Saiba controlar as emoções para facilitar o seu emagrecimento
Você sabe que bombom engorda, sabe que alface é bom pra quem está de dieta, sabe que aveia e fibras e geral ajudam a emagrecer, sabe que um chazinho de chá verde após as refeições garante uma melhor digestão e sabe, inclusive, que a atividade física é ótima para quem quer perder peso e fortalecer os músculos.
Muito bem! Mas, por acaso você já parou para pensar se suas emoções e sentimentos também fazem você perder uns quilinhos, ou, ao contrário, já pensou que seu estado de tristeza pode fazer você engordar sem perceber?
A questão aqui é o seguinte: emoções são capazes de queimar calorias ou alterar nosso peso?
Na verdade, segundo o endocrinologista Filippo Pedrinola, nosso estado de humor tem tudo a ver com o nosso comportamento e com o que comemos. Vamos avaliar a situação de um indivíduo sob intenso estresse. De alguns anos para cá, vários estudos científicos publicados em revistas importantes demonstram que pessoas que sofrem de estresse, angústia, ansiedade e depressão ganham peso mais facilmente.
Como já se sabe, as pessoas que se encontram nas situações descritas acima, costumam ingerir mais alimentos do que precisam, como uma forma de compensar o que sentem e o que sofrem, o que pode acabar gerando até mesmo uma compulsão alimentar.
Porém, além disso, o estresse também é capaz de engordar uma pessoa por si só. Ou seja, um indivíduo estressado tem mais facilidade de engordar mesmo comendo pouco.
De acordo com o endocrinologista Filippo Pedrinola, existem duas pequenas glândulas chamadas de supra renais que, sob situação de estresse, são estimuladas a produzir alguns hormônios, entre eles o cortisol. “Há muito tempo as pessoas sabem que quem usa remédio à base de cortisona costuma ganhar peso, mas a quantidade desse hormônio também está aumentanda em pessoas que têm alterações emocionais”, explica o médico.
O fator que agrava isso, é que as pessoas que ganham peso devido ao estresse tendem a acumular gordura na região abdominal. “Isso aumenta as chances de desencadear doenças como o diabetes, a pressão alta, infarto e derrame”, completa Filippo. Isso também ocorre porque a cortisona interfere até mesmo na concentração do hormônio conhecido como insulina.
Quando a produção e a quantidade de insulina no organismo fica defasada, o processo da fome fica desregulado e ocorre um conseqüente aumento do apetite. Com isso, o organismo fica resistente e bloqueia a célula de gordura, principalmente na região abdominal.
Além do cortisol, sabe-se que a serotonina (neurotransmissor mais conhecido como o hormônio da felicidade e do bem estar), também influencia o comportamento alimentar. “Quando encontrada em níveis baixos no cérebro, a serotonina pode causar sintomas de tristeza e depressão, sem contar que aumenta a compulsão pela comida, principalmente de carboidratos. Algumas mulheres que sofrem de tensão pré-menstrual (TPM), por exemplo, apresentam níveis baixos de serotonina durante esse período, o que pode transformá-las em verdadeiras chocólatras”, esclarece o endocrinologista.
Enfim, em poucas palavras, alguns estados emocionais são capazes de liberar certos mensageiros químicos no nosso cérebro que, dependendo da quantidade, podem nos fazer ganhar peso e ter mais dificuldades de emagrecer mesmo sob uma dieta rígida.
Para o endocrinologista Filippo Pedrinola, o fator capaz de arruinar qualquer dieta ou sonho de manter-se saudável e com boa forma não é nem a tristeza ou o estresse em sim, mas sim as alterações hormonais a que as pessoas estão sujeitas.
“As pessoas que têm mais facilidade e tendência a se deixarem levar pelos descontentamentos típicos do dia-a-dia, ou que possuam um comportamento muito próximo a bipolariadade (ora muito tristes, ora muito felizes) são as mais propensas a engordar”, conta Pedrinola.
Essas pessoas instáveis, continua o médico, têm realmente que tomar muito cuidado. Em se tratando de emoções e alimentação, a maior dica que eu posso dar é que as pessoas busquem manter um equilíbrio emocional o mais forte e inabalável possível, com menos oscilações de humor e uma maneira mais leve de encarar a vida. “O primeiro passo para isso é tentar adaptar-se a sua realidade e ao seu meio, realizando as tarefas do dia-a-dia como o trabalho, mas também curtindo um pouco a vida com outras atividades menos sérias”.
Confira agora três ótimas dicas do endocrinologista Filippo Pedrinola para se conquistar um equilíbrio e ser uma pessoa menos propensa às oscilações no humor:
- Praticar exercícios físicos de três a quatro vezes por semana e procurar realizar atividades relaxantes como uma boa caminhada, passeio no parque, uma sessão de massagem, ou qualquer outra atividade que proporcione prazer à pessoa.
- Discutir a relação. “Isso pode parecer piada, mas é uma dica muito importante. Quando a pessoa, principalmente a mulher, coloca para fora os assuntos que estão incomodando, irritando ou atrapalhando sua vida, automaticamente ela já se sente mais aliviada, mais compreendida e mais feliz, mesmo que a outra pessoa nem dê ouvidos a ela”, explica Filippo, que completa: “os homens são cheios de quererem dar opinião nas falas das mulheres, mas já posso adiantar que na maioria das vezes, o melhor que se tem a fazer é só escutar mesmo”, brinca o especialista.
- A alimentação é fundamental. A pessoa precisa ter uma refeição equilibrada e se permitir um docinho de vez em quando. “Os doces também trazem a sensação de felicidade por fazerem com que o nosso organismo libere serotonina. Nada de dietas muito rígidas, pois isso só agrava o mal humor. Além disso, é necessário saber diferenciar o que é fome e o que é vontade de comer”, conta Filipo.
Quer algumas dicas de alimentos? Então lá vai:
- Fibras (pois aumentam a sensação de saciedade);
- Frutas, pois contém açúcar e são ótimas para substituir os doces mais calóricos;
- Proteínas;
- Verduras e legumes.
Tente evitar alimentos de baixa saciedade, como macarrão, pão, bolos, salgadinhos e etc, pois, mesmo enchendo a pança dessas comidas, provavelmente voltaremos a sentir fome mais rapidamente do que o normal.
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