Por que tem gente que come muito e não engorda?
Genes, hormônios e músculos são cúmplices desse ato de covardia
por Claudia Carmello
São diferenças no metabolismo que fazem com que algumas pessoas queimem mais calorias do que a média para manter o corpo funcionando, ou depositem menos gordura no tecido adiposo. "Assim como os carros enchem o tanque com gasolina ou álcool e usam esses combustíveis para rodar, nós nos abastecemos com gordura e a armazenamos, tirando dela a nossa energia", explica o endocrinologista Marcio Mancini, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade. "Daí, existem os carrões com motores potentes e grandes consumidores de combustível (esses são os ‘magros de ruim’) e os carros com motor de 1 000 cilindradas (esses são as pessoas com dificuldade para perder quilos)", completa.
O que fazer para ser um Land Rover e não um Uno Mille? Bem, a chance é grande de que você já nasça como um ou como outro. Estudos com gêmeos têm mostrado que a genética contribui com nosso peso corporal em 40 a 70%. Genes da obesidade têm sido identificados, o que mostra que alguns corpos já viriam programados para gastar mais fazendo as mesmas coisas. Seguindo na analogia, se seu corpo é um 4x4, você terá direito a comer mais - ou ser abastecido mais frequentemente.
E tem mais: os magros de ruim talvez sejam uma (invejada) minoria porque a seleção natural favoreceu o seu oposto, a eficiência energética. Com os grandes períodos de fome que a humanidade enfrentou, sobreviveram principalmente as pessoas poupadoras de reservas e as ávidas por comida. É isso: da próxima vez que encontrar algum magrinho mandando ver no brigadeiro, pare e pense: "Coitado, não guarda uma energia!"
Conheça os fatores que favorecem os chamados "magros de ruim".
SORTE NOS GENES
Alguns genes têm sido associados a acúmulo de gordura. O mais famoso é o FTO. Um estudo alemão recente, publicado na revista Nature, mostrou que ratos que não têm o FTO nunca ficam obesos. Mesmo comendo muito e se mexendo pouco, queimam muitas calorias. Como? Quem descobrir deve ficar muito rico.
METABOLISMO ACELERADO
Para viver, é preciso ingerir diariamente um número X de calorias. Essa é a taxa metabólica basal - a base necessária para respirar, raciocinar, manter os órgãos funcionando. Algumas pessoas nascem com essa taxa basal muito alta, o que permite botar muitas calorias pra dentro, pois elas já têm uso definido.
FOME SIM, GORDURA NÃO
Um estudo da Universidade da Califórnia mostrou que a serotonina, neurotransmissor que controla a fome e a deposição de gordura, faz as duas coisas por canais distintos. Acredita-se que alguns dos comilões que não engordam têm a sinalização da fome funcionando bem, e a da deposição de gordura com alguma falha.
DISCIPLINA
Muito "magro de ruim" por aí pode ser uma farsa. Há magrinhos que comem bastante nas refeições, mas nunca fora de hora. Já alguns com excesso de peso têm almoços e jantais frugais, mas sucumbem a ataques de fome repentinos e beliscam guloseimas entre as refeições.
MÚSCULOS
Genética não é tudo. A quantidade de músculos do corpo também faz com que alguns tenham um gasto calórico maior do que outros - e, portanto, possam comer mais sem engordar. Para ter uma ideia, 1 quilo de músculo torra 80 calorias por dia simplesmente para existir, enquanto 1 quilo de gordura gasta só 5 calorias.
JUVENTUDE
Você conhece alguém em seus 50 ou 60 anos que coma muito e nunca engorde? Ou seus exemplos são sempre de jovenzinhos? Nossa massa magra diminui paulatinamente com o avançar da idade, e a quantidade de atividade física diária também costuma diminuir. Mais magros e sedentários, deveríamos comer muito menos pra manter o peso - difícil, né?
Por que algumas pessoas comem de tudo e não engordam
Por que, por exemplo, algumas pessoas parecem estar sempre comendo de tudo e não engordam?E por que outros indivíduos vivem constantemente de dieta e não podem perder peso? Um estudo realizado por um programa chamado "Horizon" do canal de TV BBC recrutou 10 voluntários para tentar responder a estas perguntas.
As 10 pessoas, todos magros e que nunca haviam realizado nenhum tipo de dieta, passaram quatro semanas devorando todas as pizzas, batatas fritas, sorvetes e chocolate que tinham vontade.
Nenhum deles poderia fazer exercícios físicos e deveriam caminhar o mínimo possível.
Durante as quatro semanas do estudo, os voluntários deveriam duplicar a quantidade de calorias ingeridas diariamente, que eram, em média, de 3,5 mil para as mulheres e 5 mil para os homens. A experiência foi vigiada pelo médico pesquisador Rudy Leibel, da Universidade de Columbia, em Nova York.
Segundo o cientista, todos temos um peso natural, biologicamente determinado e o nosso corpo faz todo o tipo de esforços para manter-se nesse peso, sejamos magros ou gordos.
"O organismo constantemente tende a tentar que voltemos ao peso corporal normal que nos corresponde", afirma o especialista.
Leibel diz, entretanto, que outros fatores influenciam no peso de um indivíduo. "50% se deve a nossos genes e outros 50% provavelmente se devam ao meio."
Resistência à gula
A experiência foi mais fácil para uns voluntários do que para outros. Os acostumados a fazer exercícios físicos ou praticar esportes tiveram muitas dificuldades em limitar o esforço físico.
"Comer muito sempre foi fácil para mim. Estou acostumado a comer mais do que o normal quando estou me preparando para uma corrida", diz Thomas Patel-Campbell, um atleta que participou do estudo. "Fui um de apenas dois voluntários que não ficaram doentes durante a experiência. Mas o que foi mais difícil para mim foi limitar-me a 5 mil passos ao dia", completa.
O menu típico dos participantes consistia em sobremesas, batatas fritas, guisado gorduroso etc. Muitos dos participantes não conseguiram manter a dieta e todas as semanas vomitavam. Para dois dos voluntários foi impossível consumir a quantidade de calorias prevista por dia.
Depois de quatro semanas, os 10 voluntários haviam aumentado entre 3,5 e 5,5 kg. Dos dois que não conseguiram cumprir a cota, um engordou apenas meio quilo e o outro baixou de peso.
Esses resultados, segundo o cientista, demonstram os diferentes comportamentos que o corpo humano pode assumir quando enfrenta um excesso de calorias.
Gene associado à obesidade
A resposta poderia estar nos nossos genes. Especificamente no chamado gene FTO, o primeiro gene associado à obesidade.
Estudos no passado mostram que os adultos que têm uma variante desse gene pesam, em média, mais do que aqueles que não têm o FTO.
Além disso, o FTO pode influenciar no apetite porque as pessoas que têm esse gene não sabem quando o estômago está cheio. E as que não têm resistem mais facilmente à comida.
Dr. Leibel acredita que em algumas pessoas, como aquelas que não conseguiram cumprir sua cota de calorias diárias, o apetite quase não se altera, mesmo que queiram comer mais ou que sejam obrigados a fazê-lo.
"Temos que pensar que é uma espécie de termostato e que cada pessoa tem um ponto fixo marcado" explica o Dr. Liebel. "Quando o peso é reduzido abaixo deste ponto, o organismo vai lutar para recuperar o peso que perdeu", ele acrescenta.
E mesmo que o excesso de calorias possa resultar em muitas pessoas em um aumento de peso, a aparência delas não parece alterar-se.
Isto acontece porque, em vez de gordura, o peso aumenta pelo aumento da massa muscular a mediada que a taxa metabólica aumenta.
A Dr. Carel le Roux, outra especialista que supervisionou o estudo, afirma que esta é outra razão pela qual as pessoas não parecem ganhar peso apesar de comer muito. "Estudos têm demonstrado que esta tendência de aumentar a massa muscular e não a gordura quando comemos em excesso é determinada geneticamente", explica ela.
E assim, graças aos seus genes, quando a experiência terminou os voluntários foram capazes de retornar ao seu peso normal sem dificuldade e sem realização de dietas rigorosas ou regimes.
Porque algumas pessoas comem muito e engordam pouco enquanto outras comem pouco e engordam muito???
Isso se dá devido ao metabolismo, é a velocidade que cada organismo desmancha e absorve os alimentos , para serem levados através do sangue para todas as células...metabolismos rápidos, como quando estamos jovens, aproveitam menos os nutrientes, já quando envelhecemos, ele fica mais lento, aproveitando mais os nutrientes presentes em cada alimento...Quando não gastamos estes nutrientes, eles são armazenados no corpo, então engordamos!
Quanto mais atividades físicas, mais energia precisamos, então , menos gordura será armazenada...
Também tem o problema da tireóide, existem pessoas que engordam ou emagrecem demais , mesmo se alimentando normalmente, pois não sabem do problema hormonal desta glândula, se vc desconfia de seus hábitos alimentares e sua medida corporal, procure um médico, pode ser problema na tireóide.
http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20060917192905AA8T4aX
Por que tem gente que come muito e não engorda?
Março de 2010
Infográfico: Emiliano Urbim, Jorge Oliveira e Claudia Carmello
http://www.flickr.com/photos/revistasuper/4799191099/
Crônicas Veríssimo: O come e não engorda
Desta vez, a crônica vem do livro:
Ninguém é mais admirado ou invejado do que o come e não engorda. Você o conhece. É o que come o dobro do que nós comemos e tem metade da circunferência e ainda se queixa:
Por que tem gente que come muito e não engorda?
Fique atento, se você estiver acima do peso procure um médico.
6 motivos de porque pessoas que comem muito não engordam
Magro que dóiAs atribulações de quem luta contra a balança ao contrário: come, come e não engorda
Espezinhados pelos fofos, associados a características como pouca sensualidade e até falta de alegria de viver, os muito magros são ainda ignorados pela medicina. Aos que procuram ajuda profissional, só são oferecidos dois conselhos: comer bastante, o dia inteiro, e leves sessões de musculação, que ajudam a ganhar massa muscular. "Não existe remédio que faça engordar", informa a endocrinologista gaúcha Mirela Azevedo. "Há estimulantes de apetite, que podem funcionar em crianças mas são pouco eficazes em jovens e adultos." Pior: nas pessoas com tendência à magreza, aquele suado quilo a mais vai embora num estalo. "Demora-se meses para engordar um pouquinho, e perde-se tudo na primeira gripe mais forte", informa a nutricionista Tânia Rodrigues. No Congresso Europeu de Obesidade realizado há duas semanas, em Milão, não foi apresentado um único trabalho sobre o assunto. "Falta interesse, porque a magreza dificilmente leva a alguma doença", opina o endocrinologista carioca Walmir Coutinho, que esteve no congresso. "Ao contrário dos gordinhos, que podem até morrer de doenças decorrentes do excesso de peso." Desequilíbrio – É considerado magro quem tem índice de massa corporal (IMC – peso dividido pela altura ao quadrado) entre 19 e 17. Abaixo disso, a magreza é sinal de doença, como a anorexia. Outra medida usada para estabelecer o grau de magreza é o índice de gordura no corpo. Entre 21 e 30 anos, o normal para não atletas é 19% a 23% de gordura nas mulheres e 14% a 18% nos homens. Quem está acima do peso conhece esses índices de cor e salteado, até pela necessidade de prevenir doenças cardíacas, problemas de pressão e outros. Os sempre magros têm menos preocupação nesse departamento – não se conhecem doenças decorrentes da magreza, digamos, normal –, porém também precisam cuidar-se. "Quem pesa pouco tem, em geral, resistência mais baixa", alerta o endocrinologista Saulo Cavalcanti, professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. "Por isso, é mais suscetível a vírus e bactérias que levam a gripes, sinusites e amidalites." Se tem a vantagem de afetar menos a saúde do corpo, a magreza, acreditem, traz problemas emocionais parecidos com sua onipresente contrapartida, o excesso de peso. A professora Cristina Duran, 29 anos, 1,73 metro, pesa hoje 52 quilos, mas já chegou aos 41. Morre de medo de emagrecer e chega a passar mal nas refeições em que se farta de generosas porções de lasanha, arrematadas por doce com muito creme. "Meu marido acha lindo eu ser magra. Mas, no fundo, queria ter um perfil de gostosinha", queixa-se ela, invocando a fantasia mais constante das magricelas. "O desequilíbrio emocional dos muito magros é igual ao dos gordos", explica a nutricionista Tânia Rodrigues. "A diferença é que eles não engordam." Isso, até mais ou menos 30 anos, porque com a idade o ritmo do metabolismo se desacelera e até os supermagros ganham peso. Nessa hora vem a vingança dos invejosos: quem sempre pôde fartar-se vai sofrer em dobro para aprender a fechar a boca.
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Por Fernando Toscano (*)
Saiba porque algumas pessoas que comem pouco engordam
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Não é comendo pouco que você vai necessariamente emagrecer. É preciso ter um equilíbrio, saber se alimentar corretamente para ter aquele corpão tão desejado. Aqui vamos dar algumas dicas e explicações sobre esse assunto.
Uma pessoa que come bastante ao dia não pode parar de comer de uma hora para outra, pois isso traz conseqüências para a saúde, o organismo não está acostumado, o que vai acontecer é que o próprio corpo vai reter as calorias, e assim mesmo comendo pouco, você não vai gastar muita caloria, e não vai emagrecer.
Nutricionistas revelam que a melhor coisa a fazer é reduzir um pouco na quantidade de calorias ingeridas ao dia, e depois de algum tempo ir aumentando. Comer poucas refeições ao dia também não vai adiantar.
Você deve comer mais vezes ao dia (de cinco a seis refeições), porém em menos quantidade. Assim você vai liberar mais calorias ao dia. Quando você não se alimenta corretamente o metabolismo entra em déficit, e você não emagrece, mas sim engorda cada vez mais.
Isso também vai depender muito do que você come. Se você se alimenta pouco, mas apenas com açúcar, gordura entre outros alimentos calóricos, não vai adiantar nada, nunca chegará ao peso ideal.
Acrescente alimentos mais saudáveis, faça seis refeições ao dia. São pequenas mudanças, mas que fazem toda a diferença. Aprenda a comer bem, com saúde.
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