Modalidade enfrenta menos carros e estimula contato com a natureza
Segundo Paulo Tarso, o grande diferencial da trilha é a quantidade bem menor de carros que o ciclista enfrenta. Ele lembra apenas que, em certos lugares, é preciso lidar com jipeiros e motoqueiros nem sempre tão amigáveis. "Ainda assim, os riscos de acidentes e confusões são bem mais baixo", diz.
Outra característica positiva é o contato com a natureza. "O ar limpo e a ausência de poluição sonora e visual nos dá sensação de liberdade e faz com que deixemos o estresse para trás", complementa Lucas Moreira, presidente da Associação Mountain Bike BH de Ciclismo, em Belo Horizonte. Ele conta que, andando de bicicleta, você enxerga as paisagens de outra maneira e chega a lugares inacessíveis a automóveis.
"Como você passa por buracos, caminhos sinuosos, subidas e descidas - e tudo na terra - a modalidade exige um bom preparo físico", adverte Paulo Tarso. Tamanha dificuldade pode desestimular muitos aspirantes logo na primeira tentativa, mas o ciclista Lucas Moreira conta que o que define o sucesso no esporte é persistência e o autoconhecimento. "Um iniciante deve reconhecer suas limitações e optar por começar com desafios mais simples, em trilhas com menos relevo", sugere.
Bicicletas não são todas iguais: existem os modelos mais simples próprios para passeios, outros tamanho e design ideal para manobras e as versões destinadas aos praticantes de mountain bike. Estas têm acabamento reforçado adequado para suportar grandes impactos e sempre incluem marcha. Investir nesse equipamento específico é uma questão de segurança, lembra Paulo.
"Os equipamentos básicos são capacete, óculos, luva, bermuda com forro (para evitar que o banco machuque) e roupas leves que, de preferência, chamem a atenção de motoristas de carro, para evitar acidentes", pontua Lucas Moreira. Também é aconselhável sempre levar uma capa de chuva, caso o tempo mude durante o passeio, e roupa de banho para aproveitar as cachoeiras que aparecem no caminho.
Fazer trilhas sozinho pode ser muito perigoso. Além do risco de se machucar e não ter qualquer pessoa para dar suporte, você fica mais vulnerável a assaltos. "O ideal é sair em grupos de pelo menos três pessoas, pois, caso ocorra algum acidente, um dos integrantes poderá ficar com a pessoa machucada e o outro irá buscar ajuda", aconselha Paulo Tarso. O profissional conta ainda que uma das grandes motivações do esporte é o companheirismo entre os participantes.
Antes de sair para uma trilha, ajuste a altura do banco para não acordar no dia seguinte com dores nas costas, cheque se as rodas estão bem fixadas, veja se as marchas estão funcionando corretamente e calibre os pneus. Também é importante levar a bicicleta para revisão regularmente. "O ideal é uma revisão a cada seis meses pelo menos, mas isso também vai depende do biker, pois só ele saberá dizer quando a bicicleta não está 100%", afirma Lucas Moreira. Por fim, um hábito que nem todos cultivam - mas que deveriam - é colocar óleo na correinte para deixá-la sempre lubrificada.
Nada de esguicho! Segundo o profissional Paulo, alguns componentes da bicicleta são muito sensíveis e podem ser danificados se entrarem em contato direto com jatos de água. Por isso, sempre que possível, faça uma lavagem a seco que, além de tudo, ainda conserva a lubrificação da bicicleta. Caso ela esteja coberta de lama, espere secar até poder eliminar a terra com uma simples escovação.
Por ser um passeio ao ar livre, o mountain bike está à deriva de calor e frio excessivo, além, é claro, da chuva. Tanto Paulo quanto Lucas não costumam pedalar em dias chuvosos, mas contam que durante diversas trilhas foram surpreendidos por verdadeiros dilúvios. Nessa hora, o jeito é vestir a capa de chuva e encarar a trilha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário