Estudo mostrou que passar
a ingerir menos alimentos gordurosos promove o emagrecimento mesmo
mantendo os outros aspectos da alimentação habitual
Emagrecimento: Pesquisa britânica mostra que nem sempre somente dietas rigorosas promovem a perda de peso
(Hemera Technologies/Thinkstock)
Uma nova pesquisa britânica mostrou que nem sempre é preciso seguir uma
dieta com uma série de restrições — como eliminar carboidratos ou
açúcar, por exemplo — para que uma pessoa consiga perder peso. Segundo o
estudo, trocar alimentos muito gordurosos por outros mais saudáveis,
mesmo mantendo os outros aspectos da alimentação que um indivíduo
costuma seguir, já surte efeitos significativos e duradouros no
emagrecimento e na redução do índice de massa corporal (IMC) e dos
níveis de colesterol no sangue. Essas conclusões foram publicadas nesta
sexta-feira na revista British Medical Journal.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Effect
of reducing total fat intake on body weight: systematic review and
meta-analysis of randomised controlled trials and cohort studies
Onde foi divulgada: revista British Medical Journal (BMJ)
Quem fez: Lee Hooper, Asmaa Abdelhamid, Helen Moore, Wayne Douthwaite, Carolyn Summerbell e Murray Skeaff
Instituição: Universidade East Anglia, Universidade de Durham, Grã-Bretanha, e Universidade de Otago, Nova Zelândia
Dados de amostragem: 73.589 pessoas
Resultado: Em seis meses, reduzir o consumo de gordura pode
levar a uma perda de peso de, em média, 1,6 quilo, além de uma redução
do colesterol, do IMC e da circunferência abdominal
Esse trabalho foi encomendado pelo grupo que estuda dieta e nutrição da
Organização Mundial da Saúde (OMS) e, segundo os autores, serão
fundamentais para que o órgão estabeleça novas recomendações globais de
alimentação. Para o estudo, os pesquisadores revisaram 33 ensaios
clínicos realizados ao redor do mundo que, ao todo, envolveram mais de
70.000 homens, mulheres e crianças.
Efeitos positivos — Os resultados do levantamento
mostraram que, em um período de seis meses, as pessoas que passaram a
ingerir menos alimentos gordurosos, em comparação com aquelas que
consumiam mais gordura, em média, emagreceram 1,6 quilo, perderam 0,5
centímetro de circunferência abdominal e reduziram seu IMC em 0,56. Elas
também apresentaram uma diminuição nos níveis de colesterol "ruim"
(LDL) na corrente sanguínea.
Esses efeitos foram “obtidos rapidamente” e
a perda de peso mantida por, ao menos, sete anos. Ainda segundo a
pesquisa, esses indivíduos não adotaram nenhum programa de
emagrecimento, sugerindo que esses benefícios ocorreram entre pessoas
que seguem uma alimentação comum.
“A redução de peso que nós observamos quando as pessoas passavam a
comer menos gordura foi significativa e consistente, já que quase todos
os estudos que analisamos mostraram isso. Quanto mais gordura os
participantes cortavam de sua alimentação, mais peso eles perderam”,
afirma Lee Hooper, pesquisadora da Universidade East Anglia, na
Grã-Bretanha, e coordenadora do estudo. Ela lembra que, embora o efeito
do emagrecimento não tenha sido tão intenso quando o de uma dieta, ele
ocorreu entre pessoas que não estavam obcecadas por emagrecer.
Segundo Hooper, o estudo não levou em consideração os tipos de gordura.
Mas, para Lee, reduzir o consumo de gorduras saturadas já é suficiente
para ajudar na perda de peso, além de proteger a saúde cardíaca. "Isso
significa, por exemplo, que estão liberados o leite e o iogurte
desnatados, mas que é ideal cortar a ingestão de manteiga, de queijos,
da gordura que pode vir junto com uma carne e de lanches gordurosos,
como bolachas e bolos.”
Alimentação dos brasileiros tem excesso de gorduras, afirma Ministério da Saúde
A Organização Mundial de Saúde recomenda ingestão diária de colesterol
inferior a 300 mg para a população em geral e menor que 200 mg para
pessoas com histórico de doenças cardíacas.
Na avaliação do Ministério da Saúde, a dieta dos brasileiros,
especialmente dos adolescentes, se caracteriza pelo alto consumo de
alimentos gordurosos.
Nesta segunda-feira, Dia Nacional de Combate ao
Colesterol, o governo alerta a população para o perigo do consumo
elevado de alimentação rica em gordura, segundo comunicado do órgão, e
para a importância de adotar hábitos saudáveis para melhorar a qualidade
de vida e evitar o aparecimento de doenças crônicas.
"Na atenção às doenças crônicas, além desse papel central que a
alimentação desempenha, também deve ser promovido todo o modo de vida
saudável, que inclui a redução do sedentarismo por meio da promoção de
práticas corporais e atividades físicas e a redução do tabagismo e do
consumo excessivo de álcool, entre outros fatores de risco", destaca a
coordenadora nacional de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde,
Patrícia Jaime, em texto divulgado à imprensa.
Conforme o Ministério, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e
sociedades médicas recomendam ingestão diária de colesterol inferior a
300 mg para a população em geral e menor que 200 mg para pessoas com
histórico de doenças cardíacas.
(Com Agência Estado)
Comer menos gordura pode diminuir risco de diabetes
Mesmo que não haja perda de peso, só o fato de reduzir a ingestão de gordura pode reduzir o risco de ter diabetes a longo prazo
Menos gordura: segundo o estudo, mesmo que não haja perda
de peso o risco de ter diabetes diminui só diminuindo a quantidade de
gordura nas refeições
(Thinkstock)
O estudo concluiu que limitar a ingestão de gordura por dia para cerca
de 27% da alimentação diária de uma pessoa pode diminuir o risco de
diabetes a longo prazo.
Pequenas mudanças na dieta podem ajudar na prevenção do diabetes mesmo
que não haja perda de peso, de acordo com um estudo publicado na American Journal of Clinical Nutrition.
Os autores do estudo analisaram, durante oito semanas, 69 pessoas, que
receberam dietas com pequenas reduções no consumo de gordura ou
carboidratos. Com isso, especialistas constataram que o baixo teor de
gordura incide na diminuição do risco do diabetes. Foram analisados
pacientes com dietas variando entre a baixa gordura (27% de gordura e
55% de carboidratos) e baixo carboidrato (39% de gordura e 43% de
carboidratos).
"Os participantes do grupo que consumiu menos gordura mostraram menor
risco para a doença independentemente da perda de peso", disse a
coordenadora do estudo, Barbara Gower, professora de Ciências da
Nutrição da Universidade do Alabama em Birmingham. Os resultados foram
melhores entre os participantes negros. "O estudo aponta que a qualidade
da dieta - não a quantidade - difere no risco do aparecimento do
diabetes tipo 2", avalia Gower.
O estudo concluiu que limitar a ingestão de gordura por dia para cerca
de 27% da alimentação diária de uma pessoa pode diminuir o risco de
diabetes a longo prazo.
Os pesquisadores salientaram que são mínimas as mudanças necessárias no
dia a dia. "As porções utilizadas neste estudo foram moderadas e por
isso as pessoas propensas ao diabetes poderiam adotar facilmente a dieta
com baixo teor de gordura", completou Laura Lee Gorée, co-autora do
estudo.
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