Composta
prioritariamente por arroz e feijão, associados a alimentos calóricos e
de baixo teor nutritivo, a dieta de 90% dos brasileiros está fora do
padrão recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no que diz
respeito ao consumo de frutas, verduras e legumes. É o que aponta o
estudo Análise de Consumo Alimentar Pessoal no Brasil, da Pesquisa de
Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009. O levantamento foi divulgado
nesta quinta-feira (28), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
Segundo o IBGE, a OMS e o Guia Alimentar Brasileiro
sugerem o consumo de 400 g de frutas, legumes e verduras por dia. Nem
10% da população ingere o indicado. As maiores médias de consumo diário
per capita no país são de feijão (182,9 g/dia), arroz (160,3 g/dia),
carne bovina (63,2 g/dia), sucos (145,0 g/dia), refrigerantes (94,7
g/dia) e café (215,1 g/dia). (Siga a leitura da reportagem após o
infográfico sobre o prato do brasileiro)
De acordo com o levantamento, os brasileiros,
principalmente os adolescentes, consomem em grande quantidade alimentos
como biscoitos, linguiça, salsicha, mortadela, sanduíches e salgados.
Entre as bebidas, destaque para os refrigerantes e sucos com adição de
açúcar. O consumo de biscoitos recheados foi quatro vezes maior entre os
adolescentes (12,3 g/dia) do que entre adultos (3,2 g/dia) e foi mínimo
entre os idosos (0,6 g/dia). Para sanduíches, os adolescentes e os
adultos apresentaram médias de consumo duas vezes maiores do que os
idosos.
Destacam-se nos domicílios rurais o consumo de arroz,
feijão, peixes frescos e farinha de mandioca. Já na área urbana,
segundo o IBGE, destaque para os refrigerantes, pão de sal, cerveja e
sanduíches.
Quando considerada a alimentação de homens e
mulheres, o estudo aponta que os homens têm menor consumo per capita de
verduras, saladas, e grande parte das frutas e doces. Já o consumo per
capita de cerveja e bebidas destiladas chega a ser cerca de cinco vezes
maior entre os homens do que entre as mulheres - o consumo de cerveja é
de 8,1 g/dia entre as mulheres, contra 55,7 g/dia entre os homens.
Impacto da renda na alimentação
O estudo do IBGE indica uma relação entre as condições de alimentação e a
renda familiar per capita do brasileiro. De acordo com o levantamento,
alimentos considerados saudáveis como o feijão, preparações à base de
feijão, milho e preparações à base de milho são mais consumidos entre a
população de menor renda. O mesmo acontece com o consumo médio de
batata-doce, enquanto a batata frita, por exemplo, considerada altamente
calórica, é mais consumida na classe de maior renda.
O consumo de doces, refrigerantes, pizzas e salgados
fritos e assados, considerados prejudiciais à saúde, também é reduzido
na menor categoria de renda do brasileiro. Por outro lado, o consumo de
frutas e verduras aumenta conforme a renda, assim como o de leite
desnatado e os derivados de leite, que têm custo mais elevado.
No caso do arroz, cuja ingestão diária chega a 168,1 g
por pessoa nas famílias com renda per capita de até R$ 296, o índice
cai para 129,7 g nas famílias com renda per capita acima de R$ 1.089. O
mesmo ocorre com o feijão, com consumo diário de 195,5 g e 127,5 g,
respectivamente.
Fonte: G1.com.br
Criado em: 04-07-2012 - Alterado/Corrigido em: 24-07-2012
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