É mais prudente e lógico prevenir do que remediar. Você que está lendo esta matéria certamente está procurando conhecimentos de como fazer o correto, o melhor para você. O melhor para combater a obesidade é reeducação alimentar, exercícios físicos e lidar com suas emoções.
Médico psiquiatra e Autor do livro
"Emagrecer também é Marketing" - DVS Editora
FOOD TODAY 09/2000
Os alimentos e as emoções
Comer nunca se limitou nem se há-de limitar simplesmente à satisfação da sensação física de fome. Nós comemos não apenas para “calar” o estômago, mas também para satisfazer o apetite e lidar com as nossas emoções.
A partir do momento em que um dos pais oferece o primeiro biscoito ou doce para confortar ou sossegar a criança, os alimentos deixam de ter apenas o seu efeito nutritivo, mas também ganham um sentido emotivo. Desde cedo que os alimentos são usados para celebrar, acalmar ou aliviar de um aborrecimento ou depressão e confortar em momentos de tristeza ou stress emocional. Este comportamento face aos alimentos, é muito comum. Aceitar um pedaço de um bolo de aniversário, porque seria anti-social recusar, dar a nós próprios um pouco de chocolate ou alguns biscoitos após terminar um trabalho difícil ou beber um copo de vinho ou cerveja socialmente, são algumas das normas da vida quotidiana.O problema chega quando o hábito de comer, de forma emotiva, deixa de ser um consumo saudável e resulta num ganho de peso incontrolável.
Reconhece-se actualmente de que para solucionar o problema de peso da grande maioria dos indivíduos não basta fazer uma dieta de 1500 calorias por dia e fazer um plano de exercícios; muitos especialistas introduzem assim técnicas de modificação comportamental, como abordagem para reduzir e manter o peso corporal equilibrado.
Perceber que comemos movidos por emoções é o primeiro passo para se dar a volta ao problema. As questões e sugestões seguintes poderão ajudá-lo a encontrar soluções para o aumento de peso, provocado por esta forma de comer.
P. Come quando tem fome?
Crie um diário alimentar onde anote o que come, quanto come e quando come e as emoções, ou situações, que desencadearam a vontade de comer. Tomar consciência das motivações pode ajudar a enfrentar a situação. Se está triste com alguma coisa, descubra o porquê e tente resolver. Se está triste, sente-se, escreva porque é que está triste e verifique se não consegue sentir-se melhor sem recorrer à comida.
P. Suspira por algum alimento?
Quando tiver esse desejo novamente, tome consciência do que está a acontecer e tenha a certeza de que consegue resistir, se deixar passar um tempo. Faça uma lista de actividades que o divirtam e captem a sua atenção, pois ajudarão a passar esse momento. Telefone a alguém, caminhe, tome um banho ou beba uma bebida quente.
P. Come porque está deprimido e pensa que nunca poderá ter a imagem perfeita, divulgada pelos media?
Modifique as suas metas e comece a comer bem e a fazer exercício regularmente, não para ser um modelo, mas para estar em forma, emagrecer e sentir-se bem consigo própria.
Combinando umas noções simples e claras sobre nutrição e conselhos de exercício práticos eficazes é, para muitos, apenas metade da solução quando tentam ter uma perda de peso permanente. Compreender as razões da sobrealimentação, fazer frente a esta e encontrar estratégias práticas para mudar este comportamento contribuirá para perder os quilos que tinha fixado como objectivo.
http://www.eufic.org/article/pt/artid/alimentos-emocoes/
FOOD TODAY 05/2004
Porque comemos o que comemos: escolha alimentar – um comportamento complexo
As preocupações acerca das escolhas alimentares que apresentam efeitos adversos para a saúde é correntemente o problema colocado em saúde pública. Compreender os determinantes que afectam as escolhas alimentares é uma prioridade vital para que a população altere os seus hábitos alimentares. O comportamento alimentar é complexo e este artigo introduz o conjunto de factores que têm um impacto reconhecido nas escolhas alimentares. Nos próximos artigos exploraremos com mais detalhe os factores biológicos que afectam a escolha dos alimentos, as barreiras à mudança alimentar, e explicar os modelos de mudança comportamental.
- As propriedades organolépticas dos alimentos, como o sabor, cheiro e aspecto.
- Os factores sociais, emocionais e cognitivos, como as preferências e desagrados, conhecimento e atitudes relacionadas com a dieta e saúde, hábito ou contexto social. Os valores pessoais, experiências vividas, como o casamento ou o viver acompanhado, a habilidade (ex. para cozinhar), crenças pessoais (ex. acerca dos alimentos orgânicos ou geneticamente modificados), e percepções, como a compreensão das barreiras a uma dieta saudável, podem ser particularmente importantes para certos indivíduos.
- Os factores económicos, culturais e religiosos também sem um constrangimento para as escolhas. A educação, etnia e disponibilidade, visibilidade e preços dos produtos também desempenham um papel importante.
- Cox, D.N., Anderson, A.S., Lean, M.E.J. & Mela, D.J. 1998. UK consumer attitudes, beliefs and barriers to increasing fruit and vegetable consumption. Public Health Nutr., 1(1): 61-68.
- De Irala-Estevez J, Groth M, Johansson L, Oltersdorf U, Prattala R & Martinez-Gonzalez MA (2000) A systematic review of socioeconomic differences in food habits in Europe: consumption of fruit and vegetables. European Journal of Clinical Nutrition 54: 706-714.
- European Journal of Clinical Nutrition (1997) June 51: Supplement 2:
- Kearney M, Gibney MJ, Martinez JA, de Almeida MDV, Friebe D, Zunft HJF, Widhalm K & Kearney JM (1997) Perceived need to alter eating habits among representative samples of adults from all member states of the European Union. European Journal of Clinical Nutrition 51: S30-5.
- Lennernas M, Fjellstrom C, Becker W, Giachetti I, Schmitt A, Remaut de Winter AM & Kearney M (1997) Influences on food choice perceived to be important by nationally-representative samples of adults in the European Union. European Journal of Clinical Nutrition 51: S8-S15.
- Margetts BM, Martinez JA, Saba A, Holm L & Kearney M (1997) Definitions of ‘healthy’ eating: a pan-EU survey of consumer attitudes to food, nutrition and health. European Journal of Clinical Nutrition 51: S23-S29.
Porque comemos o que comemos: determinantes sócio-económicos nas escolhas alimentares
O artigo anterior deste conjunto de artigos sobre os factores que influenciam as escolhas alimentares destacava a necessidade de ter em consideração os nossos cinco sentidos na promoção de alterações alimentares. Este artigo centra-se nos factores sócio-económicos implicados nas escolhas alimentares e assinala os obstáculos, que os indivíduos com um nível económico mais baixo, enfrenta para a realização de uma dieta saudável.
- Feunekes GIJ, de Graaf C, Meyboom S and van Staveren WA (1998) Food choice and fat intake of adolescents and adults: associations of intakes within social networks. Preventive Medicine 27: 645-656.
- De Castro JM (1997) Socio-cultural determinants of meal size and frequency. British Journal of Nutrition Apr;77 Suppl 1:S39-54; discussion S54-5.
- De Irala-Estevez J, Groth M, Johansson L, Oltersdorf U, Prattala R & Martinez-Gonzalez MA (2000) A systematic review of socioeconomic differences in food habits in Europe: consumption of fruit and vegetables. European Journal of Clinical Nutrition 54: 706-714.
- Acheson D (1998) Independent Inquiry into Inequalities in Health. The Stationery Office, London.
- Riches G (1997) Hunger, food security and welfare policies: issues and debates in First World societies. Proceedings of Nutrition Society. 56(1A):63-74.
- Dibsdall LA, Lambert N, Bobbin RF, Frewer LJ (2003) Low-income consumers' attitudes and behaviour towards access, availability and motivation to eat fruit and vegetables. Public Health Nutrition 6(2):159-68.
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