Falta de sensibilidade materna dobra o risco da doença
A qualidade do relacionamento entre a mãe e o seu pequeno pode afetar a probabilidade de a criança desenvolver obesidade durante a adolescência, sugere novo estudo realizado pela Ohio State University (Estados Unidos). Os resultados aparecem no periódico Pediatrics.
Para chegar à conclusão, os estudiosos analisaram dados de 997 participantes do Study of Early Child Care and Youth Development, um projeto do Eunice Kennedy Shriver National Institute of Child Health and Human Development. A amostra inclui diversas famílias, cujas crianças nasceram em 1991.
Observadores treinados avaliaram o apego da criança à mãe e a sensibilidade materna, documentando as interações entre mãe e filho em três épocas: quando os pequenos tinham 15, 24 e 36 meses de idade. Para medir a sensibilidade materna, as mães foram instruídas a brincarem com seus filhos, enquanto os pesquisadores pontuavam vários aspectos do comportamento da mãe, o que inclui apoio e respeito pela autonomia da criança, assim como sinais de intromissão e hostilidade.
Os investigadores também avaliaram a segurança na relação de crianças de 15 e 36 meses com a mãe, monitorando os momentos de separação e reencontro com suas mães. Aos 24 meses de idade, os pesquisadores avaliaram essa segurança observando o relacionamento em casa.
A sensibilidade maternal se refere à habilidade da mãe em reconhecer o estado emocional de sua criança e responder com conforto, consistência e carinho. Psicólogos descrevem uma criança com ligações seguras com sua mãe como aquelas que têm nos pais uma espécie de "porto seguro", o que permite que os pequenos explorem os ambientes de forma livre, se adaptem às pessoas facilmente e sejam confortadas em situações de estresse. Crianças de um a três anos que possuem ligações inseguras tendem a ter experiências negativas com seus pais e podem responder ao estresse com raiva extrema, ansiedade e evitar ou recusar interação com outras pessoas.
Índice de qualidade mãe-filho
Usando estes fatores - sensibilidade materna e segurança na ligação da criança com sua mãe - os pesquisadores desenvolveram um índice de qualidade de relação mãe-filho, que variava de zero a seis e servia para medir a experiência de relacionamento dos pequenos: cada ponto refletia uma amostra de ligação insegura da criança ou baixa sensibilidade da mãe. Uma pontuação igual ou maior a três indicava um relacionamento de qualidade pobre.
Depois, os pesquisadores calcularam o índice de massa corpórea (IMC) da criança usando seu peso e altura em idade próxima aos 15 anos. O IMC foi convertido em percentuais por idade e sexo, com base na tabela de crescimento desenvolvida pelo Centers for Disease Control and Prevention. De acordo com essas diretrizes, a criança foi considerada obesa se o percentual foi equivalente ou maior a 95 nessa tabela.
Ao todo, 241 crianças (ou 24,7%) foram classificadas como portadoras de um relacionamento pobre com suas mães durante a infância. Entre elas, a prevalência de obesidade na adolescência foi de 26,1%. A ocorrência de obesidade foi menor entre aqueles que mantiveram boas relações: 15,5%, 12,1% e 13% entre mães e filhos com pontuação de dois, um e zero, respectivamente. Desse modo, os pequenos que tiveram relacionamentos de baixa qualidade com suas mães logo no começo da vida eram quase duas vezes e meia mais propensos à obesidade quando adolescentes do que aquelas crianças que mantiveram relacionamentos melhores com suas mães.
Para os pesquisadores, a associação entre as experiências durante a infância e a obesidade na adolescência tem origem no cérebro. O sistema límbico do cérebro controla a resposta ao estresse, assim como o ciclo sono-vigília, fome e sede e mais uma variedade de processos metabólicos, principalmente por meio da regulação hormonal. Eles acreditam que pais sensíveis criam um vínculo afetivo saudável com seus pequenos, melhorando a resposta ao estresse. Essa resposta bem regulada pode interferir na forma como a criança dorme e se ela come em resposta à angústia emocional - e esses são dois dos fatores que influenciam a probabilidade de obesidade.
A obesidade pode ser uma manifestação de irregularidades no funcionamento do sistema de resposta ao estresse. Os pais ajudam a criança a desenvolver a habilidade de responder de maneira saudável ao sentimento, protegendo o seu pequeno de níveis extremos de estresse.
Pais omissos geram crescimento da obesidade infantil
Falta pulso firme aos pais na hora de controlar a dieta dos filhos. A conclusão é de um estudo, realizado na Escola de Medicina de Harvard (EUA), a respeito do crescimento dos casos de obesidade infantil. Após acompanhar a rotina de 440 pais de crianças com sobrepeso ,os médicos descobriram que o problema, na maioria das vezes, não está na falta de informação: os adultos sabem o que prejudica a saúde dos filhos, mas sentem-se inseguros em proibir os maus hábitos.
Os pais foram estimulados a vetar a televisão na hora das refeições, reduzir o consumo de fast-food, cortar os refrigerantes, obrigar a prática de exercícios físicos e aumentar o número de refeições feitas. Mas nem sempre as mudanças aconteceram: muitos adultos sentiam-se castigando as crianças ao assumir algumas das medidas as limitações quanto ao uso da televisão e as refeições em família foram as regras mais desrespeitadas. O grupo incluía pais de crianças com idades entre dois e doze anos.
"As crianças aprendem muito com os exemplos. Se os pais proíbem as refeições em frente da televisão, mas fazem lanches na cama, perdem a autoridade", afirma a nutricionista do MinhaVida, Roberta Stella. "Para manter a saúde e o peso ideal, a rotina de toda a família precisa ser saudável. Sem diferenças, fica mais fácil manter a linha: se ninguém em casa toma refrigerante, por exemplo, a tentação some da geladeira"
O estudo também identificou que os adultos que se mantinham no peso ideal mostraram-se mais à vontade para impor as proibições às crianças ao contrário dos pais obesos, mais relutantes em manter as restrições. A autoconfiança também se apresentou diretamente proporcional ao nível de estudo dos pais: aqueles com graduação superior mantiveram-se mais firmes.
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Obesidade na família
Pequenas atitudes no nosso dia a dia pode ser a prevenção
A obesidade é um problema de saúde pública, presente tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento e o aumento de sua incidência está distribuído em quase todas as raças e sexos, atingindo desde a população adulta até a infantil.
O aumento da ingestão de alimentos ricos em gorduras e açúcares e o estilo de vida mais sedentário, contribuem para a ocorrência da obesidade. Dessa forma, percebemos a importância de uma alimentação balanceada, auxiliando na manutenção do peso, e assim, diminuindo os fatores de risco para determinadas doenças.
A família tem grande influência no desenvolvimento dos hábitos alimentares das crianças, por isso, a necessidade de incentivar práticas saudáveis desde a infância. É comum às crianças terem os pais como ?modelo?, sendo assim, irão seguir as escolhas alimentares das pessoas que as rodeiam, e por esse motivo, os pais devem tomar cuidado para não transmitir uma imagem errada sobre alimentação, por exemplo, dizer que não gosta de determinado alimento.
Além disso, durante as refeições, o ambiente deve ser tranquilo e sem brigas. É uma ótima oportunidade de conversar sobre como foi o dia de cada membro da família, para que possam se conhecer mais.
Crianças que se alimentam sozinhas ficam sem referências de uma alimentação adequada, e ficam mais propicias a comerem em frente à televisão, computador ou videogame, perdendo a noção da quantidade e do que está comendo.
É fundamental incorporar novos hábitos alimentares, tais como, a realização de 5 ou 6 refeições por dia, introdução de frutas, verduras e legumes na alimentação diária, diminuição da frequência e quantidade no consumo de guloseimas (biscoitos recheados, salgadinhos, refrigerantes) e substituir as frituras por preparações assadas, grelhadas ou cozidas.
Porém, as mudanças devem ocorrer gradativamente, no entanto, devem abranger toda a família, pois não adianta fazer comida separada ou comprar alimentos específicos para um membro da família, pois essa atitude tornará mais difícil a adesão. Todos devem aderir à nova alimentação, e assim se beneficiar com as vantagens da alimentação saudável, que acarretará em satisfação com a imagem corporal, melhora na saúde e no desempenho físico!
Gabriela Mendes Taveiros
Nutricionista Dieta e Saúde
CRN3 32089
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