Organize as contas antes de pensar na compra da casa nova
Tainah Fernandes
Para a maioria das pessoas, comprar um imóvel é o maior investimento da vida. Quem pretende adquirir o imóvel e se livrar dos aluguéis sem ferir o orçamento precisa ter disciplina. E algumas lições de educação financeira ajudam a facilitar o caminho.
"Não podemos transformar o sonho da casa própria em pesadelo, por isso o planejamento é necessário", observa o educador financeiro Everton Lopes, autor do site
Sempre com Dinheiro. Para ele, é possível que cosumidores que nunca fizeram algum tipo de poupança consigam adquirir o primeiro imóvel, basta que se programem e se habituem a poupar.
No livro "
Livre-se das Dívidas", o terapeuta financeiro Reinaldo Domingos traz o seguinte exemplo: uma casa que custa 100 mil reais financiada por 30 anos terá uma prestação média mil reais, mas se a pessoa poupasse e guardasse este mesmo valor em uma aplicação conservadora, em sete anos poderia comprar a mesma casa à vista.
O primeiro passo para organizar as contas, então, é saber exatamente quanto ganha e quanto gasta, assim, o consumidor conseguirá entender melhor sua situação financeira. Segundo Domingos, há três condições: investidora, equilibrada financeiramente ou endividada. "Qualquer que seja a situação é preciso ficar atento para saber qual forma será utilizada para a compra", acrescenta.
É justamente com esse levantamento inicial que o comprador irá visualizar seu potencial de compra e seu real limite de crédito: é possível quitar a casa à vista? Quanto você poderá reservar para a parcela ou para outras necessidades de seu novo imóvel? Há dívidas que podem ser quitadas em curto prazo para dar mais folga ao orçamento?
"Se tiver o dinheiro para comprar à vista, os cuidados devem ser para que se tenha também o dinheiro da escritura, das instalações, móveis. Enfim, tem que fazer contas", pondera Domingos. Lopes orienta que as despesas com os "papéis" ficam em torno de 3% do valor total do imóvel e complementa que é importante que todos os gastos, como o condomínio e as eventuais prestações não ultrapassem 30% da renda líquida.
Depois dessas observações básicas, é hora de analisar as possibilidades de financiamento, valor de entrada e em quanto tempo pretende quitar o imóvel, por exemplo. A realidade da maioria das aquisições tem sido, de fato, pelo financiamento e uma pequena parte pelo sistema de consórcio. Domingos lembra que financiar um imóvel significa levar um e pagar dois ou até três, devido aos juros. Considerando esse dado, o consórcio pode ser uma boa opção, já que o custo não passa de 40% a mais. Porém, o prazo está limitado a dez anos.
"Quem assume parcelas de longo prazo (20 ou 30 anos) tem que ter a consciência que esta prestação deverá vir sempre antes no orçamento, com essa atitude o sonho da casa própria estará garantido", afirma Domingos. "Vale ressaltar, ainda, que quando se financia um imóvel, o consumidor deve ter uma reserva financeira estratégica de seis a doze vezes o valor da prestação. Em caso de algum problema neste período, o pagamento será honrado normalmente", acrescenta.
Avalie também a possibilidade de utilizar o seu FGTS — lembre-se que o fundo pode ser usado para comprar um imóvel pronto ou construí-lo — ou então projete um período de economia para poupar o valor necessário para dar de entrada.
De todo modo, planejamento e um bom corretor de imóveis podem garantir a qualidade da compra. Domingos ressalta que para preservar a sustentabilide financeira durante o processo, educação financeira é imprenscindível. E Everton Lopes acrescenta duas boas dicas ao futuro comprador: "Regra nº 1: Nunca gaste mais do que você ganha e invista bem a diferença. Regra nº 2: Jamais esqueça a regra nº 1".
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