+ corpos preparados para armazenar energia
= 1 bilhão de gordos no mundo
Fernanda Colavitti
Não tenho tempo' e 'eu mereço' foram minhas frases prediletas durante uns dois anos. A primeira era a justificativa para ter parado de fazer qualquer atividade física (inclusive subir um único lance de escadas) e a segunda (uma conseqüência da anterior) para os chocolates, sorvetes, salgadinhos e outras delícias que comia todos os dias (afinal aquela correria não era fácil e eu tinha direito a uma recompensa).
Muitas vezes as duas frases se complementavam para legitimar os lanches calóricos seguidos pelas sobremesas, que eram devorados em frente ao computador na hora do almoço ou do jantar. Era gostoso. Tanto que não dei muita importância para os quilinhos extras, que acabaram passando dos 10.
Epidemia de gordura
Fernanda Colavitti
'Durante dezenas de milhares de anos, o homem passou fome e se locomoveu muito. Sobrevivia aquele que tinha o organismo que armazenava mais energia e queimava menos caloria. Somos descendentes desses sobreviventes. Por isso, a maioria das pessoas tem que se esforçar para manter um peso adequado. Se consumirmos a média dos alimentos que são oferecidos e continuarmos sedentários, vamos virar um mundo de obesos. E a tendência, pelo visto é essa', diz o endocrinologista Márcio Mancini, ex-presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade. Em um mundo cheio de carros, elevadores, controles remotos, vidros elétricos, direções hidráulicas e até ginástica passiva, essa capacidade de armazenar energia que a maioria de nós herdou de nossos ancestrais tornou-se dispensável. E o que antes era vantagem, agora tornou-se um grande inconveniente. 'O sujeito com organismo econômico é aquele que tem alguns dos diversos genes que, por meios diferentes, favorecem o acúmulo de gordura. A obesidade não é uma doença monogênica, em que um único gene causa o problema. Esses casos são raríssimos. O mais comum são vários genes estarem ligados à predisposição a engordar', explica Mancini. Genes x ambiente Mas engana-se quem acha que os felizardos que não têm problemas com os genes podem comer e ficar sedentários à vontade. 'Se uma pessoa sem predisposição genética for submetida a uma dieta hipercalórica e ficar em repouso, ela também vai engordar', explica o endocrinologista Amélio Godoy de Matos, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Ele cita um trabalho clássico feito pelo presidente da Associação Internacional para o Estudo da Obesidade, Claude Bouchard. Ele submeteu 13 pares de gêmeos a uma dieta com 1.000 calorias em excesso durante 100 dias, e percebeu que essas pessoas engordaram em quantidade e velocidade diferentes. 'A interpretação é que para o mesmo estímulo ambiental, algumas pessoas dissipam mais energia e engordam menos. A diferença é que as que têm predisposição vão engordar mais, em maior velocidade e ter mais dificuldade de perder peso do que as outras', conclui. Como ainda vai demorar um bom tempo para livrar-nos dessa herança, já que mudanças genéticas importantes levam centenas ou milhares de anos para acontecer, precisamos mudar o ambiente ou nos readaptar a ele. Gordinho doente E isso começa aceitando a obesidade como uma doença séria, que deve ser tratada e, principalmente, evitada. 'Todo mundo acima do peso está doente, não precisa ser obeso, basta estar com IMC igual ou superior a 25. Se formos minuciosos e procurarmos, veremos que essa pessoa está menos saudável do que a que tem 23 ou 22 de IMC. Ela pode não ter doenças ainda, mas pode ser que com 50 anos já esteja tomando remédio para algum problema. Essa história de gordinho saudável não existe. Ou a pessoa não procurou direito, ou é mentira', esclarece Márcio Mancini. Para evitar o problema, a solução é a conhecida e odiada dupla: alimentação equilibrada e atividade física. E para aqueles que já estão acima do peso, nada de dietas da moda. 'Elas fazem mais parte do problema do que da solução. Uma pessoa que segue essas dietas emagrece, mas depois volta a engordar, geralmente até mais do que antes. E a cada ciclo desses vai ficando com um problema mais difícil de tratar, pois não muda os hábitos alimentares', explica Walmir Coutinho, professor da pós-gradução de endocrinologia da PUC-RJ. 'A estratégia tem que contemplar não só o emagrecimento mas a manutenção, o que só se consegue com um plano alimentar mais equilibrado, que difere de acordo com o perfil da pessoa. A obesidade pode ter vários motivos, incluindo os de ordem psicológica, a pessoa pode ter maior propensão a comer por impulso ou ser deprimida, o que também pode levar à obesidade', conclui.
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Na maioria dos casos, a recomendação geral é não ficar muito tempo sem se alimentar, dar preferência a alimentos saudáveis, evitar doces e bebida alcoólica em excesso e praticar mais atividades físicas. Mas se você já fez isso várias vezes e desistiu, pode ser que precise da ajuda de um profissional, ou simplesmente tem conceitos errados sobre emagrecimento.
Uma pesquisa internacional mostrou que quase metade das pessoas obesas ou com sobrepeso desistem de dieta aliada a exercícios em um mês. Um dos fatores são as metas pouco realistas, como achar que é preciso reduzir 40% do peso ou mais para diminuir os riscos à saúde, como acreditam 17% dos brasileiros entrevistados. 'Perder entre 5% e 10% do peso já melhora os fatores de risco', explica Amélio Godoy.
E não adianta querer perder tudo em um mês. A diminuição mensal de 3 a 4 quilos é o ideal, é mais saudável e facilita a manutenção. Godoy explica que emagrecer muito mais rápido do que isso leva à perda da massa magra (músculo). E quanto mais massa magra a pessoa perder, menor será sua capacidade de manter o peso, pois o músculo é a unidade metabólica que mais gasta energia. Se a pessoa perder 8 quilos em um mês, perderá 60% de gordura e 40% de massa magra. Passará a gastar menos energia e engordará de novo. Além disso há alterações de hormônios que favorecem o aumento do apetite. 'É por isso que poucos conseguem manter o peso', conclui.
Os medicamentos são a alternativa indicada para pacientes com IMC igual ou maior que 30, ou igual ou maior que 25 com alguma doença significativa relacionada ao peso. Em alguns casos, devem ser usados durante toda a vida. 'Quem toma remédio para pressão,colesterol e diabetes não toma para sempre? Se a obesidade é uma doença, igual às outras, por que não?', argumenta Márcio Mancini.
Estômago reduzido
Para os casos extremos, os obesos com IMC a partir de 40, que já tentaram todos os métodos e não obtiveram resultados, a recomendação é a intervenção cirúrgica. 'São situações graves, para as quais os tratamentos não cirúrgicos não funcionam bem, raríssimas vezes causam perda significativa de peso e manutenção a longo e médio prazo', explica o gastroenterologista Arthur Garrido, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica. De acordo com ele, o Brasil é o segundo país em números desse tipo de cirurgia realizadas por ano (1.500), atrás dos EUA, onde são feitas entre 100 e 150 mil. Para não chegar a esse ponto, é preciso combater o problema logo que ele começa, ou seja, procurar suas causas e atacá-las da maneira mais apropriada.
Saiba quais substâncias são liberadas pelas células de gordura |
Quando uma pessoa engorda, suas células adiposas (de gordura) aumentam em até seis vezes o seu tamanho e começam a se multiplicar, passando de cerca de 40 bilhões para cerca de 100 bilhões. Quando isso acontece, as células de gordura liberam na corrente sanguínea substâncias inflamatórias e hormônios, que causam diversos prejuízos ao organismo |
1. Ácidos graxos
As células de gordura armazenam triglicérides e os liberam na corrente sanguínea como ácidos graxos, que têm função energética. Mas quando são secretados em grande quantidade, são armazenados diretamente no fígado, coração e músculos, causando doenças 2. IL-6 e TNF-Alfa Proteínas produzidas pelo tecido adiposo e pelo sistema imunológico. Essas substâncias estão envolvidas no entupimento de artérias. Elas levam à formação de radicais livres (relacionados ao envelhecimento celular) e à lesão do endotélio (camada que reveste artérias e veias por dentro), favorecendo o acúmulo de placas de colesterol, que faz com que o indivíduo tenha mais doenças do coração e circulatórias 3. Adiponectina Proteína produzida pelo tecido adiposo. Tem um papel antiinflamatório e protege as artérias do entupimento pelo acúmulo de gordura. Ela é secretada pelo tecido adiposo em condições normais, mas quando a pessoa engorda, sua produção diminui. Está mais presente nos magros do que nos obesos 4. Angiotensinogênio e PAI-1 O angiotensinogênio é convertido em uma substância que causa constrição dos vasos sanguíneos, causando hipertensão. A diminuição doPAI-1, um anticoagulante natural, está relacionada à formação de trombos e coágulos 5. Resistina Proteína produzida pelo tecido adiposo. Quando secretada em grandes quantidades está relacionada à resistência à insulina (condição que leva ao desenvolvimento do diabetes tipo 2) 6. Leptina Hormônio produzido exclusivamente pelas células de gordura. É ele o responsável pela sensação de saciedade no cérebro. Quanto mais gordura a pessoa tem no corpo, mais leptina é produzida. O problema é que pessoas obesas, apesar de produzirem grande quantidade do hormônio, acabam criando resistência à sua ação |
Fonte: Márcio Mancini |
Mesmo com essa conspiração genética e ambiental, é possível emagrecer e se manter magro? A resposta é sim. 'É preciso fazer mudanças de hábitos, sem raciocinar em fazer regime e ter um alto grau de comprometimento com seu tratamento. É o que a maioria das pessoas chama de força de vontade. Eu chamo de comprometimento', conclui Amélio Godoy.
O psiquiatra Arthur Kaufman, coordenador do Projeto de Atendimento ao Obeso do Hospital das Clínicas de São Paulo, concorda e é mais duro. 'O obeso que culpa só o ambiente e a genética é como o bêbado que diz que a culpa não é dele, mas de suas companhias', compara. Bom, eu assumi a culpa e mudei minhas frases por exercícios e menos calorias. Venci o ambiente.
Comer ou não comer |
1. Qual é a melhor maneira de perder peso?
2. Se eu resolver consumir as calorias indicadas para a perda de peso em doces e frituras, vou emagrecer do mesmo jeito?
Diminuir a ingestão calórica. Ela deve ser pautada em alguns itens: peso atual e ideal, sexo, idade, atividade física e principalmente a ingestão atual de calorias. Não é adequado estipular as necessidades energéticas sem essas avaliações. Sim, mas não de uma forma saudável. 3. A caloria dos carboidratos e das proteínas é absorvida de maneira diferente pelo organismo? Caloria é sempre caloria (a quantidade de calor necessária para elevar em 1 0C 1 grama de água). Não existe nada que prove que as calorias das proteínas emagrecem mais do que as calorias dos carboidratos. O que pode acontecer é as calorias provenientes de proteínas e gorduras darem maior saciedade. 4. Para emagrecer, devo parar de comer carboidratos? O ideal é consumi-los dentro da recomendação: de 45% a 65% do total das calorias diárias. As proteínas devem estar em torno de 10% a 35% e as gorduras de 20% a 35%, de preferência gorduras monoinsaturadas (como azeite). 5. Produtos com baixo teor ou sem adição de gordura são isentos de calorias? Não. A maioria desses alimentos tem menos calorias do que os similares com adição de gordura, mas alguns desses produtos podem ter a mesma quantidade ou ainda mais calorias do que os normais, pois podem conter mais açúcar, farinha e amido para melhorar seu sabor. 6. Pular refeições ajuda a perder peso? Estudos mostram que pessoas que pulam o café da manhã e comem menos vezes durante o dia tendem a ser mais gordas do que aquelas que tomam café da manhã e comem cinco vezes por dia, em pequenas quantidades. Pessoas que pulam refeições acabam sentindo mais fome e comem mais do que o necessário. 7. Se eu comer após as 20 h vou engordar? Não importa a hora que você coma, mas sim o que e quanto você ingere e seu nível de atividade física durante o dia, o que determina a quantidade de calorias ingeridas e gastas. 8. Comer carne vermelha dificulta a perda de peso? Carnes vermelhas pouco gordurosas e em pequenas quantidades podem fazer parte de um plano alimentar para perda de peso, pois contêm nutrientes importantes, como proteína, ferro e zinco. 9. Se eu virar vegetariano vou emagrecer? Estudos mostram que os vegetarianos, em média, ingerem menos calorias, menos gordura e têm IMC menor do que pessoas que comem carne. Uma dieta vegetariana, com baixo consumo de gordura, pode ajudar na perda de peso, mas dietas vegetariana têm deficiência de nutrientes como ferro, cálcio, vitaminas D, B12 e zinco. 10. Laticínios devem ser evitados? Prefira iogurtes e queijos light e com baixo teor de gordura, que possuem os mesmos nutrientes do que os produtos normais, mas são pobres em calorias e gorduras. |
Fontes: Institutos Nacionais de Saúde dos EUA
(NIH), Andrea Galante, presidente da Sociedade Brasileira de Nutrição, e
Mônica Beyruti, nutricionista da clínica Alfredo Halpern
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A melhor maneira é combinar o IMC, divisão do peso em quilos pelo quadrado da altura, em metros (ex: Uma pessoa com 1,60 m e 80 quilos. A equação fica 80/2,56= 31,25. Essa pessoa é um obeso classe I) e a circunferência da cintura (indica a presença de gordura visceral, que aumenta o risco para diabetes, hipertensão, problemas cardíacos etc.). Se o IMC estiver normal, mas a circunferência acima do recomendado, a pessoa terá os mesmos riscos associados ao excesso de peso.
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Classificação: abaixo do peso
Risco de doenças associadas: baixo, mas risco aumentado de outros problemas clínicos |
18,50 a 24,99
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Classificação: normal
Risco de doenças associadas: médio |
> ou = a 25,00
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Classificação: sobrepeso
Risco de doenças associadas: aumentado Tratamento recomendado: reeducação alimentar, atividade física e medicamento, caso haja alguma doença associada |
25,00 a 29,00
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Classificação: pré-obeso
Risco de doenças associadas: médio Tratamento recomendado: reeducação alimentar, atividade física e medicamento, caso haja alguma doença associada |
30,00 a 34,99
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Classificação: obeso classe I
Risco de doenças associadas: moderado Tratamento recomendado: reeducação alimentar, atividade física e medicamento |
35,00 a 39,00
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Classificação: obeso classe II
Risco de doenças associadas: grave Tratamento recomendado: reeducação alimentar, atividade física e medicamento, caso haja alguma doença associada |
> ou = a 40,00
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Classificação: obeso classe III
Risco de doenças associadas: muito grave Tratamento recomendado: cirurgia, se o tratamento clínico falhar |
Circunferência abdominal | |
Medidas que representam riscos de complicações
metabólicas (resistência à insulina, diabetes, pressão alta, problemas
de coração):
Homens: entre 94 e 102 centímetros Mulheres: entre 80 e 88 centímetros |
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(Os valores do IMC independem da idade e valem para ambos os sexos) Fonte: OMS |
O que é?
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O que a ciência diz
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Dieta do Dr. Atkins | |
Criada nos EUA pelo médico Robert Atkins na década de 70, a dieta estimula o consumo de alimentos ricos em proteínas e gorduras e retira quase todo os carboidratos. | As pessoas perdem peso rapidamente, mas o recuperam ainda mais rápido, pois não conseguem manter este regime por muito tempo. Como o consumo de gorduras foi estimulado, muitas vezes o hábito alimentar torna-se ainda pior |
Dieta das proteínas | |
Variante da Dieta do Dr. Atkins, estimula o consumo de gorduras, presente em grande quantidade em diversos alimentos ricos em proteínas, como carnes vermelhas, bacon, ovos e frios (presunto, queijo, salame), e proíbe o consumo de alimentos ricos em carboidratos, como pães, grãos e massas. O consumo de frutas e verduras fica restrito a pequenas porções diárias. | O alto consumo de alimentos ricos em proteína animal
pode aumentar os níveis de colesterol e triglicérides e predispor a
pessoa a diversas doenças, como enfarte e derrame. A ingestão de grande
quantidade de proteína também pode sobrecarregar o fígado e os rins, que
terão que 'trabalhar dobrado' para eliminar o excesso de proteína
consumido.
Além disso, a pequena ingestão de fibras que ocorre nesta dieta pode
alterar o funcionamento do intestino e levar ao aparecimento de câncer. Existem estudos que comprovam que os carboidratos são os principais responsáveis pelo controle da saciedade. A redução na sua ingestão pode desregular o mecanismo de saciedade no cérebro e também pode levar à compulsão alimentar. Proteínas são fundamentais para uma alimentação saudável, mas devem limitar-se a apenas 15% a 20% do total de calorias ingerido. |
Dieta de South Beach | |
Criada pelo cardiologista Arthur Agatston, a dieta é parecida com a do Dr. Atkins no que se refere à pequena ingestão de carboidratos. Eles são proibidos na fase inicial, que dura poucas semanas. O consumo de alimentos à base de cereais e frutas retorna gradualmente, em menor quantidade do que antes, e com substituição da farinha de trigo refinada pelos grãos integrais. | Apesar de ser uma dieta desbalanceada, é menos prejudicial do que a do Dr. Atkins, pois diferencia gorduras e carboidratos bons e ruins (a introdução de cereais integrais, frutas, verduras, azeite, carnes magras e laticínios desnatados são medidas excelentes para a saúde). Mas não existem estudos que comprovem a eficácia dessa dieta a longo prazo. |
Dieta do índice glicêmico | |
Estimula o consumo de carboidratos com índice glicêmico baixo (farinha de trigo integral, frutas e vegetais), em vez dos refinados, como açúcar, farinha e arroz brancos. Esses alimentos aumentam rapidamente a glicose no sangue. A queda da glicemia também é rápida e causa fome em poucas horas novamente. | Alguns estudos mostram que alimentos com baixo índice glicêmico trazem menos riscos para doenças cardíacas e diabetes. Em relação à perda de peso, alguns estudos dizem que a ingestão de alimentos com baixo índice glicêmico faz com que a pessoa sinta menos fome. O problema é que essas pesquisas se referem a alimentos simples e não à mistura de alimentos que comemos no mundo real. O índice glicêmico de determinada refeição não depende somente dos carboidratos, mas de sua interação com as proteínas, gordura e preparo. Ainda faltam estudos clínicos para comprovar a eficácia. |
Dieta de Beverly Hills | |
Criada pela americana Judy Mazel, esta dieta baseia-se no consumo de apenas um tipo de fruta por dia, no período de 15 dias. | Desequilibrada e sem nenhuma base de conhecimentos científicos, essa dieta pode levar a carências de todos os tipos de nutrientes, causando vários problemas de saúde. A quase completa ausência de proteínas faz com que a pessoa perca não somente tecido gorduroso, mas também tecido muscular. É o gasto energético do tecido muscular um dos principais responsáveis pelo gasto de energia do nosso corpo, facilitando a queima de gordura. Se o corpo perde músculo, a pessoa terá uma dificuldade cada vez maior para emagrecer. |
Dieta da sopa | |
Estimula o consumo de sopa, preparada com alguns tipos de legumes, por uma semana. Pode-se chegar a perder até 4 kg em uma semana. | Esta dieta não é saudável, pois não é nutricionalmente completa. As sopas devem ser usadas como entrada de pratos principais ou substituir uma única refeição por dia. Não se deve, nem se consegue, manter esta dieta por um tempo prolongado. Dietas líquidas são muito pobres em calorias e em nutrientes e diminuem o metabolismo (conjunto de reações químicas que transformam a energia presente nos alimentos em energia disponível para exercermos nossas atividades). Por isso, quando a pessoa volta a se alimentar normalmente, poderá engordar rapidamente. |
Dieta da Lua | |
Esta dieta adota o esquema de uma alimentação líquida (sopas, chás, sucos etc.), nos dias em que a Lua muda de fase. | Não há nenhum fundamento cientifico que possa justificar este comportamento alimentar. A ingestão apenas de líquidos pode levar à deficiência de vários nutrientes e acarreta riscos para a saúde. Dietas deste tipo baseiam-se em períodos pré-definidos de tempo para impor severas restrições à alimentação de uma pessoa. Apesar de ser possível manter tais restrições no início, é impossível manter por um período longo de tempo. Ao interromper tais dietas, as pessoas voltam a se alimentar como antes e têm uma tendência a ganhar ainda mais peso do que tinham inicialmente. |
Dietas dos shakes | |
Estas dietas estimulam a substituição de refeições por diversos tipos de 'shakes' disponíveis no mercado geralmente sob a forma de kits. | Este método não é recomendado, pois pode ocasionar sérias carências nutricionais. Os 'shakes' não são alimentos criados com o objetivo de substituir uma refeição completa e, portanto, não contêm nutrientes em quantidade e qualidade suficiente. A pessoa não consegue manter tal alimentação por um tempo prolongado e ao interrompê-la, tenderá a se alimentar como antes e retomará o ganho de peso. |
Dieta do tipo sangüíneo | |
Programas individualizados para cada tipo sanguíneo para combater a obesidade e doenças associadas. | Não existem estudos que comprovem qualquer validade dessa dieta |
Vigilantes do peso | |
Segue o sistema de pontos. Cada alimento tem um valor. Não é permitido ultrapassar a soma estipulada. | É a melhor dieta para a mudança definitiva dos hábitos alimentares. Como não restringe nenhum tipo de alimento, a pessoa aprende a comer e emagrece de forma gradual, com maiores chances de manter o peso estável |
Fontes: Walmir Coutinho (www.emagrecimento.com.br), Andrea Galante, presidente da Sociedade Brasileira de Nutrição, e Mônica Beyruti, nutricionista da clínica Alfredo Halpern |
http://revistagalileu.globo.com/Galileu/0,6993,ECT832682-1706-1,00.html
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