
9% bebem refrigerantes
5,4% comem embutidos (linguiça, salsicha)
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Não vou colocar aqui todas elas, sendo que algumas envolvem o consumo de carne e o blog é vegetariano (assim como a comunidade Mães Natureza, que criei e modero no orkut) - não pretendo estimular o consumo de produtos animais.
Eis algumas bem úteis, principalmente para os pais de primeira viagem:
P - Posso usar sal?
R - Nunca. Os alimentos já contém sódio que supre as necessidades diárias do bebê até um ano de idade. "Pode colocar esta resposta em letras bem grandes no jornal, porque é muito difícil convencer mães, cozinheiras, babás e avós a evitar o sal na papinha, pois os brasileiros gostam de comida salgada", diz Mauro Toporovski, professor da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.
Bravo! A Macrobiótica diz que não se usa sal na comida das crianças no primeiro ano de vida, já que ele "contrai", isto é, evita a expansão e é nesse período, justamente, que a criança obtém seu maior desenvolvimento.
P - Quais temperos podem ser incluídos?
R - Salsa e cebolinha, cebola e um fiapo de alho.
P - Posso colocar óleo?
R - Sim. Um fio de óleo vegetal, que não contém colesterol, quando a papa está pronta.
"Em geral, quando se faz um refogado, a queima do óleo produz uma substância que é irritante para a mucosa gástrica (a parte interna do estômago) para os adultos e, em particular, para os bebês", explica a nutricionista Tânia Rodrigues, diretora da RG Nutri, de São Paulo.
Bravo, novamente!
P - O que é proibido?
R - Temperos prontos, em tabletes ou pó. Atenção com espinafre, beterraba, rabanete e erva-doce. "Quando esses alimentos são reaquecidos, os nitartos presentes neles são convertidos em nitritos e nitrosaminas, substãncias carcinogênicas", diz Roseli Sarni.
Ponto para comida crua e fresca! Reaquecer alimentos?
P - Quais são as sobremesas mais indicadas para os bebês?
R - Os purês de frutas cozidas sem açúcar, como de maçã. Também pode-se oferecer salada ou sorvete de frutas sem açúcar e feitos em casa. "Se quiser variar a sobremesa, mude a forma de preparo ou a apresentação da fruta", diz Roseli Sarni.
Maravilha! Apenas não concordo com a ingestão de frutas e doces depois da refeição - elas deveriam ser oferecidas em lanches, nos intervalos das refeições.
P - Por que dar apenas frutas de sobremesa?
R - Porque é a sobremesa ideal para atingir as porções necessárias para serem ingeridas num dia. Melhor ainda que sejam frutas ricas em vitamina C, como a laranja, para ajudar na absorção de ferro. Além disso, elas estimulam a mastigação e o bom funcionamento intestinal. Roseli Sarni explica que nesse período o paladar infantil está sendo moldado e, se a criança comer mais alimentos doces do que os de qualquer outro sabor, pode criar um padrão e aceitar apenas comidas doces. Ou seja, quando a criança tiver de comer "os verdes" será um problema, porque o paladar dela prefere bolo, bala e bolacha recheada.
Concordo inteiramente que o paladar é educado! Mas ainda penso que as frutas devem ser oferecidas longe das refeições. A sugestão de ingerir uma fonte de vitamina C para ajudar na absorção de ferro é especialmente dirigida aos vegetarianos, que consomem o ferro não-heme (proveniente de vegetais). Para quem come carne, a indicação não é imprescindível.
P - Não posso dar bolacha recheada?
R - Nunca antes de a criança completar dois anos. Segundo Tânia Rodrigues, dar alimentos saudáveis favorece o bom funcionamento do sistema gastrointestinal, a aceitação de sabores salgados, amrgos e azedos. E esse tipo de bolacha costuma ser "recheado" de açúcar e gordura.
Podem me chamar de radical, mas bolachinhas recheadas feitas pela "mamãe indústria alimentícia" poderiam ser extintas da face da Terra...
P - Bebês podem comer gelatina artificial?
R - Não, porque são alimentos extremamente ricos em açúcar refinado, corantes ou conservantes e edulcorantes. "Gelatinas não são recomendadas em uma alimentação saudável", afirma Roseli Sarni.
Vivaaaa! Até que enfim "a palavra oficial" está informando a verdade - quem não deve estar gostando nada disso, são os fabricantes de todo esses "alimentos" contestados!
P - Pode-se oferecer água ou suco para o bebê após a papinha?
R - "Nas fases iniciais de introdução da alimentação complementar, antes da plena aceitação, recomenda-se leite materno", explica Roseli Sarni. Quando o aleitamento materno exclusivo termina, o bebê que já se acostumou com a papa, pode beber água nos intervalos das refeições e nos dias quentes.
P - Por que manter a oferta de leite materno após a papinha?
R - Segundo Sarni, além de ser um alimento completo, há estudos mostrando que o leite materno protege o bebê de reações alérgicas à comida nesse período de transição. "Mas isso é controverso, pois há documentos indicando que o leite materno não teria esse efeito protetor". A oferta do leite materno após a papa ocorrerá por um curto período de tempo, até o bebê se acostumar à refeição.
Já que é controverso - nada ficou provado em contrário ou a favor - fico com o consumo do leite materno sempre! Minha filha caçula mamou até os dois anos de idade e adorava o leite, mesmo gostando de todos os outros alimentos oferecidos.
Fico satisfeita quando tanta informação de qualidade é assim veiculada - tomara aconteçam muitas mudanças e que, enfim, os pais despertem para a importância da alimentação para os pequenos seres humanos - nossos bebês! Acredito que a indústria alimentícia esteja desgostosa com as declarações, pois seus produtos foram desqualificados - qual será a reação? Estou curiosa... será que farão como no caso dos refrigerantes, onde decidiram adicionar vitaminas e minerais para torná-los mais "saudáveis"?
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