Alimentação e exercícios sozinhos não explicam onda de obesidade
Redação do Diário da Saúde
O que vem primeiro?
O estresse pode fazer você engordar.
E ser obeso pode ser um fator criador de estresse.
Brynjar Foss e Sindre Dyrstad, da Universidade de Stavanger, na Noruega, apresentaram uma nova teoria para tentar elucidar esse "circuito fechado".
Segundo os dois, a alimentação e a falta de exercícios não são suficientes para explicar a atual onda de
obesidade no mundo.
Comida e sedentarismo
Ingerir uma maior quantidade de comida rica em gordura, sal e açúcar, combinado com pouca atividade física, têm sido apontadas pela Organização Mundial da Saúde como as causas principais da obesidade.
É por isso que os médicos prescrevem dietas para emagrecer e exercícios físicos.
A mídia faz o restante, afirmam os pesquisadores, divulgando as academias, as dietas e estilos de vida mais saudáveis - tudo em termos de alimentação e exercícios.
Eles questionam essa abordagem desde o início, perguntando-se se a obesidade é mesmo uma consequência, ou se seria causa de algo - ou, eventualmente, as duas coisas.
Engordar por estresse
Os pesquisadores revisaram uma série de estudos, que mostram que o ganho de peso e os níveis de cortisol - o chamado hormônio do estresse - são incrivelmente mais elevados em pessoas que engordam por causa do estresse.
"Se você tem cortisol elevado, você vai ganhar peso mais facilmente," afirma Foss.
Ele e Dyrstad sugerem que o estresse e a obesidade reforçam-se mutuamente por um processo de feedback positivo.
Ou seja, comer mal e não fazer exercício continuam fazendo engordar, mas não como fatores principais, e sim como efeitos de um círculo vicioso dirigido pelo estresse.
Círculo vicioso do estresse
Engordar pode disparar uma resposta do estresse, o que, por sua vez, aumenta o ganho de peso.
"Quando você engorda, seu corpo também fica sob estresse. Isto provavelmente tem um efeito de auto-reforço - assim você se torna ainda mais gordo," explica.
Mas fazer dieta também pode estimular a produção de cortisol, o que, por sua vez, aciona a resposta estressante, impedindo a perda de peso.
"Se nossa hipótese estiver correta, isso significa que você terá que quebrar esse padrão de estresse se você quiser mesmo interromper seu ganho de peso," conclui o pesquisador.
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