Veja quanto custa um prato de comida saudável
O prato mais consumido pelo brasileiro, segundo o IBGE, custa em média R$ 4,50 e leva, arroz, feijão, farinha, carne e uma saladinha.“De legumes eu tenho bastante batata, tenho dois tomates, porque está muito caro, não comprei. O arroz e o feijão é o prato principal, porque é assim mais em conta, mais prático, mais rápido para você fazer. Hoje então tem arroz, feijão, um bolinho de batata e uma saladinha de tomate”.
E de sobremesa...
“Esta semana eu tenho melancia porque não dá para você comprar toda semana várias frutas porque fica muito pesado no seu orçamento. Você compra aquilo que você pode e você deixa os legumes, a salada de lado“, diz a dona de casa Fátima Machiori.
É o que diz Dona Fátima, e grande parte dos brasileiros. Um médico cansou de recomendar aos pacientes que consumissem mais frutas, verduras e legumes. E a resposta quase sempre era:
“Se o senhor mandar eu comer frutas e verduras eu quebro o meu orçamento, a minha comida vai ficar muito cara”, diz o nutrólogo Carlos Nogueira.
Doutor Carlos coordenou uma pesquisa para checar a reclamação, na prática. Concluiu que o prato mais consumido pelo brasileiro, segundo o IBGE, custa em média R$ 4,50 e leva, arroz, feijão, farinha, carne e uma saladinha.
Já o prato considerado ideal com mais legumes e verduras sai por R$ 6,50.
“A conclusão é que o custo da alimentação possivelmente é um fator que tem impacto na escolha das pessoas que talvez as pessoas possam não estar comendo adequadamente também para economizar o dinheiro”, explica o nutrólogo.
No mercado perto de casa, Dona Fátima compara uma cesta com frutas e verduras e outra sem.
“As duas cestas foram R$ 11, mas com uma diferença: a primeira sexta eu comprei mais”, conta a dona de casa Fátima Machiori.
Segundo a pesquisa de orçamento familiar, o brasileiro gasta 22% do que recebe com alimentos. Mas, deste total, apenas 2,5% vão para frutas, verduras e legumes. É como se de cada R$100 gastos com comida, apenas R$ 10 fossem para os itens da feira.
Um economista calcula todo mês o índice de preços ao consumidor e tem uma teoria.
“Não é uma questão de preços e sim uma questão de hábitos, de alimentação. O brasileiro não tem o hábito de incluir na sua alimentação uma maior quantidade de legumes, frutas e verduras”, afirma o professor da faculdade de economia da Usp Antonio Evaldo Comune.
“Vamos ver o prato do brasileiro bem típico: pastel arroz, feijão. Tudo o que mata, né?”, diz a médica nutróloga Lívia Maria Zimerman.
No prato ideal, por dia, as duas conchas e meia de feijão deveriam ser trocadas por apenas uma. A gordura tem que ser reduzida a um quarto do que é consumido. Doces têm que ser cortados para menos da metade. Leites e derivados e legumes e verduras deveriam ter o consumo três vezes maior.
“O brasileiro está colocando a fruta errada no prato e o legume errado. Ele precisa buscar a sazonalidade, ele precisa buscar o que tem de mais barato naquela época do ano”, diz a médica nutróloga
O Fantástico vai ajudar. De Norte a Sul do país, o que está mais em conta e pode melhorar sua dieta?
Região Norte
“A pupunha também é uma fruta. O mais vantajoso dela é o preço. Aqui dá para notar a quantidade de fibras e o palmito dela é uma delícia e é muito consumido”, diz a nutróloga Isolda Madura.
Região Nordeste
“A salsa, a couve, aqui em Fortaleza, estão com preços bons. Aqui no Ceará a gente usa muito o coentro. Ele pode substituir a salsa e também é fonte de ácido fólico, vitamina E e vitamina”, diz a nutricionista Ana Cristina Wolf Martins.
Região Centro-Oeste
Mandioca e peixe.
Região Sudeste
“O morango, né? Que na região Sudeste está caindo o preço. Está entrando a época do milho, ele também é rico em zinco, carboidrato, rico em uma série vitaminas do complexo B”, diz a médica nutróloga Lívia Maria Zimerman.
Região Sul
“Aqui no Rio Grande do Sul, no inverno as frutas da época são as frutas chamadas frutas cítricas. Bergamota, laranja estas frutas aqui são mais baratas. O repolho é um exemplo de verdura saudável e via de regra geralmente ele tem um preço mais baixo. Desta forma, a pessoa pode adequar alimentos saudáveis ao seu orçamento, não simplesmente partir do princípio que estes são alimentos caros”, afirma o médico nutrólogo Paulo Henkin.
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1294767-15605,00-VEJA+QUANTO+CUSTA+UM+PRATO+DE+COMIDA+SAUDAVEL.html
O PRATO IDEAL PARA A SUA DIETA
Eles criaram o prato batizado de “Whell of Nutrition“, que ajuda na hora de adequar as porções dos alimentos:
Obviamente, nada que substitua a orientação de uma boa nutricionista.
(via Fast Company)
http://opaseobas.com.br/opas/?p=4031
Drauzio Varella: ‘Quem come menos vive mais’
Respeitados os limites da desnutrição, a expectativa máxima de vida é inversamente proporcional ao número de calorias ingeridas."Eu peguei uma vaga e não vi que vinha uma mulher atrás que esperava a vaga também - dessas coisas que a gente faz. Ela ficou irritada comigo. Quando ela passou, gritou: 'Sua velha!'. Aí eu fiquei pensando, realmente... Virei para ela e disse: 'Se você não morrer, vai chegar lá'", conta a professora de ioga Vera de Magalhães.
Só não fica velho quem morre jovem. A morte começa no instante do nascimento.
"A vida é agora. Estou vivendo agora. Amanhã, não sei, pode ser que eu morra", diz Vera.
"Eu não tenho medo de morrer. A morte é uma coisa natural, você nasce e você tem que ir depois. O bom é viver, e eu quero ter todas as rugas de tanto dar risadas", diz a atriz Marli Bueno.
Dona Vera conta o que já pensou diante do espelho. "Já xinguei muitas vezes e perguntei: 'Quem é essa senhora?'. Muitas vezes, eu fazia assim", diz ela, puxando a pele do rosto.
Com a idade, perdemos colágeno e elastina – proteínas responsáveis pela consistência e firmeza da pele. Aparecem as rugas e a flacidez.
“Eu envelheci, eu enfeiei, eu era uma mulher jovem bonita, fiquei envelhecida”, acha Vera de Magalhães.
Do nascimento até a velhice, o corpo humano passa por múltiplas transformações. Somos mais fortes e bonitos na juventude para atrair o sexo oposto e procriar. Mas hoje, ao contrário de outras espécies, vivemos muito além do período da reprodução.
"Com a velhice, a gente vai tendo imperfeições na pele. Mas Deus é tão bom que ele vai nos fazendo perder a visão, então a gente olha no espelho e não vê as imperfeições", brinca o autor Paulo Autran.
"Fiquei amargurado, mas depois eu me habituei com os óculos. Já acho gostoso pegar nos óculos", diz o músico Caetano Veloso.
Envelhecer é perder capacidades. O corpo se renova o tempo todo. Quem nunca ouviu falar que, ao esfregar a pele, retiramos dela as células mortas? Células são programadas para morrer e renascer no decorrer da vida. Durante o Fantástico, por exemplo, 2 bilhões de células do nosso corpo vão morrer e outras tantas nascerão. A renovação celular é tão intensa que poucas partes de nosso corpo têm mais de dez anos de idade. Se é assim, como ficamos velhos?
"O chassis é o mesmo, eu mudei a carroceria. A minha carroceria hoje o que é? É um velho caminhão que está andando com aquele chassis e, de vez em quando, pifa na subida, afoga a próstata, faz coisas do gênero", ironiza o ator Walmor Chagas.
Na verdade o que nos envelhece é o combustível do caminhão. É uma ironia, mas o oxigênio, fundamental para a vida na Terra, é capaz de oxidar nossas células, enfraquecê-las, da mesma forma que oxida os carros. E, com o tempo, ficamos parecidos com um boneco de lata.
E você lembra: respeitados os limites da desnutrição, a expectativa máxima de vida é inversamente proporcional ao número de calorias ingeridas. Quer dizer: quem come menos, vive mais, e isso tem tudo a ver com o oxigênio.
Cada célula tem sua central energética: as mitocôndrias. A função da mitocôndria é transformar o que comemos na energia de que o corpo necessita para funcionar. Nesse processo, há a liberação de átomos de oxigênio, chamados radicais livres. Os radicais livres são oxidantes e, aos poucos, enfraquecem as mitocôndrias.
Quando comemos demais, fazemos as mitocôndrias trabalhar a todo vapor e liberar mais radicais livres que irão destruí-las lentamente. Com isso, cai a produção de energia dentro das células: é o envelhecimento.
"Essa máquina prodigiosa que somos nós, se ela está velha ou gasta, é linda de qualquer maneira", comenta Vera de Magalhães.
Há nove anos, a professora de ioga Vera de Magalhães levou um tombo capaz de paralisar qualquer pessoa: quebrou os dois braços, o quadril, o ombro e fraturou duas vértebras.
"Fiquei no chão. E o pior: eu parecia uma tartaruga. O meu médico falou: 'Vera, o perigo agora é você ficar tetraplégica'. Eu tinha 66 anos. Sempre fui lerdinha, mas ativa. Eu sou devagar, sou adágio", conta Vera, que atribui a recuperação completa à elasticidade e aos exercícios feitos durante a vida inteira. "Eu fiz meus exercícios e fiquei perfeita. Só tem uma seqüela: eu tenho um andar meio sexy, porque não tenho muita coordenação motora. Eu ando sempre de bengala”.
Ao envelhecer, o corpo perde progressivamente a capacidade de realizar atividades do cotidiano que exigem força, fôlego, flexibilidade: subir uma escada, carregar peso, correr para atravessar uma rua. A atividade física faz o organismo dar respostas mais rápidas e eficientes e também ajuda a controlar e prevenir um grande número de doenças que surgem na maturidade.
Houve um tempo em que toda criança pegava sarampo, caxumba, difteria, tosse comprida. Eram as doenças da infância: um preço a ser pago por ter vindo ao mundo. Chegaram as vacinas e essas doenças praticamente desapareceram. Da mesma forma, hoje, pressão alta, diabetes, osteoporose, ataques cardíacos e derrames cerebrais não devem ser consideradas doenças obrigatórias da terceira idade – um tributo imposto àqueles que ousaram viver mais tempo. Sem fumar, comendo menos para evitar a obesidade e praticando atividade física, você envelhece com saúde. Pode passar muitos anos sem precisar depender dos outros.
"Se você tem uma vida saudável, se preocupa em manter a mente ativa, fazer exercício e ter uma alimentação regrada, você vai chegar com a idade e não vai sentir o peso dos anos", avalia a geneticista Mayana Zats.
É simples: bastam 30 minutos de caminhada vigorosa todos os dias. Se você está acima do peso, na hora de comer, faça o prato normalmente e, depois, tire mais ou menos um terço da comida. São cuidados que garantem uma velhice ativa. Mas e o cérebro?
Para quem não quer perder a minha memória de jeito nenhum, Ivan Izquierdo, diretor do Centro de Memória da PUC/RS, orienta: "Uma vida sadia, uma boa alimentação e ler, ler e ler. E, uma vez que terminou de ler, ler mais um pouco. É o melhor exercício, não tem outro".
"Você vai ter todas as vantagens intelectuais que a idade traz sem ter os prejuízos de ter um corpo cansado, um corpo que não corresponde àquilo tudo que você gostaria de fazer", diz Mayana Zats.
Crescei e multiplicai-vos. Essa é a essência da vida. Mas hoje vivemos muito além da fase reprodutiva, o dobro de nossos antepassados. No Brasil, um dos dez países do mundo com maior número de pessoas acima de 60 anos, são 16 milhões de idosos. Hoje, vivemos não só para ter filhos mas, também, para sermos avós.
No primeiro programa desta série, perguntamos qual seria a face atual da velhice. Escondida, com medo, prisioneira no gueto da terceira idade?
"Eu acho uma indecência esses clubes da terceira idade! Pode ser a salvação para muita gente, mas eu acho que a gente tem que aceitar a convivência entre as idades e a sociedade como um todo. Então, se você tem 40 anos, só se relaciona com pessoas de 40 anos? E se você tem 20 anos, só com pessoas de 20 anos? Isso não existe!", critica Odette Ernest, 71 anos.
“Eu consegui ver que a gente não precisa dessas amarras todas, sabe? Você pode puxar a âncora e deixar o barco navegar”, diz Silvia Aderne, 72 anos.
Quando olhamos um rosto cheio de rugas, num mundo que valoriza tanto a juventude e a beleza, o que sentimos?
“Há tanta beleza numa pessoa que aceita ou trabalha ou vive a sua idade, né? Há muita juventude numa pessoa com mais idade como há muita velhice, vamos usar essa palavra, em pessoas com 25 anos que podem ser negativas, pessimistas, conformadas”, observa o ator Fabio Espósito de Castro.
A geração que mudou o mundo nos anos 60, agora transforma a face da velhice. E se ao olharmos os mais velhos muitas vezes sentimos pena, “coitado”, ou ternura, “que bonitinho”, também podemos sentir respeito e admiração.
"Bendita idade! Eu tenho muito orgulho de ter quase 75 anos. Tenho orgulho, muito orgulho mesmo, das minhas ruguinhas. Podem não ser bonitas, mas elas contam uma história linda de tristeza, de amor, de sonhos, de desilusões. Estão aqui: são um filme lindo! Gostei!", conclui Vera de Magalhães.
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL696500-15607,00.html http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,18488,00.html
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