Natasha Romanzoti em
19.09.2010
as 20:58
Muitos países estão apostando suas políticas em alimentação saudável
para melhorar o nível de vida de sua população. Especialmente as nações
em desenvolvimento, que estão em busca de estratégias preventivas para
evitar as epidemias de obesidade, diabetes e doenças crônicas que já
pesam na produtividade e redução de vida nos Estados Unidos.
A alimentação saudável pode devolver as taxas de diabetes tipo 2 de
volta ao seu nível histórico de cerca de 0% em países como os EUA, com
nível atual de 8%, e México, onde 12% da população tem diabetes, até
agora a principal causa de morte no país.
Porém, para a maioria dos adultos, o café da manhã é uma mancha na
memória, o trabalho, uma prisão desprovida de escolhas alimentares
saudáveis, e o jantar uma correria. Então, quando e onde eles podem
comer as recomendadas cinco porções ou mais de frutas e vegetais por
dia?
A chave é justamente os almoços saudáveis no trabalho. Em quase todos
os países, muitos trabalhadores enfrentam o mesmo problema: falta de
acesso a alimentos decentes no trabalho. Se há uma lanchonete,
normalmente ela não serve comida saudável, ou é cara, ou os dois. A
maioria dos restaurantes próximos ao trabalho é tipicamente da variedade
“fast-food”.
É por isso que nutricionistas da Universidade de Antioquia têm
instituído diversos programas de alimentação aos trabalhadores em
cidades com mais de três milhões de habitantes.
Um destaque é o café em uma fábrica de montagem da Renault, no qual
são servidos aos trabalhadores uma oferta equilibrada de arroz, feijão,
sopas, carnes e seleções amplas de vegetais crus e cozidos.
Segundo os pesquisadores, a Renault observou uma melhora quase
instantânea nos perfis de saúde dos trabalhadores em termos de peso,
colesterol e outras medidas metabólicas.
A solução proposta pela Renault é interessante. Da mesma forma, na
Europa, onde o espaço é limitado e lanchonetes podem ser raras, os
empregadores muitas vezes oferecem vales refeição para que os
trabalhadores possam ir a um restaurante local e comer uma refeição
balanceada que corresponde ao valor do vale.
Em Cingapura, onde empresas de pequeno porte abundam – pequenas
demais para oferecer um refeitório para os trabalhadores – os
empregadores constroem uma cozinha para permitir que seus empregados
cozinhem ou aqueçam alimentos de casa. Na China e em partes da África,
empresas com poucos recursos muitas vezes tem um cozinheiro que prepara
uma refeição saudável simples aos trabalhadores.
Estes são exemplos de empresas, se não nações, que compreendem as
implicações a curto prazo (intoxicações alimentares) e a longo prazo
(obesidade, diabetes, doenças cardíacas e câncer) de uma alimentação não
saudável. A boa comida torna-se um investimento em saúde, segurança e
produtividade, ou então, no futuro, todo o país pagará muito mais caro.
Nunca é tarde demais para comer melhor, no entanto. O próprio México
aprovou em abril uma lei que oferece incentivos fiscais para
empregadores que oferecem aos seus trabalhadores melhor acesso a
alimentos saudáveis.
Segundo os pesquisadores, quando a maioria de nós passa metade do dia
no local de trabalho e faz uma ou duas refeições lá, é essencial que os
países e empresas se conscientizem da importância das políticas de
alimentação saudável. [
LiveScience]
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