Estética - Plus Size
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“Meu trabalho é multidisciplinar, mas é importante que tenha um médico ou nutricionista para orientar. Essa técnica faz com que o paciente siga qualquer dieta a risca de faca. É um treinamento motivacional para que ele se visualize fazendo o que não consegue. Por exemplo, tem gente que adora chocolate e deixa de gostar depois do tratamento, ou quando é realizada a cirurgia imaginária do balão intragástrico, o paciente passa a acreditar que existe um espaço menor no estômago e começa a comer menos”, explicou o psicólogo Benomy Silberfarb, autor do livro Hipnoterapia Cognitiva.
Foi o que aconteceu com a psicóloga Juliana Peronio, de 33 anos. Depois de tentar dietas milagrosas, sofrer efeito sanfona e apostar em lipoaspiração para se livrar dos 23 kg que ganhou durante a gravidez do filho, há 12 anos, ela decidiu fazer o tratamento por hipnose. “Quando eu fiz lipo, meu médico disse que eu poderia perder até 5 kg, mas nunca conseguiria voltar ao mesmo corpo que tinha aos 25 anos”, contou.
Na época em que decidiu fazer o tratamento, ela tinha 73 kg distribuídos em 1,64m. “Eu já tinha ido a nutricionista, comido só salada, passado fome, vivido a base de água e só conseguia perder um quilo por mês. Em junho desse ano, coloquei o balão (no tratamento por hipnose) e quatro meses depois tinha perdido 19 kg sem praticar exercícios. E o melhor é que eu como de tudo, mas em pequenas quantidades, várias vezes ao dia. Me sinto plenamente satisfeita”, disse. Com isso, Juliana passou de um manequim 42 para 34.
O caso de Juliana não é o único. Assim como ela, a designer Lisandra Sperb, de 44 anos, também teve sucesso com a técnica. Ela ganhou peso com a tireoide e não conseguia emagrecer. “Eu não me pesava, só via que o negócio estava feio e sabia que minhas roupas não serviam. Na época, eu ia a uma psiquiatra e ela me indicou o tratamento. Liguei para marcar no mesmo dia porque estava muito irritada comigo mesma”. Ela colocou o balão intragástrico em setembro de 2011 e conta que não se pesa, mas que percebe que emagreceu mais de 10 kg e se sente feliz com a nova forma.
Procedimento
Diferentemente do que muita gente pensa, a hipnose não acontece por magia, nem em estado de inconsciência. Pelo contrário, de acordo com Benomy, a técnica faz com que todos os sentidos fiquem mais aguçados. “Eu converso com o paciente e troco informações. Às vezes tenho que ir até a infância para descobrir o motivo da ansiedade. Se ele disser que quando apanhava, comia mais, a gente trabalha para mudar esse cenário”, detalha o psicólogo.
A princípio, o paciente passa por uma série de avaliações que mostram se ele é ou não suscetível a hipnose, já que o método só é aplicado e funciona em quem acredita nos resultados. Em seguida, são realizadas 10 sessões, com intervalo de uma semana entre elas, onde acontece um treinamento motivacional em uma conversa com o médico e o cérebro trabalha por repetição de estímulos. Assim, a mente passa a ver cenários diferentes, o que controla ansiedade e compulsão.
“Você ouve tudo e sabe tudo o que está acontecendo. Logo depois da primeira consulta, fui almoçar em um shopping antes de ir trabalhar, mas já não tive tanta vontade de comer. Controlei automaticamente e me dei conta só depois”, relembra Lisandra.
Na sessão em que é colocado o balão, que dura cerca de uma hora, há sons no consultório de batimentos cardíacos e enfermeiras trabalhando. Além disso, para intensificar o resultado, o paciente recebe um cd com a voz do médico repetindo frases de estímulo. “A hipnose é muito ligada entre a minha relação com o paciente. Então quanto mais ouve a minha voz, mais ele entra em transe hipnótico”, afirma o especialista.
Em média, os pacientes que aplicam o balão eliminam 20 quilos em três meses. Após a fase de emagrecimento, é feita a manutenção, em que o intervalo das sessões é mensal. Vale lembrar que o procedimento não é invasivo e não existe dores e desconfortos causados pela hipnoterapia cognitiva.
Contraindicações
O mais importante para o procedimento dar resultado é o paciente não duvidar que pode alcançar a boa forma com a hipnose, mas não só. O método é contraindicado em casos de pacientes com transtornos mentais, como esquizofrenia, pessoas hiperativas ou com déficit de atenção e deficientes auditivos.
Além disso, só deve ser aplicado após os sete anos e, segundo o psicólogo, adolescentes são os que apresentam melhores resultados. “Pessoas entre 13 e 17 anos são as mais suscetíveis. Tenho que testar e perceber o quanto o paciente acredita no que eu estou falando”, afirma Benomy. “Caso haja confiança no tratamento, os resultados são garantidos”.
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