OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

Os textos a seguir são dirigidos principalmente ao público em geral e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes de cada assunto abordado. Eles não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores às informações aqui encontradas.

Mens sana in corpore sano ("uma mente sã num corpo são") é uma famosa citação latina, derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal.


No contexto, a frase é parte da resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida (tradução livre):

Deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são.
Peça uma alma corajosa que careça do temor da morte,
que ponha a longevidade em último lugar entre as bênçãos da natureza,
que suporte qualquer tipo de labores,
desconheça a ira, nada cobice e creia mais
nos labores selvagens de Hércules do que
nas satisfações, nos banquetes e camas de plumas de um rei oriental.
Revelarei aquilo que podes dar a ti próprio;
Certamente, o único caminho de uma vida tranquila passa pela virtude.
orandum est ut sit mens sana in corpore sano.
fortem posce animum mortis terrore carentem,
qui spatium uitae extremum inter munera ponat
naturae, qui ferre queat quoscumque labores,
nesciat irasci, cupiat nihil et potiores
Herculis aerumnas credat saeuosque labores
et uenere et cenis et pluma Sardanapalli.
monstro quod ipse tibi possis dare; semita certe
tranquillae per uirtutem patet unica uitae.
(10.356-64)

A conotação satírica da frase, no sentido de que seria bom ter também uma mente sã num corpo são, é uma interpretação mais recente daquilo que Juvenal pretendeu exprimir. A intenção original do autor foi lembrar àqueles dentre os cidadãos romanos que faziam orações tolas que tudo que se deveria pedir numa oração era saúde física e espiritual. Com o tempo, a frase passou a ter uma gama de sentidos. Pode ser entendida como uma afirmação de que somente um corpo são pode produzir ou sustentar uma mente sã. Seu uso mais generalizado expressa o conceito de um equilíbrio saudável no modo de vida de uma pessoa.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mens_sana_in_corpore_sano


sexta-feira, 16 de novembro de 2012

De obeso mórbido a corredor: médico emagrece 71 quilos


- Atualizado em

O gaúcho Paulo Malanga mal conseguia caminhar quando pesava 160kg, e hoje, participa de corridas de rua e planeja encarar uma meia maratona

Por Rio Grande do Sul

euatleta - header minha história (Foto: Editoria de Arte / GLOBOESPORTE.COM)
"Meu nome é Paulo Malanga, tenho 43 anos, sou médico pediatra, casado, tenho três filhos e moro em Eldorado do Sul (RS). Já nasci pesadão, com mais de 5kg. Me mantive acima do peso por grande parte da minha vida. Com 16 anos, pesava cerca de 110kg. Na época, realizei vários tratamentos buscando perder peso, sem sucesso.

Paulo, após a primeira operação
Nessa idade, comecei a cursar Medicina e isso me trouxe conhecimento sobre minha doença. Odiava quando as pessoas me achavam burro ou ignorante ao ver um médico obeso. Sabia o que fazer, como agir, mas a obesidade é uma doença, um vício. Sofria com a hipertensão (passei a tomar remédios aos 18 anos), tinha um problema no quadril que me dificultava até o sono e dormia pouco por conta da dor. O trabalho diário era prejudicado, e esporte, nem pensar, era lesão certa.


Paulo Malanga, Atletismo (Foto: Arquivo Pessoal)Em 2000, resolvi fazer uma operação quando pesava 160kg, distribuídos em 1,91m de altura. Obesidade mórbida. Na época, os procedimento cirúrgicos para controle da obesidade estavam engatinhando, e eu resolvi realizar um procedimento por videolaparoscopia para colocação de uma banda gástrica.

 Deu tudo errado, houve uma perfuração de esôfago tive que remover a banda gástrica logo depois, fiquei na UTI por vários dias, com infecção generalizada, pneumonia por germe multi-resistente, insuficiência renal, embolia pulmonar, entre outras complicações. 

Não morri porque Deus não quis. Minha mulher estava grávida de 8 meses do nosso segundo filho, e eu não sabia naquele momento se iria conhecê-lo. Sobrevivi.

Como fiquei quase um ano sem trabalhar, tive que vender tudo que tinha para manter minha família. Depois do caos, encarei a vida mais positivamente, mas o peso continuava a me atrapalhar. Com todos problemas de saúde por conta da obesidade, não pensava em fazer outra operação. Me resignei. Pensava que já havia gasto a minha chance.euatleta - header minha história mudança (Foto: Editoria de Arte / GLOBOESPORTE.COM)
Meus filhos cresciam e eu morria a cada dia"
Paulo Malanga
Estava cansado de sentir dor e não conseguir dormir direito. Meus filhos crescendo e eu morrendo dia a dia. Não havia mais o que fazer a não esperar o inevitável, um infarto ou um edema agudo....
Conheci um grande amigo, também médico e também obeso mórbido (Fábio), que me fez perceber que ainda tinha chance. Ele fez a cirurgia e deu certo. Pensei que comigo poderia ser igual, podia dar certo. Por que não tentar novamente?
 euatleta - header minha história desafio (Foto: Editoria de Arte / GLOBOESPORTE.COM)
Muitas pessoas me deram força nesta mudança, mas sem dúvida minha família teve papel decisivo nesta tragetória vitoriosa. Meus pais, irmãos e amigos foram decisivos. Minha esposa, Fabiani, que me estimulava dia a dia a cuidar de mim com todo carinho do mundo. Meus filhos lindos. Deus esteve sempre comigo, em todos os momentos.
Procurei uma equipe médica do Centro de Obesidade mórbida da PUC-RS que me abraçou, me acolheu. O Dr. Cláudio Motimm me mostrou que havia muitas pessoas que se encontravam em situação parecida. Então, após uma longa etapa de preparação pré operatória realizei a cirurgia de redução de estômago.
Pesava antes da cirurgia 160 quilos (IMC 44). Um ano e 10 meses depois estou com 89kg (IMC 24). Não tenho mais hipertensão e meu quadril não dói mais. Resgatei o prazer de dormir.euatleta - header minha história desafio (Foto: Editoria de Arte / GLOBOESPORTE.COM)
Viver, me manter vivo era meu grande desafio. Foi e é uma luta seguir, mas não desisti, mesmo sendo chamado de louco por querer fazer a operação de novo. Pensei em mim, queria ser feliz. Me lembro que durante todo a minha vida sempre sonhei que corria e era uma sensação muito boa. Hoje, não sonho mais, eu corro. Troquei aquele vicio pelo amido e pelo açúcar pelo vicio em correr.euatleta - header minha história compartilhar (Foto: Editoria de Arte / GLOBOESPORTE.COM)
Paulo Malanga, Atletismo (Foto: Arquivo Pessoal)Com 89kg, Paulo completa mais uma prova
(Foto: Arquivo Pessoal)
Comecei a fazer caminhadas antes da cirurgia, como preparação. Frequentava academia só para caminhar. Depois da cirurgia continuei caminhando e fazendo musculação. Comecei a correr gradativamente três meses após a cirurgia. Não conseguia caminhar uma quadra sem ficar com falta de ar pela obesidade e pelas sequelas respiratórias da embolia pulmonar que sofri no meu calvário. 

Hoje, consigo correr 5, 10, 15km e estou me preparando para enfrentar uma meia maratona até o final do ano que vem, afinal, não tenho muita pressa.

Gostaria de deixar um conselho a quem possa interessar: a cirurgia da obesidade é uma ferramenta a ser usada para quem precisa, mas a prática diária de exercícios físicos me trouxe a estabilidade que tanto busquei. Hoje sou mais feliz. Fé na mudança e nunca perca as esperanças. Tudo pode ser mudado, basta dar o primeiro passo, rumo à primeira corrida". 

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