EMAGRECER É DIFÍCIL...
Porque isso acontece? Emagrecimento é muito mais que dieta, medicamentos, exercícios. Consiste na firme disposição de modificar estilo de vida para sempre, na medida em que a obesidade não tem cura, mas sim tratamento. É uma doença crônica. Você pode ESTAR MAGRA, mas NÃO É MAGRA. Estará magra enquanto mantiver o problema sob controle. Descuidou? Engordou! A finalidade é perder gordura para a vida toda e não por curto período de tempo.
O alimento é muito mais que nutrição. É afeto, sociabilidade e está intimamente ligado às nossas emoções. Comemos por fome, mas também por fatores emocionais como insegurança, para suprir nossas carências afetivas, por ansiedade, depressão, stress. Comemos nas celebrações. O alimento simboliza amor, afeto, carinho. Nossa relação com a comida não é tão lógica. O alimento nos traz, alem da nutrição, prazer e dor.
Portanto mexer no comportamento alimentar não é fácil, já que se institui desde o nascimento, no aleitamento materno. E, no entanto é necessário fazê-lo, se a pessoa quiser efetivamente emagrecer e POR TODA A VIDA, se quiser permanecer magra.
Se você engorda e emagrece, come sem fome, é preso de ansiedade, belisca após as refeições, come excessivamente à noite, se come compulsivamente, se tem longo histórico de obesidade-sobrepeso, inclua a psicologia em seu programa de emagrecimento.
Quando a comida serve para outros propósitos como a compensação de emoções, suprimento de carências, o nosso lado consciente quer emagrecer, mas enfrenta o lado inconsciente, que quer manter as coisas como estão. E em conflitos desse tipo, querer a mesma coisa ao mesmo tempo, vence o lado inconsciente. SEMPRE!
Quem tem o problema, quer emagrecer e permanecer magra deverá se reestruturar emocionalmente. Precisará emagrecer principalmente a cabeça.
ESSA É A FUNÇÃO DA PSICOLOGIA!
Por que é tão difícil emagrecer?
Apesar de sabermos a resposta; ainda insistimos em fazer a pergunta
O deslocamento da ansiedade para o alimento é uma das causas do sobrepeso e da obesidade. É necessário que você aprenda a se monitorar e verificar se realmente descarrega na comida suas angústias e seus problemas diários. Se confirmar este comportamento, além do acompanhamento nutricional é fundamental a psicoterapia, para que você aprenda como manter o autocontrole e quais são os recursos diários práticos que você pode manter para evitar a superdosagem de calorias, além de técnicas de solução destes problemas que o afligem. A auriculoterapia também pode ajudar muito. O estímulo de certos pontos na orelha ou aurícula evoca instantaneamente a normalização de déficits ou excessos que no momento estão disfuncionais no seu organismo. Faça sua auto-avaliação e procure ajuda antes de tornar-se obeso ou de desencadear outras patologias físicas.
Se você nota que já tem prejuízo psíquico como vergonha de comer pelo excesso de quantidade de comida que você tem necessidade de ingerir, vergonha de expor seu corpo em alguns tipos de vestimentas, baixa auto-estima entre outros procure imediatamente ajuda. Você pode desenvolver um transtorno ansioso generalizado, depressivo ou alimentar.
Cuide-se! A palavra é prevenção, e não tratamento.
Repórter de ÉPOCA, escreve às quintas-feiras sobre a busca da boa forma física
Estudos em fisiologia do exercício têm mostrado que muitos programas de exercícios que por muito tempo foram considerados eficazes fracassam no intuito de emagrecer certas pessoas. Ou elas emagrecem quase nada, ou emagrecem bastante e recuperam todo o peso depois.
A ciência está tentando entender exatamente por que isso acontece e, ainda mais importante, como desfazer essa maldição. Segundo uma linha de estudos da obesidade que eu conheci esta semana, duas pistas podem ajudar a explicar e a superar tanta dificuldade. Uma delas é a duração da briga. Os estudos indicam que persistir nas estratégias emagrecedoras por mais tempo pode fazer toda a diferença. Outra pista é atacar o problema de vários lados ao mesmo tempo, não só com a tradicional combinação de dieta com exercício, que pode ajudar muito, mas em alguns casos não basta.
O Grupo de Estudos da Obesidade (GEO) da Universidade Federal de São Paulo, coordenado pela pesquisadora Ana Dâmaso, trabalha com adolescentes obesos. Todo ano, uma nova turma entra para um programa interdisciplinar de tratamento. Ali eles fazem um monte de exames clínicos e laboratoriais, acompanhamento médico com endocrinologista, reeducação alimentar, exercícios especialmente planejados para eles e um acompanhamento psicológico que os auxilia a lidar com suas questões complexas. Fatores como autoimagem, relação com a família, distúrbios alimentares e auto-estima são considerados nessa abordagem como componentes importantes da obesidade dos pacientes, por isso não podem ser deixados de lado no tratamento.
Ao longo de um ano, esses adolescentes voluntários passam por avaliações diversas, que vão muito além da medição de peso, altura e composição corporal. São feitos também exames de sangue, ultrassonografia e outros procedimentos laboratoriais que monitoram bioquimicamente o que está acontecendo no corpo deles em cada etapa do tratamento. O interessante é que a balança e a avaliação de composição corporal, que mostram quanta gordura subcutânea e quanto tecido muscular a pessoa ganhou ou perdeu, costumam ser o máximo que as academias medem para dizer se os alunos conseguiram resultados ou não. Mas ali no laboratório do GEO os indicadores bioquímicos mostram muito mais. Mesmo quando a balança exibe o mesmo número há várias semanas, o sangue e o ultrassom podem revelar que o padrão neuroendócrino está mudando. E, para os obesos, isso é extremamente importante.
Nos obesos, o papel de algumas substâncias é crucial na perda de peso – ou no fracasso da dieta e dos exercícios. Uma delas é o NPY, um neutrotransmissor que indica aumento de apetite. Outro é a grelina, um hormônio produzido pelo estômago que, no cérebro, aumenta a fome. Nos obesos, a grelina costuma aparecer em quantidades menores que o normal. Acredita-se que isso acontece como uma reação do organismo na tentativa de se proteger da obesidade. Já a leptina, outro hormônio envolvido na regulação do apetite e do balanço energético, costuma estar aumentada nos obesos. Ela é produzida pelas células adiposas, muito abundantes nessas pessoas.
Num estudo conduzido pela nutricionista June Carnier, do GEO, com 37 adolescentes, foram medidos massa gorda, massa magra, gordura visceral (por meio do ultrassom), esses hormônios acima e alguns outros ainda. Nos primeiros seis meses do tratamento, o NPY dos voluntários aumentou. Ou seja, o apetite da turma cresceu. Imagine o que isso significa. Eles estão lá se esforçando para emagrecer, fazendo dieta direitinho, fazendo exercícios monitorados, e aí a fome aumenta e eles querem comer mais. O NPY parece estar querendo pôr tudo a perder. E é isso mesmo. É o chamado efeito rebote. Quando o corpo gordo percebe que está perdendo peso, dá um jeito de reverter a perda e recuperar tudo de novo, aumentando o apetite e às fazendo estragos piores. Há hormônios envolvidos na obesidade que atrapalham mesmo, reduzindo o metabolismo e aumentando a produção de gordura. Por que eles fazem isso?
Parte do pesadelo é explicado por uma teoria muito repetida por gente da área. Batizada de Thrifty Gene Theory (algo como a teoria do gene econômico), a tese formulada pelo geneticista James Neel em 1962 diz que o corpo dos seres humanos de hoje não quer emagrecer por causa de uma programação metabólica que vem do tempo das cavernas. Aquela era uma época em que era preciso caminhar muito para encontrar frutos nas árvores e lutar contra animais selvagens para comer. Ninguém sabia quando iria comer de novo. Estocar energia, portanto, era uma vantagem para a sobrevivência. Haveria então um gene responsável por impedir que o corpo perdesse muito peso nos períodos de escassez. E essa vantagem se tornou evolutiva: os indivíduos que sobreviveram com estoque de energia em forma de gordura corporal transmitiram o gene da estocagem de energia aos seus descendentes.
Transmitido intacto por nossos ancestrais às atuais gerações, no entanto, o tal gene econômico seria um dos responsáveis pela obesidade nos dias de hoje. Apesar de termos comida abundante ao nosso dispor no supermercado e nos restaurantes, diariamente, o corpo continua acreditando que precisa estocar energia para os tempos de fome. Pelo menos é o que diz a teoria. Ela parece fazer sentido para todo mundo que já tentou de tudo para emagrecer e não conseguiu – ou conseguiu mas engordou tudo de novo. Quando reduz a ingestão de comida ou começa a queimar gordura na malhação, a hipótese é que esse corpo programado entende que está na hora de entrar em ação para se salvar da inanição. E dá início ao efeito rebote: por meio de hormônios, aumenta o apetite, reduz o metabolismo e joga fora todo o esforço do gordinho que finalmente entrou na academia.
Então, por seis meses, esse efeito foi observado nos adolescentes tratados no GEO. Mas começou a mudar na segunda metade do tratamento. Depois dos primeiros seis meses, com a continuidade do programa de exercícios, da dieta e da terapia psicológica, o NPY começou a cair, mesmo quando o peso entrou num platô. A resistência à insulina, presente em todos os adolescentes avaliados, também só diminuiu de forma significativa na segunda metade do tratamento. As pesquisadoras acreditam que isso acontece porque o corpo se adapta com o tempo. Mas um tempo maior do que o que se costuma esperar pelos resultados. De acordo com esse estudo, só uma abordagem de longo prazo é capaz de promover uma regulação neuroendócrina da ingestão de comida e do balanço energético.
As pesquisadoras apostam também na importância da terapia psicológica para reverter o padrão neuroendócrino da turma. Isso porque cada pessoa tem suas questões. E às vezes essas questões precisam de uma ajuda profissional para aparecer e merecer tratamento. Entender a história de vida de cada um, a dinâmica familiar e os medos escondidos por trás dos comportamentos é um trabalho que quase ninguém consegue resolver só com força de vontade.
Já está mais do que estabelecido que a obesidade é uma doença – não é, portanto, resultado de preguiça – e é multifatorial, ou seja, não tem uma causa só. São vários fatores presentes na pessoa que, combinados, resultam em uma série de alterações no funcionamento do cérebro e dos hormônios, no aproveitamento dos alimentos pelas células, na produção de gorduras e substâncias e em muito mais processos fisiológicos do que nós leigos somos capazes de imaginar. Se existem hormônios dominando a vontade de a pessoa comer, não adianta nada aquele tipo de solução da auto-ajuda motivacional que só manda a pessoa acreditar que agora vai conseguir controlar o apetite. A mudança tem de começar por dentro, sim
Por que é tão difícil emagrecer?
Atualmente encontramos vários fatores que dificultam o processo de emagrecimento e o primeiro passo é reconhecê-los para que o processo tenha sucesso.
Em primeiro lugar, é preciso emagrecer por si mesmo e não para agradar outras pessoas.
Você deve responsabilizar-se por seu emagrecimento e não buscar milagres. Pare de procurar soluções milagrosas, dietas da moda, remédios que prometem emagrecimento sem esforço algum, afinal se emagrecer fosse tão fácil e permitisse métodos milagrosos o mundo não teria a maior parte da sua população acima do peso.
Não culpe o nutricionista, médico, a família etc pelo seu não emagrecimento. Tenha consciência dos seus atos e responsabilize-se por suas escolhas.
Em um contexto ou época em que ser magro é sinônimo de beleza e no qual a ditadura da magreza parece falar mais alto, cultuar o corpo nunca esteve tão “na moda”, seja por motivos de saúde ou estéticos, e muitos vivem constantemente em guerra com a balança e esperam ansiosamente pela próxima segunda-feira para então iniciar mais uma de tantas maneiras extraordinárias para emagrecer.
Ao adotarmos dietas muito restritivas ou dietas milagrosas, acabamos sofrendo recaídas. E a cada recaída, ficamos mais longe de nossos hábitos e de nossa meta, e consequentemente nossa auto-estima fica mais baixa.
Desta forma inicia-se um ciclo destrutivo: dieta – recaída – ganho de peso – queda da auto estima. Sendo assim, começamos a acreditar cada vez menos em nós e até mesmo o regime torna-se um hábito.
Devemos mudar a forma de pensar e agir, pensar como magro, colocar a comida em seu devido lugar. Comida é fonte de energia e nutrientes e só isso. Comida não resolve ansiedade, tristeza, solidão, alegria, etc.
Aprenda a diferenciar fome de vontade de comer ou fome real de fome emocional. Os episódios de fome insaciável ou “ataques” desesperados aos alimento são bons exemplos de fome emocional, afinal somos seres dotados de um organismo extremamente inteligente que sabe quando é a hora de parar. Portanto, coma devagar para que o cérebro reconheça o momento da alimentação e saiba o momento de interrompê-la.
Nenhum alimento é proibido, nenhum alimento mata por si só. O que mata são os exageros. Não sofra, não passe fome!
Privando-se de comer alimentos mais “engordativos” (doces, massas, etc.) a pessoa acaba adquirindo um desejo que fica contido e, na primeira oportunidade que tiver (angústia, raiva, ansiedade) irá comer não apenas um pouco ou um pedaço daquele alimento, mas exagera na quantidade. É neste momento que está o perigo! É preciso lembrar que a privação geralmente leva a episódios de compulsão.
Procure um nutricionista. Faça uma reeducação alimentar, deste modo não haverá alimentos proibidos. Você apenas irá aprender o que cada alimento faz pelo seu organismo e terá a oportunidade de escolher, conscientemente, o que comer.
Tenha uma boa hidratação. Beba bastante líquidos durante todo o dia. Isso ajuda a manter um bom funcionamento do metabolismo, além de limpar o organismo de toxinas, hidratar o corpo e a pele.
Pratique atividade física, além do bem estar que ela te proporciona, facilita o emagrecimento.
Não crie tantas expectativas na magreza, isso pode atrapalhar seu emagrecimento (ex: quando eu for magra arrumarei um namorado), pois se após o emagrecimento as expectativas não forem realizadas, provavelmente você voltará a engordar.
E para finalizar, procure o auto conhecimento, aumente sua auto-estima, faça atividades prazerosas. Goste-se e emagreça normalmente. Não espere para se gostar ou se cuidar quando estiver magra, afinal para se emagrecer é preciso uma boa dose de amor próprio.
Lembre-se: você é muito mais que um simples corpo e sua vida vale muito. Não são alguns quilinhos a mais que vão tirar seu brilho!
LAKATOS, Lyssie. Acelere seu Metabolismo. Editora Best Seller. 1 ed, 2010.
Guia alimentar para a população brasileira: promovendo a alimentação saudável/Ministério da Saúde.
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