Quando o ato de se alimentar em público passa a ser uma preocupação para  crianças  e adultos obesos, podemos imaginar o quanto a obesidade interfere na  vida das pessoas, estigmatizando e fazendo-as sofrer por causa deste  grave preconceito.  "A obesidade é vista como um  estigma, que caracteriza um estilo de vida desregrado. Em muitos casos, a  doença é entendida como um problema moral, uma falha de conduta ou como  sinal de desorganização da vida pessoal", diz a endocrinologista Ellen  Simone Paiva, diretora do Citen, Centro Integrado de Terapia  Nutricional.  
 Somos  mais tolerantes com as doenças ditas inevitáveis. Encaramos o câncer  como uma fatalidade, as doenças cardíacas como decorrentes do estresse  da vida moderna, mas somos implacáveis com a obesidade. "Tratamos o  obeso como um ser que carrega a culpa pelo seu mal. E o pior é que ele  passa a assumir essa culpa e a agir como um grande vilão da doença",  explica a endocrinologista.  
 Assim,  o obeso passa a vida se desculpando e assimilando todos os adjetivos e  comentários que ouve a seu respeito, desde a infância, quando recebe os  primeiros apelidos jocosos e nunca é escalado para jogar no time da  escola... Na vida adulta, não consegue uma boa colocação no mercado de  trabalho... "Com a experiência de quase três décadas no atendimento a  pacientes obesos, já ouvimos e vivenciamos situações que comprovam que a  obesidade traz muitas dificuldades, que vão além da esfera da saúde,  dificultando o convívio social, impondo entraves à carreira e  comprometendo a auto-estima do obeso, trazendo muito sofrimento", afirma  Ellen Paiva.  
 Casos de preconceito contra o obeso  
 Assim,  num mundo onde a doença não é compreendida e o doente é o vilão, são  muitas as situações preconceituosas vivenciadas pelo obeso, em todo o  mundo. A  endocrinologista Ellen Simone Paiva, comenta algumas delas, a seguir:  
 1)     Multa para quem está fora do peso - É  sabido que um dos maiores problemas de saúde nos Estados Unidos é a  obesidade. Por lá, calcula-se que mais de 30% dos adultos estejam acima  do peso. E para "enfrentar o problema", o Estado do Alabama vai cobrar  uma espécie de multa dos funcionários públicos que estiverem acima do  peso. A partir de 2010, quem não fizer as pazes com a balança terá de  pagar US$ 25 (cerca de R$ 45) a mais, por mês, pelo seguro-saúde. "Num  caso como este, o Estado do Alabama deveria cobrar da indústria de  alimentos tributos maiores, quando esses não estiverem de acordo com as  recomendações de uma deita saudável, além de incentivar com menores  taxas a industrialização de alimentos saudáveis. Da forma como foi  proposta a multa, seria como taxar os fumantes que desenvolverem câncer  de pulmão, ao invés de investir contra a indústria do cigarro", afirma a endocrinologista; 2)     Enterro mais caro - No condado inglês de Houghton Regis, o conselho de funerais decidiu cobrar  50%  a mais para enterrar pessoas muito gordas. "O fundamento básico é que  ocupam mais espaço", disse o conselheiro do local. A regra começou a  vigorar em março deste ano. Em vez da tarifa normal de 129 libras (R$  415), o sepultamento de um  obeso custa 194 libras  (R$ 625). "Aqui, amplia-se o ônus do obeso à sua família, que será  obrigada a arcar com um gasto extra. Vejo essa estratégia como mais uma  forma de preconceito contra as pessoas obesas", argumenta Ellen Paiva; 3)     Viajar ficará mais caro -  A United Airlines cita reclamações de "cerca de 700 passageiros em  2008" que viajaram "espremidos" para justificar a criação da cobrança  por poltronas extras para obesos em vôos lotados. "Será que esta atitude  discriminatória em razão de um aspecto físico pode ser justificada de  alguma maneira? Não seria mais coerente  que as  empresas aéreas, num país de obesos como os Estados Unidos, se  preparassem melhor para atender seus usuários?", pergunta a médica; 4)     Obesos espalham obesidade para os amigos -  A obesidade pode se espalhar entre as pessoas de modo semelhante a uma  epidemia. É o que indica o resultado de uma pesquisa publicada pela  revista Then New England Journal of Medicine.  Segundo a publicação, quando alguém ganha peso, seus amigos próximos  tendem a engordar também, conclui o estudo obtido a partir de uma  análise detalhada sobre uma rede social de mais de 12 mil pessoas, num  período de 32 anos (entre os anos de 1971 e 2003). De acordo com os  cientistas, as pessoas ficavam mais propensas à obesidade quando um  amigo delas engordava. Pela pesquisa, "um amigo gordo" aumenta, em 57%, o  risco de uma pessoa se tornar obesa. "É bem conhecido que os hábitos  aproximam as pessoas e esse é provavelmente o fato que influenciou o  resultado do estudo acima. Além de todos os problemas de relacionamento  conhecidos que enfrentam os pacientes obesos, eles não podem ser  apontados como responsáveis por espalhar o 'mal da obesidade' ", diz  Ellen Paiva; 5)     Menos oportunidades profissionais -  De acordo com dados da POF do IBGE (Pesquisa de Orçamentos Familiares  do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 10,5 milhões de  brasileiros com 20 anos ou mais são obesos - ou seja, 8,9% da população  masculina e 13,1% das mulheres. Se considerada também a população que  está acima do peso ideal, o número salta para 40,6% (quase 39 milhões de  pessoas). Ao confrontar esses dados com a situação nas empresas,  chega-se a uma conclusão: não é fácil para o obeso conseguir emprego.  "Podemos citar as dificuldades das pessoas obesas para conseguir cargos  que exigem uma exposição maior da imagem corporal, não porque as  empresas exigem 'pessoas bonitas', mas porque a beleza parece estar  ligada à idéia de saúde e de uma boa relação das pessoas com o próprio  corpo. Além disso, os obesos têm muita dificuldade em acompanhar a  agilidade motora dos magros, em cargos que exigem tal habilidade. Os  profissionais obesos têm maiores índices de comorbidades, de faltas ao  trabalho relacionadas aos problemas de saúde e maiores índices de  licenças médicas. O preconceito existe e é um fator que complica a vida  do obeso e estreita seu horizonte profissional ", afirma Ellen Simone  Paiva, diretora do Citen; 6)     Preconceito por parte dos profissionais de saúde -  Uma pesquisa realizada em uma grande rede de saúde da cidade de Nova  York, nos EUA, indicou que muitos médicos podem ter uma "reação  negativa" a pacientes obesos. Nesse caso específico,  40%  dos médicos revelaram ter esse tipo de comportamento, e muitos deles  disseram se sentir muito frustrados quando tratam pacientes obesos. A  pesquisa com 399 médicos - realizada entre pediatras, psiquiatras e  clínicos - da Escola de Medicina da Universidade de Nova York indicou  que um, em cada dez médicos, tinha reações negativas em relação ao  paciente obeso - incluindo desconforto e preconceito; apenas 56% se  sentiam qualificados para tratar a obesidade e 46% acreditavam ser bem  sucedidos nessa tarefa. "Enquanto nosso arsenal terapêutico contra a  obesidade tem se mostrado frágil, precisamos contar com povos  esclarecidos e motivados, uma indústria de alimentos engajada no mesmo  esforço e governos responsáveis e interessados em declarar guerra contra  a doença que vem desafiando nações em todo o mundo. Investir numa  melhor qualificação profissional da equipe multidisciplinar que trata a  obesidade pode significar um grande avanço nesta luta. Por exemplo, No  Brasil, nem todos os consultórios médicos estão equipados com cadeiras e  balanças apropriadas para pacientes que passam dos 150 quilos. Podemos  atender adequadamente a pacientes sem mobiliário apropriado?", pergunta a  diretora do Citen. Para combater o preconceito Todos  os fatos emergentes que comentamos reforçam situações cotidianas de  estresse e sofrimento para as pessoas obesas. "Além dos exemplos que  elencamos, há muitos mais... É só conversar com um paciente obeso por  mais tempo. Eles já criaram uma couraça para enfrentar os problemas  criados pelo preconceito em seu dia-a-dia, tais como a dificuldade de  encarar um vendedor de uma loja de roupas, que, antes mesmo de ouvir a  solicitação do cliente obeso, já diz que não tem a numeração  extra-grande... Ou ainda o constrangimento de não ir ao cinema ou ao  teatro, porque as salas de entretenimento não oferecem lugares seguros e  confortáveis para eles", conta Ellen Paiva.  
 Com  um mundo jogando contra, é compreensível o surgimento de associações de  obesos, como a americana Naafa (Associação Nacional para o Avanço da  Aceitação dos Gordos), que busca defender os direitos de cidadão e do  ser humano do obeso. "Eles não aguentam mais serem recusados por  seguradoras de saúde, serem sinônimos de diabetes e doenças do coração,  correrem o risco de pagar mais caro por passagens aéreas e serem alvo de  gozação nas escolas. É importante o esclarecimento da sociedade, para  que as pessoas compreendam que a  obesidade é uma  doença crônica e ainda sem cura, que está longe de ser uma fraqueza de  caráter ou um desleixo com a vida pessoal", argumenta a endocrinologista  Ellen Simone Paiva.  
  
 
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         Bullying  é palavra inglesa, quer dizer "usar o poder ou a força para intimidar,  excluir, implicar, humilhar, não dar atenção, fazer pouco caso e  perseguir os outros". O que diferencia uma antiga "zoada" do atual  bullying é a intenção daquele que provoca um colega: magoar  repetidamente e por muito tempo outrem. No bullying sempre existe uma  clara diferença entre o mais forte e o mais fraco, que tem dificuldade  de quebrar a relação desigual de poder. 
 
O tema é tão atual e  preocupante que a violência no ambiente escolar foi alvo de uma pesquisa  inédita no Brasil, feita pela organização não-governamental Plan, que  envolveu mais de 5 mil estudantes. Por meio de entrevistas e formação de  grupos focais com alunos, professores, pais, responsáveis e gestores  escolares, em 25 escolas públicas e particulares, nas cinco regiões do  país, a pesquisa Bullying no ambiente escolar concluiu que a maior  incidência de maus tratos nas relações entre estudantes está na faixa  etária de 11 a 15 anos, especialmente na sexta série do ensino  fundamental. 
 
Outro dado relevante é que o bullying é mais comum  nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, mas independe do sexo, raça ou  classe social. Também foi identificado que os meninos se envolvem com  maior frequência nas situações de bullying que as meninas, contudo,  estas se sentem mais tristes, chateadas e amedrontadas que eles.  
 
Uma  ocorrência das mais comuns, nas salas de aula, está ligada aos  apelidos. Nada passa despercebido: orelhas em abano, obesidade,  estrabismo, cabeça grande, pernas tortas, gagueira, nariz proeminente e  até deficiências físicas. Os nomes e sobrenomes também não são poupados e  servem de objeto de críticas e rimas. A situação piora quando os  gracejos, críticas e chacotas se fazem acompanhar de ameaças. Caso o  agredido verbalmente conte ao professor ou aos pais poderá sofrer  represálias de toda sorte, até mesmo agressões físicas. 
 
Crianças e  adolescentes que passam por tal tipo de constrangimento sofrem muito e,  quase sempre, os pais ficam sem entender a causa da aversão repentina  que os filhos tomam pela escola, com pedidos constantes para que possam  faltar às aulas. Existem relatos comoventes, feitos por especialistas no  tema, de jovens que não tiveram forças suficientes para resolver o  problema, e, muito menos, coragem para buscar ajuda, quer seja dos pais,  dos professores ou da direção da escola. 
 
Obesidade e preconceito 
As  pesquisas realizadas em todo o mundo nos dão conta de que estamos  diante de um dos maiores problemas de saúde pública já enfrentados: a  obesidade na infância e na adolescência. O problema já ultrapassou  grupos populacionais anteriormente definidos, saiu das cidades e  alcançou o campo, deixou os bairros socialmente privilegiados e invadiu  as favelas, deixou para trás o Ocidente e se alastrou pelo Oriente.  
 
"As  consequências da obesidade infantil incluem um risco aumentado para a  maioria das doenças crônicas, sendo mais frequentes: asma, esteatose  hepática ou fígado gorduroso, síndrome da apnéia do sono e diabetes. A  longo prazo, estão a maior incidência de doenças cardiovasculares,  vários tipos de cânceres, doenças músculo-esqueléticas e doenças da  vesícula biliar", afirma a endocrinologista Ellen Simone Paiva, diretora  do Citen, Centro Integrado de Terapia Nutricional. 
 
Apesar de  muitas vezes não ser perceptível, a obesidade infantil afeta a  auto-estima e a sociabilidade da população infanto-juvenil. A  endocrinologista destaca algumas variáveis psicossociais que podem  afetar negativamente a qualidade de vida das crianças obesas, podendo  inclusive dificultar mudanças em seus estilos de vida, como fazer dietas  ou praticar atividades físicas.  
 
As dificuldades impostas pela  obesidade podem coexistir, na vida de muitas delas, embora crianças e  adolescentes obesos se sintam relutantes em discutir o assunto com pais,  professores ou profissionais de saúde envolvidos em seus tratamentos.  Conheça estes problemas: 
 
(1) Dificuldade de enfrentarem gozações e  brincadeiras de seus colegas relacionadas ao seu peso corporal, o que  causa estresse psicológico intenso, piora da auto-estima e piora da sua  auto-avaliação da imagem corporal; 
 
(2) Isolamento social, redução  considerável da capacidade de fazer amigos e de aproveitar as  oportunidades de praticar atividade física em grupos, com o consequente  aumento do consumo de alimentos; 
 
(3) Depressão, que pode ocorrer como causa ou consequência da obesidade na infância e adolescência. 
 
"Quando  se associa obesidade infantil com o bullying, o intuito do agressor é  satirizar determinadas características da outra pessoa. Um exemplo comum  é apelidar o companheiro com palavras que fazem alusão ao excesso de  peso. As escolas têm obrigação de desenvolver um trabalho preventivo com  os alunos, mostrando-lhes, não uma vez, mas constantemente, que deve  haver respeito entre os alunos", alerta Ellen Paiva.  
 
Pesquisas  têm documentado alterações comportamentais até então desconhecidas como  influenciadas pela obesidade. "Há indícios de que a obesidade na  população infanto-juvenil está relacionada também ao comprometimento da  performance escolar, à maior vulnerabilidade para os transtornos  alimentares do tipo bulimia e aos comportamentos de risco como  tabagismo, alcoolismo, atividade sexual prematura e práticas  nutricionais erradas", destaca a endocrinologista.http://www.citen.com.br/endocrinologia/bullying-escolar-no-brasil.aspx
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                     | Quem vem primeiro: a obesidade ou a depressão? |                     
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         Manter  o bom humor frente a qualquer doença crônica é muito difícil. Assim  também ocorre com a obesidade. Na maioria das vezes, a doença vence o  paciente pelo cansaço e impõe um enfrentamento com limitações, fraquezas  e até com o próprio desconhecimento da medicina de como tratar  individualmente cada caso de obesidade, já que eles são tão diferentes  entre si. "Médicos e pacientes, muitas vezes, se constrangem frente à  impossibilidade de resolver o problema, pois a derrota, quando ela  ocorre, é de todos nós", afirma a endocrinologista Ellen Simone Paiva,  diretora do Citen, Centro Integrado de Terapia Nutricional. 
 
A  cada dia, mais endocrinologistas atendem obesos deprimidos nos  consultórios. Nos divãs dos analistas é grande a incidência de obesos  também. "Não há dúvida quanto a associação das duas doenças.  Aproximadamente 30% das pessoas que procuram tratamento para emagrecer  apresentam depressão. Além é claro dos inúmeros casos de melancolia e  tristeza em lidar com algo tão difícil, gerado pela rotina de ter que  lutar contra a balança, de se policiar sempre, de não poder se soltar  nunca. Nas consultas médicas que tratam o assunto, o choro é a regra",  revela Ellen Paiva. 
 
A idéia que temos de nós mesmos é um grande  impulso para o sucesso ou para a derrota em todos os embates da vida. Os  obesos carregam "o peso" de que não são capazes de vencer a guerra  contra a balança, principalmente após inúmeras tentativas frustradas de  emagrecer. "Eles até continuam tentando perder peso, mas sem nenhuma  confiança de que isso seja possível. Quando eles vêm ao consultório, o  grande desafio dos profissionais ligados ao tratamento da obesidade é  fazê-los acreditar que podem perder peso", diz a médica. 
 
Um ciclo pouco virtuoso 
As  primeiras dietas são sempre coroadas de êxitos. A perda de peso que  ocorre na maioria das primeiras tentativas de perda de peso é facilmente  compreendida pelo maior engajamento dos pacientes nas dietas propostas e  nas várias mudanças de estilo de vida que eles se dispõem a fazer.  
 
"Como  a manutenção de peso ainda é o calcanhar de Aquiles dos tratamentos  para a obesidade, os pacientes voltam a engordar. E novas dietas são  implementadas trazendo à tona a noção da fragilidade da perda de peso. A  explicação dada pelos pacientes de que as dietas vão ficando mais  difíceis porque eles vão envelhecendo não procede. Na verdade, eles se  tornam mais e mais descrentes da possibilidade de emagrecer e mais e  mais propensos à depressão", contextualiza a endocrinologista.  
 
As  frustrações em relação à imagem corporal começam no enfrentamento da  criança obesa com os vários apelidos na escola, avançam pela puberdade,  onde já existe uma insatisfação com as formas corporais e alcançam o  adulto que sofre preconceitos velados e dificuldades reais como se  posicionar em assentos públicos, comprar roupas adequadas à sua  numeração e em se enxergar tão fora dos rigorosos padrões de beleza  corporal. Tudo isso concorre para uma atitude de isolamento social e  baixa auto-estima. 
 
Apesar de muitas vezes não ser perceptível, a  obesidade infantil afeta a auto-estima e a sociabilidade da população  infanto-juvenil. Pesquisas recentes sugerem que há três variáveis  psicossociais que podem afetar negativamente a qualidade de vida das  crianças obesas, podendo inclusive dificultar mudanças em seus estilos  de vida, como fazer dieta ou praticar atividade física. Essas  dificuldades impostas pela obesidade podem coexistir na vida de muitas  delas, embora elas se sintam relutantes em discutir o assunto com os  pais, professores ou profissionais de saúde envolvidos em seus  tratamentos. São elas:  
 
(1) Dificuldade de enfrentarem gozações e  brincadeiras de seus colegas relacionadas ao seu peso corporal, o que  causa estresse psicológico intenso, piora da auto-estima e piora da sua  auto-avaliação da imagem corporal; 
 
(2) Isolamento social, redução  considerável da capacidade de fazer amigos e de aproveitar as  oportunidades de praticar atividade física em grupos, com o consequente  aumento do consumo de alimentos;  
 
(3) Depressão, que pode ocorrer como causa ou consequência da obesidade na infância e adolescência.  
 
"As  consequências da obesidade na infância e na adolescência não param por  aí. Outras pesquisas têm documentado alterações comportamentais até  então desconhecidas como influenciadas pela obesidade. Parece que a  obesidade na população infanto-juvenil está ligada ao comprometimento do  desempenho escolar, à maior vulnerabilidade para os transtornos  alimentares do tipo bulimia, a comportamentos de risco como tabagismo,  alcoolismo, atividade sexual prematura e a práticas nutricionais erradas  e sedentarismo", alerta a endocrinologista Ellen Simone Paiva. Várias  atitudes de risco e de desorganização na vida pessoal têm maior  propensão de se agruparem na criança e nos adolescente obesos. 
 
O surgimento do transtorno alimentar 
A  associação da obesidade com a depressão, principalmente entre jovens,  traz consigo o fantasma dos transtornos alimentares. É mesmo muito  preocupante o grau de insatisfação corporal entre os adolescentes em  todo o mundo. Mais de 25% dos meninos e 50% das meninas desejam perder  peso, incluindo estatísticas de povos orientais. O mais impressionante  de tudo isso é que 81% deles são considerados de baixo peso ou de peso  normal e 20% deles recorrem a métodos inadequados para alcançar seus  objetivos de peso ideal, como dietas restritivas, medicamentos para  emagrecer e a prática de vômitos auto-induzidos. 
 
"Quem vem  primeiro, a obesidade ou a depressão? Muitas vezes, a depressão leva à  obesidade, principalmente quando a depressão se acompanha de grande  ansiedade e compulsão alimentar. As pessoas comem não somente por fome.  Comem por prazer de comer, mas, muitas vezes, para compensar o desprazer  e a tristeza. Comem como forma de presentear-se. Além disso, a maioria  dos medicamentos utilizados para o tratamento da depressão leva ao ganho  de peso e isso não pode ser desconsiderado na avaliação desses  pacientes", alerta Ellen Paiva. 
 
Os sintomas depressivos também  podem estar mascarados pelos sintomas da obesidade. É comum entre os  obesos sinais de apatia, sonolência, dores no corpo, desânimo e fadiga,  muito freqüentes também nos quadros depressivos. Um dos sintomas mais  frequentes da depressão é o desânimo, o que dificulta qualquer atitude  em relação à prática de atividade física, que poderia mudar o  prognóstico de ambas as doenças. "Depressão e obesidade podem se  beneficiar dessa prática, uma vez que ela está associada ao aumento do  gasto calórico, mas, muito mais que isso, a uma atitude positiva e  otimista que as pessoas se engajam quando incorporam a atividade física à  sua prática diária", defende endocrinologista Ellen Paiva.http://www.citen.com.br/endocrinologia/quem-vem-primeiro--a-obesidade-ou-a-depressao-.aspx   |   |   |   |   |   |   |   |   |   |   |   |   |   |   |   |   |  
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