Os textos a seguir são dirigidos principalmente ao público em geral e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes de cada assunto abordado. Eles não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores às informações aqui encontradas.
Mens sana in corpore sano ("uma mente sã num corpo são") é uma famosa citação latina, derivada da Sátira X do poeta romanoJuvenal.
No contexto, a frase é parte da resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida (tradução livre):
Deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são.
Peça uma alma corajosa que careça do temor da morte,
que ponha a longevidade em último lugar entre as bênçãos da natureza,
que suporte qualquer tipo de labores,
desconheça a ira, nada cobice e creia mais
nos labores selvagens de Hércules do que
nas satisfações, nos banquetes e camas de plumas de um rei oriental.
Revelarei aquilo que podes dar a ti próprio;
Certamente, o único caminho de uma vida tranquila passa pela virtude.
orandum est ut sit mens sana in corpore sano.
fortem posce animum mortis terrore carentem,
qui spatium uitae extremum inter munera ponat
naturae, qui ferre queat quoscumque labores,
nesciat irasci, cupiat nihil et potiores
Herculis aerumnas credat saeuosque labores
et uenere et cenis et pluma Sardanapalli.
monstro quod ipse tibi possis dare; semita certe
tranquillae per uirtutem patet unica uitae.
(10.356-64)
A conotação satírica da frase, no sentido de que seria bom ter também uma mente sã num corpo são, é uma interpretação mais recente daquilo que Juvenal pretendeu exprimir. A intenção original do autor foi lembrar àqueles dentre os cidadãos romanos que faziam orações tolas que tudo que se deveria pedir numa oração era saúde física e espiritual. Com o tempo, a frase passou a ter uma gama de sentidos. Pode ser entendida como uma afirmação de que somente um corpo são pode produzir ou sustentar uma mente sã. Seu uso mais generalizado expressa o conceito de um equilíbrio saudável no modo de vida de uma pessoa.
É fato bem estabelecido que a alimentação, a atividade física e os genes são fatores diretamente implicados no surgimento da obesidade. Esta, por sua vez, aumenta o risco de diversos tipos de tumores, não apenas relacionados com o aparelho digestivo – esôfago, colorretal e pâncreas – mas também os de origem hormonal, como o câncer de mama e o de endométrio. Assim, evitar, ou ao menos reduzir a obesidade e o sobrepeso é uma das estratégias mais efetivas para reduzir o câncer, alem de não fumar. Ou seja, se prevenirmos a obesidade prevenimos o câncer.
No caso do câncer colorretal, cada quilo a mais representa um aumento de três por cento no risco de desenvolver um câncer desse tipo. Segundo diversos estudos científicos, a proporção de câncer devido a obesidade está entre 15 e 30% dos tumores colorretais, de 45% nos de endométrio, de 43% no adenocarcinoma do esôfago, de 20% no câncer do pâncreas, de 20% no de mama em mulheres posmenopausadas e de quase 30% nos tumores de vesícula biliar. A genética unicamente não tem a ultima palavra na obesidade, sendo a causa algo encontrado na interação dos genes com diversos fatores ambientais, como a alimentação, a atividade física e o estilo de vida.
A genética proporciona a capacidade de ser obeso, porem os fatores ambientais determinam quando ela aparece e a sua magnitude. Até o presente, foram identificados mais de 300 genes dos 30.000 que tem o genoma humano relacionados com a obesidade. Desse modo, não existe apenas um gen que seja responsável pelos quilos em excesso; o que ocorre é que existem mutações em vários genes e cada um deles contribui pelo ganho extra de 1 a 2 quilos nos portadores dessas mutações. Por tudo isso, deve-se insistir para que as autoridades sanitárias assumam o controle da prevenção da obesidade tal qual foi feito com o tabagismo, cujos resultados estão sendo muito favoráveis em termos individuais e de saúde pública.
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