OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

Os textos a seguir são dirigidos principalmente ao público em geral e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes de cada assunto abordado. Eles não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores às informações aqui encontradas.

Mens sana in corpore sano ("uma mente sã num corpo são") é uma famosa citação latina, derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal.


No contexto, a frase é parte da resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida (tradução livre):

Deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são.
Peça uma alma corajosa que careça do temor da morte,
que ponha a longevidade em último lugar entre as bênçãos da natureza,
que suporte qualquer tipo de labores,
desconheça a ira, nada cobice e creia mais
nos labores selvagens de Hércules do que
nas satisfações, nos banquetes e camas de plumas de um rei oriental.
Revelarei aquilo que podes dar a ti próprio;
Certamente, o único caminho de uma vida tranquila passa pela virtude.
orandum est ut sit mens sana in corpore sano.
fortem posce animum mortis terrore carentem,
qui spatium uitae extremum inter munera ponat
naturae, qui ferre queat quoscumque labores,
nesciat irasci, cupiat nihil et potiores
Herculis aerumnas credat saeuosque labores
et uenere et cenis et pluma Sardanapalli.
monstro quod ipse tibi possis dare; semita certe
tranquillae per uirtutem patet unica uitae.
(10.356-64)

A conotação satírica da frase, no sentido de que seria bom ter também uma mente sã num corpo são, é uma interpretação mais recente daquilo que Juvenal pretendeu exprimir. A intenção original do autor foi lembrar àqueles dentre os cidadãos romanos que faziam orações tolas que tudo que se deveria pedir numa oração era saúde física e espiritual. Com o tempo, a frase passou a ter uma gama de sentidos. Pode ser entendida como uma afirmação de que somente um corpo são pode produzir ou sustentar uma mente sã. Seu uso mais generalizado expressa o conceito de um equilíbrio saudável no modo de vida de uma pessoa.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mens_sana_in_corpore_sano


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Por que tem gente que come muito e não engorda?

Por que tem gente que come muito e não engorda?

Genes, hormônios e músculos são cúmplices desse ato de covardia

por Claudia Carmello

Super 276Atenção: este texto está recheado de informações que podem causar indigestão a quem luta contra a balança. Resumindo: ou você nasce "magro de ruim" ou, sinto muito, vai ter que malhar e fechar a boca para ficar com o peso ideal.

São diferenças no metabolismo que fazem com que algumas pessoas queimem mais calorias do que a média para manter o corpo funcionando, ou depositem menos gordura no tecido adiposo. "Assim como os carros enchem o tanque com gasolina ou álcool e usam esses combustíveis para rodar, nós nos abastecemos com gordura e a armazenamos, tirando dela a nossa energia", explica o endocrinologista Marcio Mancini, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade. "Daí, existem os carrões com motores potentes e grandes consumidores de combustível (esses são os ‘magros de ruim’) e os carros com motor de 1 000 cilindradas (esses são as pessoas com dificuldade para perder quilos)", completa.

O que fazer para ser um Land Rover e não um Uno Mille? Bem, a chance é grande de que você já nasça como um ou como outro. Estudos com gêmeos têm mostrado que a genética contribui com nosso peso corporal em 40 a 70%. Genes da obesidade têm sido identificados, o que mostra que alguns corpos já viriam programados para gastar mais fazendo as mesmas coisas. Seguindo na analogia, se seu corpo é um 4x4, você terá direito a comer mais - ou ser abastecido mais frequentemente.

E tem mais: os magros de ruim talvez sejam uma (invejada) minoria porque a seleção natural favoreceu o seu oposto, a eficiência energética. Com os grandes períodos de fome que a humanidade enfrentou, sobreviveram principalmente as pessoas poupadoras de reservas e as ávidas por comida. É isso: da próxima vez que encontrar algum magrinho mandando ver no brigadeiro, pare e pense: "Coitado, não guarda uma energia!" 
Máquina de emagrecer

Conheça os fatores que favorecem os chamados "magros de ruim".

SORTE NOS GENES
Alguns genes têm sido associados a acúmulo de gordura. O mais famoso é o FTO. Um estudo alemão recente, publicado na revista Nature, mostrou que ratos que não têm o FTO nunca ficam obesos. Mesmo comendo muito e se mexendo pouco, queimam muitas calorias. Como? Quem descobrir deve ficar muito rico.

METABOLISMO ACELERADO
Para viver, é preciso ingerir diariamente um número X de calorias. Essa é a taxa metabólica basal - a base necessária para respirar, raciocinar, manter os órgãos funcionando. Algumas pessoas nascem com essa taxa basal muito alta, o que permite botar muitas calorias pra dentro, pois elas já têm uso definido.

FOME SIM, GORDURA NÃO
Um estudo da Universidade da Califórnia mostrou que a serotonina, neurotransmissor que controla a fome e a deposição de gordura, faz as duas coisas por canais distintos. Acredita-se que alguns dos comilões que não engordam têm a sinalização da fome funcionando bem, e a da deposição de gordura com alguma falha.

DISCIPLINA
Muito "magro de ruim" por aí pode ser uma farsa. Há magrinhos que comem bastante nas refeições, mas nunca fora de hora. Já alguns com excesso de peso têm almoços e jantais frugais, mas sucumbem a ataques de fome repentinos e beliscam guloseimas entre as refeições.

MÚSCULOS
Genética não é tudo. A quantidade de músculos do corpo também faz com que alguns tenham um gasto calórico maior do que outros - e, portanto, possam comer mais sem engordar. Para ter uma ideia, 1 quilo de músculo torra 80 calorias por dia simplesmente para existir, enquanto 1 quilo de gordura gasta só 5 calorias.

JUVENTUDE
Você conhece alguém em seus 50 ou 60 anos que coma muito e nunca engorde? Ou seus exemplos são sempre de jovenzinhos? Nossa massa magra diminui paulatinamente com o avançar da idade, e a quantidade de atividade física diária também costuma diminuir. Mais magros e sedentários, deveríamos comer muito menos pra manter o peso - difícil, né?
http://super.abril.com.br/alimentacao/tem-gente-come-muito-nao-engorda-543202.shtml
Por que algumas pessoas comem de tudo e não engordam



Por que algumas pessoas comem de tudo e não engordam

Por que, por exemplo, algumas pessoas parecem estar sempre comendo de tudo e não engordam?

E por que outros indivíduos vivem constantemente de dieta e não podem perder peso? Um estudo realizado por um programa chamado "Horizon" do canal de TV BBC recrutou 10 voluntários para tentar responder a estas perguntas.

As 10 pessoas, todos magros e que nunca haviam realizado nenhum tipo de dieta, passaram quatro semanas devorando todas as pizzas, batatas fritas, sorvetes e chocolate que tinham vontade.

Nenhum deles poderia fazer exercícios físicos e deveriam caminhar o mínimo possível.

Durante as quatro semanas do estudo, os voluntários deveriam duplicar a quantidade de calorias ingeridas diariamente, que eram, em média, de 3,5 mil para as mulheres e 5 mil para os homens. A experiência foi vigiada pelo médico pesquisador Rudy Leibel, da Universidade de Columbia, em Nova York.

Segundo o cientista, todos temos um peso natural, biologicamente determinado e o nosso corpo faz todo o tipo de esforços para manter-se nesse peso, sejamos magros ou gordos.

"O organismo constantemente tende a tentar que voltemos ao peso corporal normal que nos corresponde", afirma o especialista.

Leibel diz, entretanto, que outros fatores influenciam no peso de um indivíduo. "50% se deve a nossos genes e outros 50% provavelmente se devam ao meio."

Resistência à gula

A experiência foi mais fácil para uns voluntários do que para outros. Os acostumados a fazer exercícios físicos ou praticar esportes tiveram muitas dificuldades em limitar o esforço físico.

"Comer muito sempre foi fácil para mim. Estou acostumado a comer mais do que o normal quando estou me preparando para uma corrida", diz Thomas Patel-Campbell, um atleta que participou do estudo. "Fui um de apenas dois voluntários que não ficaram doentes durante a experiência. Mas o que foi mais difícil para mim foi limitar-me a 5 mil passos ao dia", completa.

O menu típico dos participantes consistia em sobremesas, batatas fritas, guisado gorduroso etc. Muitos dos participantes não conseguiram manter a dieta e todas as semanas vomitavam. Para dois dos voluntários foi impossível consumir a quantidade de calorias prevista por dia.

Depois de quatro semanas, os 10 voluntários haviam aumentado entre 3,5 e 5,5 kg. Dos dois que não conseguiram cumprir a cota, um engordou apenas meio quilo e o outro baixou de peso.

Esses resultados, segundo o cientista, demonstram os diferentes comportamentos que o corpo humano pode assumir quando enfrenta um excesso de calorias.

Gene associado à obesidade

A resposta poderia estar nos nossos genes. Especificamente no chamado gene FTO, o primeiro gene associado à obesidade.

Estudos no passado mostram que os adultos que têm uma variante desse gene pesam, em média, mais do que aqueles que não têm o FTO.

Além disso, o FTO pode influenciar no apetite porque as pessoas que têm esse gene não sabem quando o estômago está cheio. E as que não têm resistem mais facilmente à comida.

Dr. Leibel acredita que em algumas pessoas, como aquelas que não conseguiram cumprir sua cota de calorias diárias, o apetite quase não se altera, mesmo que queiram comer mais ou que sejam obrigados a fazê-lo.

"Temos que pensar que é uma espécie de termostato e que cada pessoa tem um ponto fixo marcado" explica o Dr. Liebel. "Quando o peso é reduzido abaixo deste ponto, o organismo vai lutar para recuperar o peso que perdeu", ele acrescenta.

E mesmo que o excesso de calorias possa resultar em muitas pessoas em um aumento de peso, a aparência delas não parece alterar-se.

Isto acontece porque, em vez de gordura, o peso aumenta pelo aumento da massa muscular a mediada que a taxa metabólica aumenta.

A Dr. Carel le Roux, outra especialista que supervisionou o estudo, afirma que esta é outra razão pela qual as pessoas não parecem ganhar peso apesar de comer muito. "Estudos têm demonstrado que esta tendência de aumentar a massa muscular e não a gordura quando comemos em excesso é determinada geneticamente", explica ela.

E assim, graças aos seus genes, quando a experiência terminou os voluntários foram capazes de retornar ao seu peso normal sem dificuldade e sem realização de dietas rigorosas ou regimes. 
 
 
foto

 

Porque algumas pessoas comem muito e engordam pouco enquanto outras comem pouco e engordam muito???

 Isso se dá devido ao metabolismo, é a velocidade que cada organismo desmancha e absorve os alimentos , para serem levados através do sangue para todas as células...metabolismos rápidos, como quando estamos jovens, aproveitam menos os nutrientes, já quando envelhecemos, ele fica mais lento, aproveitando mais os nutrientes presentes em cada alimento...Quando não gastamos estes nutrientes, eles são armazenados no corpo, então engordamos!
Quanto mais atividades físicas, mais energia precisamos, então , menos gordura será armazenada...
Também tem o problema da tireóide, existem pessoas que engordam ou emagrecem demais , mesmo se alimentando normalmente, pois não sabem do problema hormonal desta glândula, se vc desconfia de seus hábitos alimentares e sua medida corporal, procure um médico, pode ser problema na tireóide.

http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20060917192905AA8T4aX 

Por que tem gente que come muito e não engorda?

Superinteressante 276
Março de 2010
Infográfico: Emiliano Urbim, Jorge Oliveira e Claudia Carmello

http://www.flickr.com/photos/revistasuper/4799191099/ 

Crônicas Veríssimo: O come e não engorda


Desta vez, a crônica vem do livro:


Esse livro é excelente, as crônicas dão até água na boca pela maneira que Veríssimo trata a culinária. Vamos com uma crônica curtinha porque ainda tenho uma excelente notícia a publicar sobre o autor e seus livros.
O come e não engorda

Ninguém é mais admirado ou invejado do que o come e não engorda. Você o conhece. É o que come o dobro do que nós comemos e tem metade da circunferência e ainda se queixa:
- Não adianta. Não consigo engordar.
O come e não engorda é meu ídolo. Só não lhe peço autógrafo por inibição. Meu sonho é emagrecer e depois nunca mais engordar, por mais que tente. Quando eu diminuir, quero ser um come e não engorda.
Não se deve confundir o come e não engorda com o enfastiado. Este pertence a outra espécie. Não é humano. Pode até ser melhor do que nós, um aperfeiçoamento, mas não é humano. Afinal, o que une a humanidade é o seu apetite comum. Não é por nada que partilhar da comida com o próximo tem sido um símbolo de concórdia desde as primeiras cavernas. Até hoje as conferências de paz se fazem em volta de uma mesa onde a comida, se não está presente, está implícita. Desconfie do enfastiado. Ele será um agente de outra galáxia ou um poço de perversões, ou as duas coisas. De qualquer maneira, mantenha-o longe das crianças. Quando encontrar alguém na frente de um prato cheio só emparelhando as ervilhas com a ponta da faca, notifique os órgãos de segurança. É um enfastiado e pode ser perigoso. Sempre achei que as pessoas que comem como um passarinho deviam ser caçadas a bodoque. O seu fastio, inclusive, é um escárnio aos que querem comer e não podem.
Já o come e não engorda compartilha do nosso apetite, só não compartilha das conseguências. Ele repete a massa e não tem remorso. Pede mais chantily e sua voz não treme. Molha o pão no café com leite! E ainda se queixa:
- Há 15 anos tenho o mesmo peso.
O come e não engorda só parou de mamar no peito porque proibiram sua mãe de ficar junto no quartel. Quando o come e não engorda nasceu, uma estrela misteriosa apareceu no Guide Michelin de restaurantes para aquele ano. O come e não engorda caminha sobre a sauce bernaise e não afunda. Multiplica os filés de paixe à meunière e os pães de queijo. Por onde o come e não engorda passa, as ovelhas se atiram para trás e pedem “me assa!”. O come e não engorda tem o segredo da Vida e da Morte e, suspeita-se, o telefone da Bruna Lombardi. E ainda se queixa:
 - Tenho que tomar quatro milk-shakes entre as refeições. Dieta.
Dieta! E você ali, de olho arregalado.


Por que tem gente que come muito e não engorda?


É muito comum ouvirmos as pessoas mais velhas falando para as crianças “Menino, você não engorda de ruim!”, de fato não é tão simples assim.

Assim como cada pessoa tem um tipo físico e características próprias, cada pessoa tem um metabolismo, ou seja, cada organismo lida de forma diferente com os alimentos que ingerimos.

O metabolismo é quem vai determinar quanto de gordura vai ser consumida para as atividades do dia a dia, e quanto vai ser armazenado nas células adiposas (células de gordura).

Apesar de ser fácil identificar as características de cada metabolismo, não é fácil modificá-lo radicalmente, apenas podemos aproveitar os benefícios que cada tipo de metabolismo pode trazer.

Pessoas muito magras têm o metabolismo que armazena pouca energia, por isso podem abusar na ingestão de alimentos. Em compensação, pessoas com tendência ao acúmulo de gorduras, devem ter maior controle sobre a ingestão de alimentos.

Outro ponto relevante diz respeito a musculatura, cada 1 quilo de músculo torra 80 calorias por dia simplesmente para existir, enquanto 1 quilo de gordura gasta só 5 calorias.

Sabendo disso, nunca é demais lembrar a importância da prática de atividade física regular e dos exercícios de fortalecimento muscular para uma boa qualidade de vida e o controle do peso.

Por fim, devemos lembrar que com o passar dos anos, o metabolismo vai se desacelerando, ou seja, temos uma queda na massa muscular e um aumento de acúmulo de gordura.

Fique atento, se você estiver acima do peso procure um médico.
 

6 motivos de porque pessoas que comem muito não engordam

Alguns genes tem sido associados a acúmulo de gordura. O mais famoso é o FTO. Um estudo alemão recente, publicado na revista Nature, mostrou que ratos que não tem o FTO nunca ficam obesos. Mesmo comendo muito e se mexendo pouco, queimam muitas calorias. Como? Quem descobrir deve ficar muito rico.
Para viver, é preciso ingerir diariamente um número X de calorias. Essa é a taxa metabólica basal – a base necessária para respirar, raciocinar, manter os órgãos funcionando. Algumas pessoas nascem com essa taxa basal muito alta, o que permite botar muitas calorias para dentro, pois elas já têm uso definido.
Um estudo da Universidade da Califórnia mostrou que a serotonina, neurotransmissor que controla a fome e a deposição de gordura, faz as duas coisas por canais distintos. Acredita-se que alguns dos comilões que não engordam têm a sinalização da fome funcionando bem, e a da deposição de gordura com alguma falha.
Muito ‘‘magro de ruim’’ por aí pode ser uma farsa. Há magrinhos que comem bastante nas refeições, mas nunca fora de hora. Já alguns com excesso de peso têm almoços e jantas frugais, mas sucumbem a ataques de fome repentinos e beliscam guloseimas entre as refeições.
Genética não é tudo. A quantidade de músculos do corpo também faz com que alguns tenham um gasto calórico maior do que outros – e, portanto, possam comer mais sem engordar. Para ter uma ideia, 1 quilo de músculo torra 80 calorias por dia simplesmente para existir, enquanto 1 quilo de gordura gasta só 5 calorias.
Você conhece alguém em seus 50 ou 60 anos que coma muito e nunca engorde? Ou seus exemplos são sempre de jovenzinhos? Nossa massa magra diminuiu paulatinamente com o avançar da idade, e a quantidade de atividade física diária também costuma diminuir. Mais magros e sedentários, deveríamos comer muito menos pra manter o peso – difícil, né?
 

Magro que dói

As atribulações de quem luta
contra a balança ao contrário:
come, come e não engorda


Anônio Milena
Vinicius Sena Madureira, estudante
Idade: 22 anos
Altura: 1,83 m
Peso: 65 kg
Alimentação: não divide prato, come macarrão todo dia, sorvete é sempre sundae
Apelidos: Varapau, Bambu
Todo mundo conhece a figura. Aonde vai, carrega um pacote de biscoito ou uma barra de chocolate. No restaurante, é a única que pede sobremesa. Se a turma sai para um cafezinho, pede chocolate. Grande. Com chantilly. Trata-se do magro de doer, aquele que come de tudo, na quantidade que quiser, e não engorda de jeito nenhum. Para a multidão planetária que vive de regime, parece um vidão. Pois saiba que, em geral, não é. Os muito magros são obrigados a comer mesmo sem vontade, têm vergonha do corpo e penam na luta contra a balança, já que é infinitamente mais fácil perder do que ganhar peso. O que eles têm, que o resto da população inveja, é um metabolismo que trabalha de forma mais acelerada e exige do corpo uma quantidade maior de energia (ou seja, de comida). "Ninguém sabe por que alguns organismos são assim, mas temos uma certeza: é uma característica genética, daquelas que nascem com a pessoa", diz o endocrinologista Alfredo Halpern, professor da Universidade de São Paulo, USP.
 
Anônio Milena
Hilda Cannizza, dona de casa
Idade: 40 anos
Altura: 1,62 m
Peso atual: 48 kg
Alimentação: levedo de cerveja, gemada, batata frita, sopa com pão
Apelidos: Palito, Magricela
Os magros que nunca engordam, como bem sabe a torturada legião dos gorduchos, são minoria não passam de 5% da população mundial, segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde (em contrapartida, 40% são obesos). No entanto, sempre se destacam, pelo tanto que comem e pelo tanto que reclamam do peso pluma. A dona de casa paulistana Hilda Cannizza, 40 anos, estatura mediana, pesa 48 quilos e, por mais que tente, nunca na vida passou dos 50. Esforçar-se, ela se esforça. Não fica três horas sem comer alguma coisa e toma diariamente levedo de cerveja, "porque dizem que abre o apetite". Toma vitamina, repete o prato (caprichado) no almoço e no jantar e faz lanchinhos à base de gemada, pão de mel e bolo. "Já experimentei caracu com ovo, mingau de maisena, mas nada me faz engordar", lamenta. "O pior é que, se passo um único dia comendo menos, me sinto fraca."
Anônio Milena
Danielle Pessôa Cavalcanti, estudante e modelo
Idade: 16 anos
Altura: 1,79 m
Peso: 55 kg
Alimentação: sanduíche e biscoitos no lanche, leite com chocolate antes de dormir
Apelido: Peso-Pena
E os apelidos? "Olívia Palito", "Varapau", "Caniço", não há criança ou adolescente magrela que escape do seu. As meninas pelo menos têm hoje em dia uma compensação que, se não resolve a questão das pernas finas na hora de pôr biquíni, pelo menos ajuda a auto-estima: a influência das modelos nos padrões de beleza. "Não gostava de ser magra, mas, atualmente, adoro", diz a estudante carioca Danielle Pessôa Cavalcanti, 16 anos, 1,79 metro e 55 quilos, que dá os primeiros passos na passarela. "Tenho corpo para isso e não me sacrifico para mantê-lo", tripudia Danielle, contumaz devoradora de hambúrguer, capaz de traçar um pacote inteiro de biscoito no lanchinho da tarde. Já para os garotos, braço fino, peito encovado e costelas aparecendo são um problemão. "Não ando nada satisfeito com meu corpo", admite Vinicius Sena Madureira, universitário paulistano de 22 anos, 1,83 metro, 65 quilos, que está fazendo tratamento médico para engordar e consome 4.000 calorias por dia. "Olho no espelho e sinto que está faltando algo." A mesma sensação tem Jairo Feldman, estudante de 21 anos, 1,82 metro e 63 quilos, que faz no mínimo cinco refeições por dia e não come sobremesa, mas devora chocolate até uma caixa inteira de barrinhas pequenas. "Ser magro chama muito a atenção", reclama.
Espezinhados pelos fofos, associados a características como pouca sensualidade e até falta de alegria de viver, os muito magros são ainda ignorados pela medicina. Aos que procuram ajuda profissional, só são oferecidos dois conselhos: comer bastante, o dia inteiro, e leves sessões de musculação, que ajudam a ganhar massa muscular. "Não existe remédio que faça engordar", informa a endocrinologista gaúcha Mirela Azevedo. "Há estimulantes de apetite, que podem funcionar em crianças mas são pouco eficazes em jovens e adultos." Pior: nas pessoas com tendência à magreza, aquele suado quilo a mais vai embora num estalo. "Demora-se meses para engordar um pouquinho, e perde-se tudo na primeira gripe mais forte", informa a nutricionista Tânia Rodrigues. No Congresso Europeu de Obesidade realizado há duas semanas, em Milão, não foi apresentado um único trabalho sobre o assunto. "Falta interesse, porque a magreza dificilmente leva a alguma doença", opina o endocrinologista carioca Walmir Coutinho, que esteve no congresso. "Ao contrário dos gordinhos, que podem até morrer de doenças decorrentes do excesso de peso."
Desequilíbrio É considerado magro quem tem índice de massa corporal (IMC peso dividido pela altura ao quadrado) entre 19 e 17. Abaixo disso, a magreza é sinal de doença, como a anorexia. Outra medida usada para estabelecer o grau de magreza é o índice de gordura no corpo. Entre 21 e 30 anos, o normal para não atletas é 19% a 23% de gordura nas mulheres e 14% a 18% nos homens. Quem está acima do peso conhece esses índices de cor e salteado, até pela necessidade de prevenir doenças cardíacas, problemas de pressão e outros. Os sempre magros têm menos preocupação nesse departamento não se conhecem doenças decorrentes da magreza, digamos, normal , porém também precisam cuidar-se. "Quem pesa pouco tem, em geral, resistência mais baixa", alerta o endocrinologista Saulo Cavalcanti, professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. "Por isso, é mais suscetível a vírus e bactérias que levam a gripes, sinusites e amidalites."
Se tem a vantagem de afetar menos a saúde do corpo, a magreza, acreditem, traz problemas emocionais parecidos com sua onipresente contrapartida, o excesso de peso. A professora Cristina Duran, 29 anos, 1,73 metro, pesa hoje 52 quilos, mas já chegou aos 41. Morre de medo de emagrecer e chega a passar mal nas refeições em que se farta de generosas porções de lasanha, arrematadas por doce com muito creme. "Meu marido acha lindo eu ser magra. Mas, no fundo, queria ter um perfil de gostosinha", queixa-se ela, invocando a fantasia mais constante das magricelas. "O desequilíbrio emocional dos muito magros é igual ao dos gordos", explica a nutricionista Tânia Rodrigues. "A diferença é que eles não engordam." Isso, até mais ou menos 30 anos, porque com a idade o ritmo do metabolismo se desacelera e até os supermagros ganham peso. Nessa hora vem a vingança dos invejosos: quem sempre pôde fartar-se vai sofrer em dobro para aprender a fechar a boca.
 

Afogado em calorias

O normal é de 1 500 a 2 000. Nos regimes, o consumo cai para cerca de 1 000. Porém quem é magro demais tem de comer, no mínimo, 4 000 calorias por dia
Café da manhã
2 fatias de pão com peito de peru e queijo
1 suco de laranja
1 tigela de cereais com iogurte e mel
Lanche
1 vitamina de frutas com Sustagen
1 pão de queijo
Almoço
Salada de folhas verdes, beterraba e grão-de-bico
2 medalhões de filé ao molho madeira (120 g cada um)
4 colheres grandes de arroz
1 concha grande de feijão
3 colheres (de sopa) de suflê de espinafre
1 taça de musse de chocolate
Lanche
1 chocolate quente
1 misto-quente
1 pêra
Jantar
Salada de folhas verdes, milho e palmito
1 prato de lasanha ao sugo
1 filé de frango grande (200 g) ao molho de ervas
1 pedaço de pudim de leite
Fonte: BRGNutri Consultoria Nutricional
 
Metabolismo turbinado
Por Fernando Toscano (*)
            Quem deseja emagrecer, ou fazer reeducação alimentar, já deve ter ouvido falar em "acelerar o metabolismo". Esta expressão entrou de vez no dicionário de nutricionistas, nutrólogos e endocrinologistas, pois é uma maneira de tornar o emagrecimento mais estável e evitar o efeito platô (quando o corpo se acostuma com a perda de peso e começa a não responder mais à dieta).
            As diferenças de metabolismo entre as pessoas explicam porque uma pessoa magra que come muito não engorda "nem por decreto". O organismo dessas pessoas tem taxa metabólica elevada, ou seja, queima calorias mais rapidamente do que uma pessoa gorda que come a mesma quantidade de calorias diariamente. Por isso é que não se deve seguir a dieta da amiga ou do colega e nem acreditar em fórmulas milagrosas. Cada pessoa deve encontrar a melhor forma de reeducar a alimentação para manter o peso saudável e a saúde em dia.
Acelerando o metabolismo:
            A variação da taxa metabólica é influenciada por vários fatores como idade (quanto mais velho mais lento), sexo (homens geralmente têm metabolismo mais rápido), questões genéticas, alimentação e prática de exercícios. Afinal, cerca de 70% da energia produzida por nosso corpo é utilizada no metabolismo basal e 10% é utilizada no processo natural de metabolização dos alimentos.
            Segundo a nutricionista Flávia Ramos, não é tão difícil ajudar o metablismo a funcionar: "Para acelerar o metabolismo o primeiro passo é comer de três em três horas. Assim seu corpo vai recebendo a informação e lembrando que deve trabalhar mais rapidamente. Quem acha que, para emagrecer, deve ficar horas sem comer está totalmente enganado. Comendo pouco e várias vezes ao dia os seus hormônios ficam controlados, você reduz o apetite para a próxima refeição, melhora a digestão, o funcionamento intestinal e ainda queima mais calorias".
            Os alimentos termogênicos, ou sejam, aqueles que produzem mais energia para serem metabolizados do que o número real de calorias que eles possuem - como, por exemplo, a pimenta, o gengibre, o chá verde, a mostarda, a laranja, a cafeína e até a água gelada - ajudam a aumentar o metabolismo, mas somente eles não resolvem a questão. "Não existem alimentos milagrosos. Na verdade, a alimentação pobre em gorduras (que cansa o metabolismo), rica em fibras (que faz o processo de limpeza), fracionada em até sete refeições e equilibrada é que fazem esse efeito. Experimente comer mais frutas e verduras, líquidos (especialmente o chá verde), comer mais sementes e grãos."
Mudança de hábito:
            Como deu para perceber, é preciso força de vontade e determinação para inserir mais alimentos positivos na dieta, melhorar a qualidade de hidratação do organismo e investir em exercícios físicos para gastar toda esta energia que fica estocada e acaba virando desagradáveis "pneuzinhos". Uma boa dica é caminhar, pelo menos 5 vezes por semana, em passos mais acelerados do que o normal e por, pelo menos, 35 minutos - 50 minutos é o ideal. A diferença vem aos poucos, mas de forma definitiva e ainda com uma vantagem: o controle da pressão arterial (estudos recentes apontam que após 3 meses de caminhadas regulares a média da pressão arterial cai de 1 a 2 pontos e se mantém sob controle). Outras vantagens: prevenção da diabetes, sensação de maior bem estar e disposição em alta.
(*) Fernando Toscano é editor-chefe do Portal Brasil.

Saiba porque algumas pessoas que comem pouco engordam

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Saiba porque algumas pessoas que comem pouco engordam
Não é comendo pouco que você vai necessariamente emagrecer. É preciso ter um equilíbrio, saber se alimentar corretamente para ter aquele corpão tão desejado. Aqui vamos dar algumas dicas e explicações sobre esse assunto.
Uma pessoa que come bastante ao dia não pode parar de comer de uma hora para outra, pois isso traz conseqüências para a saúde, o organismo não está acostumado, o que vai acontecer é que o próprio corpo vai reter as calorias, e assim mesmo comendo pouco, você não vai gastar muita caloria, e não vai emagrecer.
Nutricionistas revelam que a melhor coisa a fazer é reduzir um pouco na quantidade de calorias ingeridas ao dia, e depois de algum tempo ir aumentando. Comer poucas refeições ao dia também não vai adiantar.
Você deve comer mais vezes ao dia (de cinco a seis refeições), porém em menos quantidade. Assim você vai liberar mais calorias ao dia. Quando você não se alimenta corretamente o metabolismo entra em déficit, e você não emagrece, mas sim engorda cada vez mais.
Isso também vai depender muito do que você come. Se você se alimenta pouco, mas apenas com açúcar, gordura entre outros alimentos calóricos, não vai adiantar nada, nunca chegará ao peso ideal.
Acrescente alimentos mais saudáveis, faça seis refeições ao dia. São pequenas mudanças, mas que fazem toda a diferença. Aprenda a comer bem, com saúde.


Inglesa come muito e não consegue engordar por causa de distúrbio

Carole sofre de um distúrbio muscular Foto: Reprodução

Comer sem medo de engordar é um sonho para muitas pessoas. Mas para Carole French, é um pesadelo. A inglesa, de 50 anos e mãe de dois filhos, pode ingerir milhares de calorias todos os dias e não engordar um grama sequer.
Carole, de Manchester, sofre de um distúrbio que impede que os músculos absorvam gordura. Só há duas pessoas no mundo com essa deficiência. E a inglesa pode garantir que a doença é um grande problema. Ela é tão magra, que precisa comprar roupas para crianças de 10 anos. Todas as vezes que sai de casa é bombardeada com insultos e já está começando a desenvolver osteoporose e artrite.
Apesar de parecer anoréxica, Carole garante que se alimenta muito bem. “Eu como igual a um cavalo”, disse ela em entrevista ao jornal Daily Mail. A dieta nada restritiva da inglesa inclui salada de queijo e rodízio de comida chinesa. Mas é como se ela comesse uma folha de alface por dia. “As pessoas param e ficam diante de mim, tiram fotos como se eu fosse algum tipo de aberração. É muito triste”, desabafou.
Por mais que coma, ela não consegue engordar












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