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De 132kg hipertenso para corredor saudável com 93kg |
Conheci o Luciano através do facebook e twitter, estou
encantada com a superação, com a mudança que ele e a esposa tiveram em
suas vidas. Uma história motivadora, emocionante, que serve de exemplo
para todos nós mostrando que quando realmente queremos, podemos mudar!
para minha felicidade, o Luciano
@lpellissari aceitou compartilhar sua história aqui no blog, fiz uma entrevista com ele, leiam:
Luciano Pellissari
35 anos - Altura: 1,90 m
Peso máximo: 132 kg
Peso atual: 93 kg, mas cheguei a 88 kg
Em quanto tempo emagreceu e há quanto mantém?
Comecei
o processo de reeducação alimentar em 16 de setembro de 2009 e atingi o
peso de 90 kg na pesagem do dia 05 de maio de 2010 (8 meses). Desde
então mantenho o peso. Nos últimos três meses, por causa da corrida,
procurei uma nutricionista pra ganhar um pouco da massa muscular que
perdi durante todo o processo, para evitar lesões. Estou com 3 kg a
mais, mas é massa magra.
Qual
é a sua história em relação ao peso, dietas, exercícios, etc? Sempre
sofreu com o problema ou ele surgiu por um motivo específico?
Durante
a infância sempre fui gordinho. Venho de família de gaúchos, então sabe
como é, muita polenta, churrasco, macarrão com galinha... Quando
comecei a crescer emagreci bastante, e por causa do meu tamanho, na
adolescência jogava vôlei pelo time da cidade onde morei, São José dos
Pinhais no Paraná. Participei de vários Jogos da Juventude e Jogos
Abertos, e por esse motivo sempre fui magro.
Quando
casei no ano de 2000, já havia deixado o esporte um pouco de lado e com
o aumento das responsabilidades, o máximo que fazia era jogar futebol
com os amigos uma vez por semana, sempre tomando aquela cervejinha.
Minha esposa era gerente do Mc Donald’s em São José dos Pinhais, e não
preciso dizer que isso foi um empurrão a mais para a obesidade.
Não
me preocupava mais com o peso, já tinha me acostumado com a idéia de
ser assim para o resto da vida. A esposa não reclamava e as piadinhas já
não incomodavam. Estava acomodado.
Em
2005 decidimos mudar completamente de vida. Minha esposa e eu pedimos
demissão dos nossos empregos e nos mudamos para a cidade onde vivemos
hoje, Itapoá Litoral norte de Santa Catarina, localizada a cerca de 80
km de Joinville.
Praia.
A chance perfeita pra emagrecer e melhorar a qualidade de vida, certo?
Errado. Cheguei a Itapoá com 124 kg, imaginando que as caminhadas pela
praia, o surf, os passeios de bicicleta me fariam perder peso. Até
tentei caminhar algumas vezes, mas nunca levei adiante nada do que
começava.
Comecei
a tomar mais refrigerante do que já tomava. Existem pessoas que levam
água para o quarto na hora de dormir, eu levava dois litros de Coca
Cola. Acordava de madrugada e tomava no bico mesmo. Não demorou muito
para chegar aos 132 kg.
Como
foi o momento da virada? Por que decidiu pegar firme na dieta? O que
fez para emagrecer? O que foi determinante nesse processo?
Passei
no concurso da Prefeitura de Itapoá, e em um dia do mês de agosto de
2009 comecei a passar mal no serviço. Sentia muita tontura e uma dor de
cabeça quase insuportável. Sempre convivi com dores de cabeça e azia...
Andava com comprimidos e pastilhas nos bolsos praticamente todos os
dias, mas dessa vez era diferente, os remédios não faziam efeito.
Procurei um médico no dia seguinte, fiz todos os exames e recebi os
resultados de anos de comilança e muita bebida: Pressão alta, colesterol
e glicose acima do normal e um fígado com problemas.
Quando o médico foi prescrever o tratamento - e a fisionomia do rosto
dele eu não consigo esquecer, era a expressão de quem sabia que o que
estava prestes a me pedir seria impossível para uma pessoa como eu,
realizar – a primeira coisa que disse foi “Você precisa perder uns 40
kg”. E todo o resto veio junto, cortar frituras, doces e principalmente,
a bebida.
Pedi a ele que me indicasse uma nutricionista, e ele pediu que
procurasse o pessoal do Vigilantes do Peso em Joinville.
Entrei
no site, peguei as informações dos dias de reunião e endereço, mas
mesmo assim demorei duas semanas pra criar coragem de assistir a
primeira.
Quando
finalmente decidir ir, já estava com 128 kg, pois assim que saí do
consultório médico, decidi cortar de uma vez por todas o refrigerante.
Olha a diferença que fez!
Fomos
eu e minha esposa. Chegando lá eu já queria desistir. Quando a
orientadora disse que poderíamos assistir a primeira reunião sem pagar
já pensei “– Opa, tô dentro. Ainda dá tempo de pular fora”, mas minha
esposa cortou meu embalo e paguei pelas primeiras quatro. Um mês
inteiro. Talvez não fosse tão ruim assim.
Assisti
a reunião, tirei as dúvidas e saí dali direto pro mercado com a
calculadora de pontos na mão. Foi quando descobri onde tinha me metido.
No carrinho só se via coisa light ou diet... Nem um salaminho... E muita
fruta e verdura, coisas que detestava.
Nunca
esqueço o primeiro almoço e a quantidade de comida que me esperava no
prato. Entrei em desespero! Não conseguiria viver com apenas aquilo.
“Saco vazio não para em pé”, falei pra minha esposa.
Mas
por incrível que pareça, com aquela “miséria” de comida e estabelecendo
novos hábitos, como comer a cada três horas, cheguei ao final do dia
dentro do meu limite de pontos e sem fome, o que pra mim foi uma grata
surpresa.
Uma
semana depois da primeira reunião, voltamos para a segunda e para minha
primeira pesagem com a nova alimentação, ainda sem saber o que esperar.
Resultado: -2,5 kg! Eliminei 2,5 kg em uma semana! E o que é melhor, me
sentindo bem e sem fome. Nunca achei que isso fosse possível!!!
Foi quando eu soube que conseguiria.
Quais foram as maiores dificuldades? Como superou?
No começo muita gente dizia que eu não conseguiria. Pessoas próximas! Mas isso só me dava mais força de vontade!
Em novembro de 2009, comecei a perder menos peso e em algumas semanas
até ganhei. O meu medo começava a se tornar realidade, pois comia pouco e
já não eliminava ou até ganhava peso. Foi quando percebi que sem a
atividade física, não seria possível continuar. Comecei na academia do
prof. Dino, perto de casa.
Musculação e esteira, muita esteira. No começo uma caminhada leve,
durante 20 minutos. Depois trinta. Depois caminhava 9 minutos e corria
1, dentro dos trinta minutos. E fui aumentando o tempo de corrida até
conseguir correr os 30 minutos direto.
Mesmo fazendo exercício e controlando a alimentação, nos dois últimos
meses tive que diminuir ainda mais a quantidade de pontos que poderia
comer no dia, pra chegar ao meu peso ideal.
Foi
uma fase difícil, mas sempre olhei pra tudo que já havia conquistado!
Já tinha comprado roupas novas. Tinha passado pelas festas de fim de ano
sem ganhar peso! Já começava a ganhar elogios! Tudo isso serviu de
motivação pra não desistir.
E as conquistas? Como se sente? Há algum problema de saúde que melhorou? E a autoestima? O que mudou no seu dia a dia?
Foram muitos os sacrifícios até chegar ao meu peso ideal. Mas tudo o que vem depois faz valer muito a pena.
Quando o médico me diagnosticou hipertenso, ele disse que apenas 15%
das pessoas que tem este problema conseguem regular a pressão sem uso de
medicamento. Hoje eu estou dentro desse percentual. Controlo minha
pressão com a alimentação correta e exercícios físicos regulares. Meu
fígado se recuperou dos anos de abuso. Colesterol e glicemia, todos
dentro da normalidade.
A satisfação de comprar uma camiseta tamanho “M” e uma calça tamanho
44, depois de muito tempo usando “3G’s” e calças “68” é indescritível.
Todos
os elogios e até mesmo os olhares de espanto das pessoas que me
conheceram acima do peso, mas que não acompanharam a mudança são coisas
que não vou esquecer tão cedo.
Mas
o que mais chamou a atenção foi a mudança psicológica. Com a autoestima
elevada, somos capazes de tudo. A confiança que sinto hoje, não sentia
nem na adolescência. Estou bem mais seguro, com relação a tudo.
A disposição para trabalho ou lazer, aumentou. Hoje me sinto muito mais concentrado e faço mais coisas ao mesmo tempo.
Como
é a sua alimentação? Como é seu cardápio (SE PUDER, COLOQUE O QUE COME
NO CAFÉ, ALMOÇO, JANTAR, LANCHES, ETC) ? O que não pode faltar e o que
cortou?
Durante a fase de emagrecimento, ao todo, fazia seis refeições: Café da
manhã, lanche das 10, almoço, lanche das 15:30, jantar e ceia.
A primeira coisa que cortei em definitivo, foi o refrigerante. Durante
os oito meses, não tomei um gole de refrigerante nem em festas de
aniversário. O álcool, fui obrigado a eliminar, por causa dos problemas
do fígado.
Comecei a tomar muita água. Aprendi que ao sentir fome devemos tomar um
copo d’água, pois normalmente o que sentimos é sede. Deixo sempre uma
garrafa com água por perto, pra não esquecer de tomar.
Outra coisa que me ajudou muito foram as frutas. O açúcar das frutas
supria minha vontade de comer doces. Cerquei-me de petiscos, mas sempre
dos mais naturais possíveis, como castanhas, salgadinho de soja e sumi
com as besteiras que tínhamos escondidas em casa, ajudando assim, a
fazer escolhas mais saudáveis quando batia aquela fome fora de hora.
Troquei leite integral por desnatado, arroz e pão branco por integral,
presunto por peito de peru, frituras por grelhados, carne vermelha por
peixe e frango, açúcar por mel e adoçantes. Comecei a comer apenas
queijo light ou cottage. E nessas substituições a fórmula dos Vigilantes
ajudou muito, pois quanto mais saudável o alimento, menos pontos ele
tem, sobrando mais pontos pra comer durante o dia.
Comecei a comer muitas saladas e legumes. Antes, só comia salada se
fosse de tomate com cebola, junto com o churrasco. Hoje em dia, se não
tiver pelo menos três tipos de saladas e algum legume refogado, meu
almoço não é completo.
Um exemplo do cardápio dessa época:
- Café da manhã: Duas fatias de pão integral, duas fatias de peito de
peru com requeijão light e uma xícara de chá com leite desnatado. Ou
então uma porção de cereal a base de fibras, com leite desnatado e uma
fruta (normalmente banana);
- Lanche das 10: Duas porções de frutas;
- Almoço: Uma porção de arroz integral com feijão, ou macarrão de
arroz, uma porção de carne grelhada (de preferência, carne branca), duas
a três porções de salada com três tipos de vegetais e uma porção de
legume refogado;
- Lanche das 15:30: Uma porção de fruta;
- Jantar: Sanduíche com pão integral, salada, clara de ovo ou peito de
peru, queijo light. Durante o verão, costumava fazer diversos tipos de
salada pra janta e comia apenas isso;
- Ceia: Chá com torradas integrais, ou um copo de iogurte desnatado batido com alguma fruta.
Faz
exercícios? De que tipo e com qual frequência? (POR FAVOR, CONTE COMO
FOI PARAR NAS CORRIDAS E O QUE ESSE ESPORTE FAZ POR SUA VIDA)
Comecei com os exercícios em novembro de 2009 e não parei desde então. Primeiro a musculação junto com caminhadas na esteira.
No início eram três vezes por semana, depois quando precisei me
esforçar mais pois o peso teimava em não diminuir, ia pra academia de
segunda a sexta.
Quando comentava nas reuniões do Vigilantes que estava conseguindo
correr por vinte minutos sem parar, o marido da nossa consultora sempre
brincava que um dia eu correria a São Silvestre.
E foi nisso que pensei quando o dono da academia que frequentava,
avisou que fecharia a academia por duas semanas durante as festas de fim
de ano. Já que não havia alternativa, teria que correr na rua mesmo.
Quero deixar bem claro pra vocês que NUNCA gostei de correr. Quando
jogava vôlei por São José e tinha treino físico, ou eu faltava ou
enrolava o máximo que podia. E essa decisão de correr na rua, espantou
todos que me conhecem, principalmente a mim mesmo.
Nas primeiras duas semanas, sentia dores em cada músculo das minhas
pernas. Quase desisti. O que me fez continuar foi o peso que continuava a
diminuir.
Sem que percebesse, a sensação de dor começou a ser substituída por uma
sensação de prazer. Me sentia mais feliz quando acabava o dia de
trabalho e calçava os tênis pra correr. E quando chegava em casa já não
sentia cansaço, pelo contrário, queria continuar correndo.
Em abril de 2010 recebi um e-mail de um amigo, sobre uma corrida de rua
que aconteceria em Balneário Camboriú no dia 1º de maio. Meu primeiro
dia de férias. Resolvi me inscrever e depois daquele dia, não consegui
mais parar.
Não consigo descrever o que sinto ao terminar uma prova. Mesmo hoje em
dia, depois de tantas que corri, cada uma delas é especial por algum
motivo.
Quando você faz a última curva e avista a linha de chegada, a sensação é indescritível.
E
uma das melhores coisas da corrida, é que ela é pra todo mundo. Você
pode ser o primeiro ou o último. Pode correr todo o percurso, ou parte
dele. Pode ter 20 ou 80 anos. Encontra-se todos os tipos de pessoas.
Quem
nunca viu, procure assistir a alguma corrida na sua cidade, pra
entender o que estou falando. E não pela televisão, tem que ser ao vivo,
pra sentir todo o clima das corridas de rua.
Fiz
vários amigos nas corridas. Estou escrevendo aqui hoje, por causa das
corridas, Não consigo me imaginar, sem correr pro resto da vida, ou pelo
menos enquanto minhas pernas aguentarem.
Hoje
faço exercícios 6 vezes por semana. Corro as segundas, quartas, quintas
e sábados e faço musculação as terças e sextas. Domingo é meu dia de
descanso, quando não tenho alguma prova para correr.
Recentemente,
no dia 30 de outubro, na cidade de Pomerode, corri minha primeira
meia-maratona. Foram 21,1 km. Uma chegada muito emocionante, onde nos
últimos quilômetros comecei a lembrar de tudo que passei e agradeci a
oportunidade que me foi dada de mudar minha vida, enquanto ainda havia
tempo.
Qual é o seu conselho para quem quer perder peso?
Acho difícil dar conselhos. Sobre qualquer coisa, especialmente sobre emagrecimento. É uma coisa muito pessoal.
O importante é tomar a decisão, ter certeza de que quer perder peso e
saber que não será fácil. Não existe fórmula mágica, ou então não
existiriam pessoas acima do peso.
Hoje em dia existe informação para todo o lado. Blogs como o da Rosângela, ajudam muito.
E acho importante que saibam que todas essas mudanças na minha vida,
foram acompanhadas por médicos, sempre fazendo exames e acompanhando a
evolução das coisas. Mesmo agora, quando magro, continuo controlando
minha pressão, fazendo os exames necessários, inclusive para poder
continuar com a corrida, minha nova paixão
Parabéns por sua grande conquista Luciano, obrigada por compartilhar sua história e nos motivar a seguir em frente!!
"Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações"
Eu já conhecia a história dele, superação total !
ResponderExcluirÉ ele venceu!
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