Quem é obeso?
Existem vários modos de se determinar quem é obeso, e há até regras de senso comum que dizem ser obeso quem parece gordo.
Na verdade, não é somente o peso que determina quem é obeso. Atletas por exemplo tem maior musculatura, são mais pesados, mas nem por isso são gordos.
Os métodos mais utilizados no dia a dia são:
Índice de massa Corpórea (IMC) – Calcula-se o IMC dividindo o peso pela altura ao quadrado.
IMC = PESO/ALTURA 2
Em geral o IMC é capaz de distinguir uma pessoa saudável de um uma outra acima do peso. Por isso, não deixe de calcular o seu IMC. Na tabela abaixo é possível visualizar os valores do IMC:
No entanto, se você é uma pessoa muito musculosa e mediu o seu IMC, pode ser que segundo a tabela acima você se encontre em sobrepeso ou até em obesidade grau I – o que não é verdade!
Outro ponto importante é que o IMC não consegue diferenciar os diferentes tipos de obesidade. Por exemplo: uma pessoa que tem o IMC = 27 e tem a gordura distribuída por todo o corpo (obesidade periférica) possuí um risco muito menor do que outra que tem o mesmo IMC, ma que tem toda a gordura acumulada na barriga (obesidade central)
Assim, existem outras maneiras de investigar a obesidade.
Bioimpedância – a impedância bioelétrica de freqüência única é um método que avalia a porcentagem de gordura corporal e possuí um índice de fidedignidade realmente muito bom. Diferentemente do que muitos pensam não se toma um choque nesse método! É verdade que se utiliza uma corrente elétrica que passa pelo o corpo, no entanto a energia é tão pequena que é imperceptível.
Nesse método, os homens precisam estar abaixo de 25% de porcentagem de gordura corporal e as mulheres abaixo de 33%.
Circunferência abdominal – esse método é um dos mais simples que se pode realizar e tem um valor incrível, precisa-se apenas de uma fita métrica.
Homens: pegue a fita métrica e peça para alguém passá-la em volta do seu abdome, um pouco acima do umbigo. Se o valor vier abaixo de 95 cm, parabéns! Acima desse valor os riscos da obesidade já estão presentes na sua vida. Agora, se o valore estiver ultrapassando 104 cm tome muito cuidado e procure por um médico rapidamente, você possuí um risco de sofrer infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (derrame) e uma série de outras complicações. Mulheres: para as mulheres os valores são um pouco menores. Idealmente as mulheres devem ter a circunferência abdominal abaixo de 80 cm. Valores acima de 88 cm indicam um risco bastante elevado para as mesmas doenças listadas acima.
Relação cintura-quadril – é um método um pouco mais aperfeiçoado do que apenas a medida da circunferência abdominal. Basta utilizar o valor da circunferência abdominal e dividi-la pela circunferência do quadril. Índices superiores que 0,8 em mulheres e 0,9 em homens mostram a obesidade do tipo central, a pior delas
Como se fica obeso
Existe uma série de teorias para explicar porque algumas pessoas se tornam gordas e outras não.
Importante aqui são os fatores ambientais e hereditários.
1) FATORES AMBIENTAIS (causado pelo meio ambiente). Deles são importantes os seguintes:
a) Relacionados com a comida:
Come se aprendeu a comer / Quanto se valoriza a comida, (a presença da comida como um sinal de afeto) / O hábito de se reunir ao redor de uma mesa / Ter aprendido a comer quando angustiado, triste ou sozinho.
Ser gordo depende dos hábitos alimentares aprendidos ao longo dos anos. Assim, os hábitos alimentares da família marcam muito o indivíduo no sentido de torná-lo gordo ou não.
b) Relacionados com a atividade física:
O nível de atividade física das pessoas também influencia no ser gordo ou não gordo. Quanto menor a atividade física, maior a tendência para a obesidade.
A pessoa que se movimenta mais, que tem mais atividade física gasta mais energia, queima mais gordura e tende a ser mais magra do que a pessoa que é inativa, vive sentada e não faz exercícios.
c) Relacionados com a quantidade de células gordurosas:
Ter sido uma criança gorda também aumenta a chance da pessoa ser um adulto gordo. Esta criança terá um número maior de células gordurosas, portanto terá maior chance de ser gorda. Só à custa de um esforço maior do que o normal, ela conseguirá ficar e manter-se magra na idade adulta.
d) Outros fatores Ambientais:
Frequentemente vemos também pessoas que ganham peso após parar de fumar, após a gravidez, após cirurgia, ou quando se recuperam de doenças, e que, depois disto embora não ganhem mais peso, não conseguem perder o que ganharam.
A idade é outro fator importante, que ajuda no ganho de peso. Quanto mais longe da adolescência, maior a tendência para se ganhar peso, mesmo comendo a mesma quantidade de alimento e mantendo a mesma atividade física. Isto se dá por haver uma diminuição do metabolismo com a idade.
e) Causas hormonais
Existem outras causas de ganho de peso, como doenças hormonais (de tireóide, de supra renal e hipófise), mas são pouco comuns.
2)
FATORES GENÉTICOS (de herança) também são muito importantes para determinar quem tem mais
chance de ser gordo. Quem vem de uma família com muitos obesos, tem maior chance de ser gordo.
PORÉM, MUITO MAIS IMPORTANTE QUE UMA TENDÊNCIA FAMILIAR OU GENÉTICA PARA A OBESIDADE, OU DE SE TER SIDO GORDO QUANDO CRIANÇA É O MODO DE COMER, É O QUE SE COME, É O ESTILO DE VIDA.
A TENDÊNCIA PARA A OBESIDADE PODE SER VENCIDA E A PESSOA PODE PERDER PESO E MANTER-SE NO PESO IDEAL, DESDE QUE APRENDA A COMER CORRETAMENTE E MUDE PARA SEMPRE A SUA VIDA NO SENTIDO DE SER MAIS ATIVA FISICAMENTE, E DEIXAR DE COMER ERRADO.
Obesidade e diabetes
Quase sempre as pessoas que são diabéticas e estão com excesso de peso, são incentivadas pelo seu médico a fazer um regime para emagrecerem. Infelizmente, na maior parte dos casos, isto não acontece. Afinal, por que tanta preocupação em emagrecer? O que há entre diabetes e excesso de peso?
Em primeiro lugar é importante lembrar que excesso de peso, algumas vezes, não quer dizer gordura, nem o fato de uma pessoa não estar acima do peso normal, quer dizer que ela seja magra.
Um grande atleta pode pesar mais do que o "ideal" pela tabela de peso e altura e não ser gordo e sim musculoso, portanto ele não precisa perder peso.
Uma pessoa que nunca ou quase nunca fez exercícios, pode estar dentro da tabela de peso e altura, ter o peso ideal, e por ter pouca musculatura, ter mais "tecido gorduroso" do que o ideal.
Voltando à razão pela qual pedimos aos pacientes diabéticos gordos para emagrecerem, podemos resumir dizendo que a "gordura" piora as condições do diabético. Em todas pessoas, diabéticas ou não, o aumento do tamanho das células gordurosas faz com que as necessidades de insulina aumentem. Acontece que as células gordurosas e de outros locais onde a insulina é necessária (fígado e músculos), têm "receptores" onde as moléculas de insulina se encaixam.
Com o aumento de tamanho das células de gordura, diminui o número de seus receptores; e elas respondem menos a uma quantidade de insulina que antes era insuficiente. Para vencer essa resistência é necessária uma maior quantidade de insulina. Se esta pessoa tiver diabetes, não insulino dependente, e só com a dieta ela estivesse controlada, pode ser que precisasse de hipoglicemiantes orais. Se já estiver usando hipoglicemiantes orais, ela precisará de maior dosagem, ou pode ser que os hipoglicemiantes, mesmo nas maiores doses usadas, não sejam suficientes e elas precisarão usar insulina. No caso de quem já está usando insulina, uma maior dose é necessária.
O inverso acontece quando se perde peso. Alguns que usavam insulina passam a se controlar melhor com menor dose, outras deixam de usar insulina e se controlam com comprimidos. Outros diminuem a dose dos comprimidos hipoglicemiantes e outros conseguem controlar o seu diabetes, deixando de usar hipoglicemiantes orais.
Este mesmo tipo de resposta do organismo acontece com diabéticos que não estando com glicemias acima de 300 mg, passam a praticar regularmente uma atividade física.
Assim o excesso de peso deve ser controlado no paciente diabético, não só por ser um problema estético, ou para melhora global da saúde, mas principalmente porque auxilia e muito no controle da doença.
Portanto melhore o controle de seu diabetes e reduza a necessidade que seu organismo tem de medicamentos e/ou insulina: perca peso.
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