OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

Os textos a seguir são dirigidos principalmente ao público em geral e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes de cada assunto abordado. Eles não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores às informações aqui encontradas.

Mens sana in corpore sano ("uma mente sã num corpo são") é uma famosa citação latina, derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal.


No contexto, a frase é parte da resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida (tradução livre):

Deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são.
Peça uma alma corajosa que careça do temor da morte,
que ponha a longevidade em último lugar entre as bênçãos da natureza,
que suporte qualquer tipo de labores,
desconheça a ira, nada cobice e creia mais
nos labores selvagens de Hércules do que
nas satisfações, nos banquetes e camas de plumas de um rei oriental.
Revelarei aquilo que podes dar a ti próprio;
Certamente, o único caminho de uma vida tranquila passa pela virtude.
orandum est ut sit mens sana in corpore sano.
fortem posce animum mortis terrore carentem,
qui spatium uitae extremum inter munera ponat
naturae, qui ferre queat quoscumque labores,
nesciat irasci, cupiat nihil et potiores
Herculis aerumnas credat saeuosque labores
et uenere et cenis et pluma Sardanapalli.
monstro quod ipse tibi possis dare; semita certe
tranquillae per uirtutem patet unica uitae.
(10.356-64)

A conotação satírica da frase, no sentido de que seria bom ter também uma mente sã num corpo são, é uma interpretação mais recente daquilo que Juvenal pretendeu exprimir. A intenção original do autor foi lembrar àqueles dentre os cidadãos romanos que faziam orações tolas que tudo que se deveria pedir numa oração era saúde física e espiritual. Com o tempo, a frase passou a ter uma gama de sentidos. Pode ser entendida como uma afirmação de que somente um corpo são pode produzir ou sustentar uma mente sã. Seu uso mais generalizado expressa o conceito de um equilíbrio saudável no modo de vida de uma pessoa.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mens_sana_in_corpore_sano


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Gastronomia é segredo da longevidade dos habitantes de Okinawa, no Japão

Gastronomia é segredo da longevidade dos habitantes de Okinawa, no Japão


No Mercado Makishi pode se encontrar grande variedade de pescado.
Se o Japão é conhecido pela longevidade de seus habitantes, o destaque dentro do país está na província de Okinawa, no sul. Talvez o clima agradável e a vida tranquila influenciem na longa vida dos anciãos desta área, mas muitos deles concordam que, para chegar aos cem anos, há um segredo fundamental: a gastronomia.

Ainda hoje, os centenários de Okinawa dizem "kusuimun" ou "nuchigusui" para se referir à comida, o que em "uchina guchi", a antiga língua do arquipélago, significa medicina ou medicina vital. Durante séculos o estilo de vida dos extraordinariamente longevos habitantes destas ilhas se sustentou em três pilares: a atividade física diária, um ritmo de vida relaxado e uma boa alimentação.

Neste campo, os ingredientes, as técnicas para cozinhar os alimentos e o espírito do "Ishoku Dogen", que pode se traduzir por "Comer são para prevenir a doença", evoluíram ao ritmo da rica troca cultural e comercial do arquipélago com a China, a península coreana, o Sudeste Asiático e o resto do Japão.

O abundante consumo de vegetais e pescado é tão essencial na frugal dieta okinawense como o hábito do “hara hachi bu", que significa que uma pessoa deve comer até se sentir 80% cheia, para limitar a ingestão de calorias.

O "beni imo", ou batata roxa, cujo alto valor nutritivo sustentou a população durante as crises de fome que castigaram a província, a mais pobre do Japão, é além disso um dos ingredientes mais saudáveis destas ilhas. Desde bolinhos até tortas e sorvetes, os okinawenses empregam esta batata em diversas especialidades. Rica em betacaroteno e antioxidantes, ela está sendo estudada por supostas propriedades para controlar o apetite.

Também é importante o clima subtropical da província, que permite o cultivo abundante de frutas como o abacaxi, o mamão, a goiaba ou a "shikwasa", também chamada tangerina de Taiwan, cuja ingestão ajuda a limitar a ação dos radicais livres, que oxidam o organismo.

Melão amargo, a fruta mais característica da gastronomia local

Frutas
No entanto, é o melão amargo, ou "goya", que é considerado a fruta mais característica da gastronomia local e uma das mais saudáveis, com propriedades que foram estudadas em pesquisas sobre câncer,  diabetes e sobre o sistema cardiovascular. Sua forma de apresentação típica é o "goya champuru" ou revolto de "goya", um prato que se popularizou em todo Japão e que costuma levar também tofu, brotos de soja, ovo e carne ou pescado.

Em Okinawa, é frequente o “champuru” ser acompanhado por uma pequena porção de "umibudo", a alga mais consumida na região, que parece um pequeno cacho de uvas de cor verde.
Embora possa ser consumido com molho de soja ou vinagre de arroz, o gosto ligeiramente salgado do "umibudo" fica quase imperceptível, sobretudo em comparação com o "tofuyo",  tofu envelhecido e fermentado que constitui outro aperitivo típico e tem sabor de um queijo forte.

Bebida
Os aldeões asseguram que uma boa maneira de desfrutar o "tofuyo" é com um copo de "awamori", bebida de arroz que continua sendo destilada pelo mesmo método produzido na Tailândia no século 20, que supõe a utilização de grão tailandês ao invés do japonês.

Embora os especialistas duvidem das propriedades benéficas de uma bebida que tem aproximadamente 40% de teor alcoólico, e que em algumas ocasiões pode superar os 60%, os aldeões atribuem há gerações propriedades medicinais a sua versão mais exótica, o "habushu".

As lojas que vendem “habushu” em Okinawa parecem mais bazares de curandeiro, já que o segredo da bebida é a víbora que vai dentro da garrafa, e que pode ser afogada no próprio licor ou introduzida depois.

Na gastronomia local também tem lugar para a carne, como mostram especialidades como a cabra ("yagi") servida em forma de sashimi (crua), e as múltiplas receitas feitas com porco. Um dito popular afirma que os okinawenses comem tudo do porco, "exceto as patas e o grito". A frase ganha significado especial ao visitar o mercado de Makishi, situado em Naha, a capital da província.

Além de uma grande quantidade de pescados tropicais como o Gurukun (peixe banana), no mercado se pode adquirir qualquer parte imaginável da anatomia suína. Uma vez na panela, os okinawenses cozinham a carne do porco durante horas para eliminar o gordura e preparar pratos como o "rafute": grossos cortes de bacon cozidos em caldo de pescado e molho de soja.

O "soki", ou costelas, também se cozinha durante três ou quatro horas em uma mistura de “awamori”, molho de soja e açúcar, e costuma ser ingrediente comum na sova de Okinawa, que consiste em macarrões de trigo flutuando em um caldo preparado com atum seco e ossos de porco ou frango.

Muitos dos restaurantes que hoje servem sova de Okinawa também oferecem a última incorporação à comida do arquipélago: o "taco rice" ou "arroz taco", que entra quase na classificação de fast-food.

Sua origem exata é desconhecida, mas se diz que este prato que mistura um ingrediente típico da província (arroz) com os de um burrito "tex-mex" (carne temperada, alface, tomate e queijo) surgiu nos anos 60 em torno das numerosas bases americanas na ilha principal de Okinawa.


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